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Universidade Rovuma

Departamento de Educação e Psicologia

Curso: Psicologia Social e das Organizações

Cadeira: Avaliação Psicológica

Ano: 3°

Nome: Elsa Victor

Ficha de leitura

Titulo

Historial da avaliação psicológica

Referências bibliográficas

Binet. A., & Simon, T. (1916). The development of intelligence in children. Baltimore, Reprinted
1973, New York: Arno Press; 1983, Salem, NH: Ayer Company.

Síntese Historial da avaliação psicológica

Alfred Binet e Theodore Simon foram pioneiros na criação do primeiro teste de


inteligência moderno no início do século XX. Seu trabalho revolucionou a forma
como a inteligência humana era medida e avaliada. Em resposta a uma solicitação do
governo francês, eles desenvolveram o que ficou conhecido como o "Teste Binet-
Simon".

Esse teste consistia em uma série de tarefas e questões destinadas a avaliar


habilidades cognitivas, como memória, atenção, raciocínio e compreensão verbal. O
principal objectivo era determinar a idade mental das crianças, ou seja, a idade em
que uma criança média seria capaz de realizar as mesmas tarefas que o examinado.
Isso permitia identificar crianças que precisavam de apoio educacional adicional.

O legado de Binet e Simon é imenso. Seu trabalho estabeleceu os fundamentos para


a avaliação psicológica moderna, influenciando o desenvolvimento de inúmeros
outros testes de inteligência ao longo dos anos. Esses testes se tornaram ferramentas
essenciais em contextos educacionais, clínicos e de pesquisa, ajudando a
compreender melhor o funcionamento cognitivo e a personalidade das pessoas.

Os primeiros esforços para medir diferenças individuais eram direccionadas para


avaliar as medidas fisiológicas, tais como tempo de reacção e sensação de dor.
Entretanto, deve-se a Alfred Binet, em 1895, a grande contribuição de construir
medidas para avaliar os processos mentais, culminando com o primeiro teste para
avaliar a inteligência infantil, com a colaboração de Henri-Simon, denominado Teste
de Binet-Simon (Satler, 2008).

Alfred Binet Foi um psicólogo francês, pedagogo e grafólogo, conhecido por suas
contribuições para a psicologia experimental, psicometria diferencial e
especialmente por suas contribuições para o desenvolvimento educacional. Ele é
considerado o pai do teste de inteligência.

Entre seus trabalhos mais destacados, e pelos quais ele é mais reconhecido, é por ter
sido o criador, juntamente com Théodore Simon, do Teste de Previsão de
Desempenho Escolar. Esse teste, projectado para medir a inteligência, foi a base do
que hoje conhecemos como testes de inteligência, bem como a criação do quociente
de inteligência (QI).

No ano de 1899, Binet começou a fazer parte da Société Libre pour l'Etude
Psychologique de l'Enfant (Sociedade Livre para o Estudo Psicológico da Criança).
E em 1904, o Ministério da Instrução Pública da França estabeleceu a escolaridade
obrigatória para todas as crianças.

Quando esta lei entrou em vigor, observou-se que as crianças chegaram à escola com
níveis muito diferentes de educação. Por esse motivo, classificá-los de acordo com a
idade mostrou-se um método ineficaz.

Para encontrar uma solução para este problema, o governo francês criou uma
comissão para a educação de alunos retardados. O objectivo era criar uma
ferramenta que identificasse alunos que precisassem de educação especial. Binet e
outros membros da sociedade foram designados para essa tarefa, e foi assim que
nasceu a escala Binet-Simon.

Binet determinou que não era possível avaliar a inteligência de uma pessoa medindo
atributos físicos. Por essa razão, ele rejeitou o método biométrico defendido pelo
psicólogo Sir Francis Galton.
Binet então propôs um método no qual a inteligência era calculada com base em
uma série de tarefas que exigiam compreensão, domínio do vocabulário, capacidade
aritmética, entre outras coisas.

Com base nessa ideia, Binet desenvolveu um primeiro teste capaz de diferenciar dois
tipos de alunos: aqueles que tinham habilidades que lhes permitiriam se adaptar ao
sistema educacional normal e aqueles que precisariam de reforço extra para se
adaptar.

Além disso, este teste também apontou as deficiências desses alunos. Esses
problemas apareceram explicados em seu livro L'Etude experimentale de
l'intelligence (Estudos Experimentais de Inteligência).

Mas esse trabalho não estava lá. Binet fez uma nova investigação, mas desta vez
teve a colaboração de seu ex-aluno, o psiquiatra Théodore Simon. Os dois
especialistas trabalharam no desenvolvimento de um novo teste que medisse a idade
mental (capacidade média que um indivíduo tem - uma criança - em determinada
idade). Assim, em 1905, nasceu a primeira escala Binet-Simon.

Em 1908, essa escala foi revisada. Nesse processo, novos testes foram descartados,
modificados e adicionados. O objectivo foi conseguir adaptar os requisitos desses
testes para poder aplicá-los a crianças entre 3 e 13 anos.

A escala criada por Binet e Simon era composta por trinta tarefas de crescente
complexidade. O mais fácil consistia em acções como seguir uma luz com os olhos
ou ser capaz de mover as mãos seguindo uma série de instruções dadas pelo
examinador. Esses tipos de tarefas poderiam ser resolvidos sem dificuldade por
todas as crianças, incluindo aquelas que foram severamente retardadas.

No caso de tarefas um pouco mais difíceis, pedia-se às crianças que apontassem


rapidamente para algumas partes do corpo ou contassem de três em três. E nas
tarefas mais complicadas, pedia-se às crianças que estabelecessem diferenças entre
dois objectos, fizessem desenhos de memória ou construíssem sentenças com grupos
de três palavras.

Finalmente, um nível final de dificuldade envolveu pedir às crianças que repetissem


sequências aleatórias de até sete dígitos, encontrando rimas para uma determinada
palavra e respondendo a algumas perguntas.
Os resultados desses testes resultariam na idade mental da criança. E assim foi
possível determinar o lugar que a criança deveria ocupar no sistema educacional.
Binet observou em seus estudos que os vários tipos existentes de inteligência só
poderiam ser estudados qualitativamente. Além disso, ele apontou que o
desenvolvimento intelectual progressivo de uma pessoa era influenciado pelo
ambiente. Então ele chegou à conclusão de que a inteligência não era apenas uma
questão genética, então atrasos nas crianças poderiam ser reparados através do
reforço.

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