Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Teoria Do Desenvolvimento Mental em Bowlby
Teoria Do Desenvolvimento Mental em Bowlby
UniPúnguè
2022
IVo Grupo
UniPúnguè
2022
Índice
CAPÍTULO I: INTRODUÇÃO............................................................................................IV
1. Introdução......................................................................................................................IV
1.2 Objectivos.........................................................................................................................V
1.2.1 Objectivo geral..............................................................................................................V
1.2.2 Objectivos específicos...................................................................................................V
1.3 Metodologias....................................................................................................................V
CAPÍTULO II: FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA.................................................................6
2.0 Desenvolvimento...............................................................................................................6
2.1 Desenvolvimento Mental..................................................................................................6
2.2 Teoria do Apego................................................................................................................6
2.3 Formas ou intensidades do comportamento de apego.......................................................8
3.0 Função do Comportamento do apego................................................................................8
3.1 Factores que podem interferir na activação do sistema do comportamento do apego......8
3.2 Modelo Interno de Funcionamento...................................................................................9
3.3 Função dos Modelos internos de funcionamento............................................................10
4.0 Desenvolvimento do Apego ao longo do ciclo vital.......................................................11
4.1 Características da Teoria do Apego................................................................................12
1. O bebé estabelece um único laço primordial.................................................................13
2. Os cuidados contínuos são extremamente importantes nos primeiros anos de vida......13
3. As experiências com o cuidador primário ditam o comportamento, as crenças e os
pensamentos futuros..............................................................................................................13
4. A ameaça da separação causa ansiedade.......................................................................14
4.2 Teoria do apego em adultos............................................................................................15
4.3 Controvérsias da teoria do apego....................................................................................15
CAPÍTULO III: CONSIDERAÇÕES FINAIS.....................................................................17
5.0 Conclusão........................................................................................................................17
5.1 Referências Bibliográficas..............................................................................................18
IV
CAPÍTULO I: INTRODUÇÃO
1. Introdução
Neste presente trabalho de investigação científica referente à cadeira de Psicopatologia
Infanto-Juvenil, falar-se-á da Teoria do Desenvolvimento Mental em torno das abordagens
do autor psicólogo Bowlby.
É sabido por muitos que ao falar-se do desenvolvimento mental, refere-se à acção ou
efeito relacionado ao processo de crescimento ou evolução das capacidades psíquicas ou
cognitivas do ser humano.
O desenvolvimento mental é uma construção contínua. Estas são as formas de
organização da actividade mental que vão se aperfeiçoando e se solidificando. Algumas
dessas estruturas mentais permanecem ao longo de toda a vida. Esse estudo é
compreender a importância do estudo do desenvolvimento mental.
As observações sobre o cuidado inadequado na primeira infância e o desconforto e a
ansiedade de crianças pequenas relativos à separação dos cuidadores levaram o psiquiatra,
especialista em psiquiatria infantil, e psicanalista inglês John Bowlby (1907-1990) a
estudar os efeitos do cuidado materno sobre as crianças, em seus primeiros anos de vida.
Bowlby impressionou-se com as evidências de efeitos adversos ao desenvolvimento,
atribuídos ao rompimento na interacção com a figura materna, na primeira infância.
O trabalho apresenta três (3) capítulos, dos quais temos o primeiro (CAPÍTULO I:
INTRODUÇÃO) que busca transmitir uma noção daquilo que se vai aborda ao longo do
trabalho, assim como os objectivos traçados e as metodologias usadas para a efectivação
do trabalho; o segundo (CAPÍTULO II: FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA) que busca
fazer compreender a Teoria do Desenvolvimento Mental do Bowlby e os aspectos
relacionados ao tema ante citado e por fim o terceiro (CAPÍTULO III:
CONSIDERAÇÕES FINAIS) no qual apresentam-se as conclusões obtidas após o
desenvolvimento do trabalho, assim como as referências bibliográficas que são
informações das fontes recorridas para a efectivação do trabalho.
V
1.2 Objectivos
1.3 Metodologias
De acordo com (Libâneo, 2006), método é o caminho usado para o alcance dum objectivo.
Daí que, para a efectivação deste trabalho, recorreu-se às seguintes metodologias:
2.0 Desenvolvimento
É tido como desenvolvimento o processo de evolução, crescimento e mudança de um objecto,
pessoa ou situação específica em determinadas condições.
A Teoria do Apego é um modelo psicológico que tenta descrever a dinâmica das relações
interpessoais de longo e curto prazo entre os seres humanos. Ela explica como a relação pai-
filho surge e influencia o desenvolvimento subsequente.
Ela estuda o vínculo formado entre os bebes com mães e cuidadores. Também estende-se para
os laços entre adultos, mas, inicialmente, a atenção maior dada às crianças e aos pais.
A Teoria do Apego (TA), é uma teoria que teve a sua origem a partir dos estudos feitos pelo
psicanalista John Bowlby (1940; 1944), assim como dos trabalhos de outros autores que o
influenciaram. Os conceitos de Bowlby foram construídos com base nos campos da
psicanálise, biologia evolucionária, etologia, psicologia do desenvolvimento, ciências
cognitivas e teoria dos sistemas de controle (BOWLBY, 1989; BRETHERTON, 1992).
Os autores supracitados, salientam ainda que a Teoria do Apego (TA) contempla os processos
normais de desenvolvimento e a psicopatologia humana, além de abordar os processos de
informação para a compreensão dos mecanismos psicológicos utilizados na vivência de um
trauma ou uma perda, ou, ainda, na experiência de negligência ou rejeição pelas figuras de
apego. Assim, essa abordagem teórica oferece uma base para estudos sobre os afectos e as
emoções dos seres humanos, proporcionando um suporte empírico coerente para a
compreensão dos processos de desenvolvimento normal e patológico, ao integrar aspectos da
biologia moderna ao embasamento de seus estudos.
J. Bowlby (1989) considerou o apego como um mecanismo básico dos seres humanos. Ou
seja, é um comportamento biologicamente programado, como o mecanismo de alimentação e
da sexualidade, e é considerado como um sistema de controle homeostático, que funciona
dentro de um contexto de outros sistemas de controle comportamentais.
. O papel do apego na vida dos seres humanos envolve o conhecimento de que uma figura de
apego está disponível e oferece respostas, proporcionando um sentimento de segurança que é
fortificador da relação (CASSIDY, 1999).
8
. Além disso, esse sistema tem função directa nas respostas afectivas e no desenvolvimento
cognitivo, já que envolve uma representação mental das figuras de apego, de si mesmo e do
ambiente, sendo estas baseadas na experiência. J. Bowlby (1969/1990).
Evidências de que as crianças também se apegam a figuras abusivas, sugerem que o sistema
do comportamento de apego não é conduzido apenas por simples associações de prazer, ou
seja, as crianças desenvolvem o comportamento quando seus cuidadores respondem às suas
necessidades fisiológicas, mas também quando não o fazem (CASSIDY, 1999).
J. Bowlby (1969/1990) distinguiu dois tipos de factores que podem interferir na activação do
sistema de comportamento do apego:
W. Furman et al. (2002) apontam que o termo working models (modelo de funcionamento) foi
usado por Bowlby para descrever as representações ou expectativas que guiam o
comportamento próprio, e que servem como uma base de predição e interpretação do
comportamento de outras pessoas às quais se é apegado.
por meio dos modelos internos de funcionamento, ocorre uma tendência de recriação, nas
relações atuais do indivíduo, do padrão de modelo interno de apego primário. Assim, os
padrões de apego estabelecidos na infância são vistos como duradouros por intermédio das
diversas fases do ciclo vital, embora sejam menos evidentes em adolescentes e adultos
(BOWLBY, 1973/1980).
De acordo com J. Bowlby (1989), as experiências precoces com o cuidador primário iniciam
o que depois se generalizará nas expectativas sobre si mesmo, dos outros e do mundo em
geral, com implicações importantes na personalidade em desenvolvimento.
P. Fonagy & M. Target (1997) sugerem que o processo ligado à construção dos working
models capacita a habilidade de mentalização, ou seja, de representar o comportamento em
termos de estado mental, o qual é determinante da organização do self e é adquirido no
contexto das primeiras relações sociais da criança. Logo, a mentalização ou função reflexiva
possibilita à criança compreender as atitudes dos outros e agir de maneira adaptada em
contextos internacionais específicos. Como os cuidadores primários diferem na forma de
interagir com suas crianças, essas, por sua vez, terão o desenvolvimento e as percepções de
seus estados mentais e dos outros relacionados à observação que farão do mundo mental dos
seus cuidadores (FONAGY & TARG, 1997). Assim, a mentalização organiza a experiência
individual e o comportamento dos outros em termos de constructos do estado mental.
Embora essas representações tenham sua origem cedo no desenvolvimento, elas continuam
em uma lenta evolução, sob o domínio sútil das experiências relacionadas ao apego da
infância. A imagem interna, instaurada com os cuidadores primários, é considerada a base
para todos os relacionamentos íntimos futuros. Sua influência aparece já nas primeiras
interacções com outras pessoas, afora as figuras de apego, e expressa-se nos padrões de apego
e de vinculação que o indivíduo apresentará em suas interacções interpessoais significativas
(BRETHERTON & MUNHOLLAND, 1999).
cuidador e a criança, nesse caso, são de cooperação, com instruções seguras e monitoração
por parte do cuidador, ao mesmo tempo em que este encoraja a independência daquela.
Assim, tanto as relações familiares primárias como as experiências entre pares são proditoras
de diferenças individuais na adolescência (COLLINS & SROUFE, 1999).
A ligação afectiva também acontece entre dois adultos, mas, com bebés e crianças, tem como
base a satisfação das necessidades básicas. A criança expressa comportamentos de apego para
conseguir manter a relação com a figura de apego. O sorriso, o contacto visual, o tocar, o
chorar são alguns desses comportamentos.
Para a criança, embora houvesse outros cuidadores em sua vida ou, no caso de órfãos, pais
adoptivos para suprir as necessidades, o elo mais importante ainda seria com a mãe. Bowlby
especulou que a mãe correspondia à ligação formada com o bebé quase que na mesma
intensidade, sendo igualmente dependente deste vínculo.
Caso o vínculo com a mãe fosse negado ou interrompido abruptamente, o bebê sofreria com
as consequências negativas dessa privação. O desenvolvimento social e emocional do
indivíduo estaria comprometido após o fim deste laço.
A criança tem um período crítico em que precisa receber cuidados consistentes de um único
cuidador, sendo este entre os seis meses a dois anos de idade. Para Bowlby, a maternidade
tardia de nada adiantaria para o bebé. A interrupção do vínculo poderia levar a danos
cognitivos, sociais e emocionais irreversíveis.
Porém, esta hipótese, na actualidade, pode ser altamente questionada já que muitos pais
deixam os filhos em creches ou nos cuidados de outros familiares para trabalhar. Muitas
pessoas hoje foram criadas neste cenário e não apresentam comportamentos atípicos.
Além disso, a qualidade do laço entre a criança e o cuidador, como a presença dos pais na
vida dos filhos ou as respostas deles aos momentos de estresse da criança, influencia
directamente no modelo interno de funcionamento.
Em casos extremos, segundo Bowlby, a pessoa pode chegar a desenvolver a psicopatia sem
afecto, se tornando incapaz de compreender os sentimentos alheios. Dessa forma, age por
impulso e não se importa com as consequências de seus actos, mesmo se afectar outras
pessoas negativamente.
A separação tornaria o bebé ou criança insegura e ansiosa. Quando está longe da figura de
apego, a criança ficaria incomodada e não responderia bem aos estímulos sociais de outras
pessoas.
Este momento de afastamento faz a criança chorar e protestar a ausência da pessoa a qual é
apegada. Mesmo sozinha, ela se torna desinteressada nas pessoas ou no ambiente em que está
inserida.
Com o tempo, a criança começa a interagir com quem está ao redor. No regresso do cuidador,
ela o rejeita e sente raiva por ele tê-la deixado. Assim, de acordo com Bowlby, quanto maior o
tempo de separação, maior seria o desapego e a dificuldade para retomar o vínculo.
15
As crianças que experimentam separações difíceis na infância se tornam sensíveis para outras
na vida adulta. Factores como idade, tempo de afastamento, tipo de relacionamento com o
cuidador principal e a qualidade do ambiente onde a criança vive determinam as
consequências da separação.
Em casos de abandono, é criado um trauma no íntimo da criança que pode afectar os seus
relacionamentos futuros.
Identificaram que há padrões de vínculos que os adultos constroem com outros adultos, sendo
esses:
Apego Seguro: pessoas que possuem opiniões positivas sobre si mesmas e o parceiro.
Esta dinâmica resulta em um relacionamento harmonioso, pois a pessoa sente-se
confortável com a intimidade e com a independência. A separação não é encarada
como negativa, mas como natural.
Apego Evitante: pessoas com este estilo de apego sentem que não necessitam de
relações sociais mais íntimas. Elas se vêem como altamente independentes e recusam
qualquer indício de aprofundamento de vínculos.
Apego Ambivalente: esse padrão corresponde ao desejo de altos níveis de intimidade,
o que resulta na dependência extrema do parceiro. São pessoas inseguras que
questionam o seu próprio valor.
Apego Desorganizado: dificuldade de estabelecer laços profundos, embora exista o
desejo de fazê-lo. A intimidade emocional é simultaneamente intimidadora e
almejada. Pessoas deste padrão não acreditam nas intenções do parceiro, mesmo
quando são boas.
A teoria do apego em adultos também tem como base a necessidade biológica, porém, como o
adulto já tem crenças e personalidade formada, suas expectativas abrem espaço para objetivos
além da sobrevivência.
16
Porém, embora a mãe seja comummente a cuidadora principal do bebé em muitas culturas, a
teoria não se limita apenas a elas. Bowlby enfatiza a necessidade de um figura de apego
principal, podendo ser o pai, pais adoptivos, familiares ou qualquer pessoa dedicada a cuidar
da criança.
17
5.0 Conclusão
Após ter sido feito o trabalho de investigação em torno do tema Teoria do Apego, concluiu-se
A Teoria do Apego é um modelo psicológico que tenta descrever a dinâmica das relações
interpessoais de longo e curto prazo entre os seres humanos. Ela explica como a relação pai-
filho surge e influencia o desenvolvimento subsequente, como também que as noções
propostas na TA pressupõem que os modelos internos desenvolvidos nas relações com as
figuras de apego primárias tendem, de maneira geral, a ser estáveis e a se generalizar para
relações futuras.
BAKER, J. (2001) Mourning and the transformation of object relationships: Evidence for the
persistence of internal attachment. Psychoanalytic Psychology, vol. 18, nº 1, pp. 55-73.
BAKER, J. (2001) Mourning and the transformation of object relationships: Evidence for the
persistence of internal attachment. Psychoanalytic Psychology, vol. 18, nº 1, pp. 55-73.
BOWLBY, J. (1940) The influence of early environment in the development of neurosis and
neurotic character. International Journal of Psycho-Analysis, vol. 21, pp. 1-25.
BRETHERTON, I. (1992) the origins of attachment theory: John Bowlby and Mary
Ainsworth.Developmental Psychology, vol. 28, nº 5, pp. 759-775.