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FACULDADE DO MACIÇO DE BATURITÉ

CURSO DE GRADUAÇÃO EM PEDAGOGIA

LUIZA DE MARILAC ARAÚJO DE SOUZA

O LÚDICO NA EDUCAÇÃO INFANTIL: dando significado a aprendizagem

Baturité - CE

2022
LUIZA DE MARILAC ARAÚJO DE SOUZA

O LÚDICO NA EDUCAÇÃO INFANTIL: dando significado a aprendizagem

Trabalho de conclusão de curso apresentado ao


curso de Pedagogia da Faculdade do Maciço de
Baturité como requisito parcial a obtenção do
título de licenciatura em Pedagogia.

Orientador (a): Prof. Me. Jenivando Lira Braz

Baturité - CE

2022
LUIZA DE MARILAC ARAÚJO DE SOUZA

O LÚDICO NA EDUCAÇÃO INFANTIL: dando significado a aprendizagem

Trabalho de conclusão de curso apresentado ao


curso de Pedagogia da Faculdade do Maciço de
Baturité como requisito parcial a obtenção do
título de licenciatura em Pedagogia.

Orientador (a): Prof. Me. Jenivando Lira Braz

Aprovada em: ___/___/______

BANCA EXAMINADORA

_____________________________________________________
Prof. Me. Jenivando Lira Braz
FMB – Faculdade Maciço de Baturité

_____________________________________________________
Prof.
FMB - Faculdade Maciço de Baturité

_____________________________________________________
Prof.
FMB - Faculdade Maciço de Baturité

Baturité - CE
2022
O LÚDICO NA EDUCAÇÃO INFANTIL: dando significado a aprendizagem

Luiza de Marilac Araújo de Souza 1, Jenivando Lira Braz 2

RESUMO

A presente pesquisa buscou investigar a importância das atividades lúdicas para o desenvolvimento infantil, de
forma que se torna a aprendizagem significativa. O brincar é facilmente associado à infância por ser nessa fase
que a brincadeira se inaugura. A partir de observações de experiências docentes na educação infantil e à luz das
teorias, Piaget (2010), Wallon (2000), Vygotsky (1984) e dentre outros renomados autores procurou-se
compreender esta atividade, o processo pelo qual a criança se apropria da cultura da sociedade em que vive, e
quais possibilidades o jogo e a brincadeira dão a criança para fazer essa leitura do mundo e agir sobre ele. O
trabalho toma como base metodológica a pesquisa bibliográfica com pressupostos teóricos sobre o tema e as
observações realizadas durante o estágio supervisionado na Educação Infantil. Procurou-se identificar a partir
dos jogos e das brincadeiras aspectos que contribuem para o desenvolvimento cognitivo, afetivo e social da
criança. O jogo e a brincadeira traduzem o real para a realidade infantil, amenizando o impacto provocado pelo
tamanho e pela força dos adultos, diminuindo o sentimento de impotência da criança. Em geral, o jogo e a
brincadeira é o espaço para a expressão mais genuína do ser criança, momento de exercício das relações afetivas
com o mundo, com as pessoas e com os objetos. A criança é sujeito social e cultural e é no jogo e na brincadeira
que ela constrói junto ao tecido cultural, conhecimentos afetivos, cognitivos e sociais. Esta pesquisa pretende
incentivar os professores a planejarem mais atividades lúdicas para suas salas de aula com intencionalidade no
desenvolvimento pleno da criança.

Palavras-chave: Ludicidade. Aprendizagem significativa. Desenvolvimento infantil.

ABSTRACT

The present research sought to investigate the importance of playful activities for child development, so that
learning becomes meaningful. Playing is easily associated with childhood because it is at this stage that play
begins. From observations of teaching experiences in early childhood education and in the light of theories,
Piaget (2010), Wallon (2000), Vygotsky (1984) and among other renowned authors, we sought to understand
this activity, the process by which the child appropriates of the culture of the society in which he lives, and what
possibilities the game and play give the child to make this reading of the world and act on it. The work takes as
a methodological basis the bibliographic research with theoretical assumptions on the subject and the
observations made during the supervised internship in Early Childhood Education. We tried to identify, from
the games and play, aspects that contribute to the child's cognitive, affective and social development. The game
and play translate reality into children's reality, mitigating the impact caused by the size and strength of adults,
reducing the child's feeling of helplessness. In general, play is the space for the most genuine expression of
being a child, a time for exercising affective relationships with the world, with people and with objects. The
child is a social and cultural subject and it is in the game and in the play that he/she builds together with the
cultural fabric, affective, cognitive and social knowledge. This research intends to encourage teachers to plan
more recreational activities for their classrooms with the intention of fully developing the child.

Keywords: Playfulness. Meaningful learning. Child development.

1
Licenciatura em Pedagogia. E-mail:
2
Professor. Me. Jenivando Lira Braz - Prefeitura de Maracanaú. E-mail: institutoaratanha@gmail.com.
SUMÁRIO

INTRODUÇÃO................................................................................................ 05
1. REFERENCIAL TEÓRICO..................................................................... 06
1.1 O que é olúdico.......................................................................................... 06
1.2 O lúdico e as políticas públicas................................................................ 07
1.3 O lúdico e a aprendizagem...................................................................... 08
2 METODOLOGIA....................................................................................... 09
3 RESULTADOS E DISCUSSÃO................................................................ 10
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS.................................................................... 10
REFERÊNCIAS............................................................................................. 13
5

INTRODUÇÃO

O brincar é o primeiro ato criativo do ser humano, é uma função do eu, uma ferramenta
indispensável ao seu desenvolvimento, tanto físico quanto cognitivo, psicológico e social. O
jogo é uma maneira de interagir com a realidade, típica da infância, caracterizada por sua
universalidade, regularidade e consistência. Todo jogo se passa dentro de uma estrutura
psicológica que dá sentido e evolui com a idade, refletindo a cada momento a maneira pela qual
a criança concebe o mundo e suas relações.

O filósofo Huizinga, em 1938, escreveu o livro Homo Ludens, no qual argumenta que
o jogo é uma categoria absolutamente primária da vida, e define jogo como: "uma atividade
voluntária exercida dentro de certos e determinados limites de tempo e espaço, segundo regras
livremente consentidas, mas absolutamente obrigatórias, dotado de um fim em si mesmo,
acompanhado de um sentimento de tensão e alegria e de uma consciência de ser diferente de
vida cotidiana"

Visando trazer uma visão diferente a respeito do brincar e vai apontar o lúdico como
proposta pedagógica para ser trabalhado em sala de aula, evidenciando a necessidade de tornar
as aulas mais prazerosas motivando a presença da utilização do lúdico como prática pedagógica
e a possível garantia de uma aprendizagem mais significativa para os alunos.

Por que utilizar o lúdico como prática pedagógica e qual a possível garantia de uma
aprendizagem mais significativa para os alunos.

O objetivo geral é mostrar aos professores de Educação Infantil o valor e a necessidade


do lúdico como facilitador no desenvolvimento e aprendizagem da criança. E especificamente
demonstrar que pode desenvolver a atenção e concentração, a imitação, a memória e a
imaginação, o psicológico, tornando-a mais atuante, crítica, autônoma e envolvida com a
sociedade desta forma compreender os benefícios que as atividades lúdicas proporcionam no
âmbito escolar.

Na história da educação, os jogos têm sido falados como parte fundamental da


aprendizagem significativa em crianças, suas vantagens foram descritas e ainda hoje existem
deficiências na implementação do jogo como potencializador dessa aprendizagem.
6

1REFERENCIAL TEÓRICO

1.1 O que é o lúdico

Para conhecer o significado do termo lúdico, é preciso, em primeiro lugar, descobrir sua
origem etimológica. Neste caso, podemos sublinhar que é uma palavra que deriva do latim,
exatamente emanando de "ludus", que equivale a "jogo".

O adjetivo lúdico é usado para descrever o que está ligado ao jogo: a atividade que é
realizada para fins recreativos ou para competir e que é baseada em regras. O lúdico, portanto,
está relacionado ao entretenimento.

De acordo com Ferreira (1986), o lúdico é identificado como ação que produz diversão,
prazer e alegria e qualquer ação que se identifique com a recreação e com uma série de
expressões como teatro, dança, música, competições esportivas, jogos infantis, festas populares,
atividades recreativas, pintura, narrativa, poesia entre outros. A atividade lúdica está presente
em todos os espaços da vida dos seres humanos, permitindo-lhes aprender e interagir com o
mundo e com as coisas, reconhecer e recriar seu mundo.

O conceito de lúdico é tão amplo e complexo, uma vez que se refere à necessidade do
ser humano, de se comunicar, sentir, expressar e produzir nos seres humanos uma série de
emoções orientados para o entretenimento, diversão, recreação, que nos levam a curtir, rir,
gritar e até chorar em uma fonte verdadeira que gera emoções.

O brincar é tão importante para o desenvolvimento humano que, mesmo quando


ocorrem brigas, contribui para o crescimento e o aprendizado. Negociar perspectivas,
convencer o adversário, conquistar adesões por uma causa, ceder, entregar-se, lutar
por um ponto de vista – tudo isso ensina a viver (OLIVEIRA; BORJA; FORTUNA,
2010 apud FORTUNA, 2011, p. 9).

O lúdico é uma forma de viver o cotidiano, ou seja, sentir prazer e valorizar o que
acontece percebendo-o como um ato de satisfação física, espiritual ou mental. É importante ter
em mente que a ludicidade também pode ser considerada como algo pedagógico ou educativo.
Os jogos estimulam diversas habilidades nos participantes, tanto físicas quanto psicológicas. É
por isso que desenvolver uma atividade lúdica é enriquecedor por vários motivos.
7

1.2 O lúdico e as políticas públicas

O brincar é um direito reconhecido na Declaração dos Direitos da Criança, que foi


aprovada em Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas – ONU – de 1959, expresso
no Artigo 7º: "Toda criança terá direito a brincar e a divertir-se, cabendo à sociedade e às
autoridades públicas garantir a ela o exercício pleno desse direito” e mais “A criança deve ter
todas as possibilidades de se entregar a jogos e atividades recreativas, que devem ser orientadas
para os fins visados pela educação; é dever da sociedade e dos poderes públicos em favorecer
o exercício deste direito”. E o artigo 31º afirma que “a criança tem direito ao descanso e lazer,
ao divertimento e às atividades recreativas próprias da idade, bem como à livre participação na
vida cultural e artística” (p. 6-7).

No Referencial Curricular Nacional da Educação Infantil (1998, vol.1, p.13) “o direito


da criança a brincar como forma particular de expressão, pensamento, interação e comunicação
infantil”.

A Base Nacional Comum Curricular – BNCC (2017) garante seis direitos de


aprendizagem: conviver, brincar, participar, explorar, expressar e conhecer-se, que, juntos,
asseguram as condições para que as crianças aprendam em situações nas quais possam
desempenhar um papel ativo. Focando no brincar temos:

Brincar cotidianamente de diversas formas, em diferentes espaços e tempos, com


diferentes parceiros (crianças e adultos), ampliando e diversificando seu acesso a
produções culturais, seus conhecimentos, sua imaginação, sua criatividade, suas
experiências emocionais, corporais, sensoriais, expressivas, cognitivas, sociais e
relacionais. (BRASIL, 2017, p. 34)

Comparando um pouco as definições que cada autor tem diante do lúdico, destaca-se
que é uma parte fundamental do desenvolvimento da criança, também é importante que a
ludicidade seja significativa, de modo que lhe permite aprender em igual medida, segundo que
a criança brinca com ou sem intenção explícita, sem preocupação com os resultados, e que não
precisa necessariamente ser dirigido ou estimulado pelo adulto.
8

1.3 O lúdico e a aprendizagem

Segundo Epstein (apud FERLAND, 2006, p. 41) “a criança não brinca para aprender,
aprende porque brinca”. O lúdico é aplicado no campo da educação para que os alunos
aprendam no âmbito da convivência em harmonia. Dessa forma, busca-se que o processo de
aprendizagem seja facilitado por meio de jogos que incluam conteúdos curriculares.

Permite que as crianças aprendam com mais facilidade e sem se cansar sendo mais fácil
de reter na memória. É uma forma de promover o que se conhece como aprendizagem
significativa. Melhora a capacidade de comunicação e, além disso, a sua compreensão e não
devemos esquecer que ajuda as crianças a melhorar suas habilidades sociais e também aumenta
a autoestima.

Amarilha (1997, p. 27) afirma que conhecimento de mundo da criança se dá através das
imagens e que “Ao transformar essas imagens em expressão, pela linguagem verbal, entra na
composição literária o elemento prazeroso. Esse componente gerador de prazer advém
sobretudo da natureza lúdica da linguagem”.

Para Kishimoto (2008, p. 23) “Nesse sentido, qualquer jogo empregado pela escola,
desde que respeite a natureza do ato lúdico, apresenta o caráter educativo e pode receber
também a denominação geral de jogo educativo”. Brincando as crianças aprendem a cooperar
com os companheiros, obedecer às regras do jogo, respeitar os direitos dos outros, acatar a
autoridade, assumir responsabilidades, aceitar penalidades que lhe são impostas, dar
oportunidades aos amigos e com isso tudo a criança aprender a viver em sociedade.

Para Piaget (2010), o simbolizar é representar mentalmente objetos do meio externo. Na


idade de dois aos quatro anos a fala da criança se desenvolve bastante, fazendo parte do seu
mundo nas brincadeiras. Utilização de brinquedos a partir de ano de idade, a criança vai
desenvolver com rapidez a sua percepção das coisas em sua volta.

Piaget (2010) argumenta que a aprendizagem significativa deve haver conhecimento e


que quando o aluno encontra novos conhecimentos, com novos conceitos aprendem a valorizar
o conhecimento que já tem e que vai complementar com os novos produzindo uma
reestruturação do mesmo estabelecendo novas estruturas mentais. Ressalta que, para tornar o
aprendizado significativo, necessário que o professor ao elaborar seus planos de trabalho,
devem estabelecer como objetivo primordial que o que ele ensina seja usado pelo aluno, seja
útil e permita-lhe resolver as dificuldades.
9

Na brincadeira de faz-de-conta, segundo Vygotsky, a criança substitui o objeto e uma


ação real pela fantasia, mas com um fundo de realidade, pois a criança em idade pré-escolar,
“ainda necessita de um pivô, de um suporte para lidar com o campo do significado”
(OLIVEIRA, 2000 p. 54). Ainda seguindo o pensamento de Vygotsky a

brincadeira cria para as crianças uma “zona de desenvolvimento proximal” que não é
outra coisa senão a distância entre o nível atual de desenvolvimento, determinado pela
capacidade de resolver independentemente um problema, e o nível atual de
desenvolvimento potencial, determinado através da resolução de um problema sob a
orientação de um adulto ou com a colaboração de um companheiro mais capaz
(VYGOTSKY, 1984, p. 97).

Para Wallon o desenvolvimento da criança passa pela “idade da graça”, por volta dos
quatro anos, onde ocorre a “necessidade de imitar para tomar o lugar do outro” (GALVÃO,
2000 p. 120), para posteriormente excluí-lo, e construir sua personalidade.

Já segundo Coelho (2002, p.11), “a aprendizagem é o resultado da estimulação do


ambiente sobre o indivíduo já maduro, diante de uma situação–problema sob a forma de uma
mudança de comportamento em função da experiência”.

Segundo o professor Almeida (1995) a educação lúdica pode ter duas consequências,
dependendo de ser bem ou mal utilizada:

a) A educação lúdica na mão do professor despreparado é capaz não só de mutilar o


verdadeiro sentido da proposta, mas servir de negação do próprio ato de educar;

b) Para um professor eficiente a educação lúdica é um instrumento de unificação, e de


transformação das reais condições em que se encontra o aluno.

2 METODOLOGIA

Esta pesquisa segundo Fonseca (2002) é através do método qualitativo obtendo


informações através de pesquisas bibliográficas realizadas em livros, artigos, e materiais
disponibilizados na Internet. Etnográfica e com depoimento pessoal a partir das observações
feita pela autora durante o estágio supervisionado na Educação Infantil.
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3. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Em relação a esse assunto, encontramos diversas opiniões de estudiosos sobre o assunto


como Piaget, Vygotsky, Wallon, entre outros que afirmaram que o lúdico desempenha um papel
importante no fortalecimento cognitivo da criança. Aprender brincando é um dos postulados a
ter em conta, o jogo permite que a criança adquira e fortaleça as restrições desde que esteja bem
planejado pelo professor, o jogo deve estimular a criança a adquirir conhecimento, mas também
deve defender a abstração e a criatividade.

Durante o estágio supervisionado na Educação Infantil, foi possível observar o


planejamento minucioso das atividades, sempre lúdicas para motivar a participação e
consequentemente a aprendizagem. O quanto é importante o planejamento destas atividades
alinhadas ao objetivo de uma aprendizagem significativa.

As atividades lúdicas realizadas pela criança são uma fonte de aprendizado inestimável,
porque se está em contato e adquire conhecimento do meio ambiente, pois quando as crianças
brincam não só experimentam, mas também fazem pesquisas.

Para que isso aconteça, a participação ativa e responsável do professor que deve realizar
um planejamento profissional e responsável pelas atividades, nas quais as ações lúdicas que a
criança realizará para fortalecer o conhecimento. Foi observado as dificuldades, problemas, em
cada atividade para que a criança seja obrigada a resolvê-los oportunizando a aquisição de
conhecimentos.

Durante o estágio ficou perceptível diferentes atividades lúdicas organizadas e


planejadas para as aulas. Ao indagar a titular da sala o porquê destas atividades diversificadas
a mesma respondeu que que cada criança tem seu estilo de aprendizagem e essas atividades
diferentes, estimulam cada aprendizagem conforme sua particularidade. Como por exemplo a
técnica VARK, desenvolvida pelos pesquisadores Neil Fleming e Colleen Mills, é um acrônimo
da língua inglesa que designa as quatro modalidades de aprendizagem: Visual (visual),
Auditory (auditiva); Read/Write (leitura/escrita); Kinesthetic (cinestésico) (CERQUEIRA,
2000).

De acordo com a técnica VARK o visual se refere a percepção visual, ou seja, aprende
mais fácil através de gráficos, vídeos, imagens, diagramas, mapas, símbolos e listas. E a
professora utilizava vídeos e imagens. O auditivo retém facilmente através de informação
verbal e a professora utiliza diariamente músicas. Leitura e escrita tem facilidade e gosta de ler
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e de fazer resumos. No cenestésico a criança aprende experimentando. Por isso utiliza-se tanto
objetos, brinquedos para serem manipulados.

O brincar deve ter um sentido, uma intencionalidade e o professor deve compreender o


quanto a ludicidade é importante para a construção de aprendizados sociais, valorizando esta
atividade. Muito tem se falado sobre as perspectivas do brincar como recurso pedagógico na
atualidade, mas mais necessário ainda é aplicar estas teorias, ou seja, incluir a ludicidade com
jogos e brincadeiras na proposta escolar como um recurso importante desde a Educação Infantil
e nas demais séries do ensino fundamental.

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Espera-se com esta pesquisa levar os docentes a refletirem sobre as contribuições


apresentadas pelo uso doe atividades lúdicas. Moyles (2002, p. 41) afirma que “acima de tudo,
o brincar motiva. É por isso que ele proporciona um clima especial para a aprendizagem”. É
justamente esse clima especial que deve estar presente no dia a dia das aulas de Educação
Infantil.

A hipótese inicial foi a de que a ludicidade e o brincar como práticas pedagógicas


facilitam a aprendizagem de alunos da educação infantil, facilitando, por consequência, sua
adaptação escolar.

No decorrer do trabalho esta hipótese foi comprovada, visto que as evidências


apresentadas confirmaram tal pressuposto, evidências estas relacionadas a fatos e momentos
ocorridos durante o estágio com a Educação Infantil.

O brincar é algo próprio da infância, que ocorre mesmo sem a intencionalidade ou


incentivo de adultos. O estímulo das brincadeiras, jogos e atividades lúdicas que correm no
ambiente escolar facilita as relações sociais entre as crianças, criando vínculos de afetividade e
amizade, o que é muito importante no momento da adaptação escolar com a diminuição da
timidez e do egocentrismo com seus brinquedos.

A pesquisa comprovou também que é possível aprender brincando, visto que a


instituição escolar, através de jogos e brincadeiras, consegue contribuir para a construção de
diversas aprendizagens, sejam elas relacionadas a conteúdos pré-estabelecidos ou a
aprendizados sociais, de uma forma prazerosa para os alunos, centrada nas necessidades deles.
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Aprender brincando torna o aprendizado muito mais significativo e é uma alternativa ao


ensino baseado no modelo tradicional. Os aprendizados sociais vivenciados através das
brincadeiras ocorrem na medida em que a escola dá continuidade aos aprendizados morais e
sociais iniciados na família, através da interação das crianças com outros colegas vindos de
outras famílias. Por meio das brincadeiras e suas ações e reflexões a criança aprende regras de
conduta sociais e morais que vai utilizar no seu dia-a-dia e futuramente também. É inclusive
através da ludicidade, principalmente nas brincadeiras de faz-de-conta que a criança
experimenta diversos papéis sociais, levando a perceber as diferenças existentes na sociedade,
diferentes formas de pensamentos, enfim, apropriando-se e compreendendo o mundo social na
qual está inserida.
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REFERÊNCIAS

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Loyola, 1995.

AMARILHA, M. Estão mortas as fadas? Literatura infantil e prática pedagógica.


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Ed. RC. Recife, 1997.

_________________. Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil.


Vol. 2. Brasília, 1998.

_________________ Base Curricular Comum Nacional: Educação Infantil e Ensino


Fundamental. Brasília: MEC/Secretaria de Educação Básica, 2017.

CERQUEIRA, T. C. S. Estilos de aprendizagem em universitários. 2000. 179f. Tese


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2000.

COELHO, M. T. Problemas de aprendizagem. 12. ed. São Paulo: Ática, 2002.

FERLAND. Francine. Vamos brincar? Na infância e ao longo de toda vida. Lisboa, 2006.

FONSECA, João José Saraiva da. Metodologia da pesquisa científica. Curso de


Especialização em comunidades virtuais de aprendizagem – Informática educativa. UECE,
2002.

FORTUNE, Tânia Ramos. O lugar para saltar na Educação Infantil. Revista Pátio
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GALVÃO, I. Henri Wallon: Uma concepção dialética do desenvolvimento infantil.


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KISHIMOTO, M. Tizuko. Ludicidade e Psicomotricidade. [Obra] organizada pela


Universidade Luterana do Brasil (ULBRA). – Curitiba: Ibpex, 2008. 159 p. il.

MOYLES, Janet R. Só brincar? O papel do brincar na educação infantil. Porto Alegre:


Artmed Editora, 2002.

OLIVEIRA, B. Vera. O brincar e a criança do nascimento aos seis anos. Petrópolis, RJ: 2º
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PIAGET, Jean. A formação do símbolo na criança. Rio de Janeiro, RJ: Zahar, 1975.

VYGOTSKY, Lev. A formação social da mente: o Desenvolvimento dos Processos


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