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Poder Judiciário
Justiça do Trabalho
Tribunal Regional do Trabalho da 1ª Região

Ação Trabalhista - Rito Sumaríssimo


0100316-15.2020.5.01.0051

Processo Judicial Eletrônico

Data da Autuação: 17/04/2020


Valor da causa: R$ 18.355,10

Partes:
RECLAMANTE: EDUARDO FRIGOLETTO NASCIMENTO SA
ADVOGADO: ANTONIO CARLOS MEDRADO DOS SANTOS
RECLAMADO: RIO RF TECNICA E PRECISAO LTDA - ME
ADVOGADO: RICARDO HOLANDA VERGARA DE OLIVEIRA
RECLAMADO: WINNER ST DO BRASIL LTDA - EPP
ADVOGADO: RICARDO HOLANDA VERGARA DE OLIVEIRA
RECLAMADO: CONDOMINIO DO EDIFICIO SINFONIA RESIDENCIAL CLUB
ADVOGADO: ALLAN MARCOS MACHADO FERREIRA
ADVOGADO: MARCELY DE AZEVEDO LEONEL
RECLAMADO: CONDOMINIO LA FONTAINE
ADVOGADO: RICARDO HOLANDA VERGARA DE OLIVEIRA
TERCEIRO INTERESSADO: JACKSON MEDEIROS DE SOUZA
TERCEIRO INTERESSADO: MARIA CRISTINA GOMES DE OLIVEIRA
TERCEIRO INTERESSADO: NANCY DE MEDEIROS SOUZA
TERCEIRO INTERESSADO: ROSANGELA MEDEIROS SOUZA DE OLIVEIRA
TERCEIRO INTERESSADO: CARLOS DURAES LEAL
TERCEIRO INTERESSADO: MARCOS CASSIO DA GAMA FARIAS
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EXMO. SR. DR. JUIZ DA 51ª VARA DO TRABALHO DA COMARCA DO


RIO DE JANEIRO/RJ

PROCESSO N.º 0100316-15.2020.5.01.0051

WINNER ST DO BRASIL LTDA-EPP., pessoa jurídica de


direito privado, inscrita no CNPJ sob o n.º 01.718.559/0001-14, já devidamente
qualificada nos autos da “RECLAMAÇÃO TRABALHISTA” proposta por
EDUARDO FRIGOLETTO NASCIMENTO SÁ, vem, por intermédio de seus
patronos, devidamente constituídos (Cf. Instrumento de Mandato em anexo), os
quais receberão intimações e notificações no seu escritório profissional situado
na Avenida Ernani Cardoso, n.º 72, Sala 307, Cascadura, Rio de Janeiro/RJ,
CEP.: 21.310-310, com fundamento no art. 847 da CLT, apresentar sua

CONTESTAÇÃO

Pelos motivos de fato e de direito adiante descritos:

I – PRELIMINARMENTE

I.1 - DA ILEGITIMIDADE PASSIVA DA WINNER ST DO BRASIL –


CONTRATO DE TRABALHO DE RESPONSABILIDADE DA EMPRESA
RIO RF TÉCNICA E PRECISÃO LTDA.

Conforme ser verifica nos documentos coligidos aos autos


pelo reclamante indicam que o contrato de trabalho do reclamante é de
responsabilidade da empresa RIO RF TÉCNICA E PRECISÃO LTDA., inscrita no

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CNPJ sob o n.º 05.145.068/0001-82, restando afastada a afirmação leviana quanto


à alegada caracterização de grupo econômico, conforme restará comprovado.

Há que se observar, que o reclamante não apresentou


qualquer justificativa para que a presente demanda fosse ajuizada em face da
segunda Reclamada, pessoa jurídica diversa daquela que é a real responsável por
seu contrato de trabalho, sendo evidente a ilegitimidade da contestante para
figurar como reclamada nos presentes autos.

Vale destacar, que o reclamante alega ter ajuizado a RT n.º


0100287-42.2017.5.01.0027, sendo que ao analisar a inicial, bem como a íntegra
dos autos, esta Reclamada não localizou qualquer alegação do autor quanto à
suposta existência de grupo econômico, tampouco que teria sido contratado para
laborar para as duas empresas (Winner e Rio RF), causando estranheza e
curiosidade a invocação de fato inverídico por meio do presente processo.

Destaque-se, que naquela reclamação foi prolatada sentença


de parcial procedência, sendo certo que o contrato de trabalho foi rescindido por
iniciativa do Reclamante (vide cópia da inicial e da sentença anexas).

Nesse sentido, beira o extremo absurdo a opção do reclamante


de efetuar a inclusão da Winner no polo passivo da presente reclamação, fato que
deverá, data máxima vênia, ser repudiado por este Nobre Juízo.

Ressalte-se, outrossim, que nunca existiu confusão entre


sócios das referidas empresas, bem como que o Reclamante NUNCA integrou o
quadro de pessoa da segunda reclamada.

Data vênia, incorreu em grave equívoco o reclamante ao


demandar em face da segunda reclamada imputando a esta contestante a
responsabilidade pelo contrato de trabalho pactuado com a empresa Rio RF

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Técnica e Precisão, sendo evidente que o autor violou o princípio da boa fé


processual ao ajuizar a presente reclamação em face da empresa Winner ST do
Brasil, imputando a suposta qualidade de integrante do suposto grupo
econômico da empresa Rio RF, o que se mostra um verdadeiro absurdo.

Destarte, diante da ilegitimidade passiva da segunda


Reclamada, deverá a presente ação ser julgada extinta sem a resolução do mérito
na forma do artigo 485, Inciso VI do Código de Processo Civil brasileiro.

I.2 - DA INEXISTÊNCIA DE GRUPO ECONÔMICO

A priori, há que se ressaltar, que o patrono do reclamante tem


ciência quanto à existência de duas pessoas jurídicas de direito privado, sendo a
WINNER ST DO BRASIL LTDA., inscrita no CNPJ sob o n.º 01.718.559/0001-14,
e a RIO RF TÉCNICA E PRECISÃO LTDA, inscrita no CNPJ sob o n.º
05.145.068/0001-82, sendo certo que alega de forma leviana que as referidas
empresas supostamente integrariam o mesmo grupo econômico, não havendo
qualquer demonstração quanto à suposta comunhão de interesses entre as duas
empresas, devendo, portanto, ser aplicada multa a título de litigância de má fé.

Nesse sentido, impugna-se a alegação leviana do reclamante,


uma vez que não existe grupo econômico entre a RIO RF e a WINNER, conforme
a redação do artigo 2º da CLT e seus parágrafos 2º e 3º:

Art. 2º - Considera-se empregador a empresa, individual ou


coletiva, que, assumindo os riscos da atividade econômica,
admite, assalaria e dirige a prestação pessoal de serviço.

§ 2° Sempre que uma ou mais empresas, tendo, embora, cada


uma delas, personalidade jurídica própria, estiverem sob a
direção, controle ou administração de outra, ou ainda quando,
mesmo guardando cada uma sua autonomia, integrem grupo

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econômico, serão responsáveis solidariamente pelas obrigações


decorrentes da relação de emprego.

§ 3° Não caracteriza grupo econômico a mera identidade de


sócios, sendo necessárias, para a configuração do grupo, a
demonstração do interesse integrado, a efetiva comunhão de
interesses e a atuação conjunta das empresas dele integrantes.

Nesse passo, quanto à alegação de que a WINNER ST DO


BRASIL integraria o mesmo grupo econômico da empresa RIO RF TÉCNICA E
PRECISÃO, há que se ressaltar, que as referidas empresas são dotadas de
personalidade jurídica e capital próprios, e de quadro societário diverso, sendo
imperioso destacar que em momento algum foi realizada a integração
patrimonial e de interesses entre as referidas empresas.

Saliente-se ainda, que se o reclamante por algum equívoco


teve acesso ao uniforme da Winner ST do Brasil nas dependências dos
condomínios nos quais prestou serviços, tal fato não seria suficiente para afirmar
que ele teria prestado serviços para esta contestante.

Concessa vênia, diante de tais argumentos, bem como das


provas existentes nos autos, e, sobretudo, considerando que empresa Rio RF
Técnica se fez presente de forma voluntária e autônoma nos presentes autos, uma
vez que não consta o comprovante de citação, não há que se falar em grupo
econômico, devendo a empresa Winner ST do Brasil ser excluída do polo passivo
da demanda, mantendo-se somente a real empregadora, Rio RF Técnica e
Precisão, é o que desde já se requer.

I.3 – DOS DOCUMENTOS GRAVADOS COM SIGILO –


IMPOSSIBILIDADE DE VISUALIZAÇÃO/IMPUGNAÇÃO

Nobre Juízo, conforme se verifica, nos IDs 663c9ee; 1de76bb;


3c43a9b foram coligidos aos autos com marcação de sigilo, tendo sido juntados

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antes de expedidas as notificações para citação das reclamadas, o que importa


dizer, que certamente são de autoria da secretaria do Juízo, ou mesmo do
Reclamante, sendo certo que tal fato inviabiliza a visualização e eventual
impugnação.

Assim, requer que seja retirado o sigilo da documentação


destacada, bem como conferido prazo às Reclamadas para que possam se
manifestar e juntar novos documentos.

II - NO MÉRITO

DA IMPROCEDÊNCIA DOS PEDIDOS DE PAGAMENTO DAS


VERBAS RESCISÓRIAS

II. 1 - DA IMPOSSIBILIDADE DA RECLAMADA APRESENTAR


DOCUMENTOS – CONTRATO DE TRABALHO ENTRE O RECLAMANTE
E A EMPRESA RIO RF TÉCNICA E PRECISÃO LTDA – AUSÊNCIA DE
DEVER LEGAL DA WINNER ST DO BRASIL – INEXISTÊNCIA DE
GRUPO ECONÔMICO

Conforme destacado na preliminar suscitada, o reclamante


nunca figurou nos quadros de funcionários da WINNER ST DO BRASIL,
tampouco esta demandada participou da relação empregatícia havida entre o

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reclamante a Rio RF, não havendo que se falar em reconhecimento de vínculo


empregatício, tampouco em anotações na CTPS, requerendo desde logo que tais
pedidos sejam julgados improcedentes.

Diante de tal fato, resta prejudicada a impugnação específica


dos fatos narrados na exordial no que diz respeito ao pedido de reconhecimento
de vínculo empregatício, ao pagamento das verbas rescisórias, intervalo
intrajornada, e acúmulo de função, bem como a juntada de documentos pela
segunda reclamada, sendo certo que somente a empresa Rio RF Técnica possui
tal obrigação, eis que detentora da documentação referente ao contrato de
trabalho.

Nesse passo, analisando os documentos coligidos pelo


reclamante aos autos, facilmente é possível identificar que a segunda Reclamada
não possui legitimidade para figurar no polo passivo da presente reclamação,
sendo improcedentes os pedidos formulados em seu desfavor.

Em respeito ao princípio da eventualidade, a segunda


Reclamada passa a impugnar todos os pedidos e alegações efetuadas pelo
reclamante, uma vez que não restou comprovada qualquer responsabilidade da
empresa Winner ST do Brasil em relação ao contrato de trabalho firmado havido
entre o autor e empresa diversa.

Conforme ser verifica, a presente Reclamação Trabalhista foi


ajuizada mediante a reunião de informações contraditórias, cumprindo à RIO
RF a guarda, posse e a apresentação documentos relacionados com o contrato
de trabalho da demandante.

Vale frisar, que no primeiro processo, o reclamante não


apresentou qualquer alegação de que teria sido contratado para laborar para as
duas reclamadas, Rio RF e Winner ST, ou seja, por razões desconhecidas, o autor

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tenta inovar em sua narrativa com o objetivo de ludibriar este respeitável Juízo
mediante narrativa inverídica.

Data vênia, diante da inexistência de grupo econômico, não


tendo sido comprovada qualquer responsabilidade da Winner ST do Brasil,
tampouco a extinção das atividades da empresa Rio RF, caso ultrapassadas as
preliminares, a presente reclamação deverá ser julgada improcedente em relação
à Winner ST.

Quanto ao pedido de pagamento de pagamento do FGTS e da


multa de 40%, do mesmo modo não poderá a segunda reclamada ser condenada
ao pagamento de tais verbas, e ainda, cumpria ao Reclamante ter provado a
ausência dos depósitos por meio de documento atualizado à época da
distribuição demanda, na forma do artigo 373, I do CPC.

Assim sendo, eventual responsabilidade pelo pagamento das


verbas contratuais ou rescisórias compete à empresa Rio RF Técnica, devendo ser
julgados improcedentes todos os pedidos formulados na exordial.

II.2 – DA IMPROCEDÊNCIA DO PEDIDO DE INDENIZAÇÃO POR


ACÚMULO DE FUNÇÃO – PEDIDO JÁ DECIDIDO E JULGADO
IMPROCEDENTE NOS AUTOS DA RT N.º 0100316-15.2020.5.01.0051 –
LITIGÂNCIA DE MÁ FÉ – ATO ATENTATÓRIO CONTRA A DIGNIDADE
DA JUSTIÇA

Conforme se verifica, o reclamante pleiteia o pagamento de


indenização no valor de R$ 5.097,84 referente ao suposto acúmulo de função,
sendo certo, conforme já destacado, que a empresa Winner ST não é parte
legítima para responder aos termos da presente demanda, não tendo integrado a
relação contratual havida entre o autor e a primeira reclamada.

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Em que pese a inexistência de legitimidade da segunda


reclamada, e muito embora esta empresa não seja conhecedora dos detalhes da
relação empregatícia invocada pelo reclamante, analisando a sentença prolatada
nos autos do processo n.º 0100287-42.2017.5.01.0027 verifica-se que o pedido de
pagamento de indenização por suposto acúmulo de função e seus consectários já
foram julgados improcedentes, conforme se destaca:

“(....) Os requisitos para a configuração para o serviço de


"vigilância" estão descritos na Lei 7.102/83, sendo exigida a
participação do profissional em curso de formação, além de ser
garantido o uso de uniforme especial e o porte de arma, durante
a execução do serviço. Na hipótese dos autos, o reclamante não
produziu provas quanto à verificação dessas características,
durante sua rotina de trabalho.

Ademais, a realização de eventuais rondas pelo reclamante é


compatível com a atribuição de controle do acesso ao seu local
de trabalho, de modo a impedir o ingresso de pessoas não
autorizadas nas dependências do condomínio, conforme
destacado na defesa da primeira ré. Neste passo, as atividades
descritas pelo autor estão em conformidade com as atribuições
típicas de sua função de "agente de portaria", sem que isto
configure o serviço de "vigilância", ante a inexistência de
formação técnica do autor para esta profissão, além da ausência
de verificação do porte de arma.

Assim, julgo improcedente o pedido de reconhecimento do


suposto acúmulo de função e de pagamento do adicional de
40% (quarenta por cento) sobre o salário-base e seus reflexos
sobre as demais verbas contratuais e rescisórias. (....)”

Desse modo, o ajuizamento de reclamação trabalhista com


pedido idêntico já inserido nos autos do processo n.º 0100287-42.2017.5.01.0027,
e que foi julgado improcedente, trata-se de postura maliciosa, buscando novo
posicionamento jurisdicional mais favorável, gera prejuízos tanto para a empresa

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quanto para o próprio Poder Judiciário, que já se encontra abarrotado de


processos, sendo imperioso destacar, que o Reclamante não delimitou tal
pedido o período reclamado no segundo processo, tendo destacado que “(....)
Desde o início do contrato de trabalho até o final, o reclamante passou a acumular o cargo
de agende de portaria ao cargo de vigilante (....)”, não restando qualquer dúvida de
que o autor apresenta a mesma narrativa abrangendo todo o período de vigência
do contrato de trabalho.

Nesse sentido, considerando que a Winner ST do Brasil é parte


ilegítima para figurar como reclamada, resta ainda mais caracterizada a litigância
de má fé do reclamante, que juntamente com seu patrono, empregou toda sua
astúcia com o escopo de obter vantagem indevida mediante a formulação de
pedido já julgado improcedente, ferindo de forma vil a dignidade da justiça!

Assim, tendo em vista o proceder temerário do Reclamante e


de seu patrono, requer que seja aplicada multa a título de litigância de má fé com
fundamento no artigo 793-A c/c art. 793-B, Inciso V da CLT, uma vez que o
reclamante, de modo temerário, indicou a Winner ST como integrante de grupo
econômico, e como se não bastasse tal fato, ainda renovou pedido julgado
improcedente em outra reclamação, devendo ser aplicada multa consoante os
parâmetros dispostos pelo artigo 793-C da CLT, bem como julgado improcedente
o pedido de pagamento de indenização por acúmulo de função e seus
consectários.

II.3 – DA IMPROCEDÊNCIA DOS PEDIDOS DE PAGAMENTO DE


HORAS EXTRAS EM RAZÃO DA SUPOSTA SUPRESSÃO DO
INTERVALO INTRAJORNADA E DE SEUS CONSECTÁRIOS

Na mesma linha de argumentação, tendo em vista que o


Reclamante JAMAIS prestou serviços para a Winner ST do Brasil, sendo esta
parte ilegítima para figurar no polo passivo da presente reclamação, e ainda,

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considerando que inexiste grupo econômico, não há que se falar em pagamento


de horas extras em razão da suposta supressão parcial do intervalo intrajornada,
tampouco em reflexos no RSR e nas demais verbas contratuais e rescisórias.

Não obstante, há que se observar, que o reclamante não


produziu qualquer prova sequer capaz de demonstrar o fato constitutivo de seu
alegado direito, não sendo crível que o autor tenha laborado por tantos anos para
a primeira reclamada, ainda mais em horário noturno, sem usufruir de 01 (uma)
hora para realizar suas refeições e gozar de descanso.

Destarte, requer que seja julgado improcedente o pedido de


pagamento, integração e reflexo das horas extras.

III – DA MULTA DO ART. 477 DA CLT – DESCABIMENTO

Considerando que o reclamante não é funcionário da empresa


Winner ST do Brasil, não há que se falar em aplicação da multa do artigo 477, §8º
da CLT, devendo julgado improcedente o pedido de aplicação da referida
multa em desfavor da contestante.

Data Vênia, não há que se falar em aplicação da multa prevista


no art. 477, da CLT, haja vista que as verbas rescisórias devidas foram
depositadas no prazo legal e de forma integral, não havendo que se falar em
diferenças de pagamento a serem quitadas e muito menos em pagamento de
multa do art. 477, § 8º da CLT.

Nesse sentido, importante se faz ressaltar, que o entendimento


doutrinário e jurisprudencial dominante é no sentido de ser indevida qualquer
multa do art. 477, § 8º da CLT, em face de diferenças de verbas rescisórias
eventualmente não pagas, razão pela qual requer desde logo que seja julgado
improcedente o pedido formulado nesse sentido.

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IV - DA IMPROCEDÊNCIA DO PEDIDO DE APLICAÇÃO DA MULTA


DISPOSTA PELO ART. 467 DA CLT

Tendo em vista que a segunda reclamada não é a real


empregadora do reclamante, descabe o pedido da incidência da multa de 50%
(artigo 467 CLT) sobre o valor das verbas devidas, devendo ser julgado
improcedente tal pedido.

O reclamante não trouxe aos autos qualquer prova


documental para comprovar a veracidade de suas alegações, sendo controversa
a questão suscitada na exordial de que teria sido dispensado de forma injusta. -
Existente controvérsia, inaplicável a dobra salarial, prevista no artigo 467 da CLT.

Ademais, cumpre ressaltar que a dobra salarial de que trata o


artigo 467, da CLT, só é aplicável aos salários em sentido estrito. Além de que o
pedido da parcela não é líquido e certo, logo inaplicável a dobra do artigo 467,
da CLT.

Aliás, nesse sentido, temos o seguinte entendimento


jurisprudencial, in verbis:

"A dobra salarial prevista no artigo 467, da CLT, refere-se


unicamente a salários 'strictu senso', nela não se compreendendo
o aviso prévio, 13º salários e férias, ou mesmo horas extras. A
aplicação do dispositivo legal pressupõe ainda, a natureza
incontroversa da verba salarial. Qualquer controversia razoável,
afasta a dobra salarial." (TRT-PR-RO 3670/89 - Ac. 3ª T. 5402/90,
Rel. Juiz Euclides Alcides Rocha).

Em face da controvérsia estabelecida, descabe a aplicação da


dobra requerida, merecendo tal pedido ser julgado improcedente.

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V - DA IMPROCEDÊNCIA DO PEDIDO DE PAGAMENTO DE


HONORÁRIOS DE SUCUMBÊNCIA – DA NECESSÁRIA CONDENAÇÃO
DO RECLAMANTE E DE SEU PATRONO AO PAGAMENTO DOS
PREJUÍZOS GERADOS PARA A CONTESTANTE EM RAZÃO DO
CUSTEIO DA PRESENTE RECLAMAÇÃO

Conforme se verifica, o reclamante ajuizou a presente


reclamação trabalhista de forma equivocada, pois não demandou corretamente
contra a empresa responsável por seu contrato de trabalho, e ainda, apresentou
pedido de pagamento de honorários advocatícios, pedido esse que deverá ser
julgado improcedente.

Por outro lado, tendo em vista os prejuízos causados à


segunda Reclamada em razão do custeio de advogado para a apresentação da
presente defesa, deverá o reclamante ser condenado ao pagamento das custas
processuais e honorários de sucumbência, e ainda, ao pagamento de multa a
título de litigância de má fé, com fulcro nos artigos 791-A, 793-A e 793-B, inciso
II da CLT.

VI - DO REQUERIMENTO FINAL

Ex Positis, requer a segunda reclamada que seja acolhida a


preliminar de ilegitimidade passiva, e, por conseguinte, que a presente
reclamação seja extinta sem resolução do mérito na forma do artigo 485, VI do
Código de Processo Civil, devendo ainda afastada a alegação de caracterização
de grupo econômico.

Em respeito ao princípio da eventualidade, no mérito requer


que sejam julgados improcedentes todos os pedidos formulados pelo reclamante
e impugnados pela segunda Reclamada, em face de toda a fundamentação supra,
requerendo, por cautela, em caso de eventual condenação, a compensação das

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verbas pagas pelos mesmos títulos no decorrer do contrato, evitando-se assim, o


enriquecimento sem causa do reclamante.

REQUER A IMPROCEDÊNCIA DE TODOS OS PEDIDOS


FORMULADOS NA INICIAL, CONDENANDO O RECLAMANTE AO
PAGAMENTO DAS CUSTAS PROCESSUAIS, HONORÁRIOS DE
SUCUMBÊNCIA E MULTA A TÍTULO DE LITIGÂNCIA DE MÁ FÉ.

Outrossim, requer que seja concedido prazo para


manifestação acerca dos documentos gravados com sigilo, bem como para
juntada de novos documentos.

Protesta por todos os meios de prova em direito admitidos,


em especial prova documental, testemunhal e depoimento pessoal do
reclamante.
Termos em que,
Pede deferimento.

Rio de Janeiro, 06 de novembro de 2020.

RICARDO HOLANDA VERGARA DE OLIVEIRA


OAB/RJ 132.292

Assinado eletronicamente por: RICARDO HOLANDA VERGARA DE OLIVEIRA - 08/11/2020 19:38:50 - 2eb49c9
https://pje.trt1.jus.br/primeirograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=20110819374645100000122089633
Número do processo: 0100316-15.2020.5.01.0051 ID. 2eb49c9 - Pág. 13
Número do documento: 20110819374645100000122089633

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