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DOS FATOS
Primeiramente, frise-se que a ré é uma agência de viagens online, que reúne oferta de diárias
em hotéis e pacotes (aéreo + hospedagem). O usuário de sua plataforma, ao adquirir os
pacotes, escolhe três datas possíveis para realizar sua viagem, tendo a opção de informar
diversos pedidos para que seja realizada, simultaneamente, as viagens de pedidos e viajantes
diversos, e, em até 45 dias antes da primeira data sugerida, a ré confirma as reservas.
Cartão de crédito do 2º
autor, em 12 parcelas de Nome
R$ 00.000,00, nas faturas Rafaela Figueiredo dos Anjos com vencimento entre Campos
20/12/2018 a 20/11/2019.
autor, em 8 parcelas de NomeR$ 1.061,25, nas faturas Sandra Regina de C. Campos com
vencimento entre Carlos Alberto de O. Campos 20/12/2018 a 20/07/2019. Andeson Alves
Campos
autor, em 8 parcelas de
20/12/2018 a 20/07/2019.
20/12/2018 a 20/09/2019.
Releva enfatizar que no status da primeira autora junto ao Endereçoanexo, consta a aquisição
de um pedido não listado acima, o de nº (00)00000-0000, de 07/11/2018, na quantia total de
R$ 00.000,00. Contudo, tal pedido foi cancelado no mesmo dia da compra, e na fatura do
cartão de crédito do 2º autor anexa, com vencimento em 20/12/2018, consta a cobrança da
referida quantia seguida do estorno na mesma data, e mensagem de e-mail anexa, na qual
restou mencionado tal cancelamento.
Prosseguindo. Em 26/08/2019, a primeira autora optou pelas datas desejadas para a realização
das viagens das 18 pessoas. E, em resposta, a empresa ré, através da mensagem de e-mail
anexa, enviada à primeira autora ainda em 26/08/2019, contendo o nome dos 18 viajantes e
os números dos pedidos supramencionados, informou a disponibilidade para viagem de ida em
14/10/20219 , com saído do Rio de Janeiro (GIG) às 15h e 10min, e chegada em Natal (NAT) às
18h e 10min; e de volta em 21/10/2019, com saído de Natal (NAT) às 18h e 50min, e chegada
no Rio de Janeiro (GIG) às 21h e 55min.
Assim, a autora aceitou as datas oferecidas, e em 27/08/2019, restou-lhe confirmada pela ré,
também através de mensagem de e-mail anexa, datada de 27/08/2019, e protocolo de
atendimento nº (00)00000-0000.
Os demais viajantes, quais sejam: 1. Danieli Leckar do C. Neves; 2. Gabriel Leckar do C. Neves;
3. Nome; 4. Luiza Leckar do Couto Neves; e 5. Nome, que tem uma proximidade menor com a
autora e estavam inseridos no pedido nº (00)00000-0000, que continha dez viajantes,
realizaram suas viajantes no período agendado.
Prosseguindo. Conforme detalhamento supra, a autora adquiriu dezoito pacotes, em cinco
pedidos distintos, e, por tal motivo, as solicitações de cancelamento dos pacotes receberam
cinco números de protocolos, quais sejam: (00)00000-0000, (00)00000-0000, (00)00000-0000,
(00)00000-0000, (00)00000-0000, conforme mensagens de e-mails anexas datadas de
11/10/2019, nas quais constam, ainda, que a primeira autora receberia por e-mail todo o
andamento de suas solicitações. Fato que não ocorreu, haja vista que a autora quem realizara
contato telefônico com a ré todas as vezes que desejava saber sobre suas solicitações.
Ressalta-se que, no ato das solicitações de cancelamento, cujos números de protocolos foram
mencionados acima, a autora foi informada de que receberia o reembolso integral dos valores
pagos pelos pacotes de viagens, ante a justificativa apresentada para o cancelamento. Todavia,
posteriormente, através da mensagem datada de 11/10/2019, às 20h e 32minutos (anexa),
recebeu a seguinte informação: "... Lamentamos não conseguir a isenção da multa devido a
todo o serviço confirmado para a sua viagem, devido à proximidade da data da viagem...".
Contudo, em novembro de 2019, a autora foi surpreendida com a reallização de três TED’s
ralizados pela ré para a sua conta bancária, sendo dois na quantia de R$ 00.000,00cada,
referente a um pacote de viagem cada, e um na quantia de R$ 00.000,00, referente a três
pacotes, ou seja, a ré realizou a devolução da quantia paga referente a apenas cinco pacotes
de viagens, e com dedução de 40% do valor pago.
Dessa forma, a autora ligou para a ré e questionou a ausência de repasse dos valores pagos
pelos demais pacotes e a dedução de multa excessivamente onerosa. E, no ato, a preposta da
ré informou que os demais valores seriam creditados posteriormente. Entretanto, apesar de
inúmeras outras ligações telefônicas realizadas para a ré pela autora, a fim de que as
devoluções das demais quantias fossem efetivadas, até a presente data, a ré não efetivou.
DOS FUNDAMENTOS
devem incidir as normas da Lei 8078/90, mais especificamente o preceito contido no caput de
seu artigo 14, que consagra a responsabilidade civil objetiva dos fornecedores de serviços.
Não se pode olvidar que houve falha no serviço prestado pelo banco réu, tratando-se da
aplicação da chamada teoria do risco do empreendimento, conforme a lição do ilustre
Desembargador Nome:
"Pela teoria do risco do empreendimento, todo aquele que se disponha a exercer alguma
atividade no mercado de consumo tem o dever de responder pelos eventuais vícios ou
defeitos dos bens e serviços fornecidos, independentemente de culpa. Este dever é imanente
ao dever de obediência às normas técnicas e de segurança, bem como aos critérios de
lealdade, quer perante os bens e serviços ofertados, quer perante aos destinatários dessas
ofertas. A responsabilidade decorre do simples fato de dispor-se alguém a realizar a atividade
de produzir, estocar, distribuir e comercializar produtos ou executar determinados serviços. O
fornecedor passa a ser o garante dos produtos e serviços que oferece no mercado de
consumo, respondendo pela qualidade e segurança dos mesmos." (Programa de
Responsabilidade Civil. 2a Edição. São Paulo: Malheiros. 1998, p. 366).
Os fatos narrados configuram a insegurança do serviço e caracteriza o seu defeito, nos termos
do art. 14, § 1º da Lei 8.078/90.
Os fatos descritos nestes autos ultrapassam, por certo, o mero aborrecimento, não tendo
como se negar o defeito apresentado acarretou sérios transtornos à autora.
De acordo com a súmula 75 deste TJRJ, o descumprimento do contrato, por si só, não enseja
indenização a título de danos morais. Contudo, a conduta reprovável da ré é decorrente da
falta de cuidado, e este descaso causou a autora aborrecimentos e transtornos que não podem
ser considerados corriqueiros do dia a dia, caracterizando-se, assim, dano moral "in re ipsa",
decorrentes da própria situação alegada, passível de ser indenizado.
Ademais, o Código de Defesa do Consumidor (Lei nº 8.078/90), prevê como direito básico do
consumidor, em seu artigo 6º, inciso VI, a efetiva reparação dos danos morais.
Neste sentido faz-se mister citar-se a lição de Antônio Herman Vasconcellos e Benjamin, que
se segue:
"A indenizabilidade do dano moral vem prevista expressamente no CDC, que assegura ao
consumidor, como direito básico, ‘o acesso aos órgãos judiciários e administrativos, com vistas
à prevenção ou reparação de danos patrimoniais e morais, individuais, coletivos ou difusos’.
" é a lesão de bem integrante da personalidade, tal como a honra, a liberdade, a saúde, a
integridade psicológica, causando dor, sofrimento, tristeza, vexame e humilhação à vítima
"(Programa de Responsabilidade Civil. 2a Edição. São Paulo: Malheiros. 1998).
Quanto ao valor requerido pelo dano moral, mister observar, que a fixação da indenização
requer moderação, levando-se em conta não só o grau de culpa, mas também o nível
socioeconômico da parte autora e, ainda, o porte econômico da parte Ré, orientando-se a
Justiça pelos critérios sugeridos pela jurisprudência, com razoabilidade, valendo-se da
experiência comum e bom senso, como também da análise da realidade social e das
peculiaridades de cada caso.
Ademais é importante ressaltar que a indenização por danos morais tem por finalidade não
apenas o caráter compensatório, mas também o caráter pedagógico/punitivo que deve
nortear o valor da indenização. Esta deve servir de desestímulo ao ofensor e no mesmo passo
o enriquecimento sem causa, e garantir, sobretudo, a reparação razoável ao ofendido da lesão
que injustamente suporte.
É consabido que a verba de dano moral não pode constituir uma forma de enriquecimento
para o ofendido. No entanto, tampouco pode representar um valor ínfimo, desproporcional à
conduta ilícita do ofensor.
A proteção do bem moral está presente na Constituição Federal de 1988 no artigo 5º, V e X,
em razão disso, a indenização por danos morais representa uma punição efetiva bem como um
desestímulo para a prática de atos ilícitos.
A inversão do ônus da prova, que tem o intuito de sanar situação fática de hipossuficiência
técnica e econômica de uma das partes configurava-se necessária, haja vista a flagrante
situação de desequilíbrio existente entre a empresa ré e pessoas usuárias dos serviços
oferecidos.
DOS PEDIDOS
2. a aplicação da inversão do ônus da prova, nos termos do art. 6º VIII do CDC, ante a presença
de seus requisitos;
b) a restituir à autora a quantia de R$ 00.000,00, referente aos valores pagos pelos oitos
demais pacotes de viagem, que não lhe foi restituído até a presente data, devidamente
acrescido de juros e correção;
Nome
00.000 OAB/UF