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Existe alguma tendência social para se considerar que as pessoas deprimidas são simplesmente
preguiçosas e não têm força de vontade, o que não é verdade. Estar deprimido não é ser
preguiçoso!
Muitas pessoas deprimidas tendem a ser perfeccionistas, estabelecendo padrões muito elevados
de exigência consigo próprias e criticando-se constantemente por não atingirem estes padrões.
Desafie este perfeccionismo e convide-o a vir para a realidade e a compreender que não
precisamos de ser perfeitos.
Sabemos que na depressão, o foco da atenção está direcionado para as situações de falhanço e a
pessoa tem menor capacidade de captar os acontecimentos positivos. Pelo que o mindfulness
enquanto prática mental facilita o foco da atenção de uma maneira particular – de propósito, no
momento presente e sem julgamento. Neste sentido, deixo-lhe um pequeno exercício de
mindfulness:
Para começar, certifique-se que não será interrompido durante a realização deste exercício. Sente-
se numa posição confortável, com os pés assentes no chão e com uma postura direita, mas não
demasiado rígida. Coloque as suas mãos simetricamente sobre o colo ou sobre as pernas e utilize
um relógio/despertador que no final do tempo emita um sinal sonoro e marque 1 minuto. Feche os
olhos e foque apenas a sua atenção na respiração momento a momento. Sinta apenas os
movimentos de ar e concentre-se na forma como inspira e expira. Mesmo durando o exercício
apenas 1 minuto, ao fim de um momento, é natural que a sua mente comece a fugir para outros
pensamentos que não a respiração – não faz mal, não significa que esteja a fazer o exercício mal;
simplesmente quando se aperceber de que descentrou a sua atenção da respiração, aceite essa
fuga com uma postura de não julgamento e traga a sua mente novamente de volta à sua
respiração. Quando o minuto terminar e abrir os olhos lentamente, note como se está a sentir
nesse momento – talvez um pouco mais fresco e mais acordado, com a mente um pouco mais
aberta.
Planear actividades para ultrapassar a depressão
É certo e sabido que a depressão é um ciclo vicioso. A probabilidade de o tornar mais lento mental
e fisicamente, é elevada. Paradoxalmente, tornar-se mais activo tem muitas vantagens e um
excelente contributo para driblar alguns dos sintomas depressivos.
Quando está deprimido, pode pensar que não está a fazer nada, não está a conseguir nada, e que
nada lhe interessa e agrada. Pode ser difícil organizar o seu tempo de forma produtiva, ou
envolver-se em actividades que antes lhe davam prazer. Sabia que a actividade motiva-o para
fazer mais e pode ajudar a ultrapassar a depressão?
A actividade fá-lo-á sentir-se melhor – Pelo menos, ajuda a contornar os pensamentos negativos
da sua cabeça. Aos poucos dar-lhe-á a sensação de que consegue controlar a sua vida outra vez,
e de que consegue fazer as coisas que são importantes para si. Pode mesmo descobrir que há
coisas que gosta de fazer, depois de as tentar.
A actividade fá-lo-á sentir-se menos cansado – Habitualmente quando está mais cansado, precisa
de descanso. Quando está deprimido, passa-se o contrário, precisa de fazer mais. Não fazer nada
só o faz sentir-se mais apático e exausto. E não fazer nada deixa a sua mente desocupada, pelo
que pensa mais nas dificuldades, ficando ainda mais deprimido.