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SUMOS DA

TERRA, LDA.

Nota de culpa

No dia 2 de Dezembro de 2022, a SUMOS DA TERRA, LDA (doravante designada por


Empresa ou Instituição), foi confrontada com fortes indícios de um comportamento
irregular e lesivo dos interesses e regras da Instituição, por parte de João Apenas Viver.
Como consequência, a Empresa instaurou-lhe um processo de procedimento disciplinar,
nomeando como Instrutor para o efeito, Raquelina Fungai Naife, com a Cédula
Profissional de Advogado n.º143262C.
Deste modo, a Empresa vem, pela presente nota de culpa, acusar João Apenas Viver,
residente na Rua Sem Rede, n.º 800, 1234-000 Figueiró da Banda Estreita, quadro
administrativo da SUMOS DA TERRA, LDA, desde o dia 1 de Novembro de 2015,
pelos factos que a seguir se enumeram.
1.º
A 2 de Dezembro de 2022, no decorrer de um procedimento aleatório de verificação e
controlo das frutas dos seus colaboradores, verificou-se a existência de 100 frutas em
falta, entre 10 e 21 de Outubro de 2022, frutas sob responsabilidade do culpado, são
anexas à presente nota de culpa.
2.º
O registo das 100 frutas em falta. A violação dos princípios e regras da Empresa foi
feita de forma reiterada.

Assinatura
(______________________________________)

Raquelina Fungai Naife


Exemplo de nota de culpa 2
Apropriação indevida de recursos da empresa.
"(cabeçalho com identificação do remetente e do destinatário; data e local)
Registada com Aviso de Receção
Assunto: Nota de Culpa
Ex.mo. Sr. António Caixa,
Vimos por este meio comunicar a V.Exa. que lhe foi instaurado um processo
disciplinar por infração grave no desempenho das suas funções na Sorrisos &
Confiança, Lda.
Junta-se, em anexo, a nota de culpa, com a narração dos factos e circunstâncias
que lhe são imputados e que fundamentam um processo de despedimento com
justa causa.
V. Exa. dispõe de 10 dias úteis para apresentação da sua defesa, sendo-lhe
legalmente permitido o desenvolvimento de todas as diligências necessárias à
sua defesa e a convocação testemunhas para esse efeito.
O Instrutor do processo disciplinar é Francisco Direito, com Cédula Profissional
de Advogado n.º 0001D.
Com os melhores cumprimentos,
(assinatura)
(Francisco Direito)
Em Anexo: nota de culpa
Nota de culpa
No dia 20 de dezembro de 2022, a Sorrisos & Confiança, Lda (doravante
designada por Empresa ou Instituição), concluiu o processo de identificação e
documentação dos factos que demonstram o incumprimento, pelo trabalhador
António Caixa, das obrigações inerentes às suas funções.
A infração é considerada muito grave já que põe em causa a segurança financeira
da Sorrisos & Confiança, Lda e a sua credibilidade perante os seus clientes. De
igual modo, é lesiva do seu património e do futuro de todos que com ela se
relacionam, os seus trabalhadores, as suas famílias, os seus fornecedores e demais
credores.
A infração põe em causa os pilares de confiança em que a Empresa baseou a sua
atividade em 30 anos de existência.
Como consequência, a Empresa instaurou-lhe um processo disciplinar, nomeando
como Instrutor, Francisco Direito, com a Cédula Profissional de Advogado n.º
0001D.
Vem a Empresa, pela presente nota de culpa, acusar António Caixa, residente na
Rua Central dos Chicos, n.º 000, 8950-000 Espertos-de-Cima, Auxiliar de
Armazém efetivo na Sorrisos & Confiança, Lda, desde 8 de setembro de 2008,
pelos factos que a seguir se descrevem.
1.º
A Sorrisos & Confiança Lda é uma empresa familiar, com um sistema de controlo
e monitorização débil, assente sobretudo na confiança que deposita nos seus
trabalhadores, clientes e fornecedores. A Empresa não possui um software de
gestão onde possam ser registados todos os atos do seu quotidiano. Não possui,
também, um controlo apurado de stocks.
As operações são efetuadas pelos trabalhadores, maioritariamente em suporte
físico (papel) e transmitidas ao, também trabalhador, o Administrativo, Pedro
Diligente. Este, comunica a informação relevante e necessária para efeitos fiscais,
ao Gabinete de Contabilidade, Sumir & Dividir, Lda., entidade subcontratada pela
Sorrisos & Confiança Lda, para assegurar o cumprimento das suas obrigações
legais e fiscais.
Com 30 anos de existência, a Sorrisos & Confiança, Lda orgulha-se de ser uma
empresa sólida sem o incumprimento de qualquer obrigação enquanto entidade
patronal ou enquanto contribuinte. A base da confiança sempre foi motor da vida
da Instituição.
2.º
A entrega do produto aos clientes da Empresa é efetuada por 2 Auxiliares de
Armazém, um dos quais António Caixa. São estes que recebem o preço e o
comunicam ao Administrativo. O Administrativo emite faturas-recibo ou faturas,
para os clientes que tenham pago, ou ficado em dívida, em conformidade com os
registos apresentados. As faturas ou faturas-recibo são, depois, entregues em
mão, pelo Auxiliar de Armazém, quando volta ao cliente numa próxima entrega.
Os valores, até ao limite legal de 2.999 euros, são recebidos dos clientes em
dinheiro.
As datas e locais de entrega, o nome do Auxiliar de Armazém que faz a entrega, o
produto e quantidade, a identificação do cliente e o recebimento (ou não) ficam
registados num caderno de papel a que a Empresa chama "Diário da Entrega".
Quem o preenche são os Auxiliares de Armazém, que o mostram ao
Administrativo, após cada entrega.
3.º
Três clientes da Sorrisos & Confiança, Lda que, alegadamente, não teriam pago o
produto que receberam de António Caixa, respetivamente nos dias 10 de outubro,
12 de outubro e 21 de outubro de 2022, quando confrontados pelo Administrativo
pela falta de pagamento, responderam ter pago o produto nas respetivas datas de
entrega.
Os três clientes foram contactados telefonicamente no dia 20 de novembro, pelo
Administrativo. Os três compareceram na Empresa, a pedido e prontamente, nos
dias 21 e 22 de novembro. Como comprovativo do que diziam, trouxeram consigo
um papel manuscrito e assinado por António Caixa, sem valor fiscal, atestando o
pagamento que funcionaria, alegadamente, como recibo provisório. Verbalmente,
ter-lhes-á sido comunicado que a Empresa emitiria a correspondente fatura-
recibo oportunamente, sem promessas de data, pois existiam problemas entre o
Administrativo e a Sumir & Dividir, Lda.
A caligrafia do papel manuscrito entregue aos três clientes era a mesma e
corresponde à caligrafia de António Caixa, como o atestam os vários relatos
manuscritos constantes do Diário da Entrega.
No Diário da Entrega consta que nenhum destes três clientes havia pago o
produto, nas respetivas datas de entrega. As datas de entrega e a quantidade de
produto, comunicadas pelos três clientes ao Administrativo, nas reuniões havidas
a 21 e 22 de novembro, estavam em conformidade com o relatado no Diário da
Entrega.
A identificação completa dos três clientes, Gaspar, Baltasar e Melchior, a cópia do
Diário da Entrega e a cópia dos "alegados" recibos entregues, são anexos à
presente nota de culpa, sendo dela parte integrante.
4.º
Os factos relatados e circunstanciados materializam uma infração muito grave
dos deveres a que está obrigado António Caixa.
O exposto consubstancia a subtração de recursos financeiros à Sorrisos &
Confiança, Lda, através da apropriação indevida de receita provinda dos clientes
da Empresa, a razão de ser da sua existência. Estão em causa, no seu conjunto,
8.950 euros.
Das diligências efetuadas resulta, em resumo, por parte de António Caixa, não só
a apropriação indevida de dinheiro dos clientes, recursos financeiros da Empresa,
mas também a emissão de falsos documentos em nome da Empresa e a mentira
perante colegas de trabalho, clientes e a entidade patronal. Tudo isto baseado
numa falsa esperança de que, com a falta de controlo da Sorrisos & Confiança,
Lda, tudo se perdesse no tempo e não viesse a ser cabalmente apurado.
5.º
Os factos relatados e circunstanciados consubstanciam a lesão séria dos interesses
patrimoniais da Empresa conforme descrito na alínea e) do n.º 1 do art.º 351.º do
Código do Trabalho e, assim sendo, constituem fundamento para despedimento
com justa causa pelo empregador.
Neste contexto, e ainda dos factos descritos na presente nota de culpa, resulta a
suspensão preventiva de António Caixa, na necessária defesa dos clientes e da
própria Sorrisos & Confiança, Lda. A retribuição é mantida, em respeito pelo
estipulado no art.º 354.º, n.º 1, do Código do Trabalho.
6.º
Querendo, deve o visado responder à presente nota de culpa, no prazo de 10 dias
úteis, podendo consultar os presentes autos, realizar as diligências probatórias
que entenda relevantes para esclarecer os factos e a sua participação nos
mesmos, juntando os documentos necessários ao esclarecimento da verdade, nos
termos do n.º 1 do art.º 355.º do Código do Trabalho.
A Sorrisos & Confiança está disponível para ouvir até 3 testemunhas de António
Caixa por cada facto descrito na presente nota de culpa.
Mais se informa que o Administrativo, Pedro Diligente, e os três clientes
envolvidos, Baltasar, Gaspar e Melchior, são testemunhas de processo da Sorrisos
& Confiança, Lda.
(Assinatura)
(Francisco Direito)
Em anexo:
 Anexo 1: cópias do Diário da Entrega
 Anexo 2: identificação dos clientes
 Anexo 3: cópia dos documentos entregues aos clientes, por António
Caixa, como comprovativo de pagamento dos produtos."

Requisitos a cumprir pela nota de culpa


Nas situações em que se verifique alguma infração do trabalhador que seja
suscetível de sanção disciplinar, incluindo o despedimento com justa causa, o
empregador deve:
1. Comunicar ao trabalhador, por escrito, as infrações por si cometidas e a
sanção a aplicar, juntando a nota de culpa.
2. Remeter, na mesma data, cópias da comunicação e da nota de culpa à
Comissão de Trabalhadores e, se o trabalhador for representante sindical,
também à associação sindical respetiva.
3. A violação de 1. e 2. constitui contra ordenação grave (ou muito grave no
caso de representante sindical).
A nota de culpa deve descrever detalhadamente os factos / infrações atribuídos
ao trabalhador e que fundamentam a sanção disciplinar aplicada,
nomeadamente quais os deveres violados pelo trabalhador.
A situação, com todos os factos relacionados com a infração cometida, deve ser
circunstanciada em termos de:
 modo (como aconteceu);
 tempo (quando ocorreu, ainda que de forma aproximada);
 lugar (onde aconteceu).
Com isto, pretende-se que o trabalhador possa organizar devidamente a sua
defesa, sob pena de o processo disciplinar ser considerado nulo.
Adicionalmente, deve tomar-se em consideração que:
1. O empregador é capaz de provar todos os factos / infrações de que o
trabalhador é acusado e que constam da nota de culpa.
2. A nota de culpa pode citar trabalhadores da empresa como testemunhas
e os respetivos cargos que ocupam.
3. A nota de culpa é limitadora da acusação no sentido em que, em
tribunal, por exemplo, em caso de despedimento, o empregador não
pode invocar factos não mencionados previamente na nota de culpa (e
na subsequente resposta do trabalhador).
4. A comunicação (e nota de culpa) podem ser enviadas ao trabalhador,
pela empresa ou advogado nomeado para o processo (Instrutor).
5. A comunicação (e nota de culpa) devem ser enviadas no prazo máximo
de 60 dias após conhecimento das infrações cometidas pelo trabalhador
(salvo quando exista inquérito prévio à nota de culpa).
6. Com ao envio da nota de culpa, o empregador pode suspender o
trabalhador com manutenção da retribuição.
7. O empregador pode suspender o trabalhador 30 dias antes da
notificação da nota de culpa se justificar, por escrito, que, tendo em
conta os indícios imputáveis ao trabalhador, a sua presença é
inconveniente à averiguação, e que ainda não foi possível elaborar a nota
de culpa.
Os procedimentos que se devem seguir à nota de culpa estão previstos nos
artigos 355.º a 358.º do Código do Trabalho.

Da sanção disciplinar ao despedimento com justa


causa
O poder disciplinar do empregador permite-lhe a aplicação de sanções
disciplinares ao trabalhador, em caso de infração, conforme art.º 328.º do
Código do Trabalho.
As sanções disciplinares têm regras várias como, por exemplo, a de não
poderem ser aplicadas sem a audiência prévia do trabalhador. E podem ir da
mera repreensão ao despedimento sem indemnização ou compensação.
O direito de exercer o poder disciplinar prescreve 1 ano após a prática da
infração e, qualquer procedimento disciplinar, deve iniciar-se nos 60 dias
seguintes à tomada de conhecimento da infração pelo empregador ou
superior hierárquico com competência disciplinar.
Um procedimento disciplinar implica uma comunicação ao trabalhador
acompanhada de uma nota de culpa.
Caso seja necessário um inquérito prévio para fundamentar a nota de culpa a
enviar ao trabalhador, o seu início interrompe a contagem dos 60 dias (e de
prescrição de 1 ano), desde que:
1. O inquérito ocorra nos 30 dias seguintes à suspeita de comportamentos
irregulares.
2. O procedimento seja conduzido de forma diligente.
3. A nota de culpa seja notificada até 30 dias após a conclusão inquérito
prévio.
A sanção disciplinar deve ser sempre proporcional à gravidade do ato cometido
e da culpa do trabalhador. A mais gravosa, a do despedimento com justa causa,
está prevista no Código do Trabalho (CT) do art.º 351.º ao 358.º.
Constitui justa causa de despedimento: 1) o comportamento culposo do
trabalhador e a 2) impossibilidade de manutenção da relação de trabalho.
Estes são 2 requisitos cumulativos definidos pelo Código do Trabalho, para
que um despedimento por justa causa seja considerado lícito.
As situações que podem levar ao despedimento do trabalhador, por
comportamento culposo, vão da desobediência ilegítima, a falsas declarações, à
provocação de conflitos, a danos patrimoniais, à violência física ou crime, ou à
redução anormal de produtividade, entre tantas outras.

6
É INTENÇÃO DA SUA
ENTIDADE PATRONAL
(ARTº 353º, Nº1 DO
CÓD. DO
TRABALHO APROVADO
PELA LEI Nº 7/2009
DE 12/02) NO ÂMBITO
DO
PRESENTE PROCESSO
DISCIPLINAR, APLICAR-
LHE A SANÇÃO DE
DESPEDIMENTO SEM
QUALQUER
INDEMNIZAÇÃO OU
COMPENSAÇÃO.
25º
NÃO CONSTA, NEM
DO FACTO V. EXA.
DEU CONHECIMENTO,
QUE SEJA
OU HAJA SIDO
MEMBRO OU
CANDIDATO A
MEMBRO DE
QUALQUER
ORGÃO DE
REPRESENTAÇÃO
LABORAL.
26º
INEXISTE NA SUA
ENTIDADE
EMPREGADORA
COMISSÃO DE
TRABALHADORES.
TERMOS EM QUE:
- DEVERÁ QUERENDO,
APRESENTAR A SUA
DEFESA POR ESCRITO
NO PRAZO LEGAL.
FOI NOMEADO
INSTRUTOR DO
PROCESSO
DISCIPLINAR O EXMO.
SENHOR
DR. N, ADVOGADO,
COM ESCRITÓRIO
NA__________________
_______.
A ENTIDADE
EMPREGADORA,
O INSTRUTOR,

______________, ___ DE
_______ DE 20___.

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