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MERITÍSSIMO JUÍZO DA VARA FEDERAL DA SUBSEÇÃO JUDICIÁRIA DE

${cliente_nomecompleto}, já cadastrado eletronicamente, vem,


respeitosamente, perante Vossa Excelência, com fulcro nos arts. 350 e
351 do CPC/2015, dizer e requerer o que segue.

Apesar do visível esforço despendido na contestação (Evento ${informacao_generica}),


o Réu não logrou êxito em descaracterizar os argumentos trazidos na inicial.

A Autarquia Previdenciária alega não haver elementos aptos a comprovar a qualidade


de segurada especial da Demandante. Tais argumentos se quedam totalmente desamparados.
É o que passa a expor.

Das Notas Fiscais de Produtor anexas se exprime que a Demandante exerce atividade
rural desde o ano de ${data_generica}, praticada em regime de economia familiar, o que
demonstra o cumprimento do período de carência necessário para auferir o benefício, tão
como sua condição de segurada especial.

Outrossim, imperioso destacar a lição de Daniel Machado da Rocha e José Paulo


Baltazar Junior, em sua obra[1] de Direito Previdenciário:

Esgrima-se que o mero exercício de outra atividade não seria suficiente para
descaracterizar o regime de economia familiar. É que o Estatuto da Terra (Lei nº
4.504/64), em seu art. 4º, definia propriedade familiar como “imóvel rural que, direta e
pessoalmente explorado pelo agricultor e sua família, lhes absorva toda a força de
trabalho, garantindo-lhes a subsistência e o progresso social e econômico, com área
máxima fixada para cada região e tipo de exploração, e eventualmente, trabalho com
ajuda de terceiros”. A locução “lhes absorva toda a força de trabalho”, também
presente no Decreto-lei nº 1.166/71, foi omitida na LC nº 11/71, bem como na atual
legislação. Daí concluir-se-ia que a lei não mais exigiria fosse exclusiva a atividade
agrícola, bastando que o trabalho seja indispensável à própria subsistência. Desse
modo, somente estaria descaracterizado o regime de economia familiar quando a
renda obtida com a outra atividade fosse suficiente para a manutenção da família, de
modo a tornar dispensável a atividade agrícola. [...] (grifei)
Note-se, então, que o labor rural da Requerente somente restaria descaracterizado na
hipótese de os ganhos do cônjuge se mostrarem suficientes à mantença do lar, de modo a
tornar dispensável a lida campesina da Autora.

Entretanto, não é esta a circunstância apresentada nos autos.

Os documentos acostados ao presente feito dão conta de que a atividade agrícola


praticada pela Demandante é indispensável à mantença do grupo familiar, constituindo a
principal fonte de renda da família. Tal fato poderá ser comprovado mediante depoimento
testemunhal.

Assim sendo, a Demandante REQUER, desde já, seja determinada a realização de


audiência de instrução e julgamento, a fim de demonstrar que a atividade rural praticada é
indispensável à própria subsistência.

Destarte, fundamental seja deferido o benefício ora pretendido à Requerente, conforme


dispõem os dispositivos relacionados à matéria, o entendimento jurisprudencial e doutrinário.

REQUERIMENTOS

ASSIM SENDO, resta derrocada toda a fundamentação alçada pelo réu na peça
contestatória, motivo pelo qual a Autora requer o prosseguimento do feito e, para que não
pairem quaisquer dúvidas a respeito da qualidade de segurada especial, a apreciação do pedido
de produção de prova testemunhal.

Nesses Termos;

Pede Deferimento.

, 20 de junho de 2023.
Taywan Pereira Silva
OAB/AL 15.904

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