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EXTENSÃO DE NIASSA Fique em casa

UNIVERSIDADE ROVUMA-NIASSA
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Unidade III
Formas sociais e o seu significado para as aulas de Biologia
3.1.Motivação dos alunos
Motivar os alunos ( chamar o interesse dos alunos) O interesse origina uma concentração da
atenção, uma prontidão para uma determinada actividade .
Daí, o interesse é uma importante condição para que o aluno tenha uma necessidade de executar
uma tarefa, responder uma pergunta e resolver um determinado problema.
Para tal , o professor tem de criar motivos para os alunos

A motivação é uma forma de estimular o interesse pela aprendizagem no aluno.


Interesse é uma forma emocional que se manifesta como necessidade de obter e conseguir alguns
conhecimentos essenciais para um bom resultado da aula.

3.1.1.TIPOS DE MOTIVAÇÃO

Para despertar o interesse, o professor deve motivar os seus alunos através de dois tipos de
motivação:
* Motivação primária ou intrínseca – motivação que existe dentro do aluno (já existe dentro
do aluno).
O aluno acha que um determinado interesse é muito importante para ele.
* Motivação secundária ou extrínseca – vem de fora do aluno (que vem de fora).
É motivação que vem de fora. EX: do professor, dos pais ou de outros alunos. Pode também ser
uma ameaça, premiar, etc.

3.1.2.FACTORES FUNDAMENTAIS PARA CRIAR INTERESSE

1º MOTIVAÇÃO= estimular o interesse, a atenção e curiosidade possibilidades da motivação:


-Descrição daquelas situações da natureza que os alunos podem ligar com a sua emoção ,
-Considerar as emoções para a aprendizagem
-Considerar as contradições e lacunas dentro dos alunos para iniciar uma aula.
Considerar certas confusões ( falta de clareza na interpretação de um determinado fenómeno),=
Conflito Cognitivo» provocado pelo professor.
-Utilização de vários meios didácticos para apresentação da clareza par alcançar um determinado
objectivo
-Falar de problemas actuais que afeitam a sociedade para despertar o aluno.

2º-UTILIZAÇÃO DE DETERMINADOS MÉTODOS


Através da utilização de determinados métodos , o professor tem de possibilitar uma luta activa-
Learning-by-doing (= O aluno só pode aprender quando estiver em actividades)

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3º –O PROFESSOR TEM DE COLOCAR OS MEIOS DIDÁCTICOS COMO


OBJECTOS OPERACIONAIS( Aplicação dos meios)
4º – Durante as aulas tem que existir um Feedback de controle e avaliação ( em fases)
5º – Tem que se usar o princípio de Espiral
a) Bases Psicológicas do princípio de Espiral :

-Através das repetições e avaliações pode-se fixar melhor os resultados


-As novas informações podem se fixar facilmente se relacionarmos com os conteúdos já
conhecidos
-É mais fácil perceber os conteúdos se partir de as aspectos já conhecidos em fases
-Os PEA devem ser comparáveis havendo para tal a necessidade de formular os objectivos (
comparar os objectivos planificados e os alcançados)
b) Factores externos que estimulam o interesse
Para motivar o aluno existe varias possibilidades:
Descrição da situação da vida diária que o aluno passa a relacionar com a aula
O professor apresenta uma certa confusão nos alunos (conflito cognitivo) em que o aluno não e
capaz de resolver o problema apresentado pelo professor
Usar meios didácticos, modelos, cartazes, (serve para motivar os alunos)
A utilização de diferentes meios possibilita aos alunos a serem activos nas aulas. A isto chama-se
“Learning – by – doing”. Os diferentes meios didácticos estão relacionados com os tipos de
aprendizagem.

3.1.3.Tipos de aprendizagem
a)Tipo Visual – o aluno percebe os conteúdos através da visão (apresenta-se um objecto para
perceber esse objecto).
b)Tipo auditivo – o aluno percebe os conteúdos através da audição (ele precisa de ouvir para
perceber melhor).
c)Tipo tacto – o aluno percebe os objectos, fenómenos de Ensino-aprendizagem. Através do
tacto.
d)Tipo abstracto (idiomático) – o aluno percebe os conteúdos, processos sem precisar de ver
mas precisa de linguagem do professor (a linguagem oral) ou através do livro ou caderno.
A existência destes tipos de aprendizagem justifica o Ensino-aprendizagem principalmente nas
aulas de biologia.
Durante a aula deve existir fases de controlo e avaliação.
Os conteúdos devem ser ordenados considerando o princípio de espiral.
Para a aplicação deste princípio existem fundamentos psicológicos a considerar:
A repetição e avaliação melhoram os resultados em relação a um certo conteúdo.
Novas informações podem ser fixadas com mais facilidade se o professor tentar relacionar os
conteúdos novos com os passados.

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O professor deve começar com os aspectos conhecidos e mais fáceis


Os resultados do PEA devem ser comprovados a partir dos objectivos operacionais previamente
formulados

3.2.Formas de interacção diferenciada e o seu significado para as aulas de biologia, ou,


formas sociais
Existe uma certa interacção na sala de aulas entre o professor e o aluno, e entre os alunos.
3.2.1.Conceito de formas sociais
É a distribuição das actividades entre o professor e os alunos, e entre os alunos.
O professor deve escolher as formas sociais considerando os objectivos, os conteúdos, meios
didácticos e as condições de turma.
3.2.2.Objectivos gerais das formas sociais

* Existem três objectivos das formas sociais:


* Desenvolver a competência
* Desenvolver a autonomia
* Promover o espírito de solidariedade
Competência – caracteriza aqueles conhecimentos, capacidades, habilidades e convicções,
atitudes que os membros de uma sociedade precisam para a sua própria existência.
Autonomia – significa a capacidade de decidir sobre si próprio.
Solidariedade – pensar, agir, sentir com os outros membros da sociedade

3.2.3.Reflexão das formas sociais nas aulas de biologia


3.2.3.1.Aprendizagem social
Alcançar os objectivos da aprendizagem social no âmbito das convicções e atitudes significa o
decurso do processo de aprendizagem que pode ser alcançado com os alunos quando lidam uns
com os outros.

3.2.3.2.Objectivos específicos da aprendizagem social


Ajudar os alunos de diferentes camadas sociais e com diferentes comportamentos sociais a obter
estratégias de conviver na mesma sociedade.
Ajudar os alunos a perceber ou entender as emoções
Desenvolver a capacidade de aceitar a critica
Desenvolver o espírito de tolerância
Agir auto activamente

Para realizar este tipo de aprendizagem o professor deve considerar vários factores.

3.2.3.3.Factores que o professor deve considerar para realizar o tipo de aprendizagem


social:

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Promover a crítica
Considerar formas de cooperação nas aulas
Reduzir os processos improdutivos e acumular os processos produtivos, isso significa aumentar
as actividades dos alunos.
Considerar as soluções diferentes. (existem vários caminhos para realizar uma tarefa, mas tem
que se aceitar o aluno que aplica outros caminhos para chegar aos mesmos resultados).

3.2.3.4.Formas de cooperação
a) Actividade entre dois alunos
Usa-se esta forma com objectivo de adquirir uma autonomia. Os alunos devem aprender a dividir
os seus trabalhos e sintetizar os resultados

b) Actividade em grupo
Inclui mais de dois alunos e tem seus objectivos
b.1) Objectivos da actividade em grupo
b.1.1) Objectivos que dizem respeito a interdisciplinaridade:
Desenvolver a autonomia dos estudantes
Desenvolver capacidades e habilidades para a aplicação do método de trabalho
Desenvolver capacidades e habilidades para a cooperação, responsabilidade e trabalhar com
precisão

b.1.2) Objectivos que dizem respeito a disciplina:


Objectivos de manipular certos factores biológicos
Aprender métodos biológicos e técnico biológicos
Ex.: construir modelos simples que o professor pode usar nas aulas.
Realizar certas experiências
Durante esta actividade o professor tem as suas funções

b.2) Funções do professor durante a actividade em grupo

O professor tem três funções:


* Função orientar e aconselhar
* Função de formação: o professor deve ajudar os alunos a aplicar certos métodos de trabalho
* Função de integração

b.3)Formas de realização da actividade em grupo


Podem ser realizadas de duas maneiras:
* Actividades em grupo: todos os grupos têm de realizar a mesma tarefa
* Actividades diferentes: cada grupo tem uma tarefa específica.

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Actividade em grupo
* Inclui mais de dois alunos e tem seus objectivos
c) O professor deve planificar as suas aulas, para tal, existe várias fases de planificação ou
organização:
* Tarefas (preparação)
* Formação das perguntas
* Formação dos grupos
* Disposição da utilização dos meios didácticos pelo professor e aluno
* Indicação do tempo necessário para realizar a actividade
* Distribuição dos meios didácticos
* . Realização

d) Fase da realização da actividade em grupo


Nesta fase decorre a própria actividade no grupo. O professor planifica e os alunos coleccionam
factos, observam e formam resultados

e) Fase da Valorização
É necessário valorizar os resultados de cada grupo. Ex.: fazer uma tabela que reflecte os
resultados apresentados por cada grupo.

Unidade 4
Actividades cognitivas dos alunos como actividades principais para obtenção dos
conhecimentos
4.1.A actividade cognitiva como actividade principal dos alunos
Educação e Formação
Educação na Escola
Educação nas Aulas
Processos de obtenção de conhecimentos | Processos de formação e desenvolvimento de:
capacidades e habilidades | Processos de formação e desenvolvimento de conv./atitude |
De consolidação, controle/avaliação
Relações existentes: actividade actividade dos alunos Actividades cognitivas dos alunos

a) Actividade é um processo de mudança de ambiente pelo homem ( sujeito principal)


Homem = Sujeito
Ambiente (social +natural)= objecto

Da actividade considerando:
* Objectivos
* Aplicação dos meios
* Lugar

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* Tempo= Base para o desenvolvimento do homem

Conteúdo = Objecto
b) Actividade dos alunos é caracterizada através das operações dos alunos ( sujeito ) no processo
pedagógico ( nas aulas ) como objectivo da disputa com determinados conteúdos.
Aluno =sujeito

Da actividade considerando
* Objectivos
* Aplicação dos meios
* Lugar e Tempo=Base para o desenvolvimento do aluno

c) Actividade cognitiva dos alunos


Serve para obtenção de conceitos, afirmações imagens de determinados objectos através de
comportamento activo, actividade cognitiva do aluno ( sujeito )
Conteúdo =Objecto
Aluno= Sujeito

Da actividade considerando
* Objectivos Aplicação dos meios
* Lugar
* Tempo= Base principal para o desenvolvimento da personalidade do aluno

A diferença entre a actividades dos alunos e actividades cognitivas dos alunos basea-se no
seguinte: nas actividades dos alunos: podem dormir, cantar, dançar.

4.2.Características gerais das actividades cognitivas


1. A actividade cognitiva é a principal para o desenvolvimento da personalidade do aluno
2. As actividades cognitivas tem uma relação com todas as funções didácticas ( funções:
introdução, matéria nova, consideração e controle para avaliação)
3. Cada processo de realização de actividade cognitiva tem uma estrutura típica. Primeiro para o
problema, segundo para hipótese, terceiro para solução e quarto para resposta ao problema
4) a) Cada processo de actividade cognitiva é o processo da imagem e reflexão.
Imagens são resultados ideais do processo de reflexão.

4.2.1.Tipos de imagens:
a. Sensoriais, racionais = imagens cognitivas.

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b. Emocionais,
A) Cada processo da actividade cognitiva pode se realizar no nível empírico e no nível teórico
B) Cada processo da actividade cognitiva decorre do fenómeno ser para o concreto abstracto

Actividades cognitivas
Classificação das actividades cognitivas
Para a aquisição de conceitos empíricos e teóricos
Observação, experimental
Para a transmissão dos efeitos sensoriais e para a fixação empíricas

Descrever, explicar, prognosticar, definir, classicar, comparar, fundamentar


4.3. Descrição de algumas actividades cognitivas dos alunos
4.3.1.A actividade de descrever e a sua relação com o método de observação

Descrever significa que os alunos tem de formular afirmações sobre as características de um


objecto, fenómeno ou processo, podendo ser essenciais ou não. O aluno não precisa saber porquê
da existência das referidas características.
Cada actividade cognitiva deve ter um resultado a estrutura lógica. Por exemplo o resultado da
actividade de descrever é a descrição
Describendum: inclui aqueles objectos, fenómenos e processos que o aluno tem de descrever
Describens: inclui aquelas afirmações ou situações de afirmações que representam objecto,
fenómeno ou processo.

Ex. A folha tem a cor verde.


Describedium: A folha ( objecto).
Describens: A cor verde ( característica do objecto).

Antes de descrever temos de observar com os órgão de sentido, sendo o principal a visão
1-Indicar o que se deve observar
2-Actividade de observar o objecto, fenómeno ou processo.
3-Recolher afirmações.
4-Ordenar as afirmações para uma descrição
As afirmações que devem se considerar são empíricas daí que as actividades a observar e
descrever são empíricas.
Afirmações empíricas
São três (3 ) grupos de afirmações empíricas:
afirmações sobre condições
afirmações sobre determinações

Regras empíricas

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1.Afirmações sem determinações = registo das características das qualidades sobre determinados
objectos, fenómenos ou processos.
2. Afirmações sobre condições = registo, dependência dos objectos, fenómenos ou processos uns
aos outros.
3. Regras empíricas = registo das regularidades no comportamento dos objectos, fenómenos ou
processos.

4.3.2.Métodos de observação
o método de observação tem uma determinada estrutura (tem determinados passos)
Estrutura da investigação
1. para o problema
2. para a hipótese (falsa ou verdadeira)
3. para a revisão da hipótese
3.1.Dedução das conclusões a partir da hipótese formulada.
Ex: Se… , então…

4.3.2.1.Observação (como parte do método científico de observação)

- formulação da tarefa para a observação


- Planificação da realização da observação( a preparação dos meios, materiais, etc. que vai usar)
- Realização
- Registos dos resultados
Composição dos resultados da observação com as conclusões da hipóteses.

Nota: Se não existir igualdade entre as conclusões das hipóteses e os resultados da observação
tem que se reformular as hipóteses ou repetir a observação.
O método de investigação por observação aplica-se na aprendizagem investigativa orientada a
resolver um problema.

3.1. Dedução das conclusões


a partir da hipótese.
. Se a margarina e o amendoim contêm gordura, então deixam uma mancha gordurosa no papel.
. Se o feijão e a maçã não contêm gordura, então não se pode observar uma mancha gordurosa no
papel.
4.3.2.2.Observação
- Formulação da tarefa para a observação
. Observe a mancha deixada pela margarina e pelo amendoim no papel.

- Planificação da realização da observação

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1° material: margarina, feijão, amendoim, maçã, papel, luz, almofariz, pilão, faca.
2° Procedimentos:
1) Dividir o papel em 4 partes, enumerar para registar as substâncias.
2) Em cada pedaço colocar pequenas quantidades de margarina, pó feijão, pó amendoim e maçã,
respectivamente.
3) Deixar no sol durante 5’min
4) Depois retirar as preparações e conotar as observações

Comparação dos resultados da observação com as conclusões das hipóteses.


Há coincidências
Resposta ao problema.
A margarina e o amendoim contem gorduras e a maçã e o feijão não contêm gorduras

4.3.3.Actividade de classificar
A actividade de classificar esta directamente ligada à actividade de descrever porque classificar
significa que os alunos tem de dividir uma classe em parte dessa classe na base de uma
característica comum.
As características para a classificação devem ser variáveis e invariáveis e durante o processo da
classificação os alunos devem reconhecer a semelhança gradual e as diferenças entre os objectos,
fenómenos e processos. O resultado da actividade de classificar é o SISTEMA DE CONCEITOS

Exemplo concreto: Classificação das células ao nível da 9ª classe


Células
Animais
Vegetais
(Semelhanças)
(sem parede celular e cloroplasto, tem vacuolos pequenos e numerosos) | (com parede celular e
cloroplastos vacuolos grandes e poucos)Heterotróficas
Autotróficas
(Com cloroplastos) Ex: ( sem cloroplastos)
Celulas do caule e folhas Ex: raizes

4.3.4.Actividade de Explicar e a sua relação com o método experimental

Os alunos tem de deduzir afirmações sobre processos e fenómenos a partir de afirmações sobre
as condições e sobre leis.
Isto significa que os alunos devem perguntar o porquê um determinado fenómeno apresenta
determinadas características.
Explicar baseia-se no porquê é assim uma determinada coisa.
Ex: A folha. Porquê tem a cor verde? Etc

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O resultado da actividade de explicar é uma explicação.

Uma explicação tem estrutura lógica


A actividade de “explicar”

Existe uma determinada relação entre as actividades de observar, explicar e descrever = não
podemos explicar algo que não descrevemos e não se descreve o que não se vê.
Procedimentos
1. Procura-se conceitos e afirmações (Por exemplo: leis ) que estão relacionadas com o
fenómeno e/ou processo observado e/ou descrito.

2. Indica se as condições sobre as quais aparece o fenómeno e/ou processo.

3. Deduz se a partir dos processos 1 e 2 a explicação do fenómeno e/ou processo observado e/ou
descrito.

O professor usa o método experimental quando precisar alcançar capacidades criativas e


investigativas nos alunos.
4.3.4.1.Método experimental
1. Problema
2. Hipótese
3. Revisão da hipótese segundo o método experimental
3.1. Dedução das conclusões a partir da hipótese formada

3.2. Experiência:
- Planificação da tarefa para experiência.
- Planificação da realização de experiência
- Realização da experiência
- Observação e registo dos resultados
3.3. Comparação dos resultados da observação com as conclusões da hipótese

Relação existente entre o método experimental, experiência e observação


A experiência é um processo dentro do método experimental.
Obs: O professor pode colocar um problema para os alunos tentarem explicar.
É preciso distinguir: um problema de explicação e uma tarefa de explicação.
Um problema de explicação existe quando os alunos não possuem conhecimentos ainda para
explicação de um processo ou fenómeno, significa que os alunos ainda não conhecem os
caminhos para a solução dos respectivos problemas tendo o professor que usar o método
experimental.

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Uma tarefa de explicação = os alunos já tem conhecimentos para determinado fenómeno e já


conhecem o caminho para solução darespectiva tarefa. ( função didáctica: consolidação, controle
e avaliação).

Programa de ensino:
Ponto 2.2.3 Composição química do osso
Explique o porquê o osso é duro e é flexível
Exemplo de um Problema: porquê é que os pugilistas carregam pesos elevados e os ossos não se
partem?

Conclusões experimentalmente provadas


comparação
afirmações através das observações e experiências
Num aquário existem muitas plantas, durante a noite liberta-se maior quantidade de Oxigénio.
Porquê falta o Oxigénio durante a noite?

Usa-se como problema de explicação quando os alunos não tem conhecimento sobre o
metabolismo (função didáctica: introdução)

Uma tarefa de explicação pode ser para a consolidação, controle e avaliação.

Explicação: pode ser hipotética ou categórica


Hipotética = de hipótese
Formulação da hipótese
Concordância
Revisão de hipótese
solução de problema de explicação
Explicação hipotética (afirmação hipotética de lei)
Explicação categórica (afirmação confirmada de lei)
não existir uma concordância entre a comparação, entre conclusões Exp. e afirmação de
observação e experiência com a explicação hipotética não pode haver explicação categórica.

4.3.5.A actividade de prognosticar

A explicação e o prognóstico tem a mesma estrutura lógica. A diferença é que durante uma
explicação de um fenómeno ou processo os alunos devem utilizar afirmações já conhecidas sobre
leis ou os alunos devem procurar afirmações sobre leis ainda conhecidas e durante actividade de
prognosticar
Durante a actividade de prognosticar os alunos devem procurar afirmações sobre leis

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desconhecidas a partir de afirmações sobre leis já conhecidas

4.3.6.Relação entre as actividades cognitivas e o empírico e teórico.


Concreto abstracto
Nível teórico |
Explicação do processo e fenómeno descrito | Prognostico do processo e fenómeno |
Nível empírico |
Descrição do objecto, fenómeno, processo observado | Descrição do processo, fenómeno
prognosticado |
Observação do objecto, fenómeno, processo que deve ser descrito/explicado | Observação do
processo, fenómeno, prognosticado. |
Abstracto Concreto

A actividade de explicar tem como características afirmações sobre processos e sobre leis.
É um pouco difícil partir do abstracto para o concreto, mas é fácil partir do concreto para o
abstracto.

4.3.7 A actividade de “definir”

Definir = os alunos devem determinar um conceito através de fixação das afirmações a partir das
características essenciais.
A actividade de definir resulta uma definição

4.3.7.1.Estrutura lógica da actividade de definir

Difiniendum= é a expressão que deve ser definida


Definiens = expressão através da qual é definido o definiendum.

4.3.7.2.Tipos de definições
1. Definição real
2.Definição nominal ( tem a ver a linguística)

EX: Definição real


1.1.Definição real através da indicação de Genus próximo( género) e da indicação da diferença
especifica.
1.2. definição real analítica = resumo dos resultados de uma analise
1.3. definição real sintética = resumo dos resultados de uma síntese indicando as diferenças e
características diversas.
Clorofila e luz

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Na escola utiliza se a definição real citada em 1.1 ex: define fotossíntese, R: É o processo pelo
qual as plantas incorporam o CO2 do ar para produzir substâncias orgânicas na presença de luz e
clorofila.

nCO2 + nH2O CnH2n + nO2


Difiniendum [a fotossíntese]
Definiens [ é uma forma de assimilação da matéria inorgânica. . . ]
Heterotrofica (Homem)
fotossíntese(plantas ) assimilação quimiossintese bactéria
Metabolismo respiração
desassimilação
fermentação
Defeniendum [A fotossíntese]
Definiens [ é uma forma de assimilação autotrófica]

4.3.8.ACTIVIDADE DE FUNDAMENTAR (COMPROVAR E REFUTAR)


Ao Fundamentar os alunos justificam a veracidade ou a falsidade de uma tese
Tese ( afirmação que os alunos devem fundamentar
Argumentos (afirmação que fundamenta a tese
Elementos de Fundamento

4.3.8.1.POSSIBILIDADES DE FUNDAMENTAR UMA TESE

Elementos da Prova
1-COMPROVAR
Para fundamentar a verdade de umas afirmações, os alunos devem argumentar afirmações
seguras.
A tese resulta obrigatoriamente de argumentos.
Tese( afirmação que os alunos devem comprovar)

Argumentos ( afirmações que fundamenta a tese )


Método da prova( modo da ordem dos argumentos para conclusões).
2- REFUTAR
Fundamentar a falsidade de uma tese.

4.3.8.2.ACTIVIDADE DE COMPARAR

Os alunos devem reconhecer as semelhanças e as diferenças entre dois ou mais processos

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procurando as características gerais e essenciais.

POSSIBILIDADES DE COMPARAÇÃO
1-Comparação intraespecífica

Os alunos tem de procurar as características gerais através de dois ou mais processos fenómenos
do mesmo género.
EX: Os alunos podem comparar duas plantas da mesma família.
Família Brassicaceae
N.B: No fim da comparação os alunos deduzem as características gerais
Tabela 6: Comparação de couves
Características | Couve-flor | Couve-china |
folha ,caule ,flor ,raíz

2-Comparação interespecífica
Deduzem-se as características essenciais através de dois ou mais processos/ fenómenos de
diferentes géneros
EX: Couve-flor Couve-china Girassol
Família ( Brassicaceae) (Asteraceae ou Compositae)
N.B: No fim deduzem-se as características essenciais

4.3.8.3.PARA REALIZAR ACTIVIDADE DE COMPARAR UTILIZA-SE O SEGUINTES


PROCEDIMENTOS:

1-Indicar os pontos (aspectos) de comparação


2-Procurar semelhanças.
3-Procurar diferenças
4-Identificar uma forma de apresentação da comparação( tabela, sublinhado, frases, etc)
O Professor pode dar as semelhanças e diferenças para o aluno preencher na tabela.
EX: Na 9ªCl exige-se os alunos façam uma comparação entre a anatomia do corte transversal de
caule de uma dicotiledóneas e uma monocotiledóneas
Anatomia de caule – corte transversal

4.3.9.USO DE MÉTODOS DE DEDUÇÃO E REDUÇÃO NO PROCESSO DA


TRANSMISSÃO E OBTENÇÃO DE CONHECIMENTOS

Afirmações Hipotéticas |Verdadeiras | Falsas |

-Através da dedução/redução podemos chegar a conclusão de que uma afirmação é falsa ou

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verdadeira.
1-DEDUÇÃO
2-REDUÇÃO redução não indutiva
indutiva, analogia

Fazem parte de redução ou da dedução afirmações dadas que se chamam Premissas. O resultado
do processo de conclusão que se chama conclusão.

4.3.9.1.MÉTODO DE DEDUÇÃO

*PREMISSAS

1ª Premissa = afirmação condicional


2ªPremissa = frase anterior

Os alunos recebem as duas premissas e a partir delas tentam chegar a uma conclusão.
A conclusão é conhecida como frase posterior

EX: O professor pode dar aos seus alunos as seguintes afirmações:

1-Premissa: Se as plantas formam frutos e sementes então as plantas são espermatófitas

2-Premissa:As Brassicaceae tem frutos e sementes

CONCLUSÃO:
-Os alunos devem chegar à conclusão de que as Brassicaceae são plantas espermatófitas

4.3.9.2.MÉTODO DE REDUÇÃO

Método de redução não indutiva


1-Premissa: afirmação condicionada2-Premissa: frase posterior

4.3.9.3.Método de redução indutiva


Ex:
1ªPremissa: A couve-flor é uma uma espermatófita
2ª Premissa: A Couve –china é uma espermatófita

4.3.10.TRANSMISSÃO E AQUISIÇÃO DE CONCEITOS- PROCESSOS DE


FORMAÇÃO DE CONCEITOS NAS AULAS DE BIOLOGIA

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É bom não esquecer que as palavras são apenas rótulos para conceitos. Só por uma criança saber
repetir os rótulos, isso não significa que compreende os conceitos Fundamento teórico( Base
lógica)

Na natureza existem objectos, fenómenos e processo, cada um com suas características únicas
específicas e gerais. Expressamente as características gerais são importantes para a formação de
conceitos.
Embora todo o conhecimento possa, justificadamente, ser dividido em duas partes – a forma do
conhecimento e o conteúdo do conhecimento - a forma não tem significância sem conteúdo e o
conteúdo sem forma não pode ser objecto do pensamento. (Muller 2005)

4.3.10.1.DEFINIÇÃO DO CONCEITO
“CONCEITO”
é uma reflexão mental e ideal (imagens) de classe de objectos, fenómenos ou processos com base
nas suas características gerais e essenciais
Para apresentarmos um conceito utilizamos palavras.
O Conceito não é independente da nossa vontade, é dependente da nossa mente. Não existe da
mesma maneira.

É bom não esquecer que as palavras são apenas rótulos para conceitos.
=>Só por uma criança saber repetir os rótulos isso não significa que compreende os conceitos.

EXTENSÃO
CONCEITO
CONTEÚDO

Conteúdo reflecte as características gerais e essenciais


Extensão reflecte todos os objectos fenómenos ou processos que apresentam essas características
gerais e essenciais.
Ex: Anfíbios
Conteúdo: animais vertebrados que dependem de uma certa humidade
Extensão: Rã, Salamandra, Perereca, Jacaré ……etc

O Professor deve assegurar:


-que os alunos conheçam algumas informações sobre as características gerais e essenciais
-que os conhecem algumas indivíduos ou exemplos.

4.3.10.2.Classificação de Conceitos
Os conceitos dividem-se em:

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Conceitos não comparáveis (ex: plantas, animais) (ex: cadeira, organismo)


Comparáveis (ex: plantas, animais)
não combináveis(coordenação)
coordenação contrária
coordenação complementar

4.3.10.3. CONDIÇÕES PARA A FORMAÇÃO DE CONCEITOS

1ª Um Conceito precisa sempre de um outro conceito


-Expressamente os conceitos que indicam as características gerais e essenciais.
2ª Para a formação de conceitos precisa-se conceitos de comparação
= Para garantir a formação de conceitos são necessários objectos de comparação (objectos que
existem na realidade)
3ª O professor tem que assegurar as exigências da actividade de comparar (comparação intra-
específica = os alunos procuram as características gerais e interespecíficas = os alunos procuram
as características essenciais).

4.3.10.4.PASSOS PARA A FORMAÇÃO DE CONCEITOS

1ºApresentação dos objectos fenómenos ou processos


2ºComparação dos objectos fenómenos ou processos
-indicação dos pontos para a comparação
-realização de comparação interespecíficas
-eliminação das características não essenciais
3º Exposição do conteúdo conceituado
4º Definição do conceito
5ºOrdenação do conceito novo no sistema de conceitos já conhecidos.
6º Aplicação do novo conceito.

Unidade 5
As aulas de Biologia sob aspecto das funções didácticas e métodos básicos – planificação
das aulas de Biologia
5.1.REALIZAÇÃO DAS AULAS DE BIOLOGIA SOB ASPECTO DAS FUNÇÕES
DIDÁCTICA

5.1.1.CONCEITO FUNÇÃO DIDÁCTICA


é uma reflexão das regularidades do processo de direcção e da aquisição que inclui uma selecção
e um decurso especial das actividades dos alunos e do professor.
É possível determinar as funções didácticas para uma fase de aula, uma aula ou uma unidade.

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As funções didácticas podem ser dominantes ou subordinadas


Introdução(Introdução /Motivação)
Consolidação Domínio / Consolidação
Controle/Avaliação
Matéria Nova
Mediação /Assimilação

5.2.FUNÇÕES DIDÁCTICAS: INTRODUÇÃO DA MATÉRIA NOVA,


CONSOLIDAÇÃO E CONTROLE/AVALIAÇÃO.
5.2.1.INTRODUÇÃO (Introdução e Motivação)

-A indicação do objectivo, a garantia das condições para o trabalho e a motivação fazem parte da
introdução.
-Estas partes da introdução não só podemos utilizar no início de uma aula também é possível
utilizar durante e no fim da aula.

5.2.2.MATÉRIA NOVA( mediação e assimilação)

-Caracteriza aquelas fases do processo de ensino que servem para a transmissão ( pelo professor)
para disputa activa e obtenção (pelo aluno) do conteúdo de matéria nova.
-A transmissão dos conhecimentos tem sempre o objectivo da obtenção dos conhecimentos
-A obtenção dos conhecimentos pelos alunos é só possível se os alunos fazem uma disputa activa
através das actividades cognitivas.

Transmissão dos conhecimentos pelo professor


Disputa activa pelos alunos através das actividades cognitivas.
Obtenção dos conhecimentos pelos alunos.

PONTO CENTRAL:

Reflexão correcta da realidade


-Para uma realização dessa função didáctica o professor deve considerar determinadas partes:

1-A realização é dependente da situação do desenvolvimento dos alunos. Esse ponto inclui o
nível do pensamento dos alunos e nível das capacidades e habilidades que os alunos já têm.
2-Dependente dos objectivos no âmbito dos conhecimentos, por exemplo, os conhecimentos
adquiridos nas classes anteriores, o sistema de conceitos que um aluno já tem, etc.
3- Dependente dos objectivos no âmbito das capacidades / habilidades , por Ex: apresentação de

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20

actividades independentes.
4-Dependente dos objectivos no âmbito das atitudes e convicções, por EX: através das
discussões com os alunos, diálogo, etc.

O ponto Central é reflexão correcta da realidade e obtenção de novos conhecimentos e assegurar


conhecimentos duradoiros e aplicáveis.

O professor deve tomar em consideração os seguintes fundamentos psicológicos:


1-O aproveitamento da fixação é dependente da memória:
Existem três tipos memória:
1-Memória de curta duração ( esquece depois de 1 ou 2 dias)
2-Memória de longa duração ( esquece depois de muito tempo)
3-Memória instantânea (esquece em segundos).

A memória de longa duração - é muito importante para a fixação de informações a longo prazo.
Investigações mostram que especificamente depois da fase de transmissão de conhecimentos
novos:

1-Os alunos esquecem muito rapidamente por isso o professor deve assegurar uma repetição logo
depois da fase de transmissão de conhecimentos novos

2-Dependente dos objectivos no âmbito dos conhecimentos, por exemplo, os conhecimentos


adquiridas nas classes anteriores, o sistema de conceitos que um aluno já tem, etc.

3- Dependente dos objectivos no âmbito das capacidades / habilidades , por Ex: apresentação de
actividades independentes.

4-Dependente dos objectivos no âmbito das atitudes e convicções, por EX: através das
discussões com os alunos, diálogo, etc.

5-Os alunos têm que compreender o significado do conteúdo transmitido e aplicá-lo.

5.2.3.CONSOLIDAÇÃO (domínio e consolidação)

-O objectivo desta função didáctica é que os alunos disponham de conhecimentos e


capacidades/habilidades duradouras assim como garantir que os alunos possam aplicar esses
conhecimentos, essas capacidades/habilidades na vida do dia-a-dia.
Objectivos:
Obtenção dos conhecimentos e capacidades/habilidades duradouras aplicáveis na vida do dia -
dia

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21

Através Da aplicação Na vida do dia-dia:


-Nas aulas ,excursões.
-Centros de estudos
-Na família

Através Da determinadas fases de consolidação


-repetição, resumo, Exercitação,
sistematização Aplicação, controle

Através Da realização didáctica: Proveniente de matéria nova( actividade do professor e o aluno)

1-Repitação= é uma forma da consolidação onde se reactivam os conhecimentos já adquiridos.


-Com isto os alunos correspondem melhor os novos conhecimentos
-a repetição tem as seguintes funções:
I- função: consolidação dos novos conhecimentos e refrescamento dos conhecimentos já
adquiridos

II- função: aprofundamento e complementados conhecimentos:


a)-As repetições são possíveis em 1ºlugar no início duma aula, essa serve para introdução e
reactivação dos conhecimentos

b)-Depois alcança-se objectivos parciais da aula e neste caso a repetição tem uma função dupla
porque deve consolidar e também resumir

c)-As repetições são possíveis no fim duma aula. Essa tem um carácter duma sistemátização. Isto
é, os alunos devem compreender entre os resultados parciais duma aula.
2-Sistematização= é uma forma de consolidação onde se acentuam pontos essenciais do
conteúdo transmitido.-A sistematização possibilita aos alunos a separar o essencial e não
essencial.
-a sistematização deve incluir as leis teóricas e aspectos singulares, conceitos e métodos da
biologia

3-Aplicação=é uma forma de consolidação onde os alunos devem actualizar seus conhecimentos
e suas capacidades/habilidades em situações vivas.
-Aqui o professor tem que desenvolver as habilidades dos alunos, operam livremente,
consequentemente e com segurança com conhecimentos adquiridos
-Pode-se dizer que a aplicação é a linha da consolidação.

5.2.4 .CONTROLE E AVALIAÇÃO

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22

I- Formas de Controle
- Podemos distinguir entre interrogação oral
-Interrogação escrita ( mini -teste, fichas de trabalho)
-Comparação das soluções de tarefas (os alunos trocam cadernos e fazem as respectivas
comparações no cadernos)
A prova ( exame, nas classes finais , etc.)

II- Formas de avaliação


-Acções gesticulares e numérica para avaliar uma resposta ou comportamento( EX: gestos , de
não para provocar/interromper respostas, para indicar o erro, etc)
-Dar notas

A posição da consolidação dentro das possibilidades para obtenção de conhecimentos e


capacidades/habilidades duradouras, aplicáveis na vida do dia-a-dia
Obtenção de conhecimentos e capacidades/habilidades duradouras, aplicáveis na vida do dia -a
dia.

Através -Nas aulas das outras disciplinas


-Excursões
-Centro de estudo
-Resolução de problemas

-métodos básicos
-actividades do aluno
e do professor
-relação entre conteúdos-concentração do conteúdo essencial
-Repetição
-Sistematização
-Resumo
-Exercitação
-Aplicação

Da aplicação na vida diária


De determinadas fases da consolidação
Da realização didáctica Conveniente da matéria nova

As diferentes formas da repetição


Formas de Repetição
Directa

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23

Permanente
Total :No fim de um ou unidade do programa de ensino,
-No final do trimestre,
-No final do ano lectivo
Neste caso o professor faz uma ligação Da matéria nova com os conceitos que os alunos já
conhecem, de modo que os alunos aprofundem e consolidem
Os conhecimentos que já tinham antes

-No início da aula (síntese da anterior)


-Durante a aula
(depois das fases da aula)
-No fim da aula
(carácter de resumo e sistematização)
-Depois da aula( trabalho para casa)

Posição da aplicação no processo de ensino - aprendizagem


Aplicação ( nomeadamente em todas as fases do processo e Ensino- Aprendizagem)
Consolidação através da aplicação (ponto central da consolidação -Consolidação
Através da exercitação, repetição, Resumo, sistematização

5.2.5.CLASSIFICAÇÃO DAS FUNÇÕES DIDÁCTICAS


5.3.Conceito de método de ensino
É o caminho para atingir um objectivo, com os meios adequados; (investigação científica;
assimilação do conhecimento, etc.)
Ver o objecto de estudo nas suas propriedades e relações com outros objectos e fenómenos e sob
vários ângulos;
São acções, passos e procedimentos vinculados a reflexão, compreensão e transformação da
realidade;
São acções do professor pelas quais se organizam as actividades de ensino e dos alunos para
atingir os objectivos.

5.3.1.A escolha e organização dos métodos


Deve corresponder à necessária unidade objectivo – conteúdo -método. (um depende do outro
para ter sucesso).
Dependem dos conteúdos específicos;
Implica o conhecimento das características dos alunos quanto à capacidade de assimilação e
quanto as suas características sócio-culturais e individuais; (ligação entre os objectivos e as
condições de aprender do aluno);

5.3.2.Princípios básicos do ensino

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24

Ter carácter científico e sistemático. (Ficar atento ao conteúdo científico);


Ser compreensível e possível de ser assimilado. (Ver as condições dos alunos e ir dosando as
dificuldades);
Assegurar a relação conhecimento-prática. (Saber aplicar o conhecimento na sua vida
prática);Apoiar-se na unidade ensino-aprendizagem. (Criar condições de ensino que resultem em
aprendizagem);
Garantir a solidez dos conhecimentos. (Recapitulação, fixação, etc);
Levar à vinculação trabalho colectivo – particularidades individuais. (Educar a todos,
observando as diferenças).

5.3.3.Classificação dos métodos


Exposição pelo professor.
Trabalho independente
Elaboração conjunta
Trabalho em grupo

5.3.4.Variação do grau da actividade do aluno e a actividade do professor em cada método


Básico
5.3.4.1.Método de Apresentação (A) ou Exposição pelo professor
os conhecimentos, habilidades e tarefas são apresentados, explicadas ou demonstradas pelos
professores e actividade dos alunos é receptiva, não passiva; bastante utilizado em nossas
escolas, apesar das críticas importante: alertar sobre práticas didaticamente incorrectas, como:
conduzir os alunos a uma aprendizagem mecânica; decorar, memorizar, sem uma sólida
compreensão do assunto.

Formas de exposição : exposição verbal; demonstração; ilustração; exemplificação.


Na exposição, o professor deve mobilizar a actividade interna do aluno de concentrar-se e de
pensar articulando com outros procedimentos:
Exposição verbal – sua função é explicar um assunto desconhecido. O professor deverá
estimular sentimentos, instigar a curiosidade, relatar sugestivamente um fato, descrever com
vivacidade uma situação real, fazer leitura expressiva, etc.
Demonstração – é a forma de representar fenómenos e processos reais (germinação).
Ilustração – é uma forma de representar fatos e fenómenos reais através de gráficos, mapas,
esquemas, gravuras, etc. (Requer dos alunos capacidade de concentração e observação).
Exemplificação – é um meio de auxiliar a exposição verbal
Há uma transmissão dos conteúdos pelo professor que e feita de varias formas:
Leitura, demonstração, modelos e experiências. A apresentação pode ser feita pelo professor
(A/P) ou pelo aluno (A/A), a apresentação pelo aluno e pouco frequente.
Ex: Experiências.

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25

O Método de apresentação utiliza-se em certas situações quando os alunos tem poucos


conhecimentos sobre certa matéria ou quando o professor tem que transmitir matéria sobre um
conteúdo complicado
Quando os alunos devem receber informações contínuas.
Quando os alunos devem se familiarizar pela primeira vez com os métodos de trabalho
Quando os alunos não sabem trabalhar com um certo objecto.
Quando o professor quer transmitir um conteúdo emocional.
Neste método a actividade do professor é maior que a do aluno.

5.3.4.2.Método de actividade em conjunto (TC) ou Método de elaboração conjunta


Interacção entre alunos e professor. É a conversação, aula dialogada, com elaboração de
perguntas que leve os alunos a reflexão.

Forma mais típica do método é a conversação didáctica – aula dialogada;


forma mais usual de organizar a conversação didáctica – é a pergunta do professor – dos alunos
não interrogativo e sim estímulo para o raciocínio; conversação didáctica excelente
Há uma transmissão pelo professor e recepção pelo aluno e vice-versa. Isso decorre sob duas
formas: Diálogo e Discussão
Diálogo, existe três tipos de diálogo:
Diálogo catequético é um diálogo interrogativo, ensino leccionado por lições.
Diálogo hermenêutico é um diálogo que domina a interpretação de textos.
Diálogo heurético é um diálogo de argumentação. O aluno deve deduzir as suas conclusões.
Neste diálogo o aluno descobre a novidade por si próprio A designação heurético vem da palavra
grega Heureke – descobrir.
Tanto no diálogo como na discussão o professor pode utilizar certo tipo de perguntas:
* Perguntas de discussão
* Perguntas que dizem respeito a objectos singulares
* Perguntas que dizem respeito a aspectos relacionados com um objecto ou processo
* Perguntas que dizem respeito a certas explicações, relações, correcções científicas.
* Perguntas que dizem respeito a um certo comentário ou tirar uma certa conclusão.
* Perguntas de métodos de trabalho
* O professor deve formular as perguntas com exactidão.
Neste método básico a actividade do professor encontra-se ao mesmo nível que a dos alunos

5.3.4.3.Método de Actividade independente (AIA) ou Método de trabalho independente


Actividades realizadas pelos alunos, dirigidas (estudo dirigido) e orientadas pelo professor.
Para que esse método seja eficiente, o professor precisa:
- Dar tarefas claras e acessíveis;
-Assegurar condições de trabalho;
-Acompanhar de perto;

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26

- Aproveitar o resultado para toda classe


Pode-se iniciar esse método com a colocação de uma tarefa. Os alunos podem ter uma actividade
duradoura.
Ex: os alunos podem observar certos fenómenos tais como: a germinação das sementes; pode ser
uma actividade que os alunos irão realizar durante semanas, dias ou nas aulas.
Os alunos recebem uma orientação de modo que possam resolver certos problemas
A interpretação das figuras, gráficos ou tabelas é também uma AIA tal como fazer exposição e
coleccionar objectos naturais.
Durante a AIA o professor nomeia e descreve os objectos de trabalho;
Assegura as condições de trabalho;
Ajuda, corrige e valoriza os resultados do trabalho.
A actividade do professor deve ser menor que a do aluno
E possível distinguir dois tipos de AIA.
1º tipo, AIA que o professor orienta estimulando o trabalho. Este tipo, é quando o aluno não tem
conhecimentos suficientes para trabalhar sozinho, o professor deve dar condições e modos de
realização.
2º tipo, AIA (mais orientada) é mais para a planificação realização e valorização do trabalho.
Os próprios alunos devem procurar os métodos, caminhos, formular as hipóteses para descobrir a
solução da tarefa do respectivo problema

5.4.Planificação das aulas de biologia


-Para uma melhor organização do PEA é necessário elaborar um plano de lição.
-Plano de lição é uma fixação escrita da concepção didáctica de uma aula, mas não pode ocorrer
em forma de uma análise didáctica.
-Existem dois passos principais para a planificação de uma aula.
- Análise do objecto ou científica
- Análise didáctica
* Análise científica
O professor deve conhecer os conceitos científicos e o sistema de conceitos.
Deve reconhecer também as condições para a formação de um problema.
A representação e caracterização da estrutura e importância dos conteúdos o que implica:
A análise das partes de um determinado conteúdo
A análise dos resultados empíricos que já existem em relação a um determinado conteúdo
Apresentação das ligações entre os conteúdos temáticos
Explicação de certos fenómenos biológicos que significa utilizar conceitos científicos
Conhecer a literatura científica a utilizar ou consultar.
A análise científica decore antes da análise didáctica. Deve se analisar o conteúdo científico que
se pretende leccionar.
Esta análise deve incluir aquelas informações que o professor precisa para a sua aula (conceitos)
unidade, aula

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27

5.4.1.Esquema de Planificação das aulas de biologia


analise didáctica
-fundamentos da escolha do tema
- condições especiais nos grupos dos alunos
-condições situativas
-fixação da concepção da estrutura de uma unidade/aula
-transformação e redução didáctica
-decisão sobre métodos básicos e funções didácticas
-decisão sobre meios didácticos

Analise do objecto
conceitos científicos e sistema descrição das condições para se conceitos a formação de um
problema
-representação e caracterização da estrutura e importância do conteúdo
-analise de partes de um determinado conteúdo
-analise dos resultados empíricos que já existem em relação a um determinado conteúdo
apresentação das ligações entre
os complexos temáticos entre os conteúdos
-Definição dos conceitos científicos
literatura científica
literatura didáctica
exposição da unidade/aula

Analise do objecto

Realiza-se antes da análise didáctica, tem de incluir aquelas informações que o professor precisa
para a realização das suas aulas (veja esquema acima).
A análise do objecto tem os seguintes objectivos:
1. Aplicação sólida e científica do conteúdo
2.analise do objecto considerando as suas partes, ligações e qualidades
3. Formação de um sistema de conceitos incluindo as ligações entre os conceitos· Analise
didácticos
durante esta análise o professor tem de simplificar, preparar e estruturar o conteúdo da ciência
(aplicação do método de espiral)

5.4.2. fundamento da escolha do tema


-o programa do ensino já tem os conteúdos escolhidos e o seu cumprimento e obrigatório;
incluem também os objectivos gerais ( para um ano lectivo), etc. o programa de ensino e a base
da escolha do conteúdo

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28

5.4.3.Condições especiais aos grupos dos alunos


os alunos são diferentes. E necessário considerar os interesses subjectivos e os objectivos dos
alunos. Considerar os conteúdos anteriores, conhecimentos, habilidades, capacidades e atitudes
já adquiridos; considerar se os alunos sabem trabalhar em grupo ou diferentes formas sociais e
mais didácticas, se os alunos tem conhecimento de uma linguagem científica, considerar as
diferenças de camadas sociais entre os alunos, etc.

5.4.4.condições situactivas
considerar o seguinte:
-local de ensino, o tempo para leccionar uma determinada aula( 45’ ou 90’), condições em
relação aos meios didácticos, o numero dos alunos.

5.4.5. Fixação da concepção e da estrutura de uma aula

Transformação e redução didáctica


o plano de lição inclui:
-fixação dos objectivos gerais e específicos
o professor tem de simplificar o conteúdo científico
transformação didáctica significa transmissão dos conteúdos e métodos da ciência considerando
os objectivos, o tempo, as condições especificas, etc. A parte mais importante da transformação e
a redução didáctica que significa uma restrição e uma simplificação dos conteúdos através de
vários métodos.

Métodos básicos da redução didáctica


redução didáctica sectorial
redução didáctica estrutural
da supressão dos aspectos singulares.
Ex. Grupos sanguíneos, de vitaminas
simplificação da extensão e de complexidade das estrutura fenómenos científicos
da formação de um sistema. Ex célula, ecossistema
simplifica se a complexidade e a extensão de um aspecto cientifico
através
a validade das afirmações é garantida
trata-se o essencial de um principio geral (sem as suas divergências)
ex. Cadeia alimentar, pirâmide alimentar
a validade das afirmações científicas é limitada
formação dum sector de um aspecto complicado da ciência

Outros métodos

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29

-transformação das representações verbais em representações visuais,


Ex1: sexo feminino simplificação da complexidade
sexo masculino
Ex2. uso de modelos, tabelas, cartazes, etc, fazem parte das representações visuais.
* A linguagem também faz parte da simplificação didáctica, dai que o professor precisa
simplificar a linguagem:
- Através de redução da complexidade científica das frases (uso de frases curtas, objectivas).

métodos de transformação didáctica das afirmações científicas


A- nível concepcional — redução de determinados objectivos e conteúdos aplicando os
princípios didácticos:
procedimento exemplar e interdisciplinaridade.
B- nível de conteúdo
a) Transformação de das representações verbais em visuais.
b) Desenvolvimento de modelos simples.
c) Redução didáctica sectorial
d) Redução didáctica e estrutural

C) Nível de linguagem
a) Redução da complexidade dos conceitos científicos
b) Redução da complexidade da linguagem

Discussão sobre meios e métodos


A decisão sobre meios e métodos aparece no plano de lição.
O plano de lição e apresentado de varias formas
Ex: plano de lição
1. Formulação de objectivos
2. Decurso da aula
3. Quadro mural (QM)
Quadro mural e o quadro preto, azul, etc, e inclui a estrutura de fixação (organização) dos
conteúdos no quadro.

5.4.5.EXEMPLO DE UM PLANO DE AULA


PLANO DE AULA

ESCOLA SECUNDÁRIA DE___________________________________________


NOME DO PROFESSOR:______________________________________________
DISCIPLINA:________________________________________________________
TEMA:______________________________________________________________
UNIDADE DIDACTICA________________________________________________

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SUBUNIDADE______________________________________________________
TIPO DE AULA________________________________________________________
CLASSE________________ TURMA______________ SALA_____________
DATA:__________/______________________/__________________
DURAÇÃO__________________
HORAS:
INICIO:_________________________________FIM DA AULA:__________________
NÚMERO DE ALUNOS PRESENTES_______________ AUSENTES_______________

MEIOS DE _____________________________________________________________
OBJECTIVOS
ÂMBITO DE CONHECIMENTOS | ÂMBITO DE CAPACIDADES E HABILIDADES |
ÂMBITO CONVICÇÕES E ATITUDE

Unidade 6
A utilização dos meios didácticos nas aulas de Biologia
6.1.Conceito de meios didáctico

Meios didácticos são para o professor meios de apoio para o tratamento da matéria e para o
cumprimento dos objectivos.
Para os alunos são meios de observação e de trabalho que contribuem para a aquisição de
conhecimentos, capacidades e habilidades, atitudes e convicções

6.2.Classificação dos meios didácticos


Meios didácticos
objectos vivos (ex.Planta no vaso)
objectos mortos (ex. Herbário)
conexão imitada (ex: aquário)
símbolos Figuras geométricas
Palavra escrita (ex. Clorofila)
Palavra falada características (ex. Desenho)

fenómeno (ex. Fotografia colorida)


simbolizações
representações
conexão autentica (ex.Ecossistema)

Fenómeno – corresponde mais ou menos à realidade no que diz respeito a cor, tamanho e no

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31

que se refere a outras características.

Características – mostra o essencial que é necessário para o seu estudo, estas variam em
tamanho, cor normal e no seu própriotamanho

Figuras Geométricas, ex:


glicose | aminoácidos; | lípidos |

Esta classificação é feita segundo o grau de abstracção dos meios didácticos em causa.

Grau de abstracção é menor nos objectos, reais em conexão com a realidade que vai aumentando
até a linguagem falada

6.3.Função dos meios didácticos


Constituem um material precioso no ensino
Constituem um suplemento necessário para atingir os objectivos de aprendizagem.
Organizam a aula permitindo que o professor fique menos dependente dos seus
apontamentos, evitando que o aluno se perca;
· Introduzem o assunto da aula;
Motivam o aluno estimulando o interesse e captando a atenção;
· Ajudam a classificar conceitos abstractos;
· Exemplificam situações diversas;
· Ajuda a reter um assunto;
· Possibilitam o desenvolvimento de capacidades

Esquema de funções dos meios didácticos


Função de exercitação
Função de informação
Função de representação

Meios didácticos
Função de motivação
Em relação a função de informação existe dois modelos de meios didácticos:
-Modelo Enrichment ou enriquecido
-Modelo Contexto ou contextualizado.

Modelo Enrichment ou enriquecido – traz toda informação que o aluno precisa (completo)
Ex: desenho com respectiva legenda
Geralmente é utilizado para a transmissão da Matéria nova

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Modelo Context ou contextualizado – não traz toda a informação. (incompleto)


Ex: Desenho sem legenda
Geralmente é utilizado para a consolidação e no controle e avaliação.

6.4.Factores para a escolha dos meios didácticos

· O aluno é um factor para a escolha dos meios didácticos


· O professor é que mostra ou não os meios didácticos
· O tempo para apresentar (disponibilidade do tempo)
· Local e momento da aula

6.4.1.Exigências para a apresentação dos meios didácticos

Devem ser apropriados, isto é, adequados aos objectivos da unidade e da aula;


Simples, que envolvem pouca explicação (um meio didáctico complicado faz com que a atenção
do aluno se desvie);
Atraente, atraem ao manter a atenção dos alunos;
Manejável ou seja fácil de manipular;
Visível, visto por todos sem dispersar atenção; Ex: o quadro preto deve estar sempre limpo,
tubos de ensaio e copos limpos, as linhas para sublinhar um assunto ou assunto ou titulo no
quadro devem ser feitas com uma régua
Utilização dos meios didácticos

Para a utilização dos meios didácticos, o professor deve fazer uma selecção cuidadosa tendo em
conta o método de ensino a empregar, o conteúdo a transmitir e tem que escolher o momento da
aula que deve aplicá-los

6.4.2.Ao seleccionar os meios didácticos o professor deve ter em conta os seguintes aspectos:
Os meios didácticos devem estar em concordância com os objectivos da aula (classe ou unidade
didáctica);
Os meios didácticos servem de estímulos para novas actividades;
O professor entrega os meios didácticos para sustentar a informação, verificar e avaliar como e
que os conhecimentos foram adquiridos pelos alunos;
O professor emprega os meios didácticos com o fim de ilustrar, levar o aluno a ver, a investigar,
descobrir, e construir;
Os meios didácticos assumem assim um aspecto funcional e dinâmico, proporcionando a
oportunidade de enriquecer a experiência do aluno, aproximando-o da realidade objectiva e
oferecendo-lhe a oportunidade de actuação;
·
Os meios didácticos devem ter uma boa apresentação e conservação;

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33

Devem permitir que o aluno active o seu raciocínio, usando, (ex: ficha de trabalho para
preenchimento)
Devem ter um conteúdo informativo correcto, (ex: modelo do átomo com as camadas)
Depois do tratamento da matéria quando queremos comprovar e/ou confirmar uma actividade e o
seu resultado (ex: projectando um filme, slides, desenhos, fotografias, cartazes, sobre a matéria
dada, realizando uma experiência, trabalhando com as fichas de trabalho, etc.).
Emprega-se meios didácticos nas seguintes fases da aula:
Antes do resumo ser tratado na aula, quando pretendemos estimular o interesse pela
aprendizagem (ex: informação de um jornal sobre a poluição, experiências simples sobre a
identificação de nutrientes nos alimentos ou extracção de pigmentos nas plantas através de
cromatografia, etc.).
· Durante o estudo da matéria nova, quando queremos a participação dos alunos e a partir dela
para um maior aprofundamento

(ex: tabelas de valores e respectivos gráficos para em seguida traçar gráficos sobre a taxa
fotossintética, textos de apoio, etc.);

6.4.3.Escolha dos meios didácticos

O professor tem que usar sempre os meios didácticos, pois é a partir deles que os alunos
desenvolvem a sua capacidade de observação e sensação e sobretudo tornam-se capazes de
elaborar o conhecimento a partir da realidade viva, o aluno tendo diante de si um objecto em
tamanho natural, pode captar:
A sua forma.
A sua cor ou cheiro
O material que o constitui,
O seu peso e densidade,
As suas dimensões e as suas propriedades químicas e físicas.
Existe um grande número de objectos reais que por objectivos óbvios (tamanho, peso),não
poderão ser utilizados na escola na sua forma original, por exemplo, as árvores, os rios, mares,
alguns ecossistemas, etc. Esses objectos podem ser representados por imitações, através da
construção de modelos.

6.5.Modelos e método de modelo

Modelos são objectos representativos utilizados quando não é possível colocar os objectos reais a
disposição ou quando não e possível estudar particularidades importantes de um objecto real.
Características dos modelos
· Apresentam semelhanças e analogias com o objecto real mas não são idênticos aos
objectos e processos reais.

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34

· Reflectem características essenciais dos objectos reais

6.5.1.Classificação dos modelos


Classifica-se os modelos em dois grupos fundamentais (Müller, 2005):
Planares (ex: fotografias, escantilhões, mapas, desenhos, etc.)
Tridimensionais, aqueles que apresentam três dimensões (ex: bonecos, objectos
geométricos, esculturas que representam objectos reais, etc.)

6.5.2.Método de modelo
Conceito do método de Modelo
O método de modelo é um método científico para a obtenção da informação e conhecimentos
sobre determinadas características da realidade utilizando modelos.
Passos do método de Modelo
· Colocação do problema
· Hipótese
· Revisão da hipótese segundo o método de modelo
· Observação ou experiência utilizando o método de Modelo
· Dedução do resultado da observação
· Verificação da veracidade ou falsidade das hipóteses
· Resposta ao problema
Observação ou experiência utilizando o método de Modelo

· Dedução da conclusão da hipótese


· Planificação das actividades práticas e preparação do material técnico básico
· Formulação da tarefa para observação
· Realização da observação ou experiência
comparação dos resultados da observação com as hipóteses fazendo relação com
objecto fenómeno processo existente na realidade
· Resposta ao problema que existe na realidade.

6.6.POSSIBILIDADE DAREALIZAÇÃO EFICAZ DAS AULAS DE BIOLOGIA PELO


PROFESSOR

6.6.1. EXIGÊNCIAS EM RELAÇÃO AS ACTIVIDADES DO PROFESSOR.

1-Realizar as actividades considerando as funções, os objectivos, dos conteúdos


2- Consideração do nível de desenvolvimento dos alunos.
3- É necessário compreender os processos, os meios e as vias de aprendizagem , compreender a
lógica dos assuntos, compreender e saber usar técnicas pedagógicas.
4-Garantir uma aprendizagem investigava e orientada a resolver problemas, garantir a

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35

diferenciação para estimular os alunos,

Condução do processo de aprendizagem usando a linguagem


O professor deve dar impulsos ou estimular interesse dos alunos.

Para estimular os alunos o professor usa palavras que indicam o que os alunos devem fazer tais
como: escreva, defina ,observe, etc...).

O aluno deve saber o significado de cada actividade cognitiva indicada pelo professor, para tal, o
professor deve explicar as tarefas.

a) Dar impulsos
Os impulsos servem para a estimulação do interesse.
Dar impulso = dar actividades que incluem actividades cognitivas (descrever, comparar,
classificar ,etc). No plano de lição deve se incluir a formulação das actividades.
b)Fazer perguntas
Existe perguntas vários tipos de perguntas tais como:

· Perguntas sem motivação


· Perguntas sugestivas – aquelas que o professor começa a frase e os alunos a terminam
(frequente no ensino básico) não são didacticamente recomendáveis.
· Insistência do professor (o professor repete a resposta do aluno)

Formulação excessiva de perguntas do que tarefas (limita a diversidade cognitiva dos


alunos).

Erros típicos
* Um erro típico é fazer perguntas sem motivação. Ex: agora vamos falar de costelas. Quem não
tem costelas?
* Perguntas negativas, em que o professor começa e obriga o aluno a completar frases. Ex: as
partes do esqueleto são____,___e____.
O eco do Professor
* O professor deve evitar repetir a resposta dada pelo aluno.
Exposição (palestra do professor)
* Muitas vezes as palestras são confusas e sem lógica. Depois da palestra o professor deve fazer
uma avaliação.
* Erros frequentes: há alguma pergunta? Ai, você já conhece os ossos da cabeça? Vamos
continuar...
Reacções as respostas dos alunos

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36

* A avaliação é feita pelo professor assim como pelos outros alunos


* É possível, também, usar resposta falsa do aluno para estimular o pensamento deste.
(na motivação existe um conflito cognitivo)
* o aluno tem uma pergunta! O professor não pode sempre dar respostas, podendo ser
respondidas por outros alunos.
* É muito importante, significa utilizar certas definições (conceitos essenciais).
* Daí, com a definição de um determinado conceito , o aluno facilmente reconhecem o essencial
do conteúdo.
* Com a definição de um novo conceito, o aluno reconhece o essencial do conteúdo.
* Se o professor usar correctamente a linguagem cientifica, transmite segurança aos seus alunos
para usarem correctamente a linguagem cientifica.
* Os conceitos estranhos aparecem nas últimas páginas do livro do aluno. Caso não tenha livro, o
professor pode orientar que passem na últimas páginas do caderno.
Planificação do conteúdo

* Indica o conhecimento e capacidades/habilidades já adquiridas pelos alunos;


* Registar o tempo necessário para alcançar os objectivos, repetição da matéria nova, copiar o
que esta escrito no quadro.
Utilização de fichas
* As fichas servem para transmitir informações, verificar problemas.
* As fichas são relacionadas com análise de textos, observações e experiência, fixação dos
resultados de uma aula, consolidação, controle e avaliação
Exigências para a elaboração de uma ficha
1. Estruturação exacta
2. Boa apresentação em geral;
3. Construção das fichas correspondentes, o nível de linguagem do aluno;
4. Indicação exacta das tarefas ou perguntas;
5. Indicar o significado das palavras estranhas

6.6.2.Desenvolvimento do quadro mural


a) Definição do conceito de quadro mural
Quadro mural é um meio didáctico com o qual o conteúdo da matéria nova é transmitido durante
a aula, através de uma apresentação sistemática e clara do texto e da imagem fixada no quadro
preto ( segundo o colectivo de autores: 1989; 364)
Quadro mural é resumo daquele conteúdo que foi transmitido durante a aula e que o professor
fixa no quadro (caderno de apontamento de didáctica de biologia :1997; sp).

O quadro mural significa:


resumo de conteúdos que o professor vai fixar:

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na transparência; nas fichas para actividades dos alunos


perguntas e tarefas para a avaliação escrita.
Depende de salas especiais | Técnica de Projecção |
Técnicas de planeamento da instalação de um laboratório Técnica de exposição; Técnica de
laboratório; Observação; Experimentação e Demonstração | Slides; MicroscópioRetroprojector;
Técnica de desenho Quadro mural; Fotocopias ; Mapas Técnica de modelosTécnica de colecção |

Não dependentes de salas especiais


1. Técnica de preparação ( colecta e conservação)
2. Técnica de visitas de estudo
b) Técnicas do desenvolvimento do quadro mural
Ex:
posição do quadro mural nas técnicas biológicas do trabalho.
Visão geral sobre técnicas biológicas do trabalho
Importância do quadro mural
O quadro mural tem as seguintes tarefas:
* Introdução e estruturação da aula;
* Transmissão e apresentação do conteúdo;
* Consolidação, controle e avaliação dos resultados

6.6.3.Exigências didácticas para a elaboração do quadro mural


a) Elaborar imagens claras sobre a separação do essencial e não essencial através da distinção
escrita da imagem.
b) Considerar a relação entre os objectivos e os conteúdos;
c) O quadro não pode ser muito vasto;
d) Apresentar uma estruturação e disposição clara e objectiva do tema
e) Diferenciação na indicação do tema principal e do subtema;
f) Possibilitar a explicação dos conhecimentos duma forma individual e criativa pelos alunos
Possibilidades educativas durante o trabalho com o quadro mural
a) Possibilitar aos alunos o desenvolvimento da criatividade e da fantasia;
b) Vem-no como modelo;
c) Possibilitar o desenvolvimento da ordem e da estética nos alunos;
d) Desenvolvimento de esquemas, desenhos, na forma tridimensional;
e) Concentração para o essencial
f) Utilizar correctamente a linguagem científica.
Tipos de quadro mural

1. Quadro mural tipo texto


Características:
* Descritivo, realçando aspectos mais importantes.

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2. Quadro mural tipo combinado


* Combinação entre palavras escritas, esquemas, desenho, etc.
3. Quadro mural do tipo desenho
Domina o desenho ou esquema. As palavras escritas são muito pouco dominantes

Os quadros murais podem ser distinguidos por apresentarem-se de várias formas:

1-Quadro mural “permanente”, que afixa os resultados essenciais ou importantes de uma aula e
os alunos escrevem tudo nos seus cadernos.
O quadro mural permanente exige planificação rigorosa!

2-Quadro mural “temporário”, que serve para explicações espontâneas, escrevendo as expressões
complicadas, fazendo cálculos secundários e dando informações secundárias.
O quadro mural temporário exige a planificação do professor!

3-Quadro mural “espontâneo”, que serve para explicações espontâneas no quadro preto ou
branco, a partir da situação da aula.
O professor tem que escrever no quadro de maneira legível e do tamanho suficientemente grande
para que os alunos nos últimos bancos possam ler sem dificuldades.
Todos os termos novos, datas e nomes, devem ser escritos como também explicados;

Textos de apoio

O texto de apoio, visa ocupar o aluno fora da sala de aula, bem como dentro dela;
O texto de apoio, tem que conter uma linguagem clara e simples para que o aluno não enfrente
dificuldades;
O nível dos textos de apoio, deve corresponder ao nível de capacidades dos alunos e deve ter
uma parte com tarefa e exercícios.

Fichas de trabalho

As fichas de trabalho são geralmente utilizadas pelo professor, como meio para exercitar, aplicar,
repetir, sistematizar, controlar e avaliar os conhecimentos adquiridos;
Uma ficha de trabalho, pode ser feita em forma de transparência, podendo ou não apresentar
lacunas acerca do assunto a ser tratado

6.6.4.Os diferentes tipos de aula


· Aula teórica.
· Aula prática (Seminário)

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· Aula laboratorial
· Trabalho (aula) de campo
· Trabalho Para Casa (TPC)
Vantagens | Desvantagens |
-Possibilidade de transmitir um grande volume de conteúdos por unidade de tempo- Utilização
de um só professor para um número elevado de estudantes -Apresentação uniforme da matéria -
Fonte de informação (reduz o efeito da falta de bibliotecas) -Orientação ou motivação para o
estudo individual | -Cansativa para o estudante -Pouco rentável por estudante -Não permite o
acompanhamento individual dos estudantes -Pouca retro - alimentação -Não se adequa a
consolidação das matérias leccionadas -Os apontamentos duma mesma aula diferem consoante
as habilidades e interpretações década estudante |

Aula prática
Actividade do Professor | Actividade do aluno |
Estimular, provocar a actividade mental do estudante: Orientar Formular perguntas Pedir
exemplos ou definições (conceitos) Explicar, esclarecer, demonstrar, certificar Estimular a
exercitação por parte dos estudantes Manter a ordem (chamar atenção) Recomendar literatura |
(papel activo) Colocar dúvidas e questões (problemas) Responder as questões do professor
Demonstrar, verificar Discutir Exercitar Resolver problemas |

Vantagens | Desvantagens |

 Motivante para o estudante Mais rentável por estudante


 Permite um acompanhamento individual do estudante Muita retro – alimentação
Apropriada para a consolidação da matéria.
 Uniformiza as orientações da aula teórica | Não adequada para um grande número de
estudantes
 Exige maior talento por parte do professor na planificação das actividades O sucesso da
aula depende do nível de preparação dos estudantes Menos matérias por unidade de
tempo, relativamente a aula teórica |

Bibliografia

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1.BORDENAVE, J. D.; PEREIRA, A. M. Estratégias de ensino-aprendizagem, Petrópolis,


Editora Vozes, 1999

2.LIBÂNEO, J. C. Didáctica. São Paulo, Cortêz, 1994.

3.LINHA, C. P.; Xerinda, M.C. O ensino das Ciências Naturais e as concepções das crianças.
INDE, Maputo, 1997.

4.MEC, Ministério da Educação e Cultura. Instituto Nacional de Desenvolvimento da Educação.


Plano Curricular do Ensino Secundário Geral (PCESG). Documento orientador, objectivos,
politica, estrutura, plano de estudos e estratégias de implementação. Maputo, Diname, 2007.

5.MEC, Ministério da Educação e Cultura. Instituto Nacional de Desenvolvimento da Educação.


Plano Curricular do Ensino Básico (PCEB). Documento orientador, objectivos,politica,
estrutura, plano de estudos e estratégias de implementação. Maputo, Diname,2003.

6.MEC, Ministério da Educação e Cultura. Instituto Nacional de Desenvolvimento da Educação.


Programas de Biologia da 8ª, 9ª,10ª, 11ª, 12ª classes do Ensino Secundário Geral

7.MINTZES, J.; WANDERSEE, J.; NOVAK, J. Ensinando ciência para compreensão: uma
visão construtivista. Plátano, 2000.

8.MOARES, R. (org) Construtivismo e ensino de ciências: reflexões epistemológicas e


metodológicas. Porto Alegre, EDIPUCRS. 2000.

9.MÜLLER, S. Didáctica das Ciências naturais. Maputo, Texto Editores, 2005.

10.RIBEIRO, A. C. E RIBEIRO, L. Planificação e avaliação do ensino-aprendizagem.


Lisboa,Universidade Aberta , 1990.

11.NIVAGARA, D.D.Didactica geral: aprender a ensinar, Universidade


Pedagogica,Brasilia,2010.

12. PACHECO, J. A. (1999). Componentes do Processo de Desenvolvimento do


Currículo.Braga: Livraria Minho.

13. PILETII, Claudino, Didáctica Geral, 23ª edição, São Paulo, Ática Editora, 2004.

14. Pires, J. (2003). Concepções e Modelos de Planificação Pedagógica. Revista Escola


Moderna, 17 (5), 5-22.

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