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O REL participa da desintoxicação no organismo

O organismo tem a capacidade de transfigurar substâncias tóxicas


(herbicidas, conservantes e corantes alimentares, medicamentos) em
substâncias nocivas ou de fácil excreção.

Essa conversão ocorre no fígado, na pele, nos rins e nos pulmões. A


desintoxicação envolve, costumeiramente, reações de hidroxilação, nas quais o
oxigênio molecular ( O2 ) é utilizado para gerar grupos hidroxila. A hidroxilação
de um composto tóxico aumenta sua dissolução em água e, consequentemente
sua eliminação do corpo. Desse processo participam o citocromo P450 e
redutase.

A ingestão de barbitúricos promove nítido aumento na quantidade de


retículo liso das células hepáticas e até o RER perde os ribossomos acoplados
as suas membranas e transforma-se em REL. Analises bioquímicas dessas
células demonstram um aumento da atividade das enzimas que metabolizam
os barbitúricos e outros compostos tóxicos e também que essa atividade está
localizada nas membranas do retículo liso. O aumento de REL, por ação de
drogas, contribui para a redução do eteno de determinados medicamentos
após certo tempo de uso. Nesses casos, ocorre um aumento tal na atividade
das enzimas do sistema de desintoxicação que há necessidade de doses
maiores para promover o mesmo efeito obtido no inicio com doses pequenas
pois uma parte considerável da droga é destinada ao fígado.

E também no retículo liso das células do fígado que é solubilizado o


pigmento da bile (bilirrubina) devido a ação da enzima glicuronil-transferase
permitindo que a bilirrubina na sua forma solúvel, seja secretada pelas células
hepáticas sendo eliminada do fígado pela bile. Quando existe deficiência de
glicuronil-transferase os pacientes acumulam bilirrubina insolúvel no sangue e
ficam ictéricos desse tipo de icterícia chama-se doença de Cringler Naijan.
Baseado na observação de que barbitúricos estimulam a síntese das enzimas
do retículo endoplasmático liso, a administração de barbitúricos é usado no
tratamento desse tipo de icterícia.
Participação no metabolismo do glicogênio

Uma função importante do REL de hepatócitos e de células renais é a


glicogenólise (obtenção de glicose a partir do glicogênio). Esse processo ocorre
pela ação consecutiva de quatro enzimas, das quais apenas uma está
localizada no REL, enquanto as demais etapas são citossólicas. A glicose-6-
fosfatase é uma proteína intrínseca da membrana de retículo, que contém nove
hélices transmembranosas, com seu sítio ativo voltado para a face luminal da
membrana do retículo. A glicose-6-fosfato obtida no glicogênio pela ação de
enzimas citossólicas é transportada para dentro da cisterna do RE por um
transporte específico (T1) presente na membrana. Uma vez na cisterna, a
glicose-6-fosfatase remove o fosfato da glicose-6-fosfato, liberando glicose e
fosfato inorgânico (Pi), que saõ transportados de volta para o citossol por dois
transportadores diferentes (T2 e T3). Aglicose assim formada pode, agora,
deixar a célula por um outro transportador. Esse processo é importante para
isolar e liberar, para a corrente sanguínea, a glicose que será utilizada como
fonte de energia em outros tecidos. Se a glicose-6-fosfato permanecesse livre
no citossol, ela poderia ser utilizada no processo de glicólise pela própria
célula. Assim, em células como o hepatócito, observa-se uma proximidade do
REL com depósitos de glicogênio do citossol.

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