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Relatório da aula teórica do dia 19 de fevereiro

Relatório da aluna Andresa Coentro

 A política não se centra nos meios, centra-se nos fins. E a política cuida
da relação entre os projetos estratégicos dos Homens por mediação
comum.
 A economia centra-se nos meios (e os meios são escassos) e trata da
relação entre o homem e as coisas do mundo.
 O direito não se centra nem nos meios, nem nos fins, o direito centra-se
num binómio. O direito centra-se no binómio fundamento-consequência.
 O direito visa sempre uma determinada consequência.
 O direito só vem à epifania, se nos empenhar-mos que ele venha à
epifania.
 O direito não é meramente uma gramática de imperativos. O direito é
uma específica exigência de validade.
 As sociedades dos nossos dias, são sociedades mosaicas, sociedades
fragmentadas.
 O positivismo foi o último paradigma disponível.
 Utopia: uma ideia que é tudo perfeito.
 O utopismo é perigoso, o utopismo consiste em tentar resolver os
problemas do Mundo sem passar pelo mundo, sem olhar para o Mundo.

Deve considerar-se que o positivismo legalista está superado. A impertinência


da redução do direito à lei, coloca experiencialmente o jurista perante um
problema ineliminável.
Na fase pré-positivista, o direito encontrava o seu sentido decisivo no ius
naturalis, segundo o qual o último fundamento constitutivo do direito era
humanamente indisponível, pois radicava na própria natureza do homem.
Com o positivismo subsequente absolutizaram-se o voluntarismo na
constituição e o legalismo na objetivação do direito, que conjuntamente
modelaram o racionalismo que o tipificou.
Da superação do positivismo resultaram duas grandes ideias: a primeira, foi a
da recuperação da autonomia de cada um dos termos do binómio lei/direito,
passando a compreender-se este último por referência a intenções normativas
trans-legais; e a segunda implicada pela anterior, consistiu na reassunção, por
parte do direito, de uma dimensão material em detrimento do formalismo
proposto pela axiologia positivista.
O homem, quando se decide a partilhar o mundo como um sujeito ético, não
capitula ante a pura lógica dos interesses económicos, nem se submete à mera
força de um poder político, antes invoca o direito, recorrendo a uma validade
transpessoal para fundamentar qualquer pretensão que formule e dirija ao
outro. Sempre que o homem se preocupe em responder a um apelo deste tipo
não poderá deixar de o fazer em consonância com a compreensão que tiver de
si mesmo, pois a referida validade não é mais do que uma sua projetante
recriação. Esta a razão por que o homem pré-moderno apenas se auto-
compreendia por referência às formas comunitárias que sucessivamente o
integraram (a polis, a civitas e a respublica christiana) e via no direito uma
estrutura declarativa da ordem que elas traduziam. Diferentemente, o homem
moderno ousou afirmar a sua autonomia individual contra a comunidade e
empenhou-se em criar sistemas de direito pensados a partir da liberdade
racional que se auto-predicava. Finalmente, neste tempo que é o nosso, já não
deparamos com o homem imerso na comunidade, como na época pré-
moderna, nem com o indivíduo des-solidário da Idade Moderna, mas com o
homem-pessoa, que reciprocamente se reconhece um valor materialmente
densificado pela dialética da liberdade e da comunidade que o entretece, e que
coerentemente se empenha em constituir uma ordem de direito em que se
reveja como um sujeito ético.

4 notas:
1. O sentido não é do domínio da doxa.
2. O sentido não se confunde com qualquer indisponível.
3. O sentido é sempre um a-caminho, o sentido é sempre uma
deveniência. Este sentido radica em problemas.
4. O sentido é experiencialmente radicado.

A determinação do atual princípio normativo do direito


O princípio normativo é um produto cultural resultante do esforço reflexivo do
homem a respeito de si mesmo.
O princípio normativo não traduz a redutiva precipitação, em termos
historicamente contingentes, de um qualquer absoluto imutável, também
aquele absoluto está originária e continuamente, aberto à história, constituindo-
se, reconstituindo-se.
O princípio normativo colhe, no jusnaturalismo, a intenção fundamentante, e
recebe do positivismo, o caráter histórico.
O princípio normativo está para o direito assim como a auto-transcendência
para cada ciclo cultural, razão pela qual é a fundamental e fundamentante
pressuposição normativa que em cada momento temos da nossa compreensão
do direito.
O homem vive entre a sensatez e o delírio, entre a realidade e a imaginação,
entre a história e a utopia, entre a vida e os sonhos, entre a terra e as nuvens,
"entre o tempo e a eternidade".

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