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ANÁLISES FÍSICO-QUÍMICAS E MICROBIOLÓGICAS DO LEITE E SEUS

DERIVADOS

Hiago de Sá Moraes

Zootecnista pelo IFGoiano – Rio Verde


Discente de Medicina Veterinária - UFJ
Mestrado em Biociência Animal – UFJ

Iago.Moraes@discente.ufj.edu.br
INTRODUÇÃO

CONCEITO DE LEITE

RIISPOA
Entende-se por leite, sem outra especificação, o produto oriundo da ordenha completa,
ininterrupta, em condições de higiene, de vacas sadias, bem alimentadas e descansadas.

FISIOLÓGICO
Produto da secreção da glândula mamária de fêmeas mamíferas que ocorre logo após o
parto com a finalidade de alimentar os recém nascidos.

FÍSICO Fig.1 – Vaca sendo ordenhada. FONTE: , 2020


Emulsão natural perfeita que mantém glóbulos de gordura em suspensão em um líquido
salino açucarado com proteínas e minerais em estado coloidal.
INTRODUÇÃO
COMPOSIÇÃO DO LEITE

+ 100mil constituintes
• Proteínas
• Lipídeos
87,5% Água •

Lactose e outros açucares
Vitaminas e minerais

Extrato seco Agua


INTRODUÇÃO
CONSUMO DE LEITE PELA POPULAÇÃO BRASILEIRA
ENERGIA

5%

GORDURA

80% DOS 95%


9%

BRASILEIROS
91%
PROTEÍNAS

10%

90%
Consomem Não consumem
INTRODUÇÃO

CONTAMINANTES FÍSICOS

CONTAMINANTES QUÍMICOS ANÁLISES FREQUENTES

CONTAMINANTES MICROBIOLÓGICOS

COMPROVAR SEGURANÇA E QUALIDADE


ANÁLISES FÍSICO-QUÍMICAS DO LEITE E SEUS DERIVADOS
ANÁLISES LABORATORIAIS E RIISPOA
ANÁLISES OFICIAIS DO LABORATÓRIO FEDERAL
ANÁLISES OFICIAIS DO LABORATÓRIO FEDERAL
LABORATÓRIOS DE ROTINA
LABORATÓRIOS DE ROTINA
O QUE ANALISAR EM CADA PRODUTO

PRODUTOS ANÁLISE FÍSICO-QUÍMICA


Estabilidade térmica
Fosfatase alcalina
Peroxidase
Acidez
Densidade
Crioscopia
Leite cru refrigerado
Extrato Seco Total e desengordurado
Pesquisa de Neutralizantes
Pesquisa de Reconstituintes da Densidade
Pesquisa de agentes inibidores do cresc. Microb.
Teor de gordura
Proteína
O QUE ANALISAR EM CADA PRODUTO
PRODUTOS ANÁLISE FÍSICO-QUÍMICA
Estabilidade térmica
Fosfatase alcalina
Peroxidase
Acidez
Leite pasteurizado
Densidade
Crioscopia
Teor de Gordura
Extrato Seco Desengordurado
PRODUTOS ANÁLISE FÍSICO-QUÍMICA
Estabilidade térmica
Acidez
Leite UHT Densidade
Teor de Gordura
Extrato Seco Desengordurado
O QUE ANALISAR EM CADA PRODUTO
PRODUTOS ANÁLISE FÍSICO-QUÍMICA
Gordura
Acidez
BEBIDAS LÁCTEAS FERMENTADAS
Proteína
Açúcares
Umidade
Gordura
DOCE DE LEITE
Cinzas
Proteínas
Gordura
Umidade
LEITE EM PÓ Acidez
Umectabilidade, solubilidade e outras propriedades
físicas
O QUE ANALISAR EM CADA PRODUTO
PRODUTOS ANÁLISE FÍSICO-QUÍMICA
Gordura
CREME DE LEITE A GRANEL
Acidez
Acidez
CREME DE LEITE PASTEURIZADO
Gordura
Gordura
CREME DE LEITE UHT
Acidez

PRODUTOS ANÁLISE FÍSICO-QUÍMICA


Gordura
Acidez
Queijos em geral Umidade
Proteínas*
Caseína*
PRINCIPAIS ANÁLISES FÍSICO-QUIMICAS

ANÁLISE SENSORIAL EXTRATO SECO TOTAL E DESENGORDURADO

TEMPERATURA PESQUISA DE NEUTRALIZANTES DA ACIDEZ

ESTABILIDADE TÉRMICA PESQUISA DE RECONSTITUINTES DA DENSIDADE

ACIDEZ PESQUISA DE INIBIDORES DO DA CRESC. MICROB.

DENSIDADE FOSFATASE ALCALINA E PEROXIDASE

CRIOSCOPIA PROTEÍNAS E CINZAS


ANÁLISE SENSORIAL DO LEITE

• Realizada na propriedade, transporte, na recepção, durante o processamento.

• Análise diária e constante de:


• COR;
• SABOR;
• ODOR;
• ASPECTO.

Fig. 2– Orgãos do Sentido. FONTE: BlastingNews


TEMPERATURA
• Realizada na propriedade, transporte, na recepção, durante todo o processamento.

• Evitar proliferação de microrganismos;

• Qual termômetro utilizar?

Fig. 3– Tipos de termometros. FONTE: Desconhecido


ESTABILIDADE TÉRMICA DO LEITE (ALIZAROL/ETANOL)
• Análise diária de recepção;

• O leite precisa resistir aos processos térmicos;

• Verifica estabilidade em oscilação de pH e desidratação;

• Leite talhar durante o processamento;

• Na recepção o método mais utilizado é o método alizarol;

• Alizarol = alizarina + álcool;

Fig. 4 – Alizarina e etanol. FONTE: Wikipédia , 2020


ESTABILIDADE TÉRMICA DO LEITE (ALIZAROL/ETANOL)

• O álcool desidrata proteínas e demais moléculas;

• Repetindo o que ocorre no processamento do leite de forma mais brusca;

• Realiza em placas ou tubos

Fig. 4– Reaçao negativa do leite LINA e reação positiva para LINA. FONTE: KERA, Fig. 5– Teste do alizarol. SANTOS et al. 2013
nutrição, 2018
ESTABILIDADE TÉRMICA DO LEITE (ALIZAROL/ETANOL)

Fig. 6 – Chave comparativa para teste do alizarol. MILKPOINT. 2016 Fig. 7– Teste do alizarol. SANTOS et al. 2013
ESTABILIDADE TÉRMICA DO LEITE (ALIZAROL/ETANOL)

• Adiciona-se leite e posteriormente o alizarol em proporções iguais


• EX: 2ml de amostra e 2ml de alizarol 72%

• Agita-se e faz a leitura de um por um.

Fig. 7– Estabilidade térmica do alizarol. FONTE: Desconhecido. Fig. 8 – Alizarina. FONTE: LigaçãoQuimica, 2015.
ACIDEZ

• MÉTODO ACIDEZ TITULÁVEL ( com fenolftaleína ou azul timol)

• DETERMINAÇÃO ACIDEZ COM FUCSINA DO MANUAL DE METODOS OFICIAIS PARA ANÁLISES DE AOA
• Procedimento com padrão de cor com fucsina

Fig. 8 – Acidez titulavel. FONTE: BrasilEscola, 2015.


ACIDEZ TITULÁVEL

• Avalia quantitativamente a acidez do leite

• O leite possui 100mil constituintes – alguns acidificam.

• pH da fenolftaleína = 8,3

• Utiliza-se de solução Dornic (NaOH)

• Método através da titulação.

• Coloração rosa persistente? Fig. 8 – Titulometria. FONTE: BrasilEscola, 2018.


ACIDEZ TITULÁVEL

Fig. 8 – Titulometria. FONTE: BrasilEscola, 2018.


ACIDEZ TITULÁVEL

pH 8,3

pH 8.0

pH 7,0

pH 6,5

AD AD AD AD AD
AD AD AD AD pH 6,0
AD AD AD AD
AD D AD
A pH 5,5
ACIDEZ TITULÁVEL

𝐦 V × f × 0,09 × N × 100
𝐀𝐜𝐢𝐝𝐞𝐳 𝐭𝐢𝐭𝐮𝐥á𝐯𝐞𝐥, 𝐠 𝐝𝐞 Á𝐜. 𝐥á𝐜𝐭𝐢𝐜𝐨 =
𝐯 v
Onde:

V = volume de solução de NaOH 0,1 N gasto na titulação, em mL

v = volume da amostra, em mL;

f = fator de correção da solução do NaOH 0,1 N;

0,09 = fator de conversão do ácido láctico;

N = normalidade de solução de NaOH 0,1 N.


ACIDEZ TITULÁVEL

PRODUTO
Leite Cru Refrigerado 0,14 – 0,18
Leite Pasteurizado Integral 0,14 – 0,18
Semidesnatado 0,14 – 0,18
Desnatado 0,14 – 0,18
Integral 0,14 – 0,18

Leite UHT Semidesnatado 0,14 – 0,18


Desnatado 0,14 – 0,18
Creme de leite Max. 0,2
ACIDEZ POR pH
DENSIDADE

• Propriedade física do leite, que é expressa pela m/V e Arquimedes

• Método com termolactodensímetro X Densímetro digital

• Leite deve estar a 15ºC ±5ºC - correção com ± 0,0002 a cada grau

• A influencia da temperatura nas moléculas do leite

• 500ml ~ 1000ml em proveta

• Atenção a espuma e a incorporação de ar


Fig. 9 – Termolactodensimetro.
DENSIDADE

• Introdução do termolactodensímetro na proveta sem encostar em paredes

• Realizar leitura

• Deixar em repouso de 1 – 2min e fazer nova leitura

• Acrescentar 1,0 antes do valor lido

Fig. 10 – Leitura do termolactodensímetro. FONTE: LANAGRO, 2013.


DENSIDADE
• Agua é menos densa que o leite

• 100MIL CONSTITUINTES

• A densidade deve variar de 1,0280 a 1,0340 no leite;

• Estimar o extrato seco

• Menor que isso: muito diluído – adição de água?


• Maior que isso: muito concentrado – adição de outros compostos?

• Em densímetros digitais utiliza-se apenas 10ml da amostra


Fig.11- Densimetro digital em conformidade com a ISO 15212-1. FONTE:Anton Paar, 2021
ÍNDICE DE CRIOSCOPIA
• Verificar o equilíbrio entre sólidos e água no leite;

• Mensuração do ponto de congelamento;

• Comparar água e leite;

• Ponto de congelamento da água = 0 ºC;

• Super resfriamento de 2,5 mL leite ( 7 a 10ºC) em Crioscópio;

• Cristalização da amostra induzida por vibração mecânica;

• Solução refrigerante de etilenoglicol;


ÍNDICE DE CRIOSCOPIA
ÍNDICE DE CRIOSCOPIA
• Verifica a fraude no leite;

• Mas somente adição de água é responsável por desequilíbrio Sólidos:água?


• Idade
• Alimentação
• Genética
• Raça
• Região ou clima/tempo

• Calibração do equipamento.

Figura 12- Aparelho utilizado na crioscopia do leite. FONTE: MILKLAB


ÍNDICE DE CRIOSCOPIA
• Resultados devem ser expressos em ºC, os equipamentos usam Hovert (ºh):

𝐈𝐧𝐝𝐢𝐜𝐞 𝐜𝐫𝐢𝐨𝐬𝐜ó𝐩𝐢𝐜𝐨, 𝐂𝐞𝐥𝐬𝐢𝐮𝐬 = 0,9656 ∗ INDICE CRIOSÓPICO EM ºh

• O ponto de congelamento máximo do leite aceito pela legislação brasileira é entre -0,512ºC e -0,536oC.

Figura 12- Aparelho utilizado na crioscopia do leite. FONTE: MILKLAB


DETERMINAÇÃO DO TEOR DE GORDURA
• Gordura do leite apresenta alto valor econômico agregado;

• Sendo necessário o acompanhamento em todo o processamento do leite;

• Quanto tá chegando na matéria-prima, onde está sendo destinado, onde está sendo perdido;

• Palatabilizante

Figura 13- Coxinha. FONTE: Ana Maria Braga. GLOBO Figura 14- Leite desnatado. FONTE: Italac
DETERMINAÇÃO DO TEOR DE GORDURA
• Como a gordura consegue se manter homogênea no leite?
• Vitaminas lipossolúveis e lipoproteínas

Figura 16 – Acidos Graxos. FONTE: infoEscola


Figura 15- Lipoproteína. FONTE: MedicinaNet
DETERMINAÇÃO DO TEOR DE GORDURA

• Método do Butirômetro ou Gerber;

• A separação ocorre por tratamentos químicos, físicos e térmicos;

• Químico: Ácido Sulfúrico e Ácido isoamílico (extrator de gordura)

• Físico: Centrífuga

• Térmico: Banho-maria

Figura 17 – Butirômetro. FONTE: CHEESELAB


DETERMINAÇÃO DO TEOR DE GORDURA

Ácido e Água
Ácido e proteína
DETERMINAÇÃO DO TEOR DE GORDURA

Colocar Butirômetro com a


tampa para baixo

65ºC

Figura 18 – Centrífuga. FONTE: CHEESELAB Figura 19 – Banho Maria. FONTE: CHEESELAB Figura 20 – Butirometro resultado. FONTE: CHEESELAB
DETERMINAÇÃO DO TEOR DE GORDURA

Figura 21 - Erro de paralaxe provocado pelo mau posicionamento da altura do Figura 22 - (a) O menisco toca na marca de graduação do butirômetro e o resultado da
butirômetro em relação aos olhos do analista. FONTE: LANAGRO, 2013 leitura é de 4,0 %. (b) O menisco corta a marca de graduação e o resultado da leitura é o mais
próximo da graduação mais baixa, 3,90%. Como o resultado é expresso com uma casa decimal,
neste caso, o resultado é de 4,0 %. FONTE: LANAGRO, 2013
DETERMINAÇÃO DO TEOR DE GORDURA

• Sempre dosar ácido sobre água;

• Ácido isoamílico – tóxico;

• Sempre limpar e secar a “boca” do butirômetro;

• Luvas, jaleco, óculos;

• Ensaio realizado em capela de exaustão

Figura 23 – Capela de Exaustão para Laboratório. FONTE: SynthLab


DETERMINAÇÃO DO TEOR DE GORDURA

TIPO DE LEITE Gordura (g/100g)


CRU REFRIGERADO Teor original, com no mín. 3,0
Integral Teor original
Padronizado Mín. 3,0
PASTEURIZADO
Semidesnatado 0,6 – 2,9
Desnatado Max. 0,5
Integral Mín. 3,0
UHT Semidesnatado 0,6 – 2,9
Desnatado Max. 0,5
CREME DE LEITE Min. 20,0
ACHOCOLATADO Mín. 1,0
LEITE EM PÓ INTEGRAL 26,0
LEITE EM PÓ INTEGRAL INSTANTÂNEO 26,0
EXTRATO SECO TOTAL (EST)

• Sólidos totais; COMPOSIÇÃO DO LEITE


Extrato seco Agua

• Equivalente a MS na nutrição animal;


12%

• Através da quantificação da água;

• Importante para avaliação de rendimento;

• 12,5% é o que agrega o valor econômico.


88%
• PODE SER FEITO POR CALCULOS
EXTRATO SECO TOTAL (EST)

• MÉTODO GRAVIMÉTRICO

m0

102 ºc
Ventilaçao forçada
EXTRATO SECO TOTAL (EST)

0,5g
m1
EXTRATO SECO TOTAL (EST)

m2

Mín. 2h 30min 0,001g


EXTRATO SECO TOTAL (EST)

m2 − m0
% 𝐄𝐒𝐓 = × 100
m1 − m0
Onde:

M0 = massa de capsula e tampa em gramas;

M1 = massa de capsula tampa e amostra em gramas;

M2 = massa de capsula, tampa e amostra seca em gramas.


EXTRATO SECO DESENGORDURADO

% 𝐄𝐒𝐃 = %EST − %G

Onde:

EST = extrato seco total em percentual (valor da média);

G = gordura em percentual
DETERMINAÇÃO DO TEOR DE PROTEÍNA

• Proteínas conferem a textura ao alimento;

• Sabor ao produto;

• Rendimento de produtos (queijos);

• Método se baseia na quantificação de nitrogênio.

• Método Kjedahl (1883) – Proteína Bruta em nutrição animal

• DIGESTÃO, DESTILAÇÃO E TITULAÇÃO Figura 24 – Cientista Johan Kjedhal. FONTE: GoogleScience


DETERMINAÇÃO DO TEOR DE PROTEÍNA
Compostos Nitrogenados

Nitrogênio Não Proteico


Nitrogênio Proteico (95%)
(5%)

Uréia
Caseínas – 80% Acido úrico
Soroproteínas – 20% Creatinina
Enzimas Creatina
Proteínas conjugadas Aminoácidos
DETERMINAÇÃO DO TEOR DE PROTEÍNA
AMOSTRAGEM

ITEM QNTD AMOSTRA (g)

Leite fluído e bebida láctea 1,5 – 2,0g

Leite em pó, caseína, caseinatos, soro desidratado,


0,25 – 0,3
queijo e doce de leite

Creme de leite 1,0

Leite fermentado 1,5


DETERMINAÇÃO DO TEOR DE PROTEÍNA
DIGESTÃO

Figura 25. (A) Digestão de uma amostra para a determinação de nitrogênio total. (B) Mudança de coloração da solução durante o processo da
digestão.

OBS: Solução catalisadora; 120ºC – 250ºC – 450ºC


DETERMINAÇÃO DO TEOR DE PROTEÍNA

• DIGESTÃO:

Sulfato de amônio
DETERMINAÇÃO DO TEOR DE PROTEÍNA
DESTILAÇÃO

Figura 26.(A) Processo de destilação.(B) Formação do borato de amônio.

Solução indicadora + ácido bórico


DETERMINAÇÃO DO TEOR DE PROTEÍNA

• DESTILAÇÃO:

Sulfato de amônio Sulfato de sódio Amônia

Amônia Acido bórico Borato de amônio


DETERMINAÇÃO DO TEOR DE PROTEÍNA
TITULAÇÃO

Figura 27. (A) Titulação para a determinação da dosagem de nitrogênio. (B) Viragem na
titulação para a determinação da dosagem de nitrogênio total.

Acido clorídrico; Ácido Sulfurico.


DETERMINAÇÃO DO TEOR DE PROTEÍNA
CÁLCULO
𝑉𝑎 − 𝑉𝑏 × 𝐹 × 0,1 × 0,014 × 100
%𝑁𝑖𝑡𝑟𝑜𝑔ê𝑛𝑖𝑜 𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 =
𝑃1

• ONDE:
• Va = volume da titulação da amostra, mL
• Vb = volume titulação do branco, mL
• F = Fator de correção do Ácido Clorídrico 0,1 N ou Acido sulfúrico 0,1 N
• P1 = massa amostra em gramas

𝑃𝐵 = 𝑁𝑇 × 𝐹𝑁
• Fn = 6,38
DETERMINAÇÃO DO TEOR DE CINZAS

• Representam a fração inorgânica ou minerais

• M.O. = CO2, H2O e NO2

• Análise fácil porém demorada

• Muitos fatores interferem

• Eliminação de água e compostos orgânicos

• Valores alterados: fraudes?


DETERMINAÇÃO DO TEOR DE CINZAS

550 ºC
30min
DETERMINAÇÃO DO TEOR DE CINZAS

2–5g 550 ºc
2h
DETERMINAÇÃO DO TEOR DE CINZAS
CÁLCULO
𝑚2 − 𝑚1 × 100
𝐶𝐼𝑁𝑍𝐴𝑆 =
𝑚0

ONDE:

m2 = massa do cadinho com amostra após incineração, g;


m1 = massa do cadinho vazio, g;
m0 = massa da amostra, g.

Leite Fluido = 0,65 – 0,85%


Doce de Leite = máx. 2,0%
PESQUISA DE FRAUDES E RESÍDUOS ATB

• PESQUISA DE NEUTRALIZANTES DA ACIDEZ;

• PESQUISA DE RECONSTITUINTES DA DENSIDADE;

• PESQUISA DE INIBIDORES DO CRESCIMENTO MICROBIANO;

• PESQUISA DE RESÍDUOS ANTIBIÓTICOS.


PESQUISA DE NEUTRALIZANTES DA ACIDEZ

PRINCIPAIS NEUTRALIZANTES UTILIZADOS


• Bicarbonato de Sódio
• Carbonato de cálcio
• NaOH

MÉTODOS DE ANÁLISE
• Método do ácido rosólico;
• Método da fenolftaleína.
PESQUISA DE NEUTRALIZANTES DA ACIDEZ

ÁCIDO ROSÓLICO
• Método mais utilizado;
• Indicador de pH – cor vermelha/rosa em substância alcalina

• 5ml de amostra + 10ml de álcool etílico


• Agitar
• 2 gots de solução ácido rosólico 2%

• LARANJA = NEGATIVO
• VERMELHO-CARMIM = POSITIVO
PESQUISA DE NEUTRALIZANTES DA ACIDEZ

FENOLFTALEÍNA
• 11mL de amostra em Erlenmeyer de 125ml + 5 gotas de fenolftaleína 1%
• Titular com NaOH 0,1mol/L
• Reacidificar com H2SO4 0,025N
• Aquecer até ebulição
• Esfriar rapidamente com banho de gelo
• Adicionar 2 gotas de fenolftaleína 1%

• Positivo se corar rósea


PESQUISA DE RECONSTITUINTES DA DENSIDADE

RECONSTITUINTES MAIS UTILIZADOS:


• Álcool etílico;

• Cloretos;

• Amido.
PESQUISA DE RECONSTITUINTES DA DENSIDADE

ANÁLISE DE FRAUDE POR ÁLCOOL ETÍLICO:


• Alcool etílico em pH ácido = reduz Cr+6 (composto laranja) para Cr+3 (composto verde)
• Pode ser identificada pela solução sulfocrômica

• 100mL amostra em Kitazato + 10mL de antiespumante


• 2mL da solução sulfocrômica na extremidade da pipeta – sistema fechado
• Aquecer amostra – 5min de fervura

• Negativo – se a solução se mantem inalterada


• Amarelo – acinzentado se a solução sulfocrômica ficar verde
PESQUISA DE RECONSTITUINTES DA DENSIDADE

ANÁLISE DE FRAUDE POR ÁLCOOL ETÍLICO:

FIG 27 - Diversidade na coloração, resultante do teste do


álcool etílico (P=positivo, N=negativo). Detalhe também
para a diferente quantidade de amostra que é evaporada
e passa para a solução sulfocrômica, podendo alterar a
cor final e gerar resultados falsos
PESQUISA DE RECONSTITUINTES DA DENSIDADE

ANÁLISE DE FRAUDE POR ÁLCOOL ETÍLICO:

Diversidade na coloração, resultante do teste do álcool


etílico (P=positivo, N=negativo). Detalhe também para a
diferente quantidade de amostra que é evaporada e FIG. 28 - Amostras de leite em chapas de aquecimento, formando com os
passa para a solução sulfocrômica, podendo alterar a cor kitasatos um sistema fechado, com tampa e mangueira, ligando os gases
final e gerar resultados falsos liberados diretamente na solução sulfocrômica presente no tubo de ensaio
PESQUISA DE RECONSTITUINTES DA DENSIDADE

ANÁLISE DE FRAUDE POR CLORETOS:


• Nitrato de prata reage com os Cloretos = cromato de potássio como indicador

• 10ml de leite em tubos de ensaio + 0,5ml cromato de potássio 5%;


• + 4,5ml de nitrato de prata;
• Agitar

• NEGATIVO = MARROM AVERMELHADO


• POSITIVO = AMARELO

Figura 29. Resultados cloretos no leite. FONTE: Arquimia


PESQUISA DE FRAUDES POR CONSERVANTES

CONSERVANTES UTILIZADOS:
• Peróxido de sódio;
• Cloro;
• Hipoclorito.

• Método da Peroxidase
• Enzima natural do leite
• TAMBEM UTILIZADO PARA VERIFICAR SE HOUVE PASTEURIZAÇÃO NO LEITE
PESQUISA DE FRAUDES POR CONSERVANTES

PEROXIDASE:
• 10ml de amostra tubo de ensaio
• Banho maria 35ºC
• 2ml solução hidroalcóolica de guaiacol 1%
• 2ml de leite cru
• Agitar

• POSITIVO = Salmão
PESQUISA DE FRAUDES POR CONSERVANTES

METODO IODETO DE POTÁSSIO PARA CLORO E HIPOCLORITO:


• 5ml de leite + 0,5 ml de Iodeto de potássio 7,5%;
• Agitar. Amarelo se positivo.

• Para confirmar = +1ml de solução de amido 1% = positivo se violeta

• Se não mudar coloração – pesquisar hipoclorito:


• + 4ml de acido acétido/ácido clorídrico
• Banho maria 80ºC por 10 min
• Esfriar em agua corrente. Amarelo = positivo

• Confirmação: gotas de amido 1% - Azul se positivo.


PESQUISA DE RESÍDUOS ANTIBIÓTICOS

CLASSES ATB MAIS UTILIZADOS POR VETERINÁRIOS:


• Beta-lactâmicos
• Tetraciclinas
• Aminoglicosídeos
• Macrolídeos
• Sulfonamidas
• Quinolonas

TIPOS DE TESTE
• Teste de inibição bacteriano; Bacillus bstearothermophilus
• Ensaios imunoenzimáticos;
• Snap Test.
ANÁLISE DE FOSFATASE

• Verificar eficiência na pasteurização;


• Verificar se o leite passou por pasteurização prévia;

• Processo de pasteurização – inativa a fosfatase


• Se o teste for positivo – não ocorreu pasteurização/não foi eficiente

• No UHT não se utiliza = 150ºC inativa enzima


ANÁLISE DE FOSFATASE

• 0,5ml da amostra + 5ml do substrato – tampar e agitar


• Banho-maria 39ºC – 41ºc – 20min
• Esfriar tubo de ensaio em agua corrente

• Adicionar 6 gotas do reagente + 2 gotas do catalisador


• Novamente em banho-maria por 5min

• POSITIVO – AZUL (Quanto mais intenso mais deficiente a pasteurização)


• NEGATIVO - CINZA
INSTAGRAM

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OBRIGADO!
iago.moraes@discente.ufj.edu.br

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