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Direito Penal:

lnaia@ucp.pt – email de professora

avaliação contínua:
- 2 teste (primeiro teste 7 valores) – semana de interrupção dos mini-testes
1º teste – questões fundamentais 2º teste – Teoria Geral do crime
- avaliação oral (uma sabatina obrigatória/participação na aula/assiduidade)
Sabatina (18 outubro- 5 primeiros alunos /13 de novembro)

- código penal atualizado


- Carvalho, Américo Taipa de – Direito Penal, 4ª edição, ucp, porto 2022
- Dias, Jorge de Figueiredo – direito penal – parte geral 3ª edição 2019
- Silva, Germano Marques da – direito penal português, Verbo, lisboa
Taipa páginas excluídas (92-114/118-128/146-162/204-209/263...)

O que é o crime?
É um conjunto de normas que ligam certos comportamentos humanos/factos numa
consequência (artigo 1º do CP)

Para eu punir alguém, para alguém ser responsabilizado tem que ser tipificado na lei, ilícito
(contra a lei) e tem que haver culpa (aplica-se uma pena, se n houver culpa aplica-se uma
medida de segurança).

Fim do Direito Penal: Tutelar bens jurídicos fundamentais (...) a função do DP é tutelar os
valores individuais/fundamentais à realização pessoal e social

Artigos:
131º - homicídio
203º fruto (não é com violência)
210º roubo (é com violência)

Tipos de penas:
Principais: pena de multa e pena de prisão
Substituição: ex. pena de multa
Acessórias: ex. proibição do exercício de função (se uma pessoa viola uma criança e a sua
profissão envolve trabalhar com as mesmas, não o vai puder fazer)

E o conceito material de crime?

13.09.
Ciência global do direito penal

Franz Liszt – seculo XIX


Compreende: para combater o crime -> i. dogmática jurídico penal ou direito penal em
sentido estrito; ii. Política criminal; iii. Criminologia.

i. teorização das diferentes categorias/elementos infração criminal + espécies


consequências jurídicas do crime.

ii. conjunto dos princípios ético-individuais e ético-sociais que devem orientar, promover,
controlar a luta contra a criminalidade.
Lei 51/2023, de 28 de agosto

iii. ramo da ciência criminal baseado na observação e experimentação; estabelece a relação


entre determinados fatores (biopsicológicos e sociais) e as espécies de delinquências.

Ramos da criminologia: biologia criminal e sociologia criminal.

Para Liszt:
i. dogmática penal: (topo da hierarquia)
- depositário dos pps normativos que garantiam os direitos individuais fundamentais do
delinquente.
– operava segundo critérios de legitimidade normativa.

ii. política criminal: (meras ciências auxiliares)


- propunha ao legislador estratégias + meios de luta contra a criminalidade;
- operava segundo critérios de eficácia.

iii. criminalidade: (meras ciências auxiliares)


- fornecia o conhecimento da realidade criminal.

Com o fim da ii guerra mundial:


Sistema jurídico-penal funcional (?)

i. política criminal:
- ciência autónoma;
- motor dinamizado da dogmática penal;
- posição de supremacia em relação ao DP em sentido estrito

ii. dogmática penal:


- ciência subordinada à política criminal;
- “sistema penal aberto” aberto às diretrizes da política criminal.

Objetivo: prevenção do crime e a confiança da comunidade social na ordem jurídico-penal.

Respeito dos valores e pp que visam defender:


- eficácia, quanto aos fins;
- legitimidade, quanto aos meios.

Pp da política criminal:
1. Pp da legalidade; (tem que estar na lei)
2. Da culpa;
3. Da humanidade na definição das penas e na sua execução; (ex. em Portugal a pena
de morte é proibida)
4. Da recuperação social do recluso.

Seculo xx:
Política criminal, dogmática penal e a criminologia:
-Ciências complementares e interdependentes;
-Objeto comum: crime;
-Indispensáveis para uma abordagem eficaz e justa de delinquências.

Artigo 152º do código penal: violência doméstica

Ex. 1ª hipótese: se um homem num jantar de amigos dá uma palmada à namorada no rabo.
Segundo Liszt seria crime, porém no estado de direito material não seria crime.

2ª hipótese: ambos os namorados são agressores. Segundo Liszt: crime, segundo o EST. DT.
MAT: não seria crime.

I. Questões Fundamentais:
2. evolução do direito penal.

Importância:
- político-social – vai espelhar individuo e o Estado
- jurídico-criminal – relativo sempre a uma determinada época

Evolução histórica do DP:


1. alta idade média ou reconquista crista (VIII-XII);
2. baixa idade média e idade moderna;
3. idade contemporânea e estado de direito.

1. ALTA IDADE MÉDIA


instabilidade política e social;
isolamento e insegurança;
solidariedade, fidelidade e paz -> solidariedade familiar: ativa + passiva e solidariedade
municipal: ativa e passiva
familiar: ex. António faz parte de uma família. O pedro também tem uma família. Se
António fizer algo (crime) a Pedro, é como se tivesse feito a toda a sua família porque há
solidariedade.

Se for ativa: contra o pedro e a sua família, os danos feridos vão ter que ser reparados não
só ao pedro mas a cada um da sua família.

Passiva: têm o direito de se vingarem quer do António, quer da família de António.

Municipal ativa: todos os vizinhos/habitantes tinham que se proteger uns ao outros e


estavam proibidos de proteger casos de pessoas estranhas contra a um cidadão do seu
município.

Passiva: significava que havia uma responsabilidade coletiva. Se um dos cidadãos


cometesse um crime, o município era também como se tivesse cometido.

Pena e crimes:
Perda absoluta da paz (pena mais grave):
- delito mais grave – crime de traição;
- destituído de personalidade jurídica;
- destruição da casa do infrator;
- confisco dos seus bens.

Fontes da relação especial de fidelidade:


- parentesco próximo;
- interdependência económica;
- relações de confiança gerada espontaneamente.

Perda relativa da paz:


- crimes muito graves;
- pagamento de uma soma pecuniária de uma coima à vítima ou à sua família e ao erário
publico;
- saída do concelho dentro de um prazo fixado;
- se não saísse podia ser morto pelo ofendido ou o seus familiares.

Composição pecuniária:
- crimes menos graves;
- pagamento de uma quantia ao ofendido;

Composição corporal:
- crime.

1. ALTA IDADE MÉDIA


- direito penal de justiça privada (olho por olho, dente por dente)
- objeto de pena: restabelecimento da ordem social e jurídica;
- finalidade retributivo-objetivo -> olho por olho dente por dente (retribuir)

15.09.
2. BAIXA IDADE MÉDIA (XIII-XV) e IDADE MODERNA (XV-XVIII)
 Incremento do comercio e artesanato;
 Crescimento de centros urbanos;
 Aumento demográfico;
 Emigração do campo para a cidade;
 Descoberta de novas rotas e entrepostos comerciais mediterrânicos;
 Redescoberta do direito romano-justinianeu;
 Reencontro com a filosofia e o pensamento helénicos;
 Centralização e fortalecimento do poder político.

Características do direito penal:


 Publicização do direito de punir (esforço para haver um sistema)
 Crime: ofensa a toda a comunidade nacional (começou-se a recorrer à pena de
morte; processo inquisitório);
 Crime de traição -> crime de lesa-majestade (traição régia, apenas ao rei);
 Desumanidade, crueldade, desigualdade social, arbitrariedade;
 Natureza repressiva e intimidativa;
 Pena: finalidade de intimidação e terror (prevenção geral de intimidação) – era em
praça pública, aplicada de forma muito cruel.
Espécies de penas:

 Penas capitais:
o Morte simples;
o Morte cruel.

 Penas corporais:
o Mutilação;
o Castração.

 Penas contra a liberdade:


o Servidão;
o Desterro.

 Penas pecuniárias:
o Confisco;
o Multa.

 Pena de infâmia:
o Crimes mais graves lesa majestade divina, lesa majestade humana.
o Incapacidades sociais, profissionais e jurídicas.
o (a família do criminoso era também punida pelo crime que ele cometeu). ->
SANÇÃO PENAL ERA TRANSMISSÍVEL: ex. incapacidade de herdar, de ter
determinada profissão; ordenações Afonsinas.

 DIREITO (DO REI) DE PERDOAR;


o Amnistia;
o Indulto;
o Comutação.

IDADE CONTEMPORANEA (2ª METADE DE XVIII)


a. Iluminismo criminal;
b. Escola Clássica;
c. Escola Correcionalista
d. Escola positiva
e. correntes mistas
f.
a.
 estado absoluto -> estado de direito
 individualismo;
 jusnaturalismo;
 racionalismo;
 DP vai ter uma nova política criminal:
o Contratualismo – era delegado ao Estado o direito de punir, porque os
cidadãos (detentores originários do poder assim o delegaram/concederam -
(contrato social). A pena de morte foi limitada a casos excecionais e muito
muito graves.

o Utilitarismo – o estado deve definir o que é crime e o que são as penas, mas
tem que haver limites. Ou seja, tinha que haver utilidade à pena/ser útil.

o Legalismo/garantismo – os crimes devem estar previamente escritos na lei.


Interpretação literal da lei.

o Secularismo ?: Excluíram-se os crimes religiosos do catálogo dos crimes,


começou-se a valorizar a razão humana.

 Principais autores do iluminismo criminal.


o Cesare Beccaria: livro “dei delitti e delle pene, de 1764;
o fundamento da pena: prevenção geral negativa;
o princípio da legalidade;
o princípio da proporcionalidade: a gravidade da pena devia ser proporcional à
gravidade do crime; humanitarismo das reações ao crime: em exceções, mas
abolir a pena de morte;
o princípio da celeridade processual: reagir o mais rápido possível para fazer
sentido aplicar a pena.

 Anselm von Feuerbach


o Teoria da coação psicológica da pena: obter prazer e fugir ao sofrimento que
estavam a sentir. As pessoas cometiam crimes porque estavam a sentir-se em
sofrimento e queriam fugir disso através do prazer em cometer crimes. A pena
vai ter que representar um sofrimento maior que a pessoa iria ter do que o
prazer que iria ter se cometesse o crime -intimidação;
o Prevenção geral da intimidação: dois momentos de intimidação para dissuadir
-> i. se houvesse uma lei as pessoas já estariam alertadas (ameaça na lei); ii. Se
mesmo assim cometessem o crime para obter prazer, na execução da pena
teria que ter um sofrimento maior que o prazer;
o Princípio da legalidade: defesa do individuo face ao poder punitivo do Estado e
exigência de prevenção geral.

 Iluminismo criminal e a CRP 1822


o Artigo 10º - “nenhuma lei, e muito menos a penal, será estabelecida sem
absoluta necessidade” – princípio da necessidade.
o Artigo 11º - “toda a pena deve ser proporcionada ao delito, e nenhuma passara
da pessoa do delinquente. Fica FALTA VER O PPT 3!
o
 Qual foi o contributo do iluminismo criminal para o direito penal atual? Foi o pp da
legalidade.
 Prevenção geral: a pena é um mal necessário (pedir a alguém)

b. Escola clássica (1ª metade do seculo XIX)


 Kant e Hegel;
 Humanismo idealista: livre arbítrio
 Alteração do direito penal:
o Princípio da retribuição ética: a pena justa é a pena retributiva – porque
eu tenho liberdade e atuo deste modo, logo tenho que ser punido pela
minha escolha. A pena vai ter que ter em conta a culpa que eu tive e a
gravidade do facto que eu pratiquei. Aplica-se a pena mesmo que não seja
necessário ou não por causa de interesses da sociedade. Garantia de justiça
da dignidade humana da pessoa.
o Afirmação do princípio de culpa;
o Trilogia: liberdade, culpa, pena.
18.09.
Ex. existem apenas três pessoas (Armindo, Felisberto e António). Armindo mata-os,
segundo o iluminismo criminal não havia a necessidade de aplicar uma pena. Segundo a
escola clássica aplicávamos uma pena porque ele exerceu mal o seu livre arbítrio. Cometeu
um crime independentemente de não ser necessário por causa de interesses da sociedade.
 Apreciação crítica: a culpa vai ser o fundamento e o limite da pena.
Conscionalizou-se o direito penal.
o Mérito: afirmação do princípio da culpa;
o Desmérito: absolutizou a liberdade; pena não deve olhar para o passado,
mas sim para o futuro.

O contributo da escola clássica para o direito penal foi a afirmação do princípio da culpa
como condição irrenunciável da aplicação da pena.

c. Escola Correcionalista (meados século XIX)

Princípios fundamentais:
- corresponsabilidade social ao lado de uma responsabilidade individual;
- corrigibilidade de todo o delinquente;
- finalidade da pena: prevenção especial positiva. (querer recuperar o delinquente na
sociedade. Todo o delinquente deve ser considerado corrigível).

Levy Maria Jordão:


 Maior representante da escola correcionalista em Portugal;
 Autor de dois projetos de CP que não chegaram a entrar em vigor;
 Profunda influência nas leis penais aprovadas na 2ª metade do século XIX.
o Lei de 1 de julho de 1867: abolição da pena de morte e da pena de
trabalhos esforçados;
o Lei de 6 de julho de 1893: criação dos institutos da suspensão condicional
da pena e da liberdade condicional.

Escola Correcionalista -> Evolução dos sistemas prisionais em Portugal -> preocupações
relacionadas com a exceção da pena de prisão como meio de correção do delinquente.

 1867: modelo penitenciário de Filadélfia: isolamento celular (noturno + diário);


 1913: modelo penitenciário de Auburn: trabalho diurno em comum; (roupa às
riscas)
 1936: modelo progressivo ou irlandês: isolamento > convívio com outros reclusos >
desempenho de cargos de confiança.
 1979: execução da pena de prisão:
o não pode ignorar os direitos fundamentais do recluso;
o deve ser orientada para a sua preparação para a vida em liberdade.

Código de execução das penas e medidas privativas da liberdade (lei nº115/2009, de 12 de


outubro) + regulamento geral dos estabelecimentos prisionais.

O contributo da escola correcionalista para o DP atual vai ser atribuir à pena a função de
prevenção especial positiva (no sentido de reintegração, integração ou socialização).
d. Escola positiva (final século XIX/início século XX)

 comportamento humano/comportamento criminoso: fenómeno natural;


 trilogia: determinismo; perigosidade; medidas de segurança;
 finalidade: prevenção especial. (se possível tratar daquele delinquente, proteger a
sociedade, se não for possível trata-lo ao neutralizá-lo).

determinismo: há uma concessão de fatores alheios à minha vontade, que levam a que eu
pratique o crime. A liberdade não existe, eu ajo de maneira criminosa porque existem
fatores que me levam àquilo = inevitável. Não existe culpa porque não foi propositado, mas
existe sim perigosidade - o DP tem que proteger a sociedade desta perigosidade. Só há
pena se houver culpa, não podemos aplicar uma pena se não houver culpa. Logo, só se
pode proteger a sociedade aplicando medidas de segurança.

 Biologia criminal:
o Lombroso;
o 1876: L’uomo delinquente;
o Explicação biológica do crime: atavismo do “delinquente nato”;
o Explicação biopsicológica.

 Sociologia criminal:
o Ferri;
o 1892: Sociologia Criminale
o Explicação sociológica: fatores sociais como principais ...

O contributo da escola positiva para o DP atual foi a criação de medidas de segurança.

Apreciação critica:
 Positiva:
o Consideração da personalidade concreta do delinquente;
o Aparecimento de medidas alternativa à prisão;
o Elevação da criminologia ...
 Negativa:
o ...
o ...
o ...

e. correntes mistas (final do século XIX até à década de 70 século XIX) – NÃO VAMOS DAR.

3. Questões de direito penal na atualidade: bens jurídico-penais e fins das


penas
1. O que são bens jurídico-penais? (ver várias concessões que foram todas rejeitadas;
critério) O que deve ser considerado crime?

2. Finalidade da pena? (vamos ver de modo geral a evolução histórica; finalidade em


Portugal em 1886,1982; e em 1995 – qual a concessão da pena);

3. Determinação concreta da pena. (como vamos juntar culpa e prevenção?)

20.09.
DP - > Ultima ratio

1. Bem jurídico-penal: limite (pq se n for jurídico-penal o estado não pode intervir) à
intervenção preventiva do Estado, mas também um fundamento (pq pode intervir) para a
intervenção preventiva do Estado.

Conceções do bem jurídico-penal:


 Positivista-legalista: vontade do legislador ordinário;
 Jusnaturalista: conjunto de valores universais, transcendentes à realidade histórica
humana;
 Moralista: conjunto de valores que são inspirados ou extraídos de uma determinada
região;
 Sociológica sistémico-funcionalista (Jakobs): condições da funcionalidade do sistema
social.
o Críticas:
o Transforma a funcionalidade do sistema social em critério de legitimação do
DP e de definição dos bens jurídico-penais;
o Secundariza e sacrifica as garantias individuais;
o Subordina as decisões individuais às necessidades do funcionamento eficaz do
sistema social;
o Presta-se à sua utilização pelas perigosas “doutrinas da segurança nacional”.

Nenhuma destas concessões deveria ser adotada. A conceção adotada foi a seguinte:

 Conceção ético-social do bem jurídico-penal, mediatizada pela constituição


democrática.

o Critério ético-social: é através da consciência ético-social de uma determinada


comunidade/de um determinado tempo, é que vamos saber se um valor é ou
não um valor fundamental para a realização pessoal e para a convivência
social.
 Dignidade penal: corresponde à dimensão axiológica. Valores assumidos
pela consciência ético-social comunitária como fundamentais para a
realização pessoal de cada um dos membros da sociedade. A conduta
humana tem que ter relevância e afetar. (é condição necessária mas
não é suficiente)

 Necessidade penal: dimensão pragmática. Carência de tutela penal,


pode não ser necessário a intervenção do DP. Só vai intervir se houver
necessidade.

􏰀 Este pressuposto da necessidade penal fundamenta-se no princípio da intervenção


mínima do DP: a pena como ultima ratio da política social e jurídica.

Critério jurídico-constitucional do conceito material do BJP:


 Concretização do critério ético-social;
 ...
 1º CRP – direitos inerentes à dignidade da pessoa humana + deveres à
funcionalidade e justiça do sistema social.

Pressupostos da qualificação legal dos BJP: 17º + 18º,nº2 CRP

O art. 18o/2 estabelece que a restrição de BJP só́ é legítima quando tal for necessário para
salvaguardar os dtos/interesses constitucionalmente protegidos (pressuposto da dignidade
penal e dimensão axiológica de BJP) isto porque as sanções traduzem-se na limitação de
dtos fundamentais e por isso exige-se que tais sejam estritamente necessárias.

“A lei só pode restringir os direitos, liberdades e garantias nos casos expressamente


previstos na Constituição, devendo restrições limitar-se ao NECESSÁRIO para
SALVAGUARDAR OUTROS DIREITOS OU INTERESSES CONSTITUCIONALMENTE
PROTEGIDOS.”

NECESSÁRIO: necessidade penal;


SALVAGUARDAR OUTROS DIREITOS OU INTERESSES CONSTITUCIONALMENTE
PROTEGIDOS: dignidade penal.

Necessidade penal:
 insuficiência ou inexistência de outros meios sociais ou jurídicos na tutela eficaz do
bem j. fundamental;
 adequação da sanção penal à tutela eficaz desses bens; (forma mais adequada e
única de proteção a garantir uma tutela eficaz) – se não for adequada o DP não pode
atuar
 proporcionalidade entre a gravidade das sanções penais e a relevância dos bens j.
lesados ou postos em perigo. (vai questionar a forma mais adequada, e que
eficazmente vai proteger os bens JP).

*Para ser um BJP tem que ter alguma referência na CRP de forma expressa ou implícita*
V Relação de analogia material -> X relação de identidade
X recusa de injunções constitucionais implícitas na criminalização.

II. Direito Penal primário e Direito Penal secundário


 Direito Penal tradicional, clássico ou primário - Código Penal
 Direito Penal administrativo, social ou secundário – Leis extravagantes.

2. Finalidades das penas


 Alta Idade Média -> retributivo-objetiva
 Baixa Idade Média e Idade Moderna -> prevenção geral de intimidação
 Iluminismo criminal -> prevenção geral negativa (intimidação)
 X
 X
 X
 X

1. Teoria da penal exata:


a. A pena é = a culpa
b. Prevenção= substituição e execução da pena de prisão
c. Crítica: ?

2. Teoria do valor do emprego:


a. Prevenção geral: ameaça contida na lei;
b. Pena = Culpa;
c. Prevenção especial: substituição e execução da pena de prisão.

3. Teoria da margem e liberdade ou da moldura da culpa:


a. Culpa: temos que criar uma nova moldura;
b. Prevenção geral e especial: medida da pena dentro dos limites da nova
moldura.

- Rejeição destas teorias ético-retributivas;


- Culpa não é uma grandeza matemática;
- Necessidades de prevenção geral e especial: devem ser prioridade na determinação da
medida da pena e a escolha da espécie de pena;
- Importância da culpa.

22.09.2023
Finalidades das penas – DP em Portugal

CP de 1886 (revisto em 1954):


- conceção ético-retributiva da pena
- culpa = pena
CP de 1982:
- conceção ético-preventiva da pena;
- culpa + prevenção = pena

Revisão de 1995 do CP de 1982:


- conceção preventivo-ética da pena: 40º/1º e 2º CP
- prevenção: fim legitimador da pena;
- Ética: fim condicionado e limitado pela exigência da culpa
-> Primeiro está a prevenção e depois a culpa!
-> o limite máximo é a culpa, ou seja, mesmo que haja necessidades de prevenção não
posso ir além da minha moldura penal.

1. Professor Taipa acha que o artigo 40º, nº1 deveria ser mais claro quanto à sua
interpretação, pois é uma prevenção geral e especial.

o Fim do DP: proteção dos bens jurídico-penais


o Penais e medidas de segurança: meios indispensáveis à realização deste fim
o Fim-meio da pena é a prevenção geral e especial (de crimes. Ex. reintegração
do agente) – fim- último da pena é proteger os BJP

o Conceção unilateral da culpa: toda a pena implica a culpa, mas nem sempre a
culpa implica pena.

Bilateral: Não há pena se culpa, mas também não há culpa sem pena. (?)

Prevenção:
1. Especial – diz respeito ao infrator, prevenir que ele não volte a cometer crimes.
o Positiva: aquele infrator não volte a cometer crimes através da ressocialização
o Negativa: dissuasão da prática de futuros crimes

2. Geral – diz respeito aos membros da comunidade, prevenir que a comunidade não
cometa crimes.
o Positiva ou de integração: interiorização dos bens JP; confiança e pacificação
social. (se eu vir alguém a ser punida por um crime eu posso confiar na justiça);
o Negativa ou de discussão: advertência geral.

Determinação da pena e escolha da espécie de pena:


- prevenção especial: determina a medida da pena e a escolha da pena (40º,1);
- culpa: limite máximo da pena (40º,2);
- prevenção geral: limite mínimo da pena.
4. MEDIDAS DE SEGURANÇA
Crime: é um facto que se atribui uma consequência (ou pena ou medida de segurança)

Quem é inimputável – aplica-se uma medida de segurança (não têm liberdade de decisão) –
quem é imputável - aplica-se penas (a pena pressupõe liberdade)

Escola positiva falou pela 1ª vez em medidas de segurança

II. imputáveis perigosos ou delinquentes por tendência:


 Categoria intermedia de delinquentes
 Problema: penas ou medidas de segurança?
o Sistema dualista: pena + medidas de segurança;
o Sistema monista: pena
 Para contornar este sistema monista, acrescenta-se outro tipo de
culpa:
 Culpa da vontade referida à personalidade (Eduardo correia):
 Juízo de culpa pela não formação de uma personalidade
respeitadora dos valores fundamentais;
 Pena pela culpa no momento do facto (menor) + pena pela
culpa não formação da personalidade.
 Culpa da personalidade (figueiredo dias):
 Tendência censurável da não construção da personalidade.

Posição do professor Taipa:

2/3 da pena: para um imputável seria 6 anos, mas para um inimputável seria 2/3 de 6, ou
seja, 4 anos de pena.

Privação da liberdade: quase o mesmo tempo que um imputável.

Fim-ultimo das medidas de segurança: proteção dos BJCriminais (40º,1)

Funções/fins-meios:
Prevenção especial: recuperação social (tratamento – inimputáveis/correção – imputáveis
perigosos);
- neutralização da perigosidade criminal (internamento)

Prevenção geral:
- inimputáveis: - prevenção geral positiva de pacificação social; - Taipa de Carvalho: não tem
a função de prevenção geral de integração.

- imputáveis perigosos: prevenção geral positiva.


F Necessidade – pragmática
F
V
F
F porque é de dissuasão de futuros crimes
V
F geral
V
F
V

25.09.

Direito penal vs direito civil


 direito penal: direito público;
 direito civil: direito privado.

Interesses protegidos:
 penal: protege bens jurídicos de toda a comunidade;
 civil: protege interesses jurídicos civis.

Sanções:
 penal: finalidade preventiva (olham ao presente e ao futuro); medidas de pena
reduz-se ao indispensável para assegurar a prevenção geral + especial;
 civil: finalidade reparadora de danos (olham ao passado e ao presente); medidas da
sanção civil corresponde aos danos/prejuízo causado.

Pressupostos da responsabilidade:
 responsabilidade penal: facto ilícito + culpa dolosa (regra);
 responsabilidade civil: por factos ilícitos – admite a mera culpa (negligencia); por
facto lícitos e responsabilidade civil objetiva.

5. Distinção entre DP e outros ramos do Direito


ii. Distinção entre DP e o Direito de Ordenação social

a) DP e o Direito de Ordenação social


 DL nº433/82, de 27 de outubro;
 Tutelam bens jurídicos sociais;
 Aproximação dos dois regimes:
o 19º DL concurso de contraordenações - cúmulo jurídico
o 21º DL gravidade das sanções acessórias contraordenacionais
o 72º DL ...
b) Direito de Ordenação social
 Seculo XVIII: Estado – Polícia
o Intervencionismo na economia e na sociedade;
o Criação de normas jurídicas nesses domínios;
o Sancionamento das transgressões: autoridades policiais.

 Finais do século VXIII/inicio século XIX: Estado de Direito


o Sanções competência dos tribunais;
o Infração penal:
 Contravenções: ilícito

!passar em casa!

Se o tipo legal não disser o mínimo de dias de pena aplica-se -> artigo 47º - regra geral de
10 dias a 360 dias.

Culpa é pressuposto e limite máximo da pena

27.09.2023
1. Pp da legalidade:
 Estado de Direito (substituição do Estado Absoluto) – finais séc. XVIII
 Fundamentos do pp da legalidade penal:
a. Jurídico-políticos: garantia do cidadão frente ao poder
punitivo do Estado;
b. Político-criminais: prevenção geral de dissuasão.
 Dimensões/exigência do pp da legalidade:
a. Exigência de lei em sentido formal;
b. Exigência de determinabilidade ou tipicidade;
c. Proibição da aplicação analógica;
d. Proibição da retroatividade da lei penal desfavorável.

a. Exigência em sentido formal


 Única fonte de direito penal é a lei em sentido formal – lei da Assembleia da
República;
 Reserva relativa da AR – artigo 165º, nº1, c), nº2 CRP;
 Afastar o costume e os “crimes naturais” como fonte de DP;
O governo tem competência concorrente (com a AR) para descriminalizar determinada
conduta ou para reduzir as sanções criminais? NÃO. Pp da separação de poderes: seria
afetado ...

 Normas penais em branco: norma que contem a sanção penal e que, quanto ao facto
típico, remete, total ou parcialmente, para a descrição feita por uma norma
extrapenal do ordenamento jurídico. (para perceber o facto típico, vai remeter para
uma outra norma extrapenal do OJ).

Problema da (in)constitucionalidade em relação à norma extrapenal (implementadora da


norma penal em branco). NÃO é inconstitucional! Desde que a norma extrapenal respeite
as exigências de determinabilidade ou tipicidade; desde que a remissão para a norma
extrapenal seja clara + inequívoca + precisa na descrição da conduta.

 Normas penais em branco devem evitar-se. A norma penal deve ser completa.

A norma penal que contenha um elemento normativo ou um conceito indeterminado é


uma norma penal em branco? Ex. 150º, 204º, 224º, 289º e 275º CP.

-Teresa Beleza e Frederico Costa Pinto: normas penais em branco


-Taipa de Carvalho: não são normais penais em branco

Conclusão: a única fonte da lei penal é a lei da AR, que pode legar no governo essa mesma
competência mediante uma lei de autorização. Devemos evitar ao máximo as leis penais
em branco, pois contém a sanção penal mas remetem total ou parcialmente para uma
outra norma extrapenal do OJ. Só são admissíveis em exceções (quando existe
dificuldades).

b. exigência de determinabilidade ou tipicidade


 O legislador deve descrever o facto punível da forma mais completa possível;
 Recusa da utilização de cláusulas gerais na definição das condutas proibidas. ex:
norma penal estabelece uma pena para quem “praticar uma ação gravemente lesiva
da economia nacional”. – Inconstitucional!

Conceitos normativos ou indeterminados: só quando for indispensável


Ex. - 10º, n2 (“dever jurídico que pessoalmente obrigue” a evitar o resultado);
- 38º, n1 (“bons costumes”);
- 132º, n2 (“motivo torpe ou fútil” e “meio insidioso”);
- 204º, n1 a) ...

c. Proibição da aplicação analógica


 Analogia: aplica-se uma norma jurídica numa situação/conduta que não se encontra
abrangida por nenhum dos possíveis sentidos do texto legal. (usamos a analogia e
não a interpretação extensiva)
 Interpretação extensiva: decisão jurídica é ainda a concretização de um sentido
normativo que o teor literário comporta.
 Proibição da analogia desfavorável ao agente (incriminatória + agravante
responsabilidade penal) – 29º,1 CRP + 1º, n3CP
o Abrange as normas extrapenais complementares da normas penais em branco;
o Não abrange a analogia favorável ao agente;
o Ex. 132º, 2, a) CP

Ex. a mata b. b adotou faticamente (não houve documentação, nada) a. Deveria ser
homicídio simples (131º) ou homicídio qualificado (132º)? Deveria ser homicídio simples.

 Taipa de Carvalho: garantia do cidadão também justifica a proibição da


interpretação extensiva desfavorável + interpretação restritiva da causa de
justificação.

6. Criação e aplicação da lei penal no tempo


d. Pp da proibição da retroatividade da lei penal desfavorável

 29º, n1, 3 e 4 (1ª parte) CRP + 1ºn1 e 2, 2ºn1 CP (fazer remissões no CP e CRP)
 Lei penal desfavorável: lei criminalizadora + lei agravante da responsabilidade
penal.
 Apenas se for favorável (cometi um crime no ano passado no dia 27 de setembro,
entretanto entrou uma nova lei em vigor no dia 1 de dezembro deste ano, mas só
se aplica essa nova lei se ela for favorável).
 Fundamentos da proibição:
o Garantia do cidadão face ao ius puniendi estatal;
o Função da pena: prevenção geral de dissuasão.

A. Tempus delieti
Momento em que se deve considerar cometido o crime.

 Momento de referência: conduta ou resultado. (pratiquei o crime hoje – conduta


- e matei na hora - resultado).
 Artigo 3º - momento da prática do facto – O facto considera-se praticado no
momento em que o agente atuou ou, no caso de omissão, deveria ter atuado,
independentemente do momento em que o resultado típico se tenha produzido.
 Pp proibição da aplicação retroativa da lei penal desfavorável: lei
criminalizada/agravante da responsabilidade penal não se aplica a conduta
praticada antes do seu início de vigência, mesmo que o resultado essa conduta
venha a produzir-se quando essa lei já esteja em vigor.

Razões da fixação do Tempus delieti no momento da conduta:


- garantia do cidadão;
- função de orientação da lei penal: violação da norma concretiza-se na conduta...

29.09.
Problema: quando a conduta se protrai no tempo? Ex. crimes duradouros (sequestro);
crimes de omissão; comparticipação; actio libera in causa.
 APLICAÇÃO RETROATIVA DA LEI PENAL FAVORÁVEL VS PROIBIÇÃO DA APLICAÇÃO
RETROATIVA DA LEI PENAL DESFAVORÁVEL.
 Lei Nova. Descriminaliza ou diminui a responsabilidade penal -> aplicação retroativa
da lei penal favorável.

 Lei Nova. Criminaliza -> proibição da aplicação retroativa da lei criminalizadora. L.N.
só se aplica a ações praticadas depois do seu início de vigência.

 Quando a L.N. é desfavorável porque agrava a pena. Deve-se aplicar a Lei Antiga:
exceto, totalidade dos pressupostos típicos da LN se tenham verificado na vigência
desta.

 Ex. sequestro inicia-se no dia 10 de novembro. Está em vigor o artigo 158º e o


sequestro vai-se prolongar até dia 16 de novembro. De dia 10 a 14 de novembro
estava em vigor o artigo 158º - pena de 2 a 10 anos. No dia 14 de novembro entra em
vigor uma nova lei que revoga o 158º, nº2 al. a, passando a prever uma pena de 3 a
12 anos (agrava a moldura penal). A partir do dia 14 começa a vigorar a LN, estando
privada da liberdade durante 2 dias a pessoa que foi sequestrada. Como só teve
privada durante dois dias, apesar de ser desfavorável, a LN não se aplica, mas sim a
LA. Se tivesse sigo privada até dia 18, 5 dias depois, com a LN passaria a ser punida
durante 3 a 12 anos. Pois verifica-se todos os pressupostos da LN para a aplicar.

o Ex. furto simples e qualificado. No dia 1 de set até ao dia de hoje cometi
simples e qualificados. A LN entra em vigor hoje e agrava a pena do furto
qualificado. desde o início da LN não pratiquei mais furtos qualificados mas sim
simples, os pressupostos da LN não são preenchidos porque só apliquei furtos
simples, por isso aplica-se a LA porque os pratiquei quando estava em vigor a
LA. Não se aplica a retroatividade.

 CRIMES DE OMISSÃO: último momento em que o omitente ainda tinha podido


praticar eficazmente a ação imposta.

o Só se aplica a LN quando se ela entrar em vigor for possível impedir o


resultado.
o Isto é, tenho uma filha e não a alimento. No dia 30 a cpcj retira-me a criança,
porque não a alimentava durante um mês. A partir de dia 30 entrou uma LN
que vem agravar a pena deste crime. A criança morre 3 dias depois no dia 3 de
outubro. A LN, não se vai puder aplicar, porque não havia nada que podia ter
alterado porque já me tinham tirado a criança. / Se a LN tivesse entrado em
vigor no dia 27, até dia 30 podia ter alimentado a criança, podia ter feito
alguma coisa. Logo, a LN aplica-se e vai agravar a pena.

 CRIMES DE COMPARTICIPAÇÃO: momento de cada uma das condutas consideradas


autonomamente.
o Combino cometer um crime com outra pessoa. Eu faço a minha parte ainda
dentro da LA, a outra pessoa faz a parte dela com a LN em vigor. A outra
pessoa vai ser julgada de acordo com a LN e eu de acordo com a LA.

 Actio Libera in Causa (20º, nº4): momento em que o agente se coloca no estado de
inimputabilidade.
o Quero matar o meu marido, mas não tenho coragem então vou para um bar,
no dia 3, às 23h e bebo, bebo, bebo,... colocando-me num estado de
inimputabilidade. Depois disto ganho coragem e mato o meu marido à 1h da
manha. Só o mato no dia 4, à 1h da manha, porém eu coloquei me no estado
de inimputabilidade às 23h do dia anterior, aplicando-se assim a LA.

B. Imposição da aplicação retroativa da lei penal favorável


- descriminaliza ou diminui responsabilidade penal

Fundamentos:
- atribuição à pena de um função preventiva geral e/ou especial;
- pp da constitucional da restrição mínima dos direitos fundamentais da pessoa(18º, nº2
CRP).

18º, nº2 e 29º, nº4 (2ª parte) CRP + 2º, nº2 e 4º (1ª parte) CP

1. sucessão de leis penais:


 Sucessão de leis penais em sentido amplo/impróprio abrange:
o Lei Penal -> Lei Penal
o Lei Penal -> Lei Contraordenacional (descriminalização) - era crime e deixa de
ser (passa a ser contra ordenação)
o Lei Contraordenacional -> Lei Penal (criminalização) - não era crime (era
contra ordenação) e passa a ser

 Sucessão de leis penais em sentido estrito/correto: sucessão de leis penais

C. consequências do pp da aplicação da lei penal favorável

2. Eficácia da lei que converte:

I. contraordenação -> crime -> LN: crime criminalizadora


 LN: Só se aplica a factos praticados depois da sua entrada em vigor – 29º, 1 e 3
CRP + 1º, 1 e 2º, 1 CP pp da proibição da retroatividade da lei
criminalizadora.
 E aos factos praticados durante a vigência da LA?
o Regime Geral das Contraordenações – DL nº 433/82
o 2º+ 3º, nº2 (modificada e secessão de leis contraordenacionais) RGC
Lei Nova: criminalizadora + descontracionalizadora = favorável ao autor da
contraordenação.
Aplicação retroativa da lei descontraordenacionalizadora: autor irresponsabilizado
juridicamente.

- RGC: legislador não estabeleceu que os factos anteriores à LN permanecem puníveis


como contraordenações (ultra-atividade da lei contraordenacional) – não estabelece um
regime transitório;
- legislador não inclui a LN uma norma transitória, a estabelecer que as
contraordenações (anteriormente cometidas) permaneciam puníveis como
contraordenações.

II. Crime -> contraordenação -> LN: lei descriminalizadora + lei contraordenacionalizadora
 Factos deixam de ser puníveis penalmente -29º, nº4 (2ªparte) CRP +2º, nº2 CP ->
aplicação retroativa da LN descriminalizadora.
o Procedimento criminal: não se pode iniciar ou extingue-se com a entrada em
vigor da LN.
 Já ocorreu o trânsito em julgado (não há nada a fazer, não é possível
recorrer) da sentença penal condenatória: “cessam a execução e os
seus efeitos penais” (2º, nº2 CP)

 Não podem ser punidos penalmente mas será que podem ser punidos
contraordenacionalmente com base na LN?
o Sucessão de leis de diferente natureza jurídica: 2º,n º4 CP + 3º, nº2 DL nº
433/82 = não podem resolver esta questão.
o LN: lei descriminalizadora + lei contraordenacionalizadora
o 3º, nº1 DL nº 433/82: lei contraordenacional só se pode aplicar aos factos
praticados depois do seu início de vigência = factos praticados não podem ser
retroativamente punidos como contraordenação.
o Factos perderam relevância penal + relevância contraordenacional
 Inclusão na LN de uma norma transitória que estabeleça a punição como
contraordenação dos factos praticados na vigência da LA (penal);
 Inclusão no RGC de uma norma deste tipo.

02.09.
C. consequências do pp da aplicação da lei penal favorável
3. lei penal intermédia

 Lei penal que não está em vigor:


o Nem no momento da conduta;
o Nem no momento do trânsito do julgado da sentença.
 Lei intermédia: é aplicada se for mais favorável que a lei do tempus delieti + lei do
momento em que se forma o caso julgado.
 É retributiva + ultra-ativa.

Ex. mato a sara no dia 10 de novembro de 2023, LA= 2-10 anos /artigo 158º, 2º,a ...

04.10.
Lei nº59/2007: alterou o atual 2º, nº4 do CP

Lei nº48/2007: acrescentou o 375º A CPP


Este art. eliminou de vez o inconstitucional obstáculo do caso julgado, que deixou então de
impedir a aplicação retroativa da lei penal mais favorável.

c. Consequências do pp da aplicação da lei penal favorável

6. alteração das causas de justificação:


 Causas de justificação ou causas de exclusão da ilicitude;
 Punibilidade depende também das causas de justificação;
 Proibição da retroatividade da alteração desfavorável e aplicação retroativa da
alteração favorável.

Causas que excluem a ilicitude:


- Legítima defesa – ex. eu C agrido A, porque A agrediu B - 143º - logo, eu C ao abrigo da lei
antiga não seria responsável por nada. A LN diz que se A insultar e B agredir, B agiu em
legitima defesa, C vai ser responsável por ter agredido A, pois passa a ser ilícita - é crime.

- Consentimento.

d. Leis Temporárias
 Lei penal que: (2º, 3).
o Visa prevenir a prática de determinadas condutas numa situação de
emergência ou de anormalidade social -> pressuposto material.
o Destina-se a vigorar apenas durante essa situação;
o Predetermina ela própria a data de cessação da sua vigência -> pressuposto
formal.
 Ex. antes do covid podia se comprar o papel higiénico que quisesse.
Durante o covid só podia comprar 2 embalagens por pessoas, se não
era crime. Atualmente, já não é crime, pode-se voltar a comprar o que
quiser.

 Especialidade do regime da lei temporária: aplicabilidade a todas as condutas nela


previstas e praticadas durante a sua vigência, independentemente de, no momento
do julgamento, já não estar em vigor.
 Regime especial da lei temporária não é exceção ao pp. da retroatividade da lei
penal favorável (29º, 4, CRP):
o Se fosse: seria inconstitucional por violar o 29º,nº4, 2ª parte CRP;
o Alteração da situação fáctica e não uma alteração da valoração político-
criminal;
o Pp. da aplicação da retroatividade

 Sucessão de leis penais

Casos práticos:
1. lei temporária 2º, nº3, dizer o que é, os pressupostos, dizer que é uma especialidade do
regime e explicar, porque é que é uma exceção e não um pp.
Sansa era condenada com pena de multa até 320 dias.

2. não existe norma transitória. Norma/Lei descriminalizadora Artigo 29º, 4º CRP e 2º, nº2
CP. RGC 2º, nº4 e 3º, nº1 – não se pode aplicar retroativamente esta lei. Não se vai puder
iniciar, cessa a ... (pedir a alguém).

3.

06.10.
I. eficácia espacial da lei penal

 Direito internacional penal:


 Direito internacional penal português:

II. Princípios sobre o âmbito de aplicabilidade no espaço da lei penal


portuguesa

1. Pp fundamental da territorialidade: artigo 4º CP, alínea a) – “em território português,


seja qual for a nacionalidade do agente”

Razões:
- material: necessidade prevenção geral e especial;
- processual: investigação e prova do crime mais fáceis.

Artigo 4º., al. a) - “em território português, seja qual for a nacionalidade do agente”.
 lei penal portuguesa aplica-se: factos praticados em território português +
independentemente da nacionalidade do agente.
 Determinação do locus delieti – Estado onde o crime deve ser considerado praticado
– artigo 7º.

o Critério bilateral alternativo: local da prática do facto ou local da verificação do


resultado;
o Conceito muito amplo: evitar conflitos negativos de competência (evitar
impunidade).

Artigo 4º, al. b) - “a bordo de navios ou aeronaves portugueses.”


Abrange: navios ou aeronaves de guerra (militares) e comerciais; águas ou espaço aéreo
internacionais; portos ou aeroportos estrangeiros.

2. Princípios complementares (acrescentam ao artigo 4º novas situações) ou subsidiários


(só vai funcionar caso não dê para usar o artigo 4º) – 5º CP -> crimes praticados no
estrangeiro.

2.1. Princípio da proteção de interesses nacionais – 5º, nº1, al. a)


 Indiferente a nacionalidade do infrator; enumeração taxativa;
 Disposições que visam exclusivamente a tutela penal de interesses do Estado
português:
o Alicerces e funcionamento do Estado de Direito democrático (325º a 334º + 336º
a 345º);
o Independência e integridade nacionais (308º a 321º);
o Segurança das comunicações (221º).
o Competência (principal) tribunais portugueses; aplicação lei penal portuguesa (6º,
nº3).

 Disposições que tutelam interesses portugueses e estrangeiros:


o Interesses do Estado na confiança da circulação fiduciária (262º a 271º)
o Crime lesa diretamente interesses portugueses: competência (principal) tribunais
portugueses; a aplicação lei penal portuguesa (6º, nº3).
o Crime lesa diretamente interesses estrangeiros: competência (subsidiária)
tribunais portugueses; lei penal mais favorável (6º, nº2) – interpretação
teleológica restritiva dos artigos 5º, nº1, al. a) + 6º, nº3.
 Infrações relacionadas com o grupo terrorista + infrações terroristas e infrações
relacionadas com atividades terroristas:
o 8º, nº3 da Lei nº 5 - FALTA.

2.2. Princípio da nacionalidade ativa e passiva – 5º, nº1, al. b)


 Critérios: nacionalidade portuguesa do agente e da vítima.
 Evitar a “fraude” à lei penal portuguesa.
 Pressupostos:
o Nacionalidade portuguesa de ambos, infrator e vítima;
o Não punibilidade ou menor possibilidade do facto segundo a lei do locu delieti;
o Residência habitual em Portugal;
o Infrator seja encontrado em Portugal;
o Haver “fraude” à lei penal portuguesa: deslocação propositada ao estrangeiro.
 6º, nº3 - Aplicação da lei penal portuguesa, mesmo que a lei do país onde o crime foi
praticado seja mais favorável.

2.3. Princípio da universalidade – 5º, nº1, al. c)


 Irrelevante nacionalidade do infrator;
 Valores éticos comuns a toda a comunidade;
 Pressupostos:
o Crimes previstos na alínea c);
o Infrator seja encontrado em Portugal;
o Não possa ser extraditado ou entregue -> abrange: extradição que foi solicitada e
negada / extradição não foi pedida.
 Regra: todos os crimes admitem extradição;
 Exceção: extradição é pedida com uma motivação política – artigo 33º, nº5,
1ª parte CRP
o Artigo 5º Lei nº31/2004, de 22 de julho;
o Resolução da AR nº3/2002, de 20 de dezembro 2001 - art. 2;
o Tribunal Penal Internacional tem competência para julgar: crime de genocídio,
crimes contra a humanidade, crimes de guerra e crimes de agressão (5º/1
estatuto TPI).
o PROBLEMA: Estatuto TPI prevê pena de prisão perpétua; esta pena é rejeitada
pela tradição penal portuguesa; Portugal pode extrair o agente e pedido do TPI?
 Cidadão português: não pode. Agente deve ser julgado em Portugal. Porque
a jurisdição do TPI é subsidiaria das jurisdições penais FALTA

2.4. Princípio da proteção de menores – 5º, nº1 al. d)


 Pressupostos implícito: facto também seja considerado crime pela lei do país onde foi
praticado. Dupla incriminação.

09.10.
2.5. pp da nacionalidade ativa 5º, nº1, al. e), 1ª parte

 Critérios: nacionalidade portuguesa do infrator;


 Pressupostos:
o Nacionalidade portuguesa do infrator;
o Infrator encontrado em Portugal;
o Facto seja considerado crime pela lei do país onde foi praticado e pela lei
portuguesa;
o Crime admite extradição mas não pode ser concedida;
 Regra: proibição da extradição de portugueses -> dever internacional de o
julgar;
 Admitir-se a extradição de portugueses: 33º, nº3 CRP;
 Não é necessário que seja pedido de extradição;
 Aplica-se a lei penal mais favorável - 6º, nº2.

2.6. PP da nacionalidade passiva – 5º, nº1, al. e), 2ª parte

 Critérios: nacionalidade estrangeira do infrator + nacionalidade portuguesa da vítima;


 Finalidade: proteger os interesses dos portugueses;
 Pressupostos:
o Nacionalidade estrangeira do infrator;
o Nacionalidade portuguesa da vítima;
o Infrator encontrado em Portugal;
o Facto seja considerado crime pela lei do país onde foi praticado +

2.7. PP da aplicação supletiva da lei penal portuguesa a crimes cometidos por estrangeiros
contra estrangeiros

 Evitar imputabilidade;
 Pressupostos:
o Infrator seja encontrado em Portugal;
o Extradição/entrega foi requerida e recusada.

2.8. crimes cometidos por pessoas coletivas


*Acabar*

3. Restrições à aplicação da lei penal portuguesa a crimes cometidos no estrangeiro 6º CP


6º, nº1 + 29º, nº5 CRP: ne bis in idem – Segundo o qual ninguém pode ser duplamente
punido pelo mesmo crime.

Caso prático:
a) não se pode aplicar o pp da territorialidade, pois o crime foi aplicado no estrangeiro.
(pedir a alguém). Aplicação do artigo 5º, o pp complementar ou subsidiário em causa é, o
pp da nacionalidade ativa e passiva - 5º, º1 al. b). será sempre aplicada a lei penal
portuguesa, artigo 6º, nº3.

b) deixou de ser crime, logo aplica-se o pp da lei retroativa da lei mais favorável – 2º, nº2
CP.

2.
a) não podemos extraditar um cidadão português 33º, 3º CRP + 32º, 1º, al. b) + 2º da lei
144/99. Não.
b) não se pode aplicar o pp da territorialidade (artigo 7º). Artigo 5º, nº1 al. a), porém este
caso vai lesar interesses brasileiros, logo não se pode aplicar o 5º, nº1, al. a). Recorremos
assim, ao pp da nacionalidade ativa 5º, nº1, al. e). abstrata

11.10.2023
Caso pratico:

3. crime praticado parcialmente no território português (7ºnº1), passou por Portugal. Logo,
aplica-se o pp da territorialidade (4º, al.a)). A lei aplicada é a lei penal portuguesa, ora vai
ser julgado de 3 a 6 anos.

 Fim da primeira parte do programa

II. parte do programa


Teoria geral do crime

 Objetivo: determinar e definir as categorias essências e comuns a todo e qualquer


crime + caracterizar a relação recíproca entre estas categorias.
 Método: ponto de partida – direito penal positivo: método categoria – classificatório
e sequencial.
 Funções:
o Certeza e segurança
o X
o X
o X
o X
o x

Tipicidade – Ilicitude – Culpa

História da evolução

a. Teoria geral do crime positivista-naturalista ou “clássica”


 finais do século XIX/início do século XX;
 Principais autores: Liszt e Beling;
 Crime constituído por 4 categorias:
o Ação: movimento corporal + dependente da vontade + causador de uma
modificação do mundo exterior.
 Críticas: deixava de fora a omissão.
o Tipicidade: descrição externo-objetiva da realização da ação. Não envolvia
juízo de valor negativo sobre a ação.
 Críticas: neutralidade axiológica; excluía quaisquer elementos subjetivos
do âmbito do tipo legal; exclusiva natureza formal-objetiva.

o ilicitude: juízo formal de contrariedade à ordem jurídica positiva – inexistência


de uma causa de justificação.
 Críticas:

o Culpa:
 Críticas:

b. Teoria geral do crime normativista ou “neoclássica”


 Primeiras décadas do século XX;
 Procurou atribuir um conteúdo valorativo às categorias de crime;
o Ação: passou a ser assumida como negadora de valores;´

o Tipicidade + Ilicitude: surgimento de elementos subjetivos; ilicitude passa a ser


material (lesão dos bens jurídicos protegidos pelos tipos legais);
 Críticas: ilícito permaneceu definido como desvalor de resultado;

o Culpa: conceção normativa da culpa pressupõe imputabilidade + não


verificação

c. Teoria geral do crime finalista


 Pós – II Grande Guerra;
 Autor: Welzel;
o Ação humana: finalidade
o Dolo: elemento essencial do tipo legal;
o Ilicitude: passou a ser definida apenas pelo desvalor da ação.
 Apreciação:
o Contribuiu para avanço da teoria do crime;
o Não conseguiu explicar: crimes negligentes + crimes de omissão.
3. Teoria Geral do Crime: conceito normativo-social da ação e as sucessivas
categorias

Conceito normativo-social de ação:


 Compreende a ação + a omissão;
 Não podem ser qualificadas como típicas as condutas que não tenham relevância
social negativa:
o Pressuposto: mínimo de tipificação jurídico-penal: inadequação social da
conduta (reprovação social);
 Atos absolutamente incontroláveis pela vontade humana;
 Incapacidade absoluta de ação exclui a reprovação social. Exclusão da reprovação social

Ex. um caso de sonambulismo/ tsunami – estou debaixo de água consigo vir ao de cima e
tento respirar, porém magoo pessoas nesse processo de tentar respirar. = incontrolável
pela ação humana.

 Conceito pré-jurídico + conceito base de toda e qualquer modalidade de crime (ativo


ou omissivo), doloso ou negligente.

Tipicidade – Ilicitude – Culpa

Tipo legal – causas de justificação: complementaridade material e funcional

Iliitude: desvalor de ação + desvalor de resultado;


- sem desvalor da ação não há ilícito.
- mas, pode haver ilícito sem desvalor de resultado.

Culpa jurídico-penal:

4.1. Tipo de ilícito


 Paradigma: crime de comissão por ação dolosa;
 Crime de comissão por omissão: 10º nº2 e 3º CP.
 Crimes negligentes: 13º CP
 Tipo legal:
o Coconstitutivo do ilícito criminal;
o Função de garantia do cidadão;
o Função político-criminal de proteção dos BJP.

4.2. conteúdo: natureza dos elementos do tipo legal


 Elementos objetivos: são o agente, a conduta/ação ou omissão, o objeto
(pessoa/ coisa sobre a qual recai a conduta), bem jurídico (o que vou proteger);
 Elementos subjetivos: o dolo; (sempre elemento subjetivo e existe nos crimes
dolosos) em certos casos: intenção, motivação, atitude interior.

 Elementos descritivos: significado é suscetível de ser apreendido pelos sentidos

 Elementos normativos: aqueles cujo sentido nos obriga a recorrer a valorações


constantes de outras ordens normativa ou outra linguagem cientifico-técnicas.

4.3. Estrutura: classificação dos tipos legais de crime

1.

16.10.2023
Evolução histórica

a. Teoria da causalidade/das condições equivalentes /da conditio sine qua


non;
b. Teoria da “causalidade” adequada/ da adequação;
c. Teoria da conexão de risco.

a. Teoria da causalidade/das condições equivalentes /da conditio sine qua non


Se a ação não tivesse sido praticada, o resultado não se teria verificado.

Críticas:
- não dá resposta ao casos de causalidade alternativa ou concurso de causas
paralelas;
- não distingue: condições relevantes de condições irrelevantes; (atropelo
alguém e esse alguém só parte o dedo do pé, foi na ambulância e o pneu
arrebentou. Acaba por morrer e a culpa, segundo esta teoria seria minha).
- não basta relação de causalidade.

b. Teoria da “causalidade” adequada/ da adequação;


Ação for considerada idónea/adequada a produzir o resultado ocorrido,
segundo regras de experiência.

 Juízo de prognose póstuma;


 Teoria globalmente apta e válida;
 10º, nº1.
Especiais conhecimentos que o agente tinha/tinha obrigação de ter.
(ex. sou polícia estou exausta e vou buscar a minha filha à escola. Deixo a
arma na areia onde ela estava a brincar, quando regresso a minha filha
encontra a arma e dispara-a matando o seu amigo).

 Ex. crânio trepanado; hemofilia.

-> Intervenção de terceiros;


- ação de terceiro é previsível não interrompe o nexo causal;
- ação de terceiros não é previsível: interrompe o nexo causal.
- previsibilidade ou imputabilidade da experiência social;
- nexo causal deve ser aplicado em concreto.

Hipóteses

Teoria da causalidade – âmbito de proteção da norma e a imputação do


resultado.

 Pressupostos da imputação objetiva;


o Desvalor da ação;
o Desvalor do resultado;
o Conexão típico entre o resultado e a conduta.
 Nexo causal efetivo: resultado efetivamente causado pela
conduta típica;
 Conexão teleológica entre a conduta típica e o resultado típico:
fim da norma violada era precisamente o de evitar o resultado
produzido.
 Pressupostos cumulativos.

c. Teoria da conexão de risco.


Figueiredo Dias

Haverá imputação do resultado à ação quando se verifica cumulativamente


em duplo fator:
 Ação do agente tenha criado um risco não permitido/tenha aumentado
um risco já existente;
 Esse risco tenha conduzido à produção do resultado concreto.

Comportamento alternativo ilícito:


 Mesmo que o agente tivesse atuado licitamente, o resultado produzir-se-
ia na mesma;
 Exclusão da imputação quando:
- certeza/quase certeza de que o resultado se teria produzido na mesma;
- probabilidade/ dúvida razoável (in dúbio pro reo).
 Imputação: necessário nexo causal efeito entre a conduta e o resultado.
 Teoria da adequação + teoria da conexão do risco = dão mesma solução
a estes casos.

18.10.2023
Pedir casos a alguém.

Caso 2:
O Paulo com o objetivo de matar Óscar, mistura na comida deste uma dose
mortal de veneno, só que pouco tempo depois, Diogo, sem saber o que Paulo
fez, zanga-se com Óscar e dispara um tiro em direção deste, acabando Óscar
por morrer. Provou-se que a causa da morte foi o tiro.

R: Paulo vai responder por tentativa de homicídio – praticou uma ação


desvaliosa, era uma ação adequada a causar a morte. Diogo vai responder pelo
crime de homicídio, nexo causal concreto- ação adequada a atingir o resultado –
teoria da adequação. Vai responder pela sua forma consumada – homicídio
doloso 131º CP, morte objetivamente imputável.

Caso do ppt de segunda (Amélia educadora de infância):


R: a pancada não era adequada, porque ela tinha o problema de saúde. A morte
da criança deve ser imputada. Caso de conhecimentos especiais do agente (10º
CP). Pois constava de ficha médica, tinha obrigação de a ler. A pancada vai ser
adequada a causar a morte da criança em concreto, pois ela tinha obrigação de
ter conhecimento do problema de saúde. A morte vai ser objetivamente
imputada à educadora de infância.

20.10.
V e F:
1. V
2. F, é do sistema dualista
3. V
4. V
5. F, aplicadas pelas autoridades administrativas.
6. F, competência reserva relativa da AR.
7. V, o papel desempenhado pela culpa é o pressuposto e limite máximo.
8. V

1. refira-se às finalidades da pena consagradas no nosso código Penal.


2. quais as principais diferenças entre o DP e o Direito Civil.
R: DP vem do ramo do direito publico e o direito civil do direito privado.
3. quais as exigências que resultam do pp da legalidade penal. Gravado.
4. relacione a conceção ético-social do bjp e a Constituição democrática.
Gravado.

06.11.2023
Pedir o caso 3.

4. Comportamento alternativo lícito. Pedir a resolução a alguém.

Dolo do tipo e erro


- elemento objetivo e subjetivo

Dimensão psicológico-intelectual:
- ilícito doloso;
- dolo do facto, dolo do tipo ou dolo da factualidade típica;
- conhecimento das características/elementos do facto descrito no tipo legal +
vontade de realizar este facto.

Dimensão ética:
- culpa dolosa;
- dolo-culpa;
- atitude ético-pessoal de oposição ou de indiferença do agente perante o bem
jurídico-penal.

Dolo do tipo – estrutura

Ilícito doloso = elemento intelectual + elemento volitivo


1. Elemento intelectual: representação, pelo agente, no momento em que
pratica a conduta, de todos os elementos ou circunstâncias constitutivas do
tipo ilícito objetivo.
- erro sobre a factualidade típica (16º, nº1, 1ª parte):
a. erro sobe o objeto;
b. erro na execução;
c. erro sobre o processo casual;
d. erro sobre a adequação;
e. desconhecimento da proibição legal.

2. Elemento volitivo: vontade /conformação com a realização do facto típico.


- espécies de dolo 14º
i. Dolo direto;
ii. Dolo necessário;
iii. Dolo eventual.

a. erro sobe o objeto (pessoa ou coisa)


 identidade do objeto atingido = da identidade representada pelo agente;
 Identidade tificamente diferentes -> relevância -> exclusão do dolo
o Agente: tentativa do crime projetado – se punível 23º, nº1 + crime
consumado por negligência – 13º;
 Identidade tipificamente iguais -> irrelevância
o Agente: crime doloso consumado (se houver culpa)

Ex: Mato uma pessoa a achar que é a que quero matar, mas acaba por não ser
(mesmo tipo legal de crime) – artigo 131º, respondo pelo crime consumado, ou
seja, pela morte da pessoa que matei por engano, e a título doloso.

Roubo um anel a pensar que era da cartier (tentativa de furto qualificado) –


204º, mas afinal acaba por ser da parfois (teria de ser forma consumada por
negligência) – não existe artigo que fale de furto por negligência, logo não
pratico o crime de forma consumada – só é aplicado o artigo 23º, nº1, porque a
tentativa já é punível.

b. erro na execução
agente atinge objeto diferente daquele que projetou atingir

 Doutrina maioritária: erro é sempre relevante (haja ou não coincidência


típica entre objetos) -> exclusão do dolo.
o Agente: tentativa do crime projetado + crime consumado por
negligência – 13º.
 Doutrina

c. erro sobre o processo casual


 Crime de processo causal típico/execução vinculada: relevância ->
exclusão do dolo
o Agente: crime fundamental (crime de processo atípico); não
existindo: tentativa

 Crime de processo casual atípico/execução livre: irrelevância -> basta


relação de adequação entre resultado e ação.
o Agente: crime doloso consumado (se houver relação de adequação).

15.11.2023
a. Legítima defesa
exclui-se a ilicitude se se verificar preenchidos os seus pressupostos.

i. Doutrina geral
 Ação típica será, em princípio, ilícita;
 Juízo de ilicitude = verificação do tipo legal + inexistência de causa de
justificação -> causa de exclusão da ilicitude
 Tipo legal – causa de justificação: relação de complementaridade material
e funcional
 Causa de justificação: aprovação jurídica
 Autonomia:
o Formal: não sujeitas ao pp de legalidade;
o Sistemática.

ii. Erro sobre os pressupostos objetivos 16º, nº2


 Agente pensa (erroneamente) que se verifique os
elementos/pressupostos objetivos de uma causa de justificação, quando,
na realidade, não se verificam. -> erro sobre a realidade fáctica – tratado
no âmbito da ilicitude

Diferente desconhecimento da situação objetiva justificante: verificam-se


todos os elementos objetivos de uma causa de justificação, mas o agente
pensa que não se verificam
Diferente erro sobre a justificação: agente pensa que está justificado
quando, na verdade, a ordem jurídica não considera essa situação como
causa de justificação -> erro sobre a ilicitude -> tratado no âmbito da
culpa.

Erro sobre os pressupostos objetivos de uma causa de justificação 16º, nº2:


 Exclui o dolo (ilícito praticado);
 ilícito negligente (culpa negligente e ilícito seja punível a este título).

a. legitima defesa - Artigos 31º e 32º


31º, nº1 e nº2, a) + 32º:
Evolução histórica:
 1ª fase (1ª metade século XIX – anos 50 seculo XX) – conceção absoluta
 2ª fase (meados do século XX – atualidade)

Fundamentos:
 Princípio da autoproteção individual;
 Princípio da prevenção geral e especial de dissuasão.

Pressupostos ou elementos constitutivos da legítima defesa (32º):


 Situação de legítima defesa;
 Ação de defesa.

Pressupostos/elementos da legítima defesa:


 Elementos objetivos:
o Situação de legitima defesa;
o Ação de legitima defesa.
 Elemento subjetivo:
o Conhecimento da situação objetiva justificante (se não, licitude).

1) Agressão
- conduta humana dirigida contra interesses/bens jurídicos;
- ação/omissão dolosa + social + juridicamente relevante;
- dolo direto /dolo se necessário /dolo eventual;
- não são atos de agressão: (direito de necessidade defensiva)
 Ataques provenientes de animais – NÃO É LD, MAS SIM DTO DE
NECESSIDADE DEFENSIVA 212º ;
 Perigos resultantes de coisas inanimadas ou de fenómenos naturais;
 Atos executados por pessoas que se encontrem em estado de
inconsciência/sob o efeito de coação física absoluta/de puros atos
reflexos ou automatismos. (ex. convulsões, não se pode agir em LD
contra alguém que está a ter convulsões. Sonâmbulo, etc. aqui usa-
se o dto de necessidade defensiva)

2) Ilicitude da agressão
- Ilícito penal; ilícito civil ou ilícito contraordenacional;
- desvalor de resultado e desvalor da ação.
Ex. hipoteticamente o Daniel insulta a professora e a professora pode agir em
LD. Posto isto, a professora dá-lhe um estalo e o Daniel quer dar-lhe de volta
mas não pode, porque a atitude da professora foi de LD. Se o Daniel a bater
novamente, a sua ação é ilícita.

3) Bens jurídicos suscetíveis de LD


- Bens jurídicos individuais: direitos de personalidade; direitos reais.
- Bens supraindividuais comunitários de fruição individual: ex. tentativa de
danificação/destruição de edifícios públicos. Ou seja, se alguém estiver a
destruir um edifício público e eu vir, posso agir em LD e parar/imobilizar a
pessoa que está a danificar o edifício até a polícia chegar.
- Não podem ser considerados agressão: ex. perturbação da ordem jurídica.

4) Atualidade da agressão
- agressão iminente, já iniciada ou que ainda perdura; (ex. ter a arma no bolso,
pronta para a tirar)
- termo da agressão: atender à finalidade da LD (impedir efetiva lesão bem
j./reiteração/perduração da lesão); (ex. dou socos a alguém, depois paro viro as
costas e vou à minha vida, se a pessoa que eu bati me vier bater está a agir
ilicitamente porque a agressão já tinha acabado)
- dúvidas: agressões contra coisas imóveis (ex. furto); detenção “pacífica” do
objetivo furtado. (ex. furto algo a alguém vou embora e essa pessoa vem atrás
de mim – ao agir é LD, mas se a pessoa não vier atrás de mim e só depois me
encontrar e me bater ou até matar - não é LD)

Ação de Legítima Defesa


 Necessidade do meio
 Defesa: necessária para repelir a agressão (no momento em que é
exercida – juízo ex ante);
 Meio necessário: adequação/idoneidade do meio (para impelir a
agressão) + menor danosidade do meio utilizado -> meio idóneo
menos gravoso p/ agressor. (agir só para impedir a agressão e não
para magoar intensamente)
 Gradualidade da ação defensiva, mas não pode implicar risco para
bens pessoais essenciais.

 Utilização de instrumentos alheios


 Defendente utiliza instrumento/bem de terceiro – meio de defesa:
direito necessidade interventiva (34º); ex. estou na sala de aula,
alguém me agride e eu uso o computador da católica para me
defender – estrago o bem de um terceiro que nada tem a ver com o
assunto, mas não tenho que pagar o estrago porque agi em direito
de necessidade interventiva.
 Agressor utiliza instrumento/própria pessoa de terceiro – meio de
agressão: direito necessidade defensiva (supralegal). ex. a pessoa
que me vai agredir espera que eu entre na sala de aula e quando
entro dá-me com o computador à cabeça.

 LD alheia e a oposição do agredido


 LD alheia: alguém (estranho à situação de agressão) se dispõe a
defender o agredido. Ex. vejo alguém a ser agredido que não se
consegue defender e por isso tento ajudar e agrido o agressor.
 Dever LD alheia: terceiro tem o dever de salvar o bem jurídico em
perigo (artigo 10º, nº2 – dever jurídico de garante, mesmo que bens
sejam patrimoniais; artigo 200º, nº1 – dever geral de auxílio – bens
em perigo de vida, integridade física, liberdade).
 Limites LD alheia: meio necessário + adequado + menos gravoso; a
utilizar pelo terceiro, não pode traduzir-se e maiores danos no
agressor do que aqueles que seriam causados por uma ação de
defesa realizada pelo próprio ou por outro terceiro. Ex. eu sou
paraplégica e vejo alguém a ser agredido, a minha ação de defesa
seria mais danosa que a pessoa que estava a ser agredida pois eu
tenho limitações físicas. Logo, eu não poderia agredir o agressor de
forma mais danosa do que aquela que a pessoa agredida
conseguiria.
 Oposição do agredido:
 Bens jurídicos indisponíveis: oposição irrelevante: LD
alheia, mesmo que a tal defesa se oponha o próprio
titular do bem a afetar pela agressão consentida (ex.
134º) - pode-se e deve-se intervir, em LD alheia,
mesmo que o agredido não queira a minha ajuda.

 Bens jurídicos disponíveis: oposição relevante –


relevância/eficácia da renúncia do agredido à LD (sem
que tal signifique uma justificação da agressão, pois o
agredido não consentiu na agressão) implica a relevância
da sua oposição à LD; atos de defesa praticados pelo
terceiro não estão justificados – seriam ilícitos. Ex. vejo
alguém a roubar o telemóvel a outra pessoa, se a pessoa
que ficou sem o telemóvel não quiser a ajuda não se
pode intervir em LD.

Subsidiariedade da LD privada:
-> face à defesa pelas autoridades policiais
Artigo 21º CRP: “Todos têm o direito de resistir a qualquer ordem que
ofenda os seus direitos, liberdades e garantias e de repelir pela força
qualquer agressão, quando não seja possível recorrer à autoridade
pública.”

Ex. tem um polícia a ver um caso de agressão entre a professora e o Daniel. Eu


vejo isso, vejo que a polícia não faz nada, então intervenho em LD tal como a
professora.

DL nº 457/99 e o pp da “proporcionalidade qualitativa dos bens”


DL, de 5 de novembro

 Objeto e objetivo: estabelecer pressupostos + limites do recurso às armas de


fogo pelas forças policiais.
 artigo 2º, nº1 + 3º, nº1 e 2º do DL nº 457/99: só é permitido em caso de
absoluta necessidade e desde que proporcionado às circunstâncias.
 Artigo 3º - modalidades na utilização das armas de fogo:
- “recurso a arma de fogo” (não contra pessoas): 3º, nº1
O disparo não pode ser dirigido contra as pessoas- não pode atingir
mortalmente/lesar gravemente a integridade física da pessoa visada.

- “recurso a arma de fogo contra pessoas”: 3º, nº2


Ameaça contra os bens jurídicos vida ou integridade física essencial.
(Artigo 3º, nº 2 - 144º) – perguntar a alguém

3.º DL n.º 457/99 Recurso a arma de fogo


1 - No respeito dos princípios constantes do artigo anterior e sem prejuízo do disposto no n.º 2 do presente
artigo, é permitido o recurso a arma de fogo:
a) Para repelir agressão atual e ilícita dirigida contra o próprio agente da autoridade ou contra terceiros;
b) Para efetuar a captura ou impedir a fuga de pessoa suspeita de haver cometido crime punível com pena
de prisão superior a três anos ou que faça uso ou disponha de armas de fogo, armas brancas ou engenhos
ou substâncias explosivas, radioativas ou próprias para a fabricação de gases tóxicos ou asfixiantes;
c) Para efetuar a prisão de pessoa evadida ou objeto de mandado de detenção ou para impedir a fuga de
pessoa regularmente presa ou detida;
d) Para libertar reféns ou pessoas raptadas ou sequestradas;
e) Para suster ou impedir grave atentado contra instalações do Estado ou de utilidade pública ou social ou
contra aeronave, navio, comboio, veículo de transporte coletivo de passageiros ou veículo de transporte de
bens perigosos;
f) Para vencer a resistência violenta à execução de um serviço no exercício das suas funções e manter a
autoridade depois de ter feito aos resistentes intimação inequívoca de obediência e após esgotados todos
os outros meios possíveis para o conseguir;
g) Para abate de animais que façam perigar pessoas ou bens ou que, gravemente feridos, não possam com
êxito ser imediatamente assistidos;
h) Como meio de alarme ou pedido de socorro, numa situação de emergência, quando outros meios não
possam ser utilizados com a mesma finalidade;
i) Quando a manutenção da ordem pública assim o exija ou os superiores do agente, com a mesma
finalidade, assim o determinem.

2 - O recurso a arma de fogo contra pessoas só é permitido desde que, cumulativamente, a respetiva
finalidade não possa ser alcançada através do recurso a arma de fogo, nos termos do n.º 1 do presente
artigo, e se verifique uma das circunstâncias a seguir taxativamente enumeradas:
a) Para repelir a agressão atual ilícita dirigida contra o agente ou terceiros, se houver perigo iminente de
morte ou ofensa grave à integridade física;
b) Para prevenir a prática de crime particularmente grave que ameace vidas humanas;
c) Para proceder à detenção de pessoa que represente essa ameaça e que resista à autoridade ou impedir
a sua fuga.

Não posso utilizar uma arma de fogo contra o agressor se não estiver em
causa a integridade física. Só a necessidade não basta.

Taipa de Carvalho: “as implicações resultantes deste diploma alteram


substancialmente a configuração da causa de justificação legítima defesa, na medida em
que esta exigência da ‘proporcionalidade qualitativa’ também se aplica à legítima defesa
privada, isto é, à legítima defesa exercida pelo agredido ou por um terceiro particular”
Porque…
→ 272.º/1, parte final CRP
→ 21.º, 2.ª parte CRP
→ DL n.º 457/99
→ Diferença entre LD privada (particulares) e LD pública (forças policiais): necessidade do meio de
defesa
3.º/1, a) + 3.º/2, a) DL n.º 457/99
- pressupostos da justificação por LD: necessidade do meio + proporcionalidade
qualitativa (entre bens j. objeto da agressão e da ação de defesa)
- 34.º, c); bens j. qualitativamente superiores: vida, integridade física essencial
e liberdade (física, de movimentos, liberdade sexual)

Elemento subjetivo:
 Conhecimento da situação objetiva justificante: conhecimento da
situação da LD (de todos os elementos/pressupostos objetivos da
justificação por LD).
 Não se verificando elemento subjetivo: facto não é justificado – ilícito

Ex. tenho uma quinta e o Daniel vai saltar o muro e fruta me as maças. Eu
chateada dou lhe um tiro com a minha caçadeira. Posso ou não usar a arma de
fogo? Há meios menos danosos, para além disso só posso usar arma de fogo
só se estiver em causa a vida ou integridade física essencial da minha pessoa.
A minha ação, logo, foi ilícita. não há Proporcionalidade qualitativa do bem

Relativamente aos inimputáveis (segundo o livro): Taipa entende, pode se sim


agir em LD contra os inimputáveis, mas se puder fugir tanto melhor, pois é um
meio menos gravoso.

b. Direito de necessidade
34º + 31º,nº1 e 2, b)

Situação de perigo atual que só pode ser neutralizada mediante a lesão de um


interesse/bem jurídico de uma 3ª pessoa alheia à criação da situação de
perigo.

Fundamentos: pp da solidariedade.

Situação de necessidade - elementos


1. Bens/interesses jurídicos:
 Bens em perigo: não têm de ser jurídico-penais
 Bens a sacrificar: têm de ser jurídico-penais (se não – 339º CC)

2. Atualidade do perigo: situação de perigo já existe ou está iminente.


3. Adequação da ação: idoneidade + menor danosidade.

4. Auxílio necessário ou direito de necessidade alheia


 Ação salvadora pode ser praticada por um terceiro;
 Direito-dever de necessidade: quando recair sobre o terceiro o dever
jurídico de garante (10º, nº2) ou dever geral de auxílio.

Direito de necessidade – pressupostos


1. Sensível superioridade do interesse a salvaguardar
 34º b);
 Ponderação dos bens.

2. Não provocação da situação de perigo


 34º a);
 Pessoa cria voluntariamente um perigo para os seus próprios bens
jurídicos: interpretação teleológica funcional – correção restritiva do
termo “voluntariamente”;
Só fica excluído o direito de necessidade quando aquele, que criou o
perigo para os seus próprios bens, o fez com o objetivo de lesar os bens de
3º (intencionalmente).

 Pessoa cria voluntariamente um perigo para os bens jurídico de uma


outra pessoa: direito de necessidade permanece.

3. Razoabilidade ético-jurídica do sacrifício do bem jurídico de terceiro.


 34º c);
 Limite: núcleo irredutível da dignidade e da autonomia pessoa individual
(vida, integridade física/psíquica/mental e liberdade);
 “instrumentalizável” a favor da solidariedade.

Elemento subjetivo:
 Conhecimento da situação objetiva justificante:
conhecimento/representação

Casos práticos:
1. “Debora arromba a porta de casa do vizinho, Bernardo para ir buscar água
necessária para um incendio. Quid iuris?”
R: artigo 190º, nº3 CP, direito de necessidade 31º, nº1 e 2; 34º, al. b) e c)
Débora não vai ser responsabilizada, pois está justificado, exclui-se a ilicitude.

2. “sara arromba a porta de casa do vizinho...”


R: estava em causa o elemento da não provocação de perigo, fazendo uma
interpretação teleológica (para o Professor Taipa). Não foi intencionalmente,
portanto não vai ser responsabilizada.

3. “Carlos...”
R: legitima defesa por a violar, está justificada. Direito de necessidade, para
partir a peça de cristal.

4. “Chandler...)
a) estamos perante um direito de necessidade, logo a ação de mónica está
justificada, exclui-se a ilicitude não sendo responsabilizada pelo dano.

b) erro sobre os pressupostos objetivos (16º, nº2). Há crime por negligencia


148º, neste caso não havia negligência.

5. Doente em estado muito grave prestes a morrer, vou em excesso de


velocidade para ir buscar o doente para o hospital.

a) Posso exceder o limite de velocidade para o levar para o hospital? 291º CP –


porém, com base no direito de necessidade poderia exceder sim o limite.

c. Conflito de deveres
artigo 31º, nº1 e 2º, al. c) + artigo 36º, nº1

 Fundamentos: impossibilidade de cumprir os 2 deveres de ação


 Pressupostos:
o Impossibilidade de cumprir os dois (ou mais) deveres jurídicos;
o Cumprimento do dever jurídico (não tem que ser jurídico penal)
superior ou de um deles. (ex. entram dois pacientes um com uma
facada quase nem se sabe se sobrevive e o outro que tem o pé
torcido, vai se auxiliar primeiro o paciente da facada)

Critérios de ponderação/hierarquização dos deveres


a) Valores dos bens jurídicos:
 Regra: pessoais + importantes que os patrimoniais
Penais + valiosos que os não penais
b) Gravidade dos danos
Prevalência da ação impeditiva de danos mais elevados.

c) Grau de perigo
 Prioridade daquele que não pode esperar nenhum tempo pela
intervenção (risco mais iminente);
 Igualdade prevalece o dever de salvar a vítima sobre salvar o criador
de perigo;
 Imponderabilidade da vida humana: irrelevância da quantidade ou
qualidade das vidas em conflito.

d) Espécie do dever jurídico


Dever jurídico de garante (10º, nº2) prevalece sobre o dever levar de auxílio
(200º)
(ex. sou médico, aparecem nas urgências duas pessoas em estado igual, mas
uma delas é o meu filho. Logo tenho que socorrer primeiro o meu filho).
(Porem, se o grau de perigo não for igual e o meu filho estiver melhor que a
outra pessoa, socorro a outra pessoa primeiro).

III. Causas de justificação


d) Obediência hierárquica

31º, nº1 e 2º al. c) + 36º, nº1 e 2 ( apenas o 2º - 271º, nº3 CRP) + 348º, nº1 e 2
+
Lei 35/2014 – artigo 73º, nº 2 e 8 + artigo 177º, nº 5

 Implica relação de subordinação/hierarquização


 Pressupostos:
 Formais: competência material-abstrata
Forma que a ordem deve observar

 Material-concreto: ordem traduz-se numa concretização do direito na


situação concreta (conformidade do conteúdo à lei)

1. Ordem formal e materialmente legítima


- dever de obediência: 348º + 73º, nº2, f) e nº8 da Lei 35/2014
- ordem não executada com diligencia necessária/devida: ilícito, LD do
particular.

2. Ordem formalmente ilegítima


- incompetência material-abstrata ou incumprimento das formalidades;
- não é devida obediência hierárquica;
- se executar a ordem: ilícito (do interior e superior); LD do particular

3. Ordem formalmente legitima mas materialmente ilícita


- ordem jurídica nunca impõe o dever de obedecer a uma ordem ilícita;
- em caso de dúvida: princípio da presunção da conformidade ao
direito/princípio da aparência da juridicidade intrínseca da ordem
formalmente legítima/critério do superior hierárquico.
 A) ordem formalmente legitima mas da sua execução resulta
ilícito não criminal;
 B) ordem formalmente legítima mas da sua execução resulta
ilícito criminal.

Copiar quadro

III. Causas de justificação


e. consentimento

31º + 38º + 39º

 Pode excluir a tipicidade (causa de atipicidade, acordo)


Pode excluir a ilicitude (causa de exclusão da ilicitude)
Pode diminuir o ilícito (causa de diminuição do ilícito)

 Fundamento: pp da autonomia ou autodeterminação individual


 Pressupstos – 38º:
 X
 X
 X
 X

Pressupostos:
1. Bem jurídico:
a) Disponibilidade do bem jurídico
 bens indisponíveis:
- Vida;
- Integridade física essencial (144º - lesão grave, privar de órgão,
desfigurar);
- Dignidade ou personalidade humana;
- Obras de arte “catalogadas” oficialmente com de interesse cultural
público;
- instalações de uma empresa em funcionamento;
- bens jurídico patrimoniais comunitários.

 Bens disponíveis:
- Honra (180º a 184º e 187º);
- Bens jurídicos patrimoniais;
- Integridade física não essencial (143º, exceto se forem graves ou
irreversíveis).

b) Facto lesivo do bem jurídico não ofenda os “bons costumes”

2. liberdade de consentimento
- pressupõe capacidade de compreensão do sentido da decisão de
autorização na heterolesão + efeitos do ato de lesão consentido;
- 38º, nº3: 16 anos + discernimento necessário para avaliar o sentido e
alcance do consentimento;
- menores de 16 anos/maiores de 16 anos + anomalia psíquica:
consentimento – representante legal (age no interesse do incapaz);
- oposição do representante legal (intervenções médicas – 156º, nº1):
artigos 91º e 92º, nº 1 da lei nº 147/99;
- consentido plenamente livre (38º, nº2).

3. Forma de consentimento
- 38º, nº2: escrito, oral, gestual

4. Revogabilidade do consentimento
- 38º, nº2: consentimento revogável a qualquer momento ate à execução
do facto
5. Elemento subjetivo
- 38º, nº4: conhecimento da situação objetiva justificante – conhecimento
do consentimento.
Consentimento presumido – artigo 39º
 Equiparado ao consentimento efetivo (39º, nº1);
 Pressupostos:
o Necessidade urgente de praticar um facto;
o Impossibilidade de o titular do interesse/bem jurídico declarar o seu
consentimento;
o Presunção de que este, se pudesse, consentia efetivamente no facto.

No âmbito médico 156º e 157º.

Modelo de resposta: causas de justificação

Casos práticos:
2. “Raquel Murillo”...
a) R: obediência hierárquica, cessa quando a execução da ordem resulta da
prática de um crime 271, nº3 CRP + 36º, nº2 CP + 177º, nº5 da lei 35/14. Não
tinha que cumprir com a ordem, mas cumpriu, ou seja, ambos vão ser
responsabilizados. Alicia responsabilizada por factos ilícitos.

b) R: legítima defesa alheia logo, as lesões dele vão ser justificadas e não vai ter
responsabilidade penal. Todos os pressupostos foram cumpridos.

3. “Maria, médica...”
R: 134º, nº1 CP

Modelo de resposta:

29.11.
8. Culpa jurídico-penal
 Responsabilização jurídico-penal = tipicidade + ilicitude + culpa

 Não há pena, não há responsabilidade penal sem culpa - > absolvição ou


aplicação de uma medida de segurança.

 Culpa da personalidade: personalidade é culpada por não ter cumprido,


ao longo e na sua existência comunitária, o mandato existencial de
conformação/construção do seu ser, da sua pessoa, de acordo com as
exigências ético-sociais consideradas fundamentais e indispensáveis à vida
em comunidade.

 Censura-se o agente:
o Personalidade/atitude ético-pessoal de oposição ou indiferença
(culpa dolosa) OU
o Descuido ou leviandade (culpa negligente) perante as exigências
ético-sociais de respeito pelos bens jurídico-penais.

Artigo 9º + 19º + 20º + 295º CP


DL 401/82 de 23 de setembro -

Imputabilidade jurídico-penal:
 Pressupostos do juízo de culpa;
 Duplo elemento – artigo 20º, nº1 a contrario
o Elemento intelectual: avaliação da ilicitude do facto praticado.
o Elemento volitivo: autodeterminação de acordo com a avaliação feita
sobre a ilicitude do facto.

 Categorias de inimputabilidade:
o Inimputabilidade por anomalia psíquica: 20º, nº1
o Inimputabilidade em razão da idade: 19º
 Menores de 16 anos;
 Subtrair o jovem às consequências negativas que adviriam de
condenação penal + cumprimento da pena de prisão;
 Responsabilidade penal dos “jovens adultos” (16-21 anos):
regime especial 9º CP + DL nº 401/82, de 23 de setembro (1º,
nº1 e 2º, 4º, 5º e 6º). (14-15 anos - aplica-se a lei titular
educativa)

Inimputabilidade transitória autoprovocada:


 Autocolocação num estado transitório de completa inimputabilidade,
por efeito da ingestão de álcool ou do consumo de drogas ou de
fármacos.
 Agente pratica facto típico:
o 20º, nº4 - actio libera in causa preordenada – dolo direto
o 295º - Actio libera in causa, actio libera in causa negligente:
 Dolo necessário/eventual;
 Negligência consciente/ inconsciente.
04.12.
b) Erro sobre a ilicitude
artigo 16º, nº2 + 17º, nº1 e 2

 Teorias/posição:
o Teorias do dolo (teoria estrita e teoria limitada);
o Teorias da culpa (teoria estrita e teoria limitada);
o Posição Professor Taipa de Carvalho. (acolhemos esta posição)

 Solução acolhida pelo CP – 17º + 16º, nº2


o Erro sobre a ilicitude não censurável: exclui a culpa; não revela
indiferença – 17º, nº1;
o Erro sobre a ilicitude censurável: há culpa; agente punível pelo crime
doloso; pena pode ser atenuada – 17º, nº2;
o Erro sobre os elementos de uma causa de justificação: exclui o dolo
da factualidade típica – 16º, nº2;

 Espécies de erro sobre a ilicitude:


o Erro sobre a proibição/ilicitude de ação –> crimes de ação;
o Erro sobre a imposição de ação/ilicitude da omissão -> crimes de
omissão;
o Erro sobre a justificação/permissão -> pensa contexto justifica
(excludente da ilicitude) (erro sobre a existência/limites causa
justificação).

Ex: pertencemos a uma tribo, alguém trai a tribo e o castigo é queimar alguém
com a palavra “traidor”. A polícia intervém e diz que é crime, uma ofensa à
integridade física – existe um erro sobre a ilicitude

06.12.
1. Causas de desculpa
(Diferente das causas de justificação)

Causas de exclusão de culpa:


 Inimputabilidade;
 Erro sobre a ilicitude não censurável;
 Causas de desculpa em sentido estrito.

Causas de desculpa em sentido estrito:


 Agente imputável + consciente da ilicitude, sabe que a situação em que se
encontra não justifica o seu facto típico;
 Não revela indiferença perante o bem jurídico lesado;
 Pressupõem situações de conflito de interesses;
 Não se verificam todos os pressupostos das causas de justificação (facto
ilícito).

II. Causas de desculpa em sentido estrito


Causas de desculpa gerais:
c. Excesso d e legitima defesa asténico não censurável – 33º, nº2;
c. Estado de necessidade desculpante – 35º;
c. Obediência indevida hierárquica – 37º;

Causas de desculpa especiais:


Parte especial do CP ou em legitimação avulsa (ex. 367º, nº5, al. b)).

Aplicação analógica das causas de desculpa:


 Causas de justificação + causas de desculpa podem ser aplicadas
analogicamente a situações não previstas;
 x

a. artigo 33º
1. Excesso de LD
 Excesso intensivo: meio de defesa desnecessário – 33º, nº1 -> diretamente
(33º, nº2);
 Excesso extensivo: não atualidade da agressão -> aplicação analógica (33º,
nº2)
 Excesso está no “quanto” da ação de defesa que é desnecessário.

2. espécies de excesso de LD
 Excesso de LD asténico: perturbação/medo/susto – 33º, nº2 ->
o desculpado se não censurável;
o censurável: forças de segurança públicas + privadas (culpa por
assunção). Pena especialmente atenuada –33º, nº3.
 Excesso de LD esténico: ira/rancor/retaliação/vingança -> nunca
desculpável + pena especialmente atenuada (33º, nº1).
b. Estado de necessidade desculpante
 Pressupõe situação de conflito resolvida de modo ilícito (não respeitou
pressupostos do artigo 34º.)

Pressupostos:
 Atualidade de perigo;
 Adequação + indispensabilidade da ação salvadora;
 Bens jurídico-penais em perigo: integridade física, liberdade, vida, honra;
 Bens jurídicos em perigo pertencem ao agente ou a terceiro -> Taipa de
carvalho: pessoa com a qual o agente tem especial vínculo pessoal.
Vínculo co ou sem fundamento legal, basta relação de “proximidade
existencial”.
 Elemento subjetivo: animus salvandi (motivação principal salvar o bem
jurídico)

Negação da desculpa dos agentes:


 Têm o dever jurídico institucional/profissional de suportar o perigo:
policiais, bombeiros, soldados, socorristas;
 Pelo menos negligentemente se colocaram na situação de perigo:
previsibilidade (nega-se a desculpa) /imprevisibilidade (há desculpa).

c. Conflito de deveres desculpante


X

d. Obediência indevida desculpante – artigo 37º


 36º, nº2: cessa dever de obediência quando conduzir à prática de um crime;
 Não é verdadeira causa de desculpa

11.12.2023
Modelo de resposta: inimputabilidade autoprovocada preordenada: 20º, nº4
 Culpa;
 Imputabilidade penal:
o Pressuposto juízo culpa;
o Duplo elemento: elemento intelectual (avaliação ilicitude de facto) +
elemento volitivo (autodeterminação de acordo com avaliação);
o 19º e 20º CP.
 Inimputabilidade autoprovocada preordenada – 20º, nº4
o X pratica o facto num estado de inimputabilidade: no momento em
que pratica o facto não tem capacidade de avaliação da ilicitude do
facto que pratica ou não tem a capacidade de se determinar de
acordo com esse juízo de ilicitude – 20º, nº1;
o X colocou-se nesse estado de inimputabilidade voluntariamente e
com o propósito de nesse estado praticar o crime Y (dolo direto);
Responsabilidade pelo crime Y (20º, nº4).

Modelo de resposta: causas de desculpa em sentido estrito


 Responsabilidade penal = prática de facto típico + ilícito + culposo
 Ilicitude: tipo legal + inexistência causa justificação;
o Causa de justificação: X (artigos...)
 Fundamento;
 Elementos: objetivos e subjetivos.
 Culpa: causa de desculpa + artigo;
 Conclusão: exclui ou não a culpa;

III. Erro sobre as causas de desculpa


1. Erro sobre os pressupostos de uma causa de desculpa:
 Representação errónea da realidade;
 16º, nº2 – exclusão do dolo;
 16º, nº3 – agente será punido por crime negligente (houver: negligencia +
facto típico e ilícito for punível a este título).

2. Desconhecimento dos pressupostos da causa de desculpa:


 Verificam-se todos os pressupostos da causa de desculpa, mas o agente
pensa que não;
 Não tem relevância – age com culpa dolosa – praticado por crime doloso.

3. Erro sobre a desculpa:


 Agente pensa que facto praticado é desculpado, mas não é;
 Erro sobre a imputabilidade penal;
 Erro é irrelevante.

4. Desconhecimento de desculpa:
 Agente representa os pressupostos, mas não sabe que a lei desculpa;
 Desconhecimento é irrelevante – não impede desculpa do agente.

Casos práticos:
1. Kendall sabe que, quando se embriaga, fica bastante,...
R: Actio libera in causa preordenada – artigo 20º, nº4, ora coloca-se naquele
estado de inimputabilidade para ganhar coragem para praticar o crime, pois
sabia que só assim ganharia coragem. Objetivo principal com o estado de
embriaguez: cometer o crime – dolo direto. Há culpa dolosa, é um crime de
ofensas corporais 143º, nº1.

2. Dwight vê que o seu filho,...


R: Erro sobre a ilicitude, valoração da realidade – pois ele achava que o critério
era o de que estava mais perto da ambulância era quem deveria ir primeiro.
Porém, não é esse o critério, cometendo um crime. É censurável (17º, nº2),
porque tem obrigação de saber quem socorrer primeiro – não se pode excluir a
culpa. Responsabilizado por crime de ofensas à integridade física graves, 144º.
Não é aceitável atenuar a pena, porque o erro é gravíssimo, tendo em conta que
é um médico do inem.

1. John Snow,...
A) Está em causa a LD alheia, e neste caso os pressupostos verificam-se.
Excluímos a ilicitude.

B) Erro sobre os pressupostos objetivos de LD. Artigo 16º, nº2 – excluímos o


dolo. Há possibilidade de negligência - 148º, nº1.

C) Erro sobre a ilicitude, (sobre a justificação) valoração da realidade - porque


acha que é lícito, mas na verdade é ilícito. Artigo 17º. É censurável, não
excluímos a culpa, podendo ser responsabilizado pelo crime de ofensas
corporais.

15.12
2. Alexandra e simão,...
R: crime de favorecimento pessoal, mas o nº5 al. b) do artigo 367º, afirma que a
lei vai excluir a culpa não sendo a pessoa responsabilizada. Recorrendo à
analogia.
3. Penny,...
a) excesso de LD, situação ilícita. Causa de desculpa excesso intensivo artigo
33º, nº1 e asténico 33º, nº2. Verificam-se os pressupostos, excluindo-se a culpa,
não sendo censurável.

b) não há qualquer medo, excesso de LD esténico, há vingança 33º, nº1 – nunca


desculpável. Dolo direto de penny, responsabilizada pela morte de Sheldon. Não
há como atenuar a pena.

c) erro sobre a ilicitude, censurável.

4. Dwight,...
R: erro sobre a desculpa. Agente pensa que facto praticado é desculpado, mas
não é. O erro é irrelevante.

5. Frederica,...
R: erro sobre o pressuposto do estado de necessidade desculpante – artigo 34º.
Artigo 35º, nº1, será censurável.

Revisões
1. Carolina,...
R: de acordo com o artigo 156º, nº4, Carolina pode responsabilizar o médico nº1
+ 157º.

2. Alzira,...
R: ...não pode deixar de desconsiderar com pedra angular a pessoa humana e a
sua dignidade da pessoa humana e é imposta pelo próprio estado de direito.
Artigo 17º, nº1. É censurável, mas podemos atenuar especialmente a pena.

3. numa noite fria,...


R: LD, o meio é excessivo, não se vai excluir a ilicitude – excesso intensivo de LD
33º, asténico, porque se deveu ao susto/medo – é censurável pois está em
causa um PSP, logo não se exclui a culpa. A deve ser responsabilizado por crime
de homicídio doloso, mas pode haver uma atenuação especial da pena – artigo
17º, nº1.

4. B convidou A,...
R: erro sobre a ilicitude censurável, não vamos excluir a culpa. pena pode ser
especialmente atenuada.

5. durante um passeio,...
R: caso sobre o consentimento presumido 31º, nº1 e nº2 + 39º. Ana não seria
responsabilizada, se os pressupostos se verificarem todos.

6. Basílio,...
R: não é conflito de deveres, mas sim omissão do médico, ou seja, está em
causa o artigo 35º, quer da desculpação ou não desculpação. Erro sobre a
ilicitude podia ser, mas não tinha a cotação toda.

7. Xavier,...
R: consentimento presumido, o facto de ser testemunha de jeova não vai altera
nada, porque o medico não tinha nenhuma indicação. Tudo indica que ele
queria ser salvo, exclui-se a ilicitude. Se o medico soubesse que ele era
testemunha de jeova, não teria consentido e seria diferente.

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