NEGÓCIOS JURÍDICOS

1. INTRODUÇÃO:

A natureza jurídica do negócio jurídico refere-se à sua essência legal, é

uma das principais formas pelas quais os sujeitos de direito exercem sua
autonomia privada para criar, modificar ou extinguir direitos e obrigações.

Os elementos que compõem um negócio jurídico são:

1. Forma: Refere-se ao modo como o negócio é realizado, ou seja, os
requisitos formais necessários para sua validade. A forma pode ser
prescrita pela lei ou acordada pelas partes envolvidas. Em alguns casos,
a falta de forma adequada pode levar à nulidade do negócio.
2. Agente: É a pessoa física ou jurídica que realiza o negócio jurídico. São
os sujeitos de direito que participam da criação, modificação ou extinção
de direitos e obrigações.
3. Manifestação de vontade: É a expressão do consentimento das partes
em relação ao negócio jurídico. Para que o negócio seja válido, é
necessário que haja uma manifestação livre, consciente e inequívoca da
vontade das partes envolvidas.
4. Objeto: Refere-se ao conteúdo do negócio jurídico, ou seja, aquilo que é
objeto de direitos e obrigações das partes. O objeto deve ser lícito,
possível, determinado ou determinável e deve estar em conformidade
com a ordem pública e os bons costumes.

 ARTIGO 104, I C/C: AGENTE CAPAZ;

2. EMENTA:

APELAÇÃO CÍVEL Nº: 0084060-63.2021.8.19.0001

APELANTE: DIRLENE APARECIDA RESENDE ROMÃO (AUTORA)
APELADOS: MARIA EMILIA ANTUNES ROMAO e outros (RÉUS)
RELATOR: Desembargador Fernando Fernandy Fernandes

APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO ANULATÓRIA DE

NEGÓCIO JURÍDICO. ALEGAÇÃO DE VÍCIO DE
CONSENTIMENTO. SENTENÇA DE
IMPROCEDÊNCIA DO PEDIDO. IRRESIGNAÇÃO
DA PARTE AUTORA. INCAPACIDADE DO
OBITUADO PARA REALIZAR O ATO QUE NÃO
RESTOU EVIDENCIADA NOS AUTOS,
TRATANDO-SE DE NEGÓCIO JURÍDICO VÁLIDO.
 INTELIGÊNCIA DO ARTIGO 104, I, DO CÓDIGO
CIVIL. AUTORA QUE NÃO SE DESINCUMBIU DO
ÔNUS DE PROVAR OS FATOS CONSTITUTIVOS
DO SEU DIREITO, NA FORMA DO ART. 373, I, DO
CPC. RECURSO A QUE SE NEGA PROVIMENTO.

3. JURISPRUDÊNCIA:
0084060-63.2021.8.19.0001 - APELAÇÃO
Des(a). FERNANDO FERNANDY FERNANDES - Julgamento: 14/12/2023 -
SEXTA CAMARA DE DIREITO PRIVADO (ANTIGA 13ª CÂMARA
APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO ANULATÓRIA DE NEGÓCIO JURÍDICO.
ALEGAÇÃO DE VÍCIO DE CONSENTIMENTO. SENTENÇA DE
IMPROCEDÊNCIA DO PEDIDO. IRRESIGNAÇÃO DA PARTE AUTORA.
INCAPACIDADE DO OBITUADO PARA REALIZAR O ATO QUE NÃO
RESTOU EVIDENCIADA NOS AUTOS, TRATANDO-SE DE NEGÓCIO
JURÍDICO VÁLIDO. INTELIGÊNCIA DO ARTIGO 104, I, DO CÓDIGO CIVIL.
AUTORA QUE NÃO SE DESINCUMBIU DO ÔNUS DE PROVAR OS FATOS
CONSTITUTIVOS DO SEU DIREITO, NA FORMA DO ART. 373, I, DO CPC.
RECURSO A QUE SE NEGA PROVIMENTO.

4. COMENTÁRIO
No caso apresentado, trata-se de uma apelação cível referente a uma
ação anulatória de negócio jurídico. A parte autora alegou vício de
consentimento, porém a sentença inicial foi de improcedência do pedido. A
parte autora recorreu da decisão inicial.
A alegação de incapacidade do falecido para realizar o ato não foi
evidenciada nos autos, sendo considerado um negócio jurídico válido. A
decisão se baseou na inteligência do artigo 104, inciso I, do Código Civil, que
trata dos requisitos para a validade dos negócios jurídicos, onde não se
identificou o vício alegado.
  ARTIGO 104, III C/C: FORMA PRESCRITA OU NÃO DEFESA
EM LEI;

5. EMENTA:

Agravo de Instrumento nº 0037123-32.2020.8.19.0000

Agravante: MARIA DA GLÓRIA CONCEIÇÃO
Agravado: ROSA MARIA ELISA BARBOSA LEITE
Agravado: ALCENIR VICENTE DOMINGOS
Agravado: SONIA MARIA DA CONCEIÇÃO
prolator da decisão: TEREZA CRISTINA MARIANO REBASA
Relator: DES. ANDRÉ LUIZ CIDRA

AGRAVO DE INSTRUMENTO. CESSÃO DE

DIREITOS HEREDITÁRIOS REFERENTE A BEM
IMÓVEL. O CÓDIGO CIVIL VIGENTE, AO
CONTRÁRIO DO ANTERIOR, É EXPRESSO EM
EXIGIR A ESCRITURA PÚBLICA COMO
REQUISITO DE VALIDADE PARA A CESSÃO DE
QUINHÃO DE QUE DISPÕE O COERDEIRO,
CONSOANTE A EXATA DICÇÃO DO ART. 1793
DO REFERIDO DIPLOMA LEGAL.
ESSENCIALIDADE DA ESCRITURA PÚBLICA
PARA VALIDADE DO NEGÓCIO JURÍDICO POR
COGENTE DEFINIÇÃO LEGAL, NÃO PODENDO
SURTIR EFEITOS CONCRETOS QUANDO
INOBSERVAR A FORMA PRESCRITA EM LEI.
INTELIGÊNCIA DOS ARTIGOS 104, III, 107 E 108
DO CCB. DIREITO HEREDITÁRIO QUE NA
FORMA DO ART. 80,II DO CCB É RECONHECIDO
COMO BEM IMÓVEL PARA OS FINS DE DIREITO,
EXIGINDO-SE PARA A CESSÃO A ESCRITURA
PÚBLICA. IDENTIFICAÇÃO DE VICIO DE FORMA
PELA INOBSERVÂNCIA DA ESCRITURA
PÚBLICA, SENDO INVÁLIDO O NEGÓCIO
JURÍDICO QUANDO ENJEITADA FORMALIDADE
IMPOSTA PELA LEI. PROCESSO DE
INVENTÁRIO QUE NÃO PODE SER EMBASADO
EM DOCUMENTO NÃO REVESTIDO DE
FORMALIDADE ESSENCIAL. DERIVAÇÕES DA
RELAÇÃO JURÍDICA, COM ESTEIO NA
AUSÊNCIA DE BOA-FÉ CONTRATUAL E
APLICAÇÃO DA TEORIA DO VENIRE CONTRA
FACTUM PROPRIUM, QUE TERÃO QUE SER
 OBJETO DE AÇÃO PRÓPRIA, CULMINANDO
COMO CONVERTOR EM NEGÓCIO JURÍDICO
DISTINTO (ART. 170 CCB) OU EM AÇÃO
INDENIZATÓRIA. RECURSO A QUE SE DÁ
PROVIMENTO.

6. JURISPRUDÊNCIA:

0037123-32.2020.8.19.0000 - AGRAVO DE INSTRUMENTO

Des(a). ANDRE LUIZ CIDRA - Julgamento: 09/09/2020 - VIGÉSIMA
QUARTA CÂMARA CÍVEL
AGRAVO DE INSTRUMENTO. CESSÃO DE DIREITOS HEREDITÁRIOS
REFERENTE A BEM IMÓVEL. O CÓDIGO CIVIL VIGENTE, AO CONTRÁRIO
DO ANTERIOR, É EXPRESSO EM EXIGIR A ESCRITURA PÚBLICA COMO
REQUISITO DE VALIDADE PARA A CESSÃO DE QUINHÃO DE QUE
DISPÕE O COERDEIRO, CONSOANTE A EXATA DICÇÃO DO ART. 1793
DO REFERIDO DIPLOMA LEGAL. ESSENCIALIDADE DA ESCRITURA
PÚBLICA PARA VALIDADE DO NEGÓCIO JURÍDICO POR COGENTE
DEFINIÇÃO LEGAL, NÃO PODENDO SURTIR EFEITOS CONCRETOS
QUANDO INOBSERVAR A FORMA PRESCRITA EM LEI. INTELIGÊNCIA
DOS ARTIGOS 104, III, 107 E 108 DO CCB. DIREITO HEREDITÁRIO QUE
NA FORMA DO ART. 80,II DO CCB É RECONHECIDO COMO BEM IMÓVEL
PARA OS FINS DE DIREITO, EXIGINDO-SE PARA A CESSÃO A
ESCRITURA PÚBLICA. IDENTIFICAÇÃO DE VICIO DE FORMA PELA
INOBSERVÂNCIA DA ESCRITURA PÚBLICA, SENDO INVÁLIDO
O NEGÓCIO JURÍDICO QUANDO ENJEITADA FORMALIDADE IMPOSTA
PELA LEI. PROCESSO DE INVENTÁRIO QUE NÃO PODE SER EMBASADO
EM DOCUMENTO NÃO REVESTIDO DE FORMALIDADE ESSENCIAL.
DERIVAÇÕES DA RELAÇÃO JURÍDICA, COM ESTEIO NA AUSÊNCIA DE
BOA-FÉ CONTRATUAL E APLICAÇÃO DA TEORIA DO VENIRE CONTRA
FACTUM PROPRIUM, QUE TERÃO QUE SER OBJETO DE AÇÃO PRÓPRIA,
CULMINANDO COMO CONVERTOR EM NEGÓCIO JURÍDICO DISTINTO
(ART. 170 CCB) OU EM AÇÃO INDENIZATÓRIA. RECURSO A QUE SE DÁ
PROVIMENTO.

7. COMENTÁRIO: