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DIREITO

Simone Helen Drumond Ischkanian

ARTIGO 150 DO CÓDIGO PENAL (CP) – VIOLAÇÃO DE DOMICILIO.


Classificação do Crime: Crime comum, que pode ser praticado por qualquer pessoa.
Sujeito Ativo: Pode ser qualquer pessoa que pratique o ato de violar o domicílio alheio.
Sujeito Passivo: É a pessoa prejudicada pela violação do domicílio, ou seja, o titular do direito de posse
sobre o local.
Objeto Material: Domicílio invadido sem autorização.
Objeto Jurídico: A inviolabilidade do domicílio, garantindo a privacidade e a segurança da residência.
Elemento Subjetivo: Intenção de violar o domicílio, sabendo que não tem autorização para isso.
Próprio: Praticado por quem realiza a ação de invadir o domicílio.
Formal: Simples invasão do domicílio, independentemente de eventuais danos causados.
Material: Exige a efetiva invasão do domicílio.
Forma Livre: A forma é livre, o que significa que o agente pode escolher o meio pelo qual irá realizar a
invasão do domicílio.
Comissivo: Exige uma ação positiva do agente, que é a invasão do domicílio.
Instantâneo: Consuma no momento em que o domicílio é invadido.
De Perigo Concreto: Invasão do domicílio represente efetivamente uma ameaça à privacidade e segurança
dos ocupantes.
De Perigo Abstrato: Um crime de perigo abstrato, pois a mera invasão do domicílio já é suficiente para
configurar o delito.
Unissubjetivo: Unico agente, não sendo necessariamente plurissubjetivo.
Plurissubjetivo: Uma pessoa, como em situações de invasões realizadas por grupos.
Unissubsistente: Simples invasão do domicílio, independente do resultado obtido.
Admite Tentativa: Admite tentativa, quando o agente, tenta invadir o domicílio, mas não obtém sucesso.

Jurisprudência do STJ/STF: ARTIGO 150 DO CÓDIGO PENAL (CP) – VIOLAÇÃO DE


DOMICILIO.

Violação de domicílio – indícios de flagrante delito – desnecessidade de mandado de busca e


apreensão

"A inviolabilidade domiciliar não é direito absoluto, podendo ser afastada em caso de flagrante delito ou
desastre, nos termos do artigo 5º, inciso XI, da Constituição Federal. O crime de tráfico de drogas, tipificado
no artigo 33, caput, da Lei no. 11.343/06 é classificado como permanente, ou seja, a consumação e a
flagrância protraem-se no tempo. Havendo indícios de flagrante delito no interior da residência, fica
caracterizada a justa causa apta a autorizar o ingresso no domicílio, independentemente de consentimento do
morador e mandado judicial. Preliminar de nulidade da prova por violação de domicílio afastada."

Acórdão 1672852, 07113019320218070001, Relator: ESDRAS NEVES, 1ª Turma Criminal, data de


julgamento: 1/3/2023, publicado no DJE: 17/3/2023

ARTIGO 151 DO CÓDIGO PENAL (CP) – VIOLAÇÃO DE CORRESPONDÊNCIA


Classificação do Crime: Crime comum, que pode ser praticado por qualquer pessoa.
Sujeito Ativo: Pode ser qualquer pessoa que pratique o ato de violar a correspondência alheia.
Sujeito Passivo: É a pessoa prejudicada pela violação da correspondência, geralmente o destinatário
legítimo.
Objeto Material: Própria correspondência que foi violada sem autorização.
Objeto Jurídico: Inviolabilidade da correspondência, garantindo a privacidade das comunicações.
Elemento Subjetivo: Agente deve ter a intenção de violar a correspondência, sabendo que não tem
autorização para isso.
Próprio: Correspondência e a viola intencionalmente.
Formal: Simples violação da correspondência, independentemente de eventuais danos causados.
Material: Violação da correspondência.
Forma Livre: A forma é livre, o que significa que o agente pode escolher o meio pelo qual irá realizar a
violação da correspondência.
De Perigo Concreto: A violação da correspondência represente efetivamente uma ameaça à privacidade das
comunicações.
De Perigo Abstrato: Mera violação da correspondência já é suficiente para configurar o delito.
Unissubjetivo: Cometido por um único agente, não sendo necessariamente plurissubjetivo.
Plurissubjetivo: Situações de conivência ou cumplicidade na violação da correspondência.
Unissubsistente: Simples violação da correspondência, independente do resultado obtido.
Admite Tentativa: O agente tenta violar a correspondência, mas não obtém sucesso.

Jurisprudência do STJ/STF: ARTIGO 151 DO CÓDIGO PENAL (CP) – VIOLAÇÃO DE


CORRESPONDÊNCIA RECURSO DE REVISTA. INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS.
ASSÉDIO MORAL E VIOLAÇÃO DE CORRESPONDÊNCIA ELETRÔNICA (E-MAIL) . Trata-se
de pedido de indenização por danos morais, em razão de assédio moral e violação de correspondência
eletrônica (e-mail).

O Tribunal Regional, soberano na análise do conjunto probatório, entendeu que ficou comprovado o
assédio moral (por meio de perseguição, rigor excessivo e chacota) e a violação da correspondência
eletrônica (chacota baseada no conteúdo dos e-mails), ferindo direitos da imagem e vida privada da
reclamante. Assim, sob o enfoque probatório, não há como se chegar a conclusão contrária nesta
esfera recursal, pois, nos termos da Súmula nº 126 do TST, é vedado o reexame do conteúdo das
provas produzidas e a sua valoração.

A aplicação da Súmula nº 126 do TST impede o exame da alegação de violação de lei e de que foi
contrariada súmula, bem como dos arestos colacionados. Recurso de revista de que não se conhece.

INDENIZAÇÃO POR DANO MORAL. VALOR ARBITRADO. A jurisprudência desta Corte


estabelece que a revisão do valor arbitrado a título de indenização por dano moral apenas é viável
quando a condenação é irrisória ou exorbitante. No caso, a reclamada foi condenada ao pagamento de
indenização no valor de R$ 5.000,00 (cinco mil reais), e, ante os fatos consignados (assédio moral e
violação de correspondência eletrônica), não é desproporcional o valor fixado, o que não justifica a
excepcional intervenção desta Corte no feito. Recurso de revista de que não se conhece.

ARTIGO 152 DO CÓDIGO PENAL (CP) – CORRESPONDÊNCIA COMERCIAL


Classificação do Crime: O crime de violação de correspondência comercial é um crime comum, que pode
ser praticado por qualquer pessoa.
Tipo de agravo: Interno desprovido.
Sujeito Ativo: Pode ser qualquer pessoa que pratique o ato de violar a correspondência comercial alheia.
Sujeito Passivo: Violação da correspondência comercial, geralmente o destinatário legítimo.
Objeto Material: Correspondência comercial que foi violada sem autorização.
Objeto Jurídico: Confidencialidade e a inviolabilidade da correspondência comercial, garantindo a
privacidade das comunicações comerciais.
Elemento Subjetivo: Agente deve ter a intenção de violar a correspondência comercial, sabendo que não
tem autorização para isso.
Próprio: Acesso à correspondência comercial e a viola intencionalmente.
Formal: Independentemente de eventuais danos causados.
Material: Efetiva violação da correspondência comercial.
Forma Livre: A forma é livre, o que significa que o agente pode escolher o meio pelo qual irá realizar a
violação da correspondência comercial.
Comissivo: Ação positiva do agente, que é a violação da correspondência comercial.
Instantâneo: Correspondência comercial é violada.
De Perigo Concreto: A Violação da correspondência comercial represente efetivamente uma ameaça à
privacidade das comunicações comerciais.
De Perigo Abstrato: Abstrato, pois a mera violação da correspondência já é suficiente para configurar o
delito.
Unissubjetivo: Não sendo necessariamente plurissubjetivo.
Plurissubjetivo: Situações de conivência ou cumplicidade na violação da correspondência.
Unissubsistente: Violação da correspondência, independente do resultado obtido.
Admite Tentativa: O agente tenta violar a correspondência comercial, mas não obtém sucesso.

Jurisprudência do STJ/STF: ARTIGO 152 DO CÓDIGO PENAL (CP) – CORRESPONDÊNCIA


COMERCIAL
EMENTA AGRAVO INTERNO EM HABEAS CORPUS. PECULATO. CRIME CONTRA A
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA PRATICADO MEDIANTE VIOLAÇÃO DE DEVER FUNCIONAL
E VIOLAÇÃO DE CORRESPONDÊNCIA ALHEIA. PACIENTE REINCIDENTE. PRESENÇA DE
MAUS ANTECEDENTES. FATO INSIGNIFICANTE NÃO CONFIGURADO. HABEAS CORPUS
INDEFERIDO.
1. As circunstâncias do delito praticado contra a Administração Pública – cometido mediante
descumprimento de dever funcional e violação de correspondência alheia –, os maus antecedentes e a
reincidência do paciente evidenciam maior grau de ofensividade da conduta e de reprovabilidade do
comportamento, o que impede o reconhecimento de fato insignificante.
2. Agravo interno desprovido.

ARTIGO 153 DO CÓDIGO PENAL (CP) – DIVULGAÇÃO DE SEGREDO


Classificação do Crime: Praticado por qualquer pessoa.
Sujeito Ativo: Pode ser qualquer pessoa que pratique o ato de divulgar um segredo alheio sem autorização.
Sujeito Passivo: É a pessoa prejudicada pela divulgação do segredo, geralmente a titular da informação
confidencial.
Objeto Material: Próprio segredo que foi divulgado sem autorização.
Objeto Jurídico: Confidencialidade das informações e evitar que sejam divulgadas sem autorização, o que
pode causar danos a terceiros.
Elemento Subjetivo: Divulgar o segredo, sabendo que não tem autorização para isso.
Próprio: Conhecimento do segredo e divulga intencionalmente.
Formal: Simples divulgação do segredo, independentemente de eventuais danos causados.
Material: Divulgação do segredo.
Forma Livre: Escolher o meio pelo qual irá realizar a divulgação do segredo.
Comissivo: Ação positiva do agente, que é a divulgação do segredo.
Instantâneo: Segredo é divulgado.
De Perigo Concreto: Divulgação do segredo seja capaz de causar dano a terceiros.
De Perigo Abstrato: Abstrato, pois a mera divulgação do segredo já é suficiente para configurar o delito.
Unissubjetivo: Unico agente, não sendo necessariamente plurissubjetivo.
Plurissubjetivo: Situações de conivência ou cumplicidade na divulgação do segredo.
Unissubsistente: É unissubsistente, independente do resultado obtido.
Admite Tentativa: O agente tenta divulgar o segredo, mas não obtém sucesso.

Jurisprudência do STJ/STF: ARTIGO 153 DO CÓDIGO PENAL (CP) – DIVULGAÇÃO DE


SEGREDO - TRF-4 - Recurso Criminal em Sentido Estrito: RCCR XXXXX20104047201 SC
XXXXX-15.2010.4.04.7201 Jurisprudência • Acórdão • PENAL. RECURSO EM SENTIDO
ESTRITO. ARTIGO 153 , § 1º - A, DO CP . DIVULGAÇÃO DE SEGREDO. VULNERAÇÃO DOS
SISTEMAS INFORMATIZADOS MANTIDOS PELA ADMINISTRAÇÃO. INTERESSE DA
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA. NATUREZA DA AÇÃO PENAL. Não há interesse da Administração
Pública, diante da ausência de prejuízo (tanto efetivo como presumido), quando os efeitos do
cometimento da conduta atribuída ao agente - delito de divulgação de segredo (artigo 153 , § 1º-A, do
CP )- não desbordam dos limites da esfera individual. Para tanto, não importa o fato de as
informações vulneradas terem origem em sistemas de informações da Administração Pública, uma vez
que é elemento (normativo) do tipo penal.

ARTIGO 154 DO CÓDIGO PENAL (CP) – VIOLAÇÃO DO SEGREDO PROFISSIONAL


Classificação do Crime: O crime de violação do segredo profissional é um crime comum, que pode ser
praticado por qualquer pessoa.
Sujeito Ativo: Pode ser qualquer pessoa que pratique o ato de violar o segredo profissional.
Sujeito Passivo: É a pessoa prejudicada pela violação do segredo profissional, geralmente o titular do
segredo.
Objeto Material: O objeto material do crime é o segredo profissional violado, que é uma informação
confidencial relacionada à atividade profissional da pessoa.
Objeto Jurídico: Informações profissionais e evitar que sejam divulgadas sem justa causa, o que pode
causar danos a terceiros.
Elemento Subjetivo: Intenção de violar o segredo profissional, sabendo que não há justa causa para isso.
Próprio: Informação em razão de função, ministério, ofício ou profissão.
Formal: Segredo, independentemente de eventuais danos causados.
Material: Exige a efetiva violação do segredo profissional.
Forma Livre: A forma é livre, o que significa que o agente pode escolher o meio pelo qual irá violar o
segredo profissional.
Comissivo: Ação positiva do agente, que é a violação do segredo profissional.
Instantâneo: O crime é instantâneo, pois se consuma em um único ato de violação do segredo.
De Perigo Concreto: Violação do segredo represente efetivamente uma ameaça à segurança da informação.
De Perigo Abstrato: Também pode ser considerado um crime de perigo abstrato, pois a mera violação do
segredo já é suficiente para configurar o delito.
Unissubjetivo: Pode ser cometido por um único agente, não sendo necessariamente plurissubjetivo.
Plurissubjetivo: Pode ser cometido por mais de uma pessoa, como em situações de conivência ou
cumplicidade na violação do segredo.
Unissubsistente: Se consuma com a mera violação do segredo, independente do resultado obtido.
Admite Tentativa: O agente tenta violar o segredo, mas não obtém sucesso.

Jurisprudência do STJ/STF: ARTIGO 154 DO CÓDIGO PENAL (CP) – VIOLAÇÃO DO SEGREDO


PROFISSIONAL - O Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiu hoje (14) suspender um processo criminal
aberto contra uma mulher acusada do crime de aborto. A Corte anulou as provas processuais obtidas a partir
de denúncia apresentada pelo médico que a atendeu no hospital. Conforme entendimento do colegiado, o
sigilo profissional entre a paciente e o médico deveria ter sido mantido entre eles. Para os ministros, a
legislação penal e o Código de Ética Médica impedem os profissionais de revelarem detalhes sobre a saúde
de seus pacientes. O caso envolve uma mulher que estava com 16 semanas de gestação e procurou
atendimento médico após passar mal. Durante o procedimento, o médico que a atendeu suspeitou que a
paciente tomou um remédio abortivo. Em seguida, o profissional acionou a polícia. Após a abertura de
inquérito, o médico enviou para as autoridades o prontuário da paciente e ainda figurou como testemunha no
processo. Com base na acusação, o Ministério Público denunciou a mulher pelo crime de provocar aborto
em si mesma ao tribunal do júri. Ao julgar um recurso de defesa, os ministros entenderam que a participação
do médico na acusação gerou a nulidade das provas, sendo necessário o trancamento da ação penal. O STJ
não analisou a constitucionalidade do crime de aborto. A análise da questão está em julgamento no Supremo
Tribunal Federal (STF). Ainda não há data para o julgamento.

ARTIGO 154-A DO CÓDIGO PENAL (CP) – INVASÃO DE DISPOSITIVO INFORMÁTICO


Classificação do Crime: Informático é um crime comum, que pode ser praticado por qualquer pessoa. No
crime de invasão de dispositivo informático, a ação penal é em regra condicionada à representação da
vítima, salvo se o crime é cometido contra a administração pública direta ou indireta de qualquer dos
Poderes da União, Estados, Distrito Federal ou Municípios ou contra empresas concessionárias de serviços
públicos, situação em que não há condição de procedibilidade para a atuação do Ministério Público (art. 154-
B do CP).
Sujeito Ativo: Pode ser qualquer pessoa que pratique o ato de invadir um dispositivo informático alheio sem
autorização.
Sujeito Passivo: É a pessoa titular do dispositivo informático invadido.
Objeto Material: O objeto material do crime é o próprio dispositivo informático que foi invadido, como um
computador, smartphone, tablet, entre outros objetos eletrônicos.
Objeto Jurídico: Norma é proteger a segurança e a privacidade das informações armazenadas em
dispositivos informáticos.
Elemento Subjetivo: A intenção de invadir o dispositivo informático, sabendo que não possui autorização
para tal.
Próprio: Capacidade técnica para invadir dispositivos informáticos.
Formal: Tentativa de invasão, independentemente do resultado.
Material: Efetiva invasão do dispositivo informático.
Forma Livre: A forma é livre, o que significa que o agente pode escolher o meio pelo qual irá realizar a
invasão, desde que viole a segurança do dispositivo.
Comissivo: Ação positiva do agente, que é a invasão do dispositivo informático.
Instantâneo: O crime é instantâneo, pois se consuma em um único ato de invasão.
De Perigo Concreto: Invasão represente efetivamente uma ameaça à segurança do dispositivo ou aos dados
armazenados nele.
De Perigo Abstrato: Também pode ser considerado um crime de perigo abstrato, pois a mera invasão já é
suficiente para configurar o delito.
Unissubjetivo: Agente, não sendo necessariamente plurissubjetivo.
Plurissubjetivo: Situações de ciberataques realizados por grupos.
Unissubsistente: Consuma com a mera invasão, independente do resultado obtido.
Admite Tentativa: Invadir o dispositivo, mas não obtém sucesso.

Jurisprudência do STJ/STF: ARTIGO 154-A DO CÓDIGO PENAL (CP) – INVASÃO DE


DISPOSITIVO INFORMÁTICO

APELAÇÃO CRIMINAL. INVASÃO DE DISPOSITIVO INFORMÁTICO. FORMA


QUALIFICADA. TIPICIDADE CONFIGURADA. CONDENAÇÃO MANTIDA. DOSIMETRIA.
CONSEQUENCIAS DO CRIME. ANÁLISE ESCORREITA. QUANTUM. READEQUAÇÃO. PENA
PECUNIÁRIA. EXCLUSÃO. IMPOSSIBILIDADE. REDUÇÃO. PROPORCIONALIDADE COM A
PENA CORPORAL. SUBSTITUIÇÃO. POSSIBILIDADE.

I - A expressão "dispositivo informático" não se refere apenas aos equipamentos físicos (hardware),
mas também os sistemas, dispositivos que funcionam por computação em nuvem, facebook,
instagram, e-mail e outros. II - O crime previsto no art. 154-A do CP possui dois núcleos de conduta
típica não cumulativos: (i) invadir dispositivo informático alheio, com o fim de obter, adulterar ou
destruir dados ou informações sem autorização do titular e (ii) instalar vulnerabilidades, visando
obter vantagem ilícita. Pela literalidade do dispositivo, a ausência de violação de dispositivo de
segurança impede a configuração típica apenas da conduta de invadir..

De gravíssima importância o recente ataque de hackers ao STJ. Ele é relevante não apenas porque
uma quantidade expressiva de dados foi indevidamente acessada e criptografada - com o atacante
aparentemente pedindo um resgate para a sua devolução, prática conhecida como ransomware -, mas
também porque o ataque simplesmente paralisou as atividades do tribunal, alterando prazos de
processos e cancelando audiências. Segundo a BBC, até o dia 5 de novembro do corrente ano a corte já
havia empenhado R$ 13,72 milhões com a empresa, como parte de dois contratos diferentes de
prestação de serviços. Os contratos foram firmados em 2017 e 2018, e prorrogados desde então.

Os fatos envolvendo a ação de hacker em dispositivos informativos do STJ devem ser enquadrados no
artigo 154 – A do Código Penal. A Lei 12.737, de 30 de novembro de 2012, publicada no DOU de 3 de
dezembro do mesmo ano, tipificou um novo crime denominado Invasão de Dispositivo Informático,
previsto no art. 154-A, do Código Penal, que entrou em vigor após 120 dias de sua publicação oficial,
ou seja, em 3 de abril de 2013.

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