Você está na página 1de 20

Direito Processual Civil II

EXECUÇÃO JURISDICIONAL

1. CONCEITO DE DIREITO PROCESSUAL


CIVIL → é o ramo da ciência jurídica que estuda
e regulamenta o exercício, pelo Estado, da função
jurisdicional.
Direito processual procura dar a efetividade do direito
material através de seus instrumentos.

• DIREITO MATERIAL → definem os direitos e


obrigações de cada indivíduo.

Professora: Isabel Freitas


Direito Processual Civil II

• DIREITO PROCESSUAL → disciplina o exercício da


jurisdição, refere-se a disciplina das atividades dos
órgãos jurisdicionais (juízes), partes (autor, réu), dos
auxiliares dos órgãos jurisdicionais (serventuários,
escreventes, oficiais, peritos, etc) e do MP, prazos.

Professora: Isabel Freitas


Direito Processual Civil II

2. EVOLUÇAO HISTÓRICA:
1 – Ordenações Filipinas
2 – Regulamento n° 737 de 1850 que regulava o
processamento das causas comerciais
3 – Regulamento n° 763 de 1890 (já República) que estendeu
o Regulamento 737 feitos civis
4 – CF 1891 dividiu a justiça estadual e federal autorizando os
Estados Federados legislar sobre processo

Professora: Isabel Freitas


Direito Processual Civil II

5 – Não deu certo a experiência, então a CF de 1934 atribui


exclusividade a União competência para legislar sobre matéria
processual
6 – Em 1° de março de 1940 entrou em vigor o Código Nacional de
Processo Civil, Decreto –Lei n° 1.608/39, que vigorou até 1973
7 – CPC lei n° 5869/73, lei baseada no anteprojeto feito por Alfredo
Buzaid
8 - CPC lei nº 13105/2015 de 16 de março de 2015, com uma vacatio
legis de 1 ano. Existe um projeto de lei que visa adiar essa vacatio até
julho de 2016.

Professora: Isabel Freitas


Direito Processual Civil II

3. CONCEITOS

PROCESSO → é o método pelo qual se opera a


jurisdição. É o instrumento utilizado pelo Estado-juiz
para realizar a função de prestar a tutela jurisdicional.
PROCEDIMENTO → é a forma material pelo qual o
processo se realiza em cada caso concreto. Conjunto de
atos é a forma como o processo se desenvolve.

Professora: Isabel Freitas


Direito Processual Civil II

JURISDIÇÃO → é dizer o direito em última instância.

4. EXECUÇÃO
Execução: é o instrumento processual posto á disposição
do credor para exigir o adimplemento forçado da
obrigação.
Quando se pensa em execução se pensa em efetivação de
direitos a uma prestação. É um conjunto de meios para
efetivar a prestação devida, fala-se em execução de
fazer/não fazer/dar.

Professora: Isabel Freitas


Direito Processual Civil II

5. CLASSIFICAÇÃO DAS EXECUÇÕES


5) Quanto a origem do título
Execução oriunda de título executivo judicial
Execução oriundo de título executivo extrajudicial

5.1 Quanto à estabilidade: definitiva e provisória


Definitiva → é a execução completa, que vai até a fase final
sem exigências adicionais para o credor-exequente.

Professora: Isabel Freitas


Direito Processual Civil II

Provisória → exige requisitos para credor-exequente.


Art. 1012, §2° → “Nos casos do §1°, o apelado poderá promover
o pedido de cumprimento provisório depois de publicada a
sentença.“

5.2 Quanto à natureza e ao objeto da prestação


execução de fazer
execução de não fazer
entregar coisa

Professora: Isabel Freitas


Direito Processual Civil II

5.3 Quanto à especialidade do procedimento em


face de peculiaridades
execução de alimentos
execução fiscal
execução contra a Fazenda Pública
* Execução contra o insolvente civil

Professora: Isabel Freitas


Direito Processual Civil II

6. PRINCÍPIOS APLICÁVEIS AO PROCESSO


DE EXECUÇÃO (MAIS ESPECÍFICOS)
PRINCÍPIO DA EFETIVIDADE DA EXECUÇÃO
FORÇADA → “o processo deve dar, quanto for
possível praticamente, a quem tenha um direito, tudo
aquilo e exatamente aquilo que ele tenha de
conseguir.” (Alexandre Freitas Câmara)
Os direitos devem ser, além de reconhecidos, efetivados.

Professora: Isabel Freitas


Direito Processual Civil II

PRINCÍPIO DA UTILIDADE DA EXECUÇÃO


FORÇADA → a execução tem que ser útil, tem que
ser um mecanismo de cumprimento da obrigação.
A execução tem que ter utilidade prática e ser efetiva.
Ex: não suspensão do uso da CNH como meio coercitivo.
Sendo possível a apreensão de passaporte do devedor, a
depender do caso.

Professora: Isabel Freitas


Direito Processual Civil II

PRINCÍPIO DO SINCRETISMO → não existe mais o


princípio da autonomia, mas o sincretismo entre cognição
e execução.
PRINCÍPIO DO TÍTULO → a execução de baseia em
um título quer seja judicial ou extrajudicial.
PRINCÍPIO DA BOA-FÉ PROCESSUAL E
COOPERAÇÃO → princípios que reforçam a boa-fé, a
ética processual, o diálogo entre as partes.
Art. 5º: “Aquele que de qualquer forma participa do processo
deve comportar-se de acordo com a boa-fé.”

Professora: Isabel Freitas


Direito Processual Civil II

PRINCÍPIO DA TIPICIDADE DA EXECUÇÃO → deve-se


prezar pelo cumprimento da obrigação que foi contratada,
pactuada.
PRINCÍPIO DA ATIPICIDADE DOS MEIOS EXECUTIVOS
→ as formas para tentar se cumprir a prestação das obrigações estão
no CPC como rol exemplificativo, como o disposto no art. 536: “Art.
536. No cumprimento de sentença que reconheça a exigibilidade de obrigação de
fazer ou de não fazer, o juiz poderá, de ofício ou a requerimento, para a efetivação
da tutela específica ou a obtenção de tutela pelo resultado prático equivalente,
determinar as medidas necessárias à satisfação do exequente.
• § 1º Para atender ao disposto no caput , o juiz poderá determinar, entre outras
medidas, a imposição de multa, a busca e apreensão, a remoção de pessoas e
coisas, o desfazimento de obras e o impedimento de atividade nociva, podendo,
caso necessário, requisitar o auxílio de força policial.

Professora: Isabel Freitas


Direito Processual Civil II

PRINCÍPIO DA RESPONSABILIDADE
PATRIMONIAL → somente o patrimônio do devedor ou
de terceiro responsável pode ser objeto da atividade
executiva do Estado.
O patrimônio, e não a pessoa submete-se à execução, com
exceção da prisão civil por pensão alimentícia.
Esse princípio tem respaldo no “mínimo existencial” e no
“princípio da dignidade da pessoa humana”.
A execução não pode ser tão abrupta a ponto de macular a
dignidade da pessoa humana.

Professora: Isabel Freitas


Direito Processual Civil II

OBS: prisão por depositário infiel, mesmo previsto na


CF, mas conforme tratado internacional assinado
pelo Brasil não se prende mais o depositário infiel.
Súmula Vinculante nº 25: É ilícita a prisão civil de
depositário infiel, qualquer que seja a modalidade do
depósito.

Professora: Isabel Freitas


Direito Processual Civil II

PRINCÍPIO DA TUTELA ESPECÍFICA OU DO


RESULTADO → a execução deve ser específica, deve
propiciar ao credor satisfação da obrigação tal qual
houvesse o cumprimento espontâneo da obrigação pelo
devedor. As regras processuais devem ser adequadas a
essa finalidade.
PRINCIPIO DO CONTRADITÓRIO E DA AMPLA
DEFESA NA REALIDADE DA EXECUÇÃO

Professora: Isabel Freitas


Direito Processual Civil II

PRINCÍPIO DA MENOR ONEROSIDADE PARA


O DEVEDOR → art. 805 do CPC consagra este
princípio: “quando por vários meios o credor puder
promover a execução, o juiz mandará que se faça pelo
modo menos gravoso para o devedor”.

OBS: Esse princípio não afasta o princípio da efetividade!

Professora: Isabel Freitas


Direito Processual Civil II

Ex: penhora sobre um bem que é capaz de garantir o


crédito, e o devedor ter outro bem que também
cobre a dívida, tal penhora deve recair sobre o bem
que traga menor sacrifício para o devedor.

Caso contrário pode caracterizar ato atentatório à


dignidade da jurisdição, art. 599, ex: art. 600, IV.

Professora: Isabel Freitas


Direito Processual Civil II

• PRINCÍPIO DA DISPONIBILADE DA
EXECUÇÃO → art. 775: O exequente tem o direito de
desistir de toda a execução ou de apenas alguma medida
executiva.
• Parágrafo único. Na desistência da execução, observar-se-á o
seguinte:
• I - serão extintos a impugnação e os embargos que versarem
apenas sobre questões processuais, pagando o exequente as custas
processuais e os honorários advocatícios;
• II - nos demais casos, a extinção dependerá da concordância do
impugnante ou do embargante.

O exequente pode desistir da execução, esta é disponível.

Professora: Isabel Freitas


Direito Processual Civil II

PRINCÍPIO DA PROPORCIONALIDADE E DA
ADEQUAÇÃO → deve ser observado na
execução.
Deve-se utilizar meios proporcionais e adequados para
garantir a efetividade da execução, ex: ordem de
nomeação de bens a penhora art. 655, 657, § ú;
vedação de arrematação por preço vil, art. 692; prisão
civil do devedor de alimentos.

Professora: Isabel Freitas

Você também pode gostar