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Universidade Católica de Moçambique

Instituto de Educação à Distância

Surgimento dos Principais Partidos Políticos de Moçambique

Anastácio Agostinho Navathe, Código: 708210101

Licenciatura em ensino de História


Disciplina: MIC - II
2º Ano, Turma: C
Tutor: Duanil João Sandulane Ferrão

Nampula, Agosto, 2022


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Índice

Introdução...................................................................................................................................4

Partidos dominantes....................................................................................................................5

Principais partidos políticos........................................................................................................6

A Frente de Libertação de Moçambique.....................................................................................6

Fundação do partido....................................................................................................................6

A Resistência Nacional Moçambicana.......................................................................................8

Movimento Democrático de Moçambique.................................................................................8

Partidos politico actuais de Moçambique...................................................................................8

Conclusão..................................................................................................................................11

Bibliografia...............................................................................................................................12

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Introdução

A pesquisa subordina-se com o tema: Surgimento dos Principais Partidos Políticos de


Moçambique, cujo objectivo é de apresentar os principais partidos políticos de Moçambique,
suas origens, quando e como surgiram.

O sistema partidário em Moçambique atesta o bipartidarismo do sistema político, sendo


dominado pelos dois partidos políticos que representam os dois contendores da guerra civil
moçambicana: a FRELIMO e a RENAMO. O aparecimento de novas forças políticas
relevantes é dificultado pela existência de um limite à entrada de partidos na Assembleia da
República, só estando representados os partidos que somem 5% do total de votos válidos a
nível nacional.

A metodologia usada nesta pesquisa foi de consulta bibliográfica e, quanto a estrutura temos:
introdução, desenvolvimento, conclusão e bibliografia.

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Partidos dominantes

De acordo com HEYWOOD (1997) os partidos dominantes são um fenómeno lastimável para
a democracia, pois quando perdem receio pela incerteza da votação e uma vez confiantes da
vitória é mais provável que se tornem menos responsáveis, arrogantes, complacentes e até
mesmo corruptos devido a inexistência de uma oposição forte e eficaz. Por sua vez, os
partidos dominantes subvertem a distinção constitucional entre o Estado e partido no poder e,
em última instância, encorajam o eleitorado a ter medo de alternâncias políticas
permanecendo fiel ao partido natural do governo (GILIOMEE & SIMKINS, 1999 citados por
SOUTHALL, 2005; HEYWOOD, 1997).

Por seu turno, HEYWOOD (1997, 2002) define partido dominante como um sistema
competitivo em que um número considerado de partidos políticos compete pelo poder em
eleições regulares e populares, mas estas são dominadas por um único partido que,
consequentemente, permanece longos períodos de tempo no poder, “sendo por isso, pouco
provável que as eleições possam vir a alterar o actual cenário de competição partidária de tal
forma que dificilmente se antevê alguma perspectiva de alternância no poder no futuro
próximo” (CAROTHES, 2002:12)

Os partidos dominantes são um fenómeno lastimável para a democracia, pois quando perdem
receio pela incerteza da votação e uma vez confiantes da vitória é mais provável que se
tornem menos responsáveis, arrogantes, complacentes e até mesmo corruptos devido a
inexistência de uma oposição forte e eficaz.

Devido a fraca distinção entre o partido e o Estado. A FRELIMO é acusada de usar e abusar
dos meios do Estado para os seus interesses político - eleitorais. Isto inclui viaturas do Estado
para fazer as dispendiosas campanhas eleitorais, o deslocamento de dirigentes do Estado para
reuniões estratégicas do partido usando recursos do Estado e as viagens de dirigentes do
Estado para as províncias e distritos em missões de pré-campanha eleitoral mas disfarçadas
em visitas de trabalho do Estado (NUVUNGA, 2007:68).

Como observa MACUANE (2010) num contexto de fácil e potencial acesso aos recursos,
devidas as sucessivas vitórias eleitorais e ao domínio da máquina estatal e mesmo da
economia, a FRELIMO com seu estatuto de partido dominante, tem maiores possibilidades de
mobilizar o voto da militância, num contexto de fraca competição eleitoral. Portanto, numa
situação de fragilidade dos partidos extra-parlamentares, a FRELIMO pode estar numa
situação em que a força do seu maior rival ficaria reduzida.
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Principais partidos políticos

Os principais partidos políticos de Moçambique são: FRELIMO, RENAMO e o MDM.

A Frente de Libertação de Moçambique

Também conhecida por seu acrónimo FRELIMO, é um partido político oficialmente fundado
em 25 de Junho de 1962 (como movimento nacionalista), com o objectivo de lutar
pela independência de Moçambique do domínio colonial português.

O primeiro presidente do partido foi o Dr. Eduardo Chivambo Mondlane, um antropólogo que
trabalhava na ONU. Desde a independência de Moçambique, em 25 de Junho de 1975, a
FRELIMO é a principal força política do país, sendo também o "partido da situação" desde
então.

Fundação do partido

Após a Segunda Guerra Mundial, enquanto muitas nações europeias foram concedendo
independência às suas colónias, Portugal, sob o regime do Estado Novo, defendeu que
Moçambique e outras possessões portuguesas eram territórios ultramarinos da metrópole
(pátria). Neste contexto as ideias de independência de Moçambique desenvolveram-se
rapidamente, e em 1962 vários grupos políticos anticoloniais formaram a Frente de Libertação
de Moçambique (FRELIMO). Em Setembro de 1964, iniciou-se uma campanha armada
contra o regime colonial português. No momento em que surgiram tais movimentos, Portugal
governava Moçambique havia mais de 400 anos.

A FRELIMO foi fundada em Dar-es-Salaam, na Tanzânia, em 25 de Junho de 1962, quando


três organizações nacionalistas de base regional - a União Democrática Nacional de
Moçambique (UDENAMO), a Mozambique African National Union (MANU, à maneira da
KANU do Quénia), e a União Nacional Africana de Moçambique Independente (UNAMI) -
fundiram-se em um movimento guerrilheiro de base ampla sob os auspícios do presidente
tanzaniano Julius Nyerere. Sob a presidência do antropólogo Eduardo Chivambo Mondlane, a
recém-formada FRELIMO estabeleceu sua sede em 1963 na cidade de Dar-es-Salaam. O
reverendo Uria Simango foi o seu primeiro vice-presidente.

O movimento não poderia, até então, ter sede em Moçambique, visto que os movimentos
nacionalistas e de oposição estavam sob controlo da polícia lusitana. A Tanzânia e seu

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presidente, Julius Nyerere, eram simpáticos aos grupos nacionalistas moçambicanos.
Convencido pelos acontecimentos recentes, como o massacre de Moeda, de que a agitação
pacífica não traria independência, a FRELIMO contemplou a possibilidade da luta armada
desde o início. Ele lançou sua primeira ofensiva em Setembro de 1964.

Durante a guerra que se seguiu à independência, a FRELIMO recebeu o apoio da China,


da União Soviética, dos países escandinavos e de algumas organizações não governamentais
do Ocidente. Suas operações militares iniciais foram no norte do país, onde no final da década
de 1960 tinham sido estabelecidas "zonas libertadas" em que, ao invés do governo português,
constituíam autoridades civis sobre as mesmas. Na administração destas zonas, a FRELIMO
trabalhou para melhorar a vida dos camponeses, a fim de receber o seu apoio. O movimento
guerrilheiro os libertou da subjugação aos senhorios (chefes) nomeados pelos portugueses, e
estabeleceu formas de cooperação mútua para a agricultura. O movimento guerrilheiro
permitiu um maior acesso dos camponeses à educação e à saúde. Muitas vezes, os soldados da
FRELIMO foram designados para trabalhar em projectos de assistência médica.

As experiências práticas dos seus membros nas zonas libertas resultaram em uma
convergência da liderança da FRELIMO cada vez mais para uma ideologia política marxista.
A FRELIMO passou a considerar a exploração económica do capital ocidental como o
inimigo do povo moçambicano, como um elemento fundamental da exploração colonial,
sendo que o governo português era considerado como o principal algoz do movimento
guerrilheiro. Embora fosse um partido nacionalista Africano, adoptou uma postura não -
racial, com inúmeros membros brancos, de origem asiática e mulatos.

Os primeiros anos da FRELIMO, durante a qual a ideologia marxista evoluiu, foram tempos
de turbulência interna. Mondlane, juntamente com Marcelino dos Santos, Samora
Machel, Joaquim Chissano e a maioria do Comité Central do movimento guerrilheiro,
resolveu promover a luta não só pela independência, mas para criar uma sociedade socialista.
O Segundo Congresso do Partido, realizado em Julho de 1968, aprovou as directrizes
socialistas. Mondlane foi reeleito para presidente do partido e Uria Simango foi reeleito vice-
presidente.

Entretanto, MACUANE (2010) argumentam que para compreender o que estará por detrás
das constantes reajustes eleitorais, deve-se ter em conta que as instituições que advieram do
processo de pacificação reflectem a preocupação de encontrar formas de acomodação das
duas principais forças políticas.

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Neste sentido, os sucessivos ajustes feitos à legislação não podem ser vistos como uma
reforma eleitoral no sentido estrito do termo, porque até aqui tem estado mais focalizada em
aspectos administrativos e de partilha de poder entre os dois actores políticos principais, a
FRELIMO e a RENAMO. Corolário disso, os reajustes eleitorais ainda não afectou aspectos
essenciais de responsabilização, representação e competição política, tais como: o tipo de
voto, a actual lista fechada para um tipo de voto ordenável; do sistema eleitoral em si de
proporcional para maioritário ou misto.

A Resistência Nacional Moçambicana

Resistência Nacional Moçambicana mais conhecida pelo acrónimo RENAMO, é o segundo


maior partido político de Moçambique. O partido é dirigido por Ossufo Momade, eleito
presidente em 16 de Janeiro de 2019, depois da morte do líder histórico Afonso Dhlakama.

A RENAMO foi fundada em 1975 após a independência de Moçambique, como uma


organização política anti-comunista. Surgiu como reacção ao partido único no poder, a
FRELIMO, organizando um movimento armado que durou 16 anos. Com o término da guerra
civil, sob os termos do Acordo Geral de Paz, assinado em Roma a 4 de Outubro de 1992, o
grupo de guerrilha RENAMO converteu-se a partido político. Mesmo como partido político
sempre manteve um grupo de homens armados e recomeçou em 2013 um conflito armado
com o Governo. Depois de alguns anos, as hostilidades cessaram e iniciou-se um processo de
negociação sobre um acordo de paz entre o Governo e a RENAMO.

Movimento Democrático de Moçambique

O Movimento Democrático de Moçambique é um partido político de Moçambique, criado a


partir de uma dissidência da Resistência Nacional Moçambicana. É a terceira maior força
política do país. Fundado em 7 de Março de 2009, foi liderado por Daviz Simango, edil da
Beira, até à sua morte em 22 de Fevereiro de 2021.

Partidos politico actuais de Moçambique

 Partido Frelimo
 Resistência Nacional Moçambicana (Renamo)
 Movimento Democrático de Moçambique (MDM)
 Nova Democracia
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 Povo Optimista para o Desenvolvimento de Moçambique - PODEMOS [2]
 Partido para o Desenvolvimento de Moçambique (PDM)
 Partido Ecologista - Movimento da Terra (PEC -MT)
 Partido Trabalhista (PT)
 Partido Social-Liberal e Democrático (SOL)
 Partido de Reconciliação Nacional (PARENA)
 Partido dos Verdes de Moçambique (PVM)
 Partido de Ampliação Social de Moçambique (PASOMO)
 Frente Democrática Unida (FDU)
 Frente de Acção Patriótica (FAP)
 Partido para o Progresso do Povo de Moçambique (PPPM)
 Partido de Unidade Nacional (PUN)
 Frente Unida de Moçambique/Partido de Convergência Democrática (FUMO/PCD)
 Movimento Nacionalista Moçambicano/Partido Social Democrata (MONAMO/PSD)
 Aliança Independente de Moçambique (ALIMO)
 Partido Ecologista de Moçambique (PEMO)
 Partido de Reconciliação Democrática (PAREDE)
 Partido Liberal e Democrático de Moçambique (PALMO)
 Partido Democrático para a Reconciliação em Moçambique (PAMOMO)
 Partido do Congresso Democrático (PACODE)
 Partido Popular de Moçambique (PPM)
 Partido Democrático de Moçambique (PADEMO)
 Partido para a Paz, Democracia e Desenvolvimento (PDD)
 Partido Democrático para a Libertação de Moçambique (PADELIMO)
 Partido Nacional Democrático (PANADE)
 Partido Nacional de Moçambique (PANAMO)
 Partido Nacional dos Operários e dos Camponeses (PANAOC)
 Partido Renovador Democrático (PRD)
 Congresso dos Democratas Unidos (CDU)
 União Nacional Moçambicana (UNAMO)
 Partido Africano Conservador (PAC)

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 Frente Liberal (FL)
 Partido União para Mudança (UM)
 Partido Livre Democrático de Moçambique (PLDM)
 Partido para a Liberdade e Solidariedade (PAZS)
 Partido para Todos os Nacionalistas de Moçambicanos (PARTONAMO)
 Partido Social Democrático de Moçambique (PSDM)
 Partido da Aliança Democrática e Renovação Social (PADRES)
 Partido Socialista de Moçambique (PSM)
 Partido Social Democrata Independente (PASDI)
 Partido Popular Democrático de Moçambique (PPD)
 Partido do Progresso Liberal de Moçambique (PPLM)
 União Moçambicana da Oposição (UMO)
 Movimento Juvenil para a Restauração da Democracia (MJRD)
 Partido Unido de Moçambique da Liberdade Democrática (PUMILD)

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Conclusão

Os partidos políticos seleccionam os responsáveis e dirigentes políticos (formação da classe


dirigente), assim como os temas que são merecedores de atenção política (identificação da
agenda política), estabilizam as relações políticas através de processos complexos e
especializados de negociação e de gestão de conflitos (consensualização, actualização ou
simplesmente regulação de conflitos) e são um factor de modernização, na medida em que
exercem um efeito de orientação e de direcção da sociedade, interpretando as possibilidades
sociais, mobilizando os comportamentos de grupos, interferindo na produção legislativa que
regulamenta as acções sociais relevantes e regulando os objectivos particularizados através de
uma perspectiva global de estratégia nacional (formulação de políticas em função de uma
concepção estratégica orientada para as condições futuras). Nenhuma outra entidade pode
realizar estes três papéis cumulativamente: algumas podem desempenhar alguns desses
papéis, mas nenhuma outra detém a especialização social, e a correspondente validação
através da legitimação eleitoral, que é específica dos partidos políticos. Estes três papéis
sociais (selecção, estabilização, modernização) são operacionalizados através de três tipos de
finalidades, ou grandes objectivos, que, na sua organização conjunta, são também específicas
dos partidos políticos, ainda que outras entidades também possam, isoladamente ou de modos
sem continuidade, contribuir para a sua concretização. A primeira dessas finalidades é a
tradução, através da qual os interesses e expectativas sociais atingem e assumem um
significado político: expressos pelos responsáveis e dirigentes, recolhidos em agendas
políticas, reconhecidos pelos decisores como partes integrantes, como condições de avaliação,
da função de legitimação expressa pelas vontades dos eleitores.

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Bibliografia

CAHEN, Michel (2010), “ ‘Resistência Nacional Moçambicana’, de la victoire à la déroute”,


p. 23-43. Politique Africaine nº 117.

CAROTHERS, T. (2002).”The End of the Transition Paradigm”. Journal of Democracy


13(1), pp. 5-21.

CHICHAVA, Sérgio (2010) Movimento Democrático de Moçambique: uma nova força


política na democracia moçambicana? Cadernos IESE nº 02/2010. IESE

MACUANE, José J. (2010) Reforma, Contestação Eleitoral e Consolidação da Democracia


em Moçambique. Revista Cientifica Inter-Universitária – Economia, Política e
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MARCHETTI, Vitor (2008) Governança Eleitoral: O Modelo Brasileiro de Justiça Eleitoral,


DADOS–Revista de Ciências Sociais, Rio de Janeiro, Vol.51, no 4, pp.865-893

MARCONI, Marina e LAKATOS, Eva (2009) Metodologia do Trabalho Cientifico:


Procedimentos básicos, pesquisa bibliográfica, projecto e relatório, publicações e trabalhos
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NUVUNGA, Adriano (2007) Experiências com Partidos Políticos em Novas Democracias. O


‘Deixa Andar’ no Quadro Institucional em Moçambique. In: Partidos Políticos: Quatro
Continentes. Cadernos Adenauer VIII (2007), nº 3.

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