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Ciclo de Estudos Transtornos do Neurodesenvolvimento - Prof.

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Levantamento de
Conhecimento
Prévio
O que é DI?
• Deficiência Mental
• Transtorno do Desenvolvimento Intelectual
• Deficiência Cognitiva
• Dificuldade Intelectual e Desenvolvimental
• Retardo Mental
• F.70
• Idiotia

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Critérios
Diagnósticos
• Deficiência intelectual (transtorno
do desenvolvimento intelectual) é
um transtorno com início no
período do desenvolvimento que
inclui déficits funcionais, tanto
intelectuais quanto adaptativos,
nos
• domínios conceitual, social e
prático. Os três critérios a seguir
devem ser preenchidos:
Critério A
Critério B
Critério C
• O termo diagnóstico deficiência intelectual
equivale ao diagnóstico da CID-11 de
transtornos do desenvolvimento intelectual.
Embora o termo deficiência intelectual seja
utilizado em todo este Manual, ambos os
termos são empregados no título para
esclarecer as relações com outros
sistemasde classificação. Além disso, uma
Lei Federal dos Estados Unidos (Public Law
111-256, Rosa’s Law) substitui o termo
retardo mental por deficiência mental, e
periódicos de pesquisa usam deficiência
Nota: intelectual. Assim, deficiência intelectual é
o termo de uso comum por médicos,
educadores e outros, além de pelo público
leigo e grupos de defesa dos direitos.
Especificar a gravidade
atual (ver Tabela 1):

• 317 (F70) Leve

• 318.0 (F71) Moderada

• 318.1 (F72) Grave

• 318.2 (F73) Profunda


Especificadores

• Os vários níveis de gravidade são


definidos com base no funcionamento
adaptativo, e não em escores de QI, uma
vez que é o funcionamento adaptativo
que determina o nível de apoio
necessário.

• Além disso, medidas de QI são menos


válidas na extremidade mais inferior da
variação desse coeficiente.

TABELA 1
Níveis de gravidade para deficiência intelectual (transtorno do
desenvolvimento intelectual)
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Características
Diagnósticas
• As características essenciais da deficiência
intelectual (transtorno do desenvolvimento
intelectual) incluem déficits em capacidades
mentais genéricas (Critério A) e prejuízo na
função adaptativa diária na comparação com
indivíduos pareados para idade, gênero e
aspectos socioculturais (Critério B).
• O início ocorre durante o período do
desenvolvimento (Critério C).
• O diagnóstico de deficiência intelectual baseia-
se tanto em avaliação clínica quanto em testes
padronizados das funções adaptativa e
intelectual.

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Características Associadas
que Apoiam o Diagnóstico
• A deficiência intelectual é uma condição heterogênea com
múltiplas causas. Pode haver dificuldades associadas ao juízo
social; à avaliação de riscos; ao autocontrole do
comportamento, emoções ou relações interpessoais; ou à
motivação na escola ou nos ambientes de trabalho. Falta de
habilidades de comunicação pode predispor a
comportamentos disruptivos ou agressivos.
Características
Associadas que
Apoiam o Diagnóstico

• A credulidade costuma ser uma


característica, envolvendo ingenuidade
em situações sociais e tendência a ser
facilmente conduzido pelos outros.
Credulidade e falta de consciência
sobre riscos podem resultar em
exploração por outros e possível
vitimização, fraude, envolvimento
criminal não intencional, falsas
confissões e risco de abuso físico e
sexual. Esses aspectos associados
podem ser importantes em casos
criminais, incluindo audiências do tipo
Atkins, envolvendo pena de morte.
Características Associadas que
Apoiam o Diagnóstico
A triangulação entre
Deficiência Intelectual,
Funcionalidade Humana e
Apoios

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Deficiência Intelectual:
cronologia AAIDD (2010)
Concepção ecológica
Funcionalidade
Sistemas de Apoio

AAMR (1983)
Julgamento Clínico Declaração de Montreal (2004)
Mensuração Padronizada Deficiência Mental para
Deficiência Intelectual
Doll (1941)
Um estado de
incompetência social
Herber (1961)
Um funcionamento intelectual geral abaixo da média
Deficiências no comportamento adaptativo

Tredgold (1908)
Um estado de
defeito mentalCiclo de Estudos Transtornos do Neurodesenvolvimento -
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•21
Nova Concepção de Deficiência
Mental Segundo a American
Association on Mental
Retardation-AAMR: Sistema 2002

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Associação Americana de Deficiência Intelectual e do
Desenvolvimento (AADID).

AADID 2010
AARM 2002 AADID 2010
Versão em Espanhol
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Deficiência Intelectual: conceito
O estado de redução notável do funcionamento intelectual

significativamente inferior à média, associado a limitações pelo

menos em dois aspectos do funcionamento adaptativo:

comunicação, cuidados pessoais, competência doméstica,


Associação Americana de
Retardo Mental
habilidades sociais, utilização dos recursos comunitários,
(AAMR/2002) e Manual
autonomia, saúde e segurança, aptidões escolares, Diagnóstico
lazer e e Estatístico de
Transtornos Mentais (DSM
trabalho. – IV/2002)

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Funcionamento
Intelectual
Habilidades
Intelectuais
Funcionamento
Adaptativo
Habilidades
Conceituais,
Sociais e Práticas
Funcionamento
Adaptativo
Habilidades
Conceituais,
Sociais e Práticas
• Comunicação: diz respeito às habilidades
Habilidades para compreender e expressar informações por
meio de comportamentos simbólicos ou não
Adaptativas simbólicos.

• Auto cuidado: refere-se às habilidades que


asseguram higiene pessoal, alimentação,
vestuário, uso de sanitário, etc.

• Vida do lar: diz respeito às habilidades para


uma adequada funcionalidade no lar (ALMEIDA,
2004).
• 4. Habilidades Sociais: dizem respeito às
Habilidades trocas sociais com outros indivíduos.

Adaptativas • 5. Desempenho na Comunidade: habilidades


relacionadas ao uso apropriado dos recursos da
comunidade.

• 6. Auto direção: se refere às habilidades de


fazer escolhas; cumprir planejamento; tomar
iniciativas; resolver problemas familiares ou em
situações novas; autoadvocacia (ALMEIDA,
2004).
• 7. Saúde e Segurança: dizem respeito às habilidades para
Habilidades cuidar as saúde em termos de alimentação, identificação de
tratamento e prevenção de doenças, cuidar da própria
segurança, etc.
Adaptativas
• 8. Habilidades Acadêmicas funcionais: habilidades cognitivas
relacionadas à aprendizagem dos conteúdos curriculares (foco
na aquisição).

• 9. Lazer: diz respeito às habilidades para desenvolver


interesses e participar de atividades de entretenimento
individual e coletivo.

• 10. Trabalho: refere-se às habilidades para manter um


trabalho em tempo parcial/total; autogerenciamento (ALMEIDA,
2004).
Sistemas de Apoios
Intensidade dos Apoios
O apoio se efetua apenas quando necessário. Caracteriza-se por sua natureza episódica,
Intermitente com duração limitada, ou seja, nem sempre a pessoa necessita de apoio, mas durante
(Episódico) momentos, em determinados ciclos da vida.

Apoios intensivos caracterizados por duração contínua, por tempo limitado, mas não
Limitado intermitente. Como por exemplo, o treinamento do deficiente para o trabalho por tempo
(Consistente) limitado ou apoios transitórios durante o período entre a escola, a instituição e a vida
adulta.

Trata-se de um apoio caracterizado pela regularidade, normalmente diária em pelo


menos em alguma área de atuação, tais como na vida familiar, social ou profissional.
Extensivo
(Contínuo) Nesse caso não existe uma limitação temporal para o apoio, normalmente se dá em longo
prazo.

É o apoio constante e intenso, necessário em diferentes áreas de atividade da vida. Estes


Permanente
(Constante) apoios exigem mais pessoal e maior intromissão que os apoios extensivos ou os de tempo
limitado. Ciclo de Estudos Transtornos do Neurodesenvolvimento - Prof.ª
(AAMR, 2002)
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• “...mais do que conhecer as patologias
dos alunos e os limites de seu
desenvolvimento, a avaliação deve
enfatizar, seu nível de competência
curricular, principalmente nesse momento
em que vivenciamos o processo de inclusão
pontuado como um novo paradigma
educacional” (OLIVEIRA, 2002).

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Para saber mais
Leitura obrigatória para atuação do professor
do atendimento educacional especializado

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MANUAL DIAGNÓSTICO
E ESTATÍSTICO DE
TRANSTORNOS
MENTAIS – DSM 5
(2014)

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Critérios Diagnósticos

Deficiência intelectual (transtorno do desenvolvimento intelectual) é


um transtorno com início no período do desenvolvimento que inclui
déficits funcionais, tanto intelectuais quanto adaptativos, nos

domínios conceitual, social e prático. Os três critérios a seguir devem


ser preenchidos:
• Déficits em funções intelectuais como raciocínio,
solução de problemas, planejamento, pensamento
abstrato, juízo, aprendizagem acadêmica e
aprendizagem pela experiência confirmados tanto
pela avaliação clínica quanto por testes de
inteligência padronizados e individualizados.
Critério B
• Déficits em funções adaptativas que resultam em
fracasso para atingir padrões de desenvolvimento e
socioculturais em relação a independência pessoal
e responsabilidade social. Sem apoio continuado,
os déficits de adaptação limitam o funcionamento
em uma ou mais atividades diárias, como
comunicação, participação social e vida
independente, e em múltiplos ambientes, como
em casa, na escola, no local de trabalho e na
comunidade.
• Início dos déficits intelectuais e adaptativos
durante o período do desenvolvimento.
• O termo diagnóstico deficiência intelectual equivale ao
diagnóstico da CID-11 de transtornos do desenvolvimento
intelectual. Embora o termo deficiência intelectual seja utilizado
em todo este Manual, ambos os termos são empregados no título
para esclarecer as relações com outros sistemasde classificação.
• Além disso, uma Lei Federal dos Estados Unidos (Public Law 111-
256, Rosa’s Law) substitui o termo retardo mental por deficiência
mental, e periódicos de pesquisa usam deficiência intelectual.
• Assim, deficiência intelectual é o termo de uso comum por
médicos, educadores e outros, além de pelo público leigo e grupos
de defesa dos direitos.
E os testes de inteligência?

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Inteligência

TESTES DE INTELIGÊNCIA INDIVIDUAL

TESTES INDIVIDUAIS VERSUS TESTES


EM GRUPOS

TEORIAS DE INTELIGÊNCIAS
MÚLTIPLAS

CONTROVÉRSIAS E QUESTÕES SOBRE


INTELIGÊNCIA

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Testes de inteligência
individual

A inteligência consiste nas habilidades de resolução de problemas e


na capacidade de se adaptar e aprender pelas experiências da vida
cotidiana.

O ponto principal da inteligência enfoca as diferenças individuais e a


avaliação. Binet e Simon desenvolveram o primeiro teste de
inteligência. Binet desenvolveu o conceito de idade mental e Stern
criou o conceito de QI como sendo IM/IC × 100.

A distribuição de pontuação Stanford-Binet aproxima-se de uma


curva normal. As escalas Wechsler também são muito utilizadas para
avaliar a inteligência.

Elas mostram um rendimento geral do QI bem como os QIs de


rendimento verbal e de desempenho.

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WNV - Escala Wechsler Não Verbal
de Inteligência
• A Escala Wechsler Não Verbal de Inteligência (WNV) é um teste
psicológico que avalia de modo não-verbal a capacidade intelectual de
crianças e jovens de 4 anos e 0 meses a 21 anos e 11 meses.
• O teste foi desenvolvido especialmente com o objetivo de avaliar de
maneira adequada indivíduos linguisticamente e culturalmente diversos,
ou seja, indivíduos que tenham habilidades verbais limitadas, como por
exemplo: indivíduos com Transtorno Específico de Linguagem, com
Deficiência Auditiva, com Deficiência Intelectual, com Transtorno do
Espectro do Autismo, indivíduos que possuem outra língua materna que
não o português, entre outros.
• O teste possui 6 tipos de subtestes diferentes os quais na aplicação
completa são aplicados 4 tipos de subteste para cada faixa etária
específica (4 aos 7 anos e 11 meses ou 8 aos 21 anos e 11 meses).
• Há também a possibilidade de flexibilizar o número de subtestes
aplicados para 2 subtestes para cada faixa etária. Embora a bateria com 4
subtestes apresente um exame mais completo, ambas as versões
apresentam boas evidências de validade e fidedignidade e existem dados
normativos para a aplicação de 2 subtestes.
• Deste modo, é possível escolher a bateria a ser aplicada dependendo dos
objetivos, do tempo disponível para a realização da avaliação e das
características do indivíduo respondente. Assim como as outras versões
das Escalas Wechsler de Inteligência, o WNV também é considerado
padrão-ouro no contexto internacional para avaliação cognitiva.
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WISC IV - Escala Wechsler de
Inteligência para Crianças - Kit
Completo
• A Escala Wechsler de Inteligência para
Crianças – 4a Edição (WISC-IV) – é um
instrumento clínico de aplicação individual
que tem como objetivo avaliar a capacidade
intelectual das crianças e o processo de
resolução de problemas. Faixa etária: 6 anos
e 0 meses a 16 anos e 11 meses.
• É composto por 15 subtestes, sendo 10
principais e 5 suplementares, e dispõe de
quatro índices, à saber: Índice de
Compreensão Verbal, Índice de Organização
Perceptual, Índice de Memória Operacional
e Índice de Velocidade de Processamento,
alem do QI Total.

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WASI – Escala Wechsler
Abreviada de Inteligência
• A WASI é um instrumento breve de avaliação da
inteligência, aplicável a crianças de 6 anos a idosos
de 89 anos de idade. Fornece informações sobre os
QIs Total, de Execução e Verbal a partir de quatro
subtestes (Vocabulário, Cubos, Semelhanças e
Raciocínio Matricial), em um curto espaço de tempo.
• A escala ainda fornece a possibilidade de avaliação
do QI Total com apenas dois subtestes (Vocabulário e
Raciocínio Matricial).
• A escala é também associada à Escala de Inteligência
Wechsler para Crianças – Terceira Edição e à Escala
de Inteligência Wechsler para Adultos – Terceira
Edição e fornece tabelas para estimativa de faixas de
escore de QIT nas escalas WISC-III e WAIS-III.

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SON-R 2 1/2 -7 [A]
• É um instrumento não verbal de
avaliação da inteligência geral. Pode
ser aplicado em crianças típicas ou
com transtornos físicos de 2 anos e
meio a 7 anos e 11 meses – como
surdos – ou de desenvolvimento
(autistas, síndrome de down,
outros).
• Pode ser aplicado nos contextos
clínico, educacional,
neuropsicológico e áreas correlatas.

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A Escala de Maturidade Mental
Colúmbia 3 (CMMS – 3)
• É um teste psicológico que tem como objetivo avaliar a
capacidade de raciocínio geral de crianças de 3 anos e 0 meses
a 9 anos e 11 meses de idade.
• A escala não necessita de respostas orais e pouco depende da
motricidade dos participantes.
• Pode ser administrado com facilidade em crianças com
diferenças culturais ou de desenvolvimento físico ou cognitivo,
já que o seu desempenho não está atrelado
ao desenvolvimento da linguagem.
• Pode ainda ser utilizada em avaliações clínicas e escolares
ou em outros contextos nos quais se faça necessária a
avaliação da capacidade de raciocínio geral.
• Devido a sua praticidade para aplicação, correção e
interpretação, o teste é indicado para compor protocolos de
avaliação multidimensional de crianças com suspeitas de
déficits cognitivos.
• O novo kit do CMMS-3 apresenta um caderno de
estímulos (que deve ser apresentado horizontalmente ao
examinando). O objetivo desse novo formato foi tornar mais
fácil a apresentação dos estímulos ao examinando e o
manuseio por parte do aplicador.
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APM - Matrizes progressivas
avançadas de Raven
• O Matrizes Progressivas Avançadas de Raven (APM) avalia a
inteligência, fornecendo informações sobre a capacidade
edutiva de indivíduos com idade entre 17 e 63 anos e
escolaridade mínima de Ensino Superior em andamento.
• O APM é considerado padrão ouro mundial na avaliação da
inteligência geral e pode ser utilizado em contextos clínicos
ou outros nos quais se faça necessária a avaliação dessa
habilidade.
• O Matrizes Progressivas Avançadas de Raven pode ser
aplicado de forma individual ou coletiva, com ou sem
tempo-limite. Quando aplicado com limite de tempo, a
aplicação deve durar 40 minutos.

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Priscila Sousa (org.) proibida a reprodução integral ou parcial 49
Coleção B-SPG - Bender
• O Bender está associado a medidas de inteligência
(como fator g) e também mostra relação com a
aprendizagem (aquisição da escrita e diferenciação
de séries). O teste é composto por 9 desenhos
modelos. A criança reproduz cada um dos
desenhos apresentados. A correção é realizada
pelo total de pontos atribuídos aos desenhos
realizados e pela análise quantitativa e qualitativa.
Quanto maior a pontuação do desenho, mais erros
foram cometidos pela criança.
Existem estudos de precisão, validade e tabelas em
percentis e quartis para o público-alvo de acordo
com sua idade e sexo.

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Priscila Sousa (org.) proibida a reprodução integral ou parcial 50
Víneland-3 (Escalas de
Comportamento
Adaptativo Víneland –
Manual)
• A escala adaptativa Víneland-3 é um instrumento utilizado
mundialmente para avaliar o comportamento adaptativo das
pessoas desde o nascimento até a idade adulta (90 anos).
• O instrumento consiste em uma entrevista semiestruturada
em formato de questionário, a importância da avaliação está
relacionada a compreender as necessidades individuais de
cada pessoa, considerando os aspectos de toda vida.
Indicação de uso por • Associado a testes de inteligência a Vineland-3 fornece dados
Psicólogos, Psiquiatras, críticos que ajudam no diagnóstico de deficiências
Terapeutas Ocupacionais, intelectuais e de desenvolvimento, apoia com informações
valiosas para a elaboração de planos educacionais e de
Neuropsicólogos e Intervenção. Com a Vineland-3 é possível medir o
profissionais da área da comportamento adaptativo de indivíduos com deficiências
intelectuais e de desenvolvimento, Transtorno do Espectro
saúde. Autista (TEA), Transtorno de Déficit de Atenção e
Hiperatividade (TDAH), lesão cerebral pós-traumática,
deficiência auditiva e visual, doença de Alzheimer.
• O tempo de aplicação pode variar de 30min a 1:30min
dependendo de quais formulários serão utilizados na
https://materiais.pearsonclinical.com.br/vineland-3 avaliação. Formulários: Entrevista e Formulário de Pais /
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51 Cuidadores do nascimento
Priscila Sousa (org.) proibida aos
a reprodução integral 90 anos, Formulário de
ou parcial
professor de 3 a 21 anos.
Prevalência

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Desenvolvimento
e Curso
• O início da deficiência intelectual
é no período do
desenvolvimento.

• Idade e aspectos característicos


no início dependem da etiologia
e da gravidade da disfunção
cerebral.

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Desenvolvimento
e Curso
• Atrasos em marcos motores,
linguísticos e sociais podem ser
identificáveis nos primeiros dois
anos de vida entre aqueles com
deficiência intelectual mais
grave, ao passo que níveis leves
podem não ser identificados até
a idade escolar, quando ficam
aparentes as dificuldades de
aprendizagem acadêmica.
Desenvolvimento
e Curso
• Todos os critérios (inclusive o C)
devem ser atendidos pela
história ou pela apresentação
atual. Algumas crianças com
menos de 5 anos de idade, cuja
apresentação atenderá, em
última análise, aos critérios de
deficiência intelectual, têm
déficits que satisfazem a
critérios de atraso global do
desenvolvimento.

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Desenvolvimento
e Curso

• Quando a deficiência intelectual


está associada a uma síndrome
genética, pode haver uma
aparência física característica
(como na síndrome de Down, p.
ex.).
Desenvolvimento
e Curso
• Algumas síndromes têm um
fenótipo comportamental, o que
se refere a comportamentos
específicos, característicos de
determinado transtorno
genético (p. ex., síndrome de
Lesch-Nyhan).
Desenvolvimento
e Curso

• Nas formas adquiridas, o


aparecimento pode ser
abrupto, após doenças
como meningite ou
encefalite ou traumatismo
encefálico durante o
período do
desenvolvimento.
Desenvolvimento e
Curso

• Quando a deficiência intelectual decorre


de perda de habilidades cognitivas
previamente adquiridas, como em
lesões cerebrais traumáticas, pode ser
atribuído tanto diagnóstico de
deficiência intelectual quanto o de um
transtorno neurocognitivo.
Fatores de Risco e
Prognóstico

• Genéticos e fisiológicos. Etiologias pré-


natais incluem síndromes genéticas (p. ex.,
variações na sequência ou variações no
número de cópias envolvendo um ou mais
genes; problemas cromossômicos), erros
inatos do metabolismo, malformações
encefálicas, doença materna (inclusive
doença placentária) e influências
ambientais (p. ex., álcool, outras drogas,
toxinas, teratógenos).

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Fatores de Risco e
Prognóstico

• Causas perinatais incluem uma gama de


eventos no trabalho de parto e no
nascimento que levam a encefalopatia
neonatal.

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Fatores de Risco e
Prognóstico

• Causas pós-natais incluem lesão


isquêmica hipóxica, lesão cerebral
traumática, infecções, doenças
desmielinizantes, doenças convulsivas (p.
ex., espasmos infantis), privação social
grave e crônica, síndromes metabólicas
tóxicas e intoxicações (p. ex., chumbo,
mercúrio).

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Questões Diagnósticas
Relativas à Cultura

• A deficiência intelectual ocorre em todas as raças e


culturas.

• Sensibilidade e conhecimento culturais são necessários


durante a avaliação, devendo ser considerados
antecedentes étnicos, culturais e linguísticos
individuais, experiências disponíveis e funcionamento
adaptativo na comunidade e no cenário cultural
individuais.
Questões • Indivíduos do sexo masculino, em geral, têm mais propensão do que os do
sexo feminino para receber diagnóstico de formas moderadas (razão média
Diagnósticas masculino/feminino 1,6:1) e graves (razão média masculino/feminino
1,2:1) de deficiência intelectual. As proporções de gênero, todavia, variam
Relativas ao muito em estudos relatados.

Gênero • Fatores genéticos associados ao sexo e vulnerabilidade do sexo masculino a


lesões no cérebro podem responder por algumas diferenças de gênero.

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Marcadores Diagnósticos

• Uma avaliação abrangente inclui avaliação da capacidade intelectual e


do funcionamento adaptativo; identificação de etiologias genéticas e
não genéticas; avaliação da existência ou não de condições médicas
associadas (p. ex., paralisia cerebral, epilepsia), e avaliação de
transtornos mentais, emocionais e comportamentais comórbidos.

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• Os componentes da avaliação podem incluir
Marcadores história médica pré-natal e perinatal, genograma
familiar incluindo três gerações, exames físicos,
Diagnósticos avaliação genética (p. ex., cariótipo ou análise
cromossômica por microarray e testes para
detecção de síndromes genéticas específicas), bem
como triagem metabólica e investigação por
neuroimagem.

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Diagnóstico Diferencial
• O diagnóstico de deficiência intelectual deve ser feito
sempre que atendidos os Critérios A, B e C. O diagnóstico
de deficiência intelectual jamais deve ser pressuposto em
razão de determinada condição genética ou médica. Uma
síndrome genética associada à deficiência intelectual deve
ser registrada como um diagnóstico concorrente com a
deficiência intelectual.
Transtornos neurocognitivos
maiores e leves.

• A deficiência intelectual é definida como um transtorno do


neurodesenvolvimento e é diferente dos transtornos
neurocognitivos, que se caracterizam por perda do
funcionamento cognitivo. Um transtorno neurocognitivo
maior pode ocorrer concomitantemente com deficiência
intelectual (p. ex., pessoa com síndrome de Down que
desenvolve doença de Alzheimer ou pessoa com deficiência
intelectual que perde um pouco mais a capacidade
cognitiva após um traumatismo encefálico). Em casos
assim, podem ser feitos diagnósticos de deficiência
intelectual e transtorno neurocognitivo.
Transtornos da comunicação e
transtorno específico da aprendizagem

• Esses transtornos do neurodesenvolvimento são específicos


do domínio da comunicação e da aprendizagem, não
exibindo déficits no comportamento intelectual e
adaptativo. Podem ser comórbidos com deficiência
intelectual. Ambos os diagnósticos são feitos se a
totalidade dos critérios para deficiência intelectual e para
transtorno da comunicação ou específico da aprendizagem
for preenchida.

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Transtorno do espectro autista

• A deficiência intelectual é comum entre pessoas com


transtorno do espectro autista. Sua investigação pode ser
complicada por déficits sociocomunicacionais e
comportamentais, inerentes ao transtorno do espectro
autista, que podem interferir na compreensão e no
engajamento nos procedimentos dos testes. Uma
investigação adequada da função intelectual no transtorno
do espectro autista é fundamental, com reavaliação ao
longo do período do desenvolvimento, uma vez que escores
do QI no transtorno do espectro autista podem ser
instáveis, particularmente na primeira infância.

Esta Foto de Autor Desconhecido está licenciado em CC BY-NC


Comorbidade

• A ocorrência concomitante de condições mentais, do


neurodesenvolvimento, médicas e físicas é frequente na
deficiência intelectual, com taxas de algumas condições (p.
ex., transtornos mentais, paralisia cerebral e epilepsia) 3 a 4
vezes mais altas que na população em geral.

• O prognóstico e o resultado de diagnósticos comórbidos


podem ser influenciados pela presença da deficiência
intelectual.

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Comorbidade

• Os procedimentos de avaliação podem demandar mudanças em função


dos transtornos associados, tais como transtornos da comunicação,
transtorno do espectro autista e transtornos motores, sensoriais e
outros. Informantes são essenciais para a identificação de sintomas
como irritabilidade, desregulação do humor, agressividade, problemas
alimentares e problemas do sono, bem como para a avaliação da função
adaptativa em locais variados na comunidade.
Comorbidade
• Os transtornos mentais e do neurodesenvolvimento comórbidos mais
comuns são transtorno de déficit de atenção/hiperatividade, transtornos
depressivo e bipolar, transtornos de ansiedade, transtorno do espectro
autista, transtorno do movimento estereotipado (com ou sem
comportamento autolesivo), transtornos do controle de impulsos e
transtorno neurocognitivo maior. Um transtorno depressivo maior pode
ocorrer nos diferentes níveis de gravidade da deficiência intelectual.
Comorbidade
• Comportamento autolesivo requer imediata atenção
diagnóstica, podendo gerar um diagnóstico separado de
transtorno do movimento estereotipado. Indivíduos com
deficiência intelectual, em especial os com uma deficiência
mais grave, podem também evidenciar agressividade e
comportamentos disruptivos, inclusive causando danos a
outros ou destruindo propriedades.
Principais COMORBIDADES COM DI

• Entre os inúmeros fatores que podem causar a deficiência


intelectual, destacam-se alterações cromossômicas e gênicas,
desordens do desenvolvimento embrionário ou outros
distúrbios estruturais e funcionais que reduzem a capacidade
do cérebro.
Síndrome de Down
• alteração genética que ocorre na formação do
bebê, no início da gravidez. O grau de deficiência
intelectual provocado pela síndrome é variável, e
o coeficiente de inteligência (QI) pode variar e
chegar a valores inferiores a 40. A linguagem fica
mais comprometida, mas a visão é relativamente
preservada. As interações sociais podem se
desenvolver bem, no entanto podem aparecer
distúrbios como hiperatividade, depressão, entre
outros.
Síndrome do
X-Frágil
Síndrome de
Prader-Willi –
Síndrome de
Angelman
Síndrome
Williams
Erros Inatos de Metabolismo
(Fenilcetonúria, Hipotireoidismo
congênito etc.)
Relação com Outras
Classificações
• A CID-11 (em desenvolvimento à época desta
publicação) utiliza o termo transtornos do
desenvolvimento intelectual para indicar que
se está falando de transtornos que envolvem
função cerebral prejudicada precocemente na
vida. Esses transtornos estão descritos na CID-
11 como uma metassíndrome que ocorre no
período do desenvolvimento análoga à
demência ou ao transtorno neurocognitivo em
fases posteriores da vida. Existem quatro
subtipos na CID-11: leve, moderado, grave e
profundo.
Relação com • A American Association on Intellectual and Developmental Disabilities (AAIDD) também usa
o termo deficiência intelectual, com o mesmo sentido do termo empregado neste Manual.
Outras • A classificação da AAIDD é mais multidimensional que categórica, baseada no construto da
Classificações incapacidade.

• Mais do que listar especificadores, como está sendo feito no DSM-5, a AAIDD salienta um
perfil de apoio com base na gravidade.

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Atraso Global do
Desenvolvimento
• Este diagnóstico está reservado a indivíduos com
menos de 5 anos de idade, quando o nível de
gravidade clínica não pode ser avaliado de modo
confiável durante a primeira infância.
• Esta categoria é diagnosticada quando um indivíduo
fracassa em alcançar os marcos do desenvolvimento
esperados em várias áreas da função intelectual,
sendo aplicada a pessoas que não são capazes de
passar por avaliações sistemáticas do funcionamento
intelectual, incluindo crianças jovens demais para
participar de testes padronizados.
• É uma categoria que requer reavaliações após um
período de tempo.

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Deficiência Intelectual (Transtorno do
Desenvolvimento Intelectual) Não
Especificada

• Esta categoria está reservada a pessoas com mais


de 5 anos de idadE, quando a investigação do
grau de deficiência intelectual (transtorno do
desenvolvimento intelectual), por meio de
procedimentos disponíveis localmente, fica difícil
ou impossível devido a prejuízos sensoriais ou
físicos associados, como na cegueira ou na surdez
pré-linguística, na deficiência locomotora ou na
presença de comportamentos problemáticos
graves ou nos casos de comorbidade com
transtorno mental. É uma categoria que somente
deve ser usada em circunstâncias excepcionais e
que requer reavaliações após um período de
tempo.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS
• Em síntese, para superarmos as implicações das diferentes esferas que envolvem
à avaliação, seja ela pedagógica ou diagnóstica, é preciso investir na formação de
professores e de profissionais de saúde. Assim, como fomentar o diálogo entre os
mesmos.

• Ademais, é preciso garantir aos nossos profissionais conhecimentos teóricos


sólidos que possibilitem aos mesmos à elaboração de instrumentos/práticas
avaliativas coerentes com as demandas individuais de cada sujeito com DI. Isto é,
para avaliar pessoas com deficiência intelectual é preciso avaliar o seu processo a
partir dela mesmo e não comparando com outros sujeitos com a mesma
deficiência ou não.

• Por fim, entendemos que as avaliações pedagógicas/diagnósticas sistematizadas


devem fundamentar à elaboração de objetivos a serem alcançados pelas pessoas
com deficiência intelectual e quais os recursos (tecnológicos ou humanos) serão
necessários para atingi-los nos diferentes níveis educacionais, sociais e/ou
laborais. Ou seja, à avaliação é empregada como um recurso para fornecer
elementos para planejar a intervenção com vistas a responder as singularidades e
possibilidades de cada sujeito.
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Obrigada!

Prof.ª Priscila Sousa


@priscila.sousa.barbosa
@constructoaprendizagem
priscila.sousa.barbosa@hotmail.com

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