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Universidade Católica de Moçambique

Instituto de Educação à Distância

Métodos utilizados para a recomposição da História de África

Anastácio Agostinho Navathe, Código: 708210101

Licenciatura em ensino de História


Disciplina: História das Sociedades II
Turma: C. Ano Académico: 2º
Tutor: Emilda Anduluce

Nampula, Agosto, 2022

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 Índice 0.5
Aspectos  Introdução 0.5
Estrutura
organizacionais  Discussão 0.5
 Conclusão 0.5
 Bibliografia 0.5
 Contextualização
(Indicação clara do 1.0
problema)
 Descrição dos
Introdução 1.0
objectives
 Metodologia
adequada ao objecto 2.0
do trabalho
 Articulação e
domínio do discurso
académico
2.0
Conteúdo (expressão escrita
cuidada, coerência /
coesão textual)
Análise e  Revisão
discussão bibliográfica
nacional e
2.0
internacionais
relevantes na área de
estudo
 Exploração dos
2.0
dados
 Contributos teóricos
Conclusão 2.0
práticos
 Paginação, tipo e
tamanho de letra,
Aspectos
Formatação paragrafo, 1.0
gerais
espaçamento entre
linhas
Normas APA 6ª  Rigor e coerência
Referências edição em das
4.0
Bibliográficas citações e citações/referências
bibliografia bibliográficas

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Folha para recomendações de melhoria: A ser preenchida pelo tutor

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Índice

Introdução.........................................................................................................................................4

Os mitos sobre a história a África....................................................................................................5

Conceitos de fontes históricas..........................................................................................................6

Tipos de fontes históricos.................................................................................................................6

Métodos e técnicas usadas para reconstrução da história Africana..................................................7

Principais pilares para reconstituição da história africana...............................................................8

Conclusão.........................................................................................................................................9

Bibliografia.....................................................................................................................................10

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Introdução

O trabalho subordina-se com o tema: Métodos utilizados para a recomposição da história de


África, cujo objectivo geral é aprofundar os métodos utilizados para recomposição da história
África. E os específicos são: definir as fontes históricos, mencionar os tipos de fontes históricos e
os métodos e técnicas para reconstrução da história sem deixar de trás os principais pilares para
reconstrução da história da África.

O continente africano não há história, somente as trevas, ao afirmar que a história que existe ali
era exclusivamente dos europeus naquela parte da África. As afirmações do renomado filósofo
alemão não levam em consideração hábitos de vidas distintas do ocidente.

A metodologia usada nesta pesquisa foi de consulta bibliográfica, como forma de fortalecer e
enriquecer o trabalho com auxílio de internet, artigos, brochuras, e algumas obras da história.

Quanto a estrutura, o trabalho está organizada em: índice que permite ao leitor a controlar o
conteúdo que precisa de se informar; introdução; desenvolvimento que são abortados os
conceitos do tema em estudo, conclusão e referencias bibliográficas

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Os mitos sobre a história a África
A África inventada, a ideia de uma história da civilização ocidental criou um equívoco frente à
história da África, e isso está ligado à construção do conhecimento do século XVI-XVII:
racionalismo; XVIII: Iluminismo; XIX: cientificismo; como nos alerta a historiadora Hernandez,

Integra a constituição de um “saber moderno” que permeia a formulação de


princípios políticos, éticos e morais, fundamentando os colonialismos do final dos
oitocentos. Seus efeitos prolongam-se até os nossos dias, deixando fortes marcas
na ciência humanas e, em particular, na antropologia e na historiografia sobre a
África (HERNANDEZ, 2008, p.17).

O ocidente elaborou o seu conhecimento sobre o mundo por meio de “visões sobre o outro”:
Gregos e Romanos: não bárbaros e bárbaros; Idade Média: fiéis e infiéis; Grandes Navegações
(XVI-XVII): povos com almas e povos sem almas; Iluminismo (XVIII): mau selvagem e bom
selvagem; Século XIX: civilizados e primitivos. Essas “visões sobre o mundo” são carregadas de
estereótipos que põem um “olhar imperial” sobre o universo.

Sobre a África, principalmente no século XIX, há um conjunto de escritos carregados de


equívocos, pré-noções e preconceitos, em grande parte pelo desconhecimento. Segundo
Hernandez:

Muito dos estudos foram elaborados com os instrumentos de política nacional,


contribuindo, de modo mais ou menos directo, para uma rede de interesses
político-económicos que ligavam as grandes empresas comerciais, as missões, as
áreas de relações exteriores e o mundo académico (HERNANDEZ, 2008, p. 17-
18).

A prepotência do filósofo alemão é tamanha que não consegue ver no “outro” o que não é
espelho, não pensando que poderia existir outras formas de viver além do padrão eurocêntrico.
Esse tipo de pensamento perpetuou por outros tempos históricos. A concepção de história,
baseada no progresso cientifico – revolução industrial, positivistas - na qual a ideia de evolução
tem como parâmetro a sociedade ocidental se baseia na seguinte premissa: quanto mais próxima
do ocidente, mais evoluída é a sociedade isso não é apenas referente à tecnologia, e sim aos
costumes, crenças, cultura. Dentro dessa perspectiva, o continente africano gerou uma literatura,
em que a “ausência de progresso” provocou a “passividade histórica dos africanos”; teorias
raciais; incapacidade do negro.

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Conceitos de fontes históricas
As fontes históricas são matérias-primas para o trabalho do historiador. Elas consistem em tudo
aquilo que foi feito pelos seres humanos ao longo do tempo, e o seu acesso possibilita a
compreensão sobre o passado. De acordo com o professor José d’Assunção Barros:

“As fontes históricas são as marcas da história. Quando um indivíduo escreve


um texto, ou retorce um galho de árvore de modo que esse sirva de sinalização
aos caminhantes em certa trilha; quando um povo constrói seus instrumentos e
utensílios, mas também nos momentos em que modifica a paisagem e o meio
ambiente à sua volta — em todos estes momentos, e em muitos outros, os
homens e mulheres deixam vestígios, resíduos ou registos de suas acções no
mundo social e natural.”

Essa reflexão nos permite compreender a amplitude dessas fontes. As marcas da história foram
feitas por pessoas ilustres, que tiveram destaques no cenário nacional, mas também por
indivíduos que viveu o quotidiano de forma “anónima”, mas registaram sua presença em um
lugar e em um tempo. Essa ampliação dos tipos e dos acessos às fontes começou no século
passado. Até o século XIX, o uso das fontes era restrito aos documentos oficiais e escritos.

Na minha fraca análise, Fonte Histórica é tudo aquilo que, por ter sido produzido pelos seres
humanos ou por trazer vestígios de suas acções e interferência, pode nos proporcionar um acesso
significativo à compreensão do passado humano e de seus desdobramentos no presente. As fontes
históricas são as marcas da história. ou seja: são documentos produzidos pelos seres humanos ao
longo do tempo e indispensáveis para o trabalho do historiador no estudo sobre o passado. São
objectos, escritos, imagens, sons que fornecem informações relativas a algum período
da história. A forma de se analisar essas fontes se modificou ao longo do tempo, principalmente
no começo do século XX, quando as fontes passaram a não se restringirem apenas ao documento
oficial escrito.

Tipos de fontes históricos

Fontes históricas são documentos ou vestígios feitos por seres humanos ao longo do tempo e
indispensáveis para o historiador estudar o passado. Ao longo do tempo, a forma como o
historiador analisou essas fontes mudou, principalmente no século XX, quando outros tipos de
fontes, além da escrita, foram inseridos nos estudos históricos.

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 Documentos textuais: cartas, crónicas, ofícios, diários, relatos.
 Vestígios arqueológicos: objectos de cerâmica, construções, estátuas.
 Representações pictóricas: quadros, pinturas, fotos, a frescos.
 Registos orais: testemunhos pessoais transmitidos oralmente.

Métodos e técnicas usadas para reconstrução da história Africana


Do uso da arqueologia veio a revolução nos métodos de datação dos artefactos e da cronologia
humana no continente, além dos novos problemas interpretativos colocados aos historiadores
derivados da corrente utilização dos métodos da mesma em sítios arqueológicos. O que
transformou a ciência arqueológica em referência obrigatória de pesquisa aos africanistas. Da
paleontologia surgiram instrumentos importantes para o estudo do processo de hominização do
Homem, alargando as datações históricas à escala milenar pela utilização de métodos como do
isótopo potássio-argônico.
Nos estudos demográficos e geomorfológicos acerca do Homem no continente africano também
é possível encontrar a presença auxiliadora das ciências exactas. A contribuição singular da
matematização, nesse caso, está na efectivação de uma História Económica referente a um
período anterior a chegada dos europeus e do estudo das relações entre o Homem e o Meio
Natural em áreas diversificada.
Ademais, a genética contemporânea também contribui para a solidificação do conhecimento
sobre a genealogia humana, atestando, por exemplo, a origem africana do Homem. Quanto aos
estudos referenciados a época Moderna e Contemporânea, eles também conquistaram ao menos
dois grandes méritos quanto ao desenvolver de um saber mais interdisciplinar.
O primeiro deles foi à utilização da Linguística e da história oral como instrumentos
fundamentais para o conhecimento histórico da África. A relação da História africana com a
linguística não é recente, havendo sido empregada, por exemplo, em inúmeros procedimentos de
classificação étnica das populações africanas desde o século XIX.
Entretanto, nos últimos anos, essa relação tem se mostrado modificada, já que a Linguística e a
oralidade vêm permitindo que os pesquisadores tenham acesso a um conhecimento autóctone
sobre a história africana e não somente aquilo que europeus ou árabes escreveram sobre os
africanos. E isso é fundamental para os trabalhos que se centram em uma realidade em que, salve
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excepções como o Egipto antigo e seus arredores e algumas áreas romanizadas do Norte da
África, não se legou registos escritos sobre sua cultura ou visão de mundo.
Por fim, de um modo geral, percebe-se que, para além da sofisticação de métodos e tóricas, como
no caso das tradições orais; do caminhar em direcção a uma maior transdisciplinaridade, uso da
arqueologia, antropologia, matemática, paleontologia entre outras; e da diversificação de temas
de interesse, tais como epidemias, o imaginário, as novas tendências da economia e da ciência
política, a importância do regional, do género, da escravidão, da cultura política e entre outros, a
continuidade de uma perspectiva de descolonização da história da África reforçou um viés de
interpretação heurística muito importante.
Principais pilares para reconstituição da história africana
Pelos documentos, lidos um após o outro, tal como se nos oferecem, para ver a corrente dos fatos
se reconstituir quase automaticamente” (HALPHEN, 1946, p.50). Este trabalho de Louis Halphen
foi mordazmente criticado por Lucien Febvre em uma resenha incorporada à colectânea
Combates pela História (1953).
Posteriormente, seria mais uma vez criticado por Fernand Braudel em seu artigo “A Longa
Duração”, publicado na Revista dos Annales em 1958.
O trabalho está incluído na colectânea a Escrita da História (BRAUDEL, 1978, p.46).
Mais tarde, autores como Michel de Certeau (1974) e Jacques Le Goff (1984)
também chamariam atenção para a necessidade de se compreender que a
constituição de certos textos em documentos, e sua guarda em arquivos
construídos para este fim, configuram escolhas políticas de uma sociedade que
devem ser bem decifradas pelos historiadores para não se situarem de maneira
ingénua diante da documentação.
Assim, para Le Goff, é preciso compreender o próprio documento como “monumento”, como
“produto da sociedade que o fabricou segundo suas relações de forças que aí detinham poder”
(1990, p.536). Uma taxonomia importante sobre as fontes históricas foi produzida pelo
historiador espanhol Júlio Aróstegui em seu tratado a pesquisa histórica (2006).
Na linguagem científica, é um caso específico ou objecto singular que, não obstante as suas
características próprias específicas, funciona muito bem para exemplificar os aspectos comuns a
todo um grupo de fenómenos ou situações, sendo também um exemplo claro e indiscutível que
possibilita a compreensão imediata de uma lei mais geral, de um conceito mais amplo, de uma
peculiaridade que precisa ser explicada.

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Conclusão
Ao analisar uma fonte histórica, o historiador questiona a sua originalidade, a sua veracidade.
Verifica-se a data em que determinado documento foi produzido, quais eram as intenções de
quem o produziu, quais informações sobre o passado são possíveis de extrair de determinado
objecto ou vestígio. Dependendo do tempo histórico, as fontes são escassas ou as que existem se
encontram danificadas.

Contudo, cabe ao historiador fazer a metodologia de pesquisa, ou seja, quais passos seguir para
melhor analisar a fonte e compreender o período histórico no qual ela foi produzida.

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Bibliografia
Alencastro, Luiz Felipe. (2000). O trato dos viventes: formação do Brasil no atlântico sul. São
Paulo: Companhia da Letras.

Barbosa, Muryatan Santana. (2008). Eurocentrismo, história e história da África. Revista de


História da África e de Estudos da Diáspora Africana. n. 1.

Barros, José d’Assunção. (2019). Fontes históricas: uma introdução aos seus usos
historiográficos. Histórias e Parcerias: Anpuh.

Hernandez, Leila Leite. (2008). A África na sala de aula: visita à história contemporânea. São
Paulo: Selo Negro.

Ki-Zerbo, Joseph. (2009). História da África negra. Vol. I. Lisboa: Europa - América.

Le Goff, Jacques. (1990). História e Memória. Campinas: Unicamp. p.535-549 [original: 1984]

Lovejoy, Paul. (2002). Escravidão na África: uma história de suas transformações. Rio de
Janeiro: Civilização Brasileira.

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