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Modelos Comportamentais

cognitivos
Francisco Lotufo Neto
IPUSP
FMUSP
Modelos comportamentais para Depressão
• Reforços inadequados
• Ausência de reforços positivos
• Frequência elevada de reforços negativos

• Punição

• Desamparo aprendido

• Extinção
Reforços inadequados – Ferster (1973)
• Depressão está associada à perda de atividades.
• Diminuição da frequência de reforços positivos e aumento dos reforços
negativos.
• Reforços positivos ocorrem em comportamentos associados a:
• relacionamento positivo e gratificante com outra pessoa,
• sentir-se produtivo no trabalho,
• estar com amigos.
• Reforços negativos
• Aumento da frequência de comportamentos de esquiva ou fuga para evitar
estimulação aversive perpetuando o problema e o sofrimento:
• evitar conflitos ao não encontrar uma pessoa,
• deixar de lado responsabilidades no trabalho ou em casa,
• desculpas para se isolar.
Reforços inadequados - Hipóteses
• Mudanças no ambiente
• Acontecimentos da vida
• Mudança de bairro e perda da rede social

• Reforços com razão fixa muito grande


• Precisar trabalhar muito mais para atingir expectativas
• Esforço muito grande para ser reforçado
• Tentativas de compensar isto : Hora extra paga, bônus

• Quando a tarefa é cumprida há uma lentificação da resposta para a


próxima tarefa.
Reforços inadequados (Lewinsohn 1976)
• Disforia é resultado de redução de comportamentos reforçados positivamente.

• Característica da pessoa com depressão


• Ausência de resposta contingente ao reforço positivo:
• Perda do poder reforçador positivo de eventos que costumavam sê-lo;
• Mudanças no ambiente que tornam o reforço não mais disponível;
• O reforçador está disponível, mas a pessoa perdeu a habilidade de ter
acesso a ele.
Bases teóricas

• Boa parte do funcionamento humano é função de reforçamento positivo.

• Seres humanos são responsáveis pelo reforçamento.

• Se fontes estáveis de reforço desaparecem o resultado é a depressão.

• Papel da esquiva dos estímulos aversivos.

Ferster C. American Psychologist 28:857-870, 1973.


Bases teóricas
• Lewinsohn
• Se a pessoa perdeu as fontes principais de reforço positivo, o
tratamento deve focar no restabelecer contato com os reforçadores
(agendá-los de forma ativa) e ensinar as habilidades necessárias para
obter e manter contato com fontes estáveis de reforço (Treino de
habilidades).
• Lewinsohn P (1974) In Friedman & Katz. Psychology of Depression:
Contemporary theory and research.
Punição
• Estímulo aversivo aplicado após a emissão de um comportamento.
• Tipo I – estímulo aversive contingente ao operante
• Castigo físico na criança
• Exigir produtividde a qualquer custo, desqualificar
• Tipo II – retirar um reforço positivo
• Não dar atenção
• Falta de reonhecimento ou elogio

• Técnica de controle que tenta eliminar um comportamento considerado inadequado.

• No ambiente da pessoa com depressão observa-se punição excessiva


• Casamento ou família
• Trabalho, prisão, serviço militar
• Agressão física
Punição (Skinner 1953 / 1968)
• Efeitos da punição
• Eliciar respondentes incompatíveis
• Estabelecer comportamentos consistentemente punidos como nova
fonte de estímulo aversivo condiconado
• Seleção de comportamentos operantes de esquiva ou fuga que
terminam o estímulo aversivo.


Desamparo Aprendido
• Perda da efetividade do comportamento operante

• Efeitos da apresentação ou suspensão de estímulos aversivos como


consequência do comportamento operante.
Desamparo Aprendido (Seligman & Maier,
1967)
• Três cachorros para investigar o efeito de choques elétricos incontroláveis.
• Dois grupos receberam choques e um não os recebia.
• Um era capaz de suspender o choque apertando uma barra com o focinho.
• O segundo não tinha uma consequência programada, ou seja não conseguia interromper o
choque.
• Quando o primeiro tocava na barra para suspender seu choque, suspendia o choque do segundo
cachorro também.
• Vinte-quatro horas depois os cachorros foram submetidos a um teste de resposta de fuga.
• O animal que aprendeu a controlar o choque foi capaz de emitir uma resposta de fuga
rapidamente.
• O animal do grupo controle que não recebeu choques também aprendeu rapidamente.
• O animal cujo comportamento não evitava os choques não aprendia a resposta de fuga, ou o fazia
com grande tempo de latência.
Extinção
• As respostas positivamente reforçadas no passado deixam de ser.
• Inicialmente a resposta aumenta em frequência e a seguir gradualmente
deixa de ser emitida.
• Extinção é uma forma de controle.
• Pacientes buscam por tratamento depois que uma perda brusca acontece.
• Morte de uma pessoada família
• Rompimento de uma relação amorosa
• Perder um emprego
• Aposentadoria
• Filhos saindo de casa
• Crianças que deixam de ser reforçadas
Modelo Cognitivo
• Genética – predisposição biológica

• Desenvolvimento e infância
• Ambiente não facilita auto-estima e auto-confiança
• Depressão parental – imitar o estilo cognitivo dos paia
• Abuso ou negligência – expectativas e crenças negativas sobre si
• Perdas precoces importantes
Modelo Cognitivo
• Circunstâncias estressantes na vida
• Eventos estressantes para qualquer pessoa
• Eventos estressantes para aquele indivíduo
Modelo Cognitivo – Estilo de pensar
• Tríade cognitiva
• Visão negativa de si
• Sou mau, inútil, imperfeito, prejudiciaç
• Avalia as experiências negativas com base em seus próprios defeitos
• Visão negativa do mundo
• Lugar ruim e rígido
• Demandas inexoráveis, problemas impossíveis, relacionamentos limitantes e
fracassados
• Visão negativa do futuro
• Cruel, desanimador, perdido, sem saída
Modelo Cognitivo
• Crenças centrais
• Fracasso, perdas, inutilidade
• Rejeita evidências que podem alterar humor negativo
• Mudanças de comportamento
• Isolamento
• Redução de atividades
• Mudanças nos afetos
• Diminuição do prazer, letargia, desesperança, humor depressivo,
pensamento suicida
Modelo Cognitivo
• Atribuições cognitivas
• Atribuir os eventos negativos da vida a causas estáveis e internas.
• Crer que os eventos da vida terão consequências deletérias de longa duração.
• Erros de lógica
• Distorções cognitivas
• Culpa por acontecimentos sobre os quais não tem controle
• Desempenho cognitivo
• Lentificação do pensamento
• Redução da abstração, concentração e memória.
Estrutura da Terapia Comportamental
Cognitiva
• Formato metódico e preciso
• Programação sessão por sessão
• Aprendizado de ferramentas
• Instrução sobre a natureza da depressão
• Abordagem direta do humor e dos pensamentos negativos
• Ideação suicida e desesperança
• Nível elevado de atividade do terapeuta
• Contrapõe inércia e passividade inidial da pessoa com depressão
Estrutura da Terapia Comportamental
Cognitiva
• Incentivo a agir diferente
• Aprender a monitorar pensamento e estabelecer objetivos, listar
problemas, aprender a resolvê-los.
• Confronto da desesperança com evidências
Estrutura da Terapia Comportamental
Cognitiva
• Ativação comportamental
• No início para pacientes graves
• Aumentar a atividade construtiva e voltada para os valores
• Experimentar pequenos incrementos de atividade para lidar com o
temor de sentir pior.
• Normalizar sono, alimentação
• Retorno de cuidados pessoais
• Retorno aos contatos pessoais
• Manejo do estresse, relaxamento para os respondentes
Estrutura da Terapia Comportamental
Cognitiva
• Aprender alternativas racionais para os Pensamentos Automáticos
Negativos
• Identificar crenças negativas
• Coleta de evidências,
• análise das vantagens e desvantagens,
• testar alternativas racionais,
• flexibilizar pensamentos
• Assertividade
Estrutura da Terapia Comportamental
Cognitiva
• Lidar com o risco de suicídio
• Rotina, desesperança, ideação focados de forma objetivo
• Assegurar ambiente protegido
• Razões para viver
• Razões e motivação para o suicídio
• Avaliar precisão do pensamento sobre as consequências do suicídio
• Identificar problemas que tenta resolver através do suicídio
• Revisar momentos onde resolveu situações difíceis
• Tornar específico problemas vagos
• Lista de coisas que dão esperança
• Linha do tempo futura – o que irá perder.
Referências
• Sudak DM. Terapia cognitivo-comportamental na prática. Artmed,
Porto Alegre, 2008.
• Abreu PR & Santos CE. Behavioral Models of Depression: A Critique of
the Emphasis on Positive Reinforcement. International Journal of
Behavioral Consultation and Therapy Volume 4, No. 2: 130 - 145,
2008.

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