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29-10-20- AULA 2

SUPLEMENTAÇÃO
DE ÔMEGA 3 EM
ATLETAS

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.

Mesmo após 25 anos de pesquisa sobre ômega 3 em atletas, os


efeitos da suplementação ainda são incertos. Neste mini ebook
você aprenderá o que há de mais novo a respeito e verá que
muito do que é prometido não é eficaz quando avaliamos a
literatura de maneira adequada.
Bcaas, Gorduras

A metodologia da
revisão sistemática é
muito interessante, já
que buscou apenas
praticantes esportivos,
em estudos controlados
randomizados, com
bom controle ou grupo
placebo. Totalizando
então 32 estudos em
síntese qualitativa.
A INFLAMAÇÃO foi o efeito mais estudado, com
doses de EPA (um dos metabólitos do Omega 3, junto
com DHA) de 300 até 2400mg por dia. Já o DHA foi
estudado nas doses de 400 a 1500 mg/dia.

Os efeitos foram inconclusivos, com 4 estudos


mostrando diminuição de citocinas inflamatórias e 1
mostrando elevação.

No entanto, a maioria dos estudos que analisou TNF-a


(uma das citocinas inflamatórias) encontrou redução.

Apenas 1 estudo avaliou inflamação do trato


respiratório superior, demonstrando efeitos positivos
com o ômega 3. No entanto, havia junto vitamina D e
whey protein no kit de suplementação, não deixando
claro se o efeito foi pela junção dos três, de apenas
alguns deles ou simplesmente fruto do acaso dos
achados (afinal, houve apenas um estudo para tal
fim).
Os efeitos para recuperação muscular foram consistentes,
mas não necessariamente para performance.

Um estudo com jogadores de rugby demonstrou aumento da


concentração de óleo de peixe no plasma e tempo
recuperação nos atletas. Formulações com óleo de peixe e
whey protein (grande fator de confusão, dado que proteínas
impactam na recuperação) também ajudaram na recuperação
muscular.

Em outros estudos, também houve melhora da performance


quando avaliada captação de oxigênio (vo2 máximo), no
entanto em testes de ‘vida real’ como corrida contra o tempo,
os resultados não foram superiores com ômega 3.

Lembrem-se que precisamos avaliar marcadores


intermediários, mas também relevância dos desfechos!
Sobre a PEROXIDAÇÃO LIPÍDICA,
três estudos demonstraram aumento
de marcadores dela (malondialdeído
e f2-isoprostanos) no descanso e 4
mostraram aumento após exercício. A
atividade antioxidante de enzimas
como glutationa redutase, superóxido
dismutase e glutationa peroxidase
também aumentou. Vemos então
diversas alterações pró e contra os
mecanismos oxidantes, sem
demonstrar realmente efeito clínico
significativo.
De todos os efeitos avaliados, os
mais interessantes foram visando
tempo de reação e cognição em
esportes como karate, rugby e
jogadores de futebol.
4 Estudos avaliaram tais efeitos,
sendo os 4 com resultados
positivos.
Uma das hipóteses é justamente o
papel do DHA na plasticidade
sináptica e fluidez da membrana,
melhorando a neurotransmissão.
Alguns estudos mostraram também
diminuição da dor. Em pacientes com artrite,
tais achados são mais significativos, enquanto
que no meio esportivo, as evidências são
inconclusivas. Tal efeito pode se dar
principalmente pela cascata de moléculas
chamadas resolvinas, que medeiam a
inflamação.
Pensando em colaterais, os efeitos foram
mínimos, com a maioria dos participantes
relatando apenas náuseas ou desconfortos
gastrointestinais nas doses mais altas.
Isso mostra que o óleo de peixe pode ser uma
alternativa terapêutica de baixo grau de risco,
junto com outras estratégias em conjunto. É
importante se atentar a qualidade do produto,
conforme salientei em video sobre o mesmo
artigo na SCIENCE-TV.
CONCLUSÃO: Alguns estudos demonstram efeitos positivos em marcadores importantes
como cognição, dinâmica cardiovascular e recuperação, apesar dos fatores de confusão
bem grandes. Também há o risco de aumento de marcadores inflamatórios, no entanto
sem alteração de desfechos, como cardiovasculares, até o momento.
Novas pesquisas em atletas devem focar em performance neunomuscular, reabilitação,
saúde óssea,e saúde cardiovascular.
Percebam, então, que os efeitos podem ser interessantes, sim, mas que há mais dúvidas
do que certezas na prática esportiva.
Quanto aos efeitos na clínica, já mostrei evidências aqui na SCIENCE para vocês dos
efeitos positivos na diminuição de inflamação em doenças como artrite e diminuição de
triglicerídos quando em excesso. Obrigado por acompanharem e bons estudos!

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