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AO JUÍZO DA PRESIDÊNCIA DO EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO


PAULO.

Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/sg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 2088797-15.2023.8.26.0000 e código MR6jDFRd.
Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por KATIA TEIXEIRA VIEGAS, protocolado em 17/04/2023 às 10:01 , sob o número 20887971520238260000.
Processo n° 1003362-84.2023.8.26.0196

LUIS CLAUDIO RODRIGUES, brasileiro, motorista, casado,


portador da cédula de identidade RG n.º 19.407.489, inscrito no CPF sob o n.º
196.453.118-71, residente e domiciliado Rua André Guaraldo, nº 2501, Bairro São
Gabriel, na cidade de Franca - SP, CEP: 14.406-567, nos autos da “AÇÃO DE
LIMITAÇÃO DE 30% DA MARGEM EMPRÉSTIMO CONSIGNADO C.C OBRIGAÇÃO
DE FAZER C.C TUTELA ANTECIPADA DE URGÊNCIA” em epígrafe, vem
respeitosamente perante Vossa Excelência, por meio de sua advogada e
procuradora que esta subscreve, com fundamento no artigo 1.015 do Código
de Processo Civil, interpor

AGRAVO DE INSTRUMENTO

em desfavor do BANCO ABN AMRO S.A., instituição financeira inscrita sob o


CNPJ nº 03.532.415/0001-02, com sede localizada na Rua Fidêncio Ramos, nº
302, Torre B, 11º andar, conjunto 111, Vila Olímpia, CEP 04551-010, na cidade de
São Paulo - SP, insurgindo-se contra decisão que rejeitou a exceção de pré-
executividade.

Ademais, com fulcro no artigo 1.017, §5°, do Código de


Processo Civil, informa-se que os agravantes juntam nesta oportunidade os
documentos que entendem úteis para a compreensão da controvérsia.
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Isto Posto, requer que o presente recurso seja recebido e


distribuído, bem como que ocorra a reforma de decisão recorrida, nos termos
apresentados.

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Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por KATIA TEIXEIRA VIEGAS, protocolado em 17/04/2023 às 10:01 , sob o número 20887971520238260000.
Consoante determinação legal, traz-se aos autos os dados
e endereço da procuradora da Agravante:

Pela Agravante: Dra. Kátia Teixeira Viegas, OAB/SP 321.448,


com endereço profissional na cidade de Franca/SP, na Rua Rio Javari, n. 840,
Res. Amazonas, CEP 14.406-024.

Pela Agravada: Dr. Paulo Esteves Carneiro, OAB/SP


386.159, com endereço na Rua Visconde de Inhaúma, n° 580, Ed. Center Plaza,
sala 112, Centro, CEP 14010-100, Ribeirão Preto/SP.

Tendo em vista que o presente recurso visa reformar


decisão interlocutória com vistas a concessão dos benefícios da Justiça
Gratuita, deixa-se de recolher o preparo recursal.

Nesses termos,
pede deferimento.

Franca/SP, 17 de abril de 2023.

KÁTIA TEIXEIRA VIEGAS


OAB/SP - 321.448
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RAZÕES DO AGRAVO DE INSTRUMENTO

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AGRAVANTE: LUIS CLAUDIO RODRIGUES

Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por KATIA TEIXEIRA VIEGAS, protocolado em 17/04/2023 às 10:01 , sob o número 20887971520238260000.
AGRAVADA: BANCO ABN AMRO S.A.
Processo n° 1003362-84.2023.8.26.0196

EGRÉGIO TRIBUNAL,

COLENDA CÂMARA,

NOBRES JULGADORES.

I – DA DECISÃO RECORRIDA E DA PRETENSÃO RECURSAL

A decisão recorrida ao apreciar pedido de concessão dos


benefícios da assistência judiciária gratuita e integral do Agravante, considerou
haver elementos que indiquem a incompatibilidade entre o pedido e a situação
fática do requerente.

Ocorre que, s.m.j., referida fundamento não se coaduna


com a realidade do caso.

Assim, a luz das razões recursais, espera a reforma da


decisão de origem.

II - DA TEMPESTIVIDADE E CABIMENTO

A r. decisão interlocutória foi publicada em 24.03.2023,


iniciando-se o prazo recursal em 17.03.2023.

Assim, considerando o prazo legal (15 dias úteis), o termo


final de interposição recursal recai no dia 18.04.2023, considerando a ocorrência
das suspensões da semana santa, circunstância que torna incontestavelmente
tempestivo o presente agravo.

O cabimento, por sua vez, está previsto no inciso V do art.


1.015 do CPC que prescreve sobre a possibilidade do manejo recursal ante a
“rejeição do pedido de gratuidade da justiça”.
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III – DAS RAZÕES DO PEDIDO DE REFORMA

A decisão recorrida, indeferiu o pedido de justiça gratuita


com dizendo que: “o autor possui renda que excede o limite mensal estipulado

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em três salários mínimos pela Defensoria Pública (art. 2º, da Deliberação CSDP

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nº 89, de 08.8.2008), conforme documentos de fls. 30/32 e 37/54, o que exclui a
alegação de que não dispõe de recursos para o custeio do processo, sem
prejuízo do seu sustento.”

Todavia, com tal conclusão não se pode concordar.

O Agravante recebe rendimento líquidos de R$2.000,00


em média (fls. 30/32) decorrente de seu salário como motorista a Prefeitura de
Franca/SP.

As declarações do IRPF de 2021/2020 e 2022/2021 (fls.


37/54) só confirmaram isso.

Sabe-se que o artigo 5º, inciso LXXIV da Constituição


Federal, determina que "o Estado prestará assistência jurídica integral e gratuita
aos que comprovarem insuficiência de recursos".

Prevê o artigo 98, do Código de Processo Civil, que passa


a regular a concessão da gratuidade da justiça, que “a pessoa natural ou
jurídica, brasileira ou estrangeira, com insuficiência de recursos para pagar as
custas, as despesas processuais e os honorários advocatícios tem direito à
gratuidade da justiça, na forma da lei”.

O artigo 99 do CPC assim prossegue:

Art. 99. O pedido de gratuidade da justiça pode ser formulado na


petição inicial, na contestação, na petição para ingresso de terceiro
no processo ou em recurso. (...)

§ 3º Presume-se verdadeira a alegação de insuficiência deduzida


exclusivamente por pessoa natural. – sem grifos no original.

Como se vê, o legislador favoreceu a concessão do


benefício processual à pessoa natural ao conferir presunção relativa à alegada
insuficiência de recursos, materializada através da declaração que
acompanha a inicial.
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Não obstante, ressalta-se que o critério objetivo utilizado,


em regra, pela Defensoria Pública do Estado de São Paulo, para aferir a
situação de beneficiário da assistência judiciária gratuita, é o da renda líquida

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não superior a três salários mínimos (art. 2° da Deliberação CSDP nº 89, de 08 de
agosto de 2008), situação em que se encontra o Agravante - considerando que
o “teto” seria de R$3.906,00.

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Todavia, olhar apenas à “insuficiência de recursos” seria
limitar o alcance da norma jurídica e o próprio espírito democrático da Carta
Republicana 1988.

Em linhas gerais, Ada Pellegrini Grinover sublinha que “(...)


parece necessário rever o antigo conceito de assistência judiciária aos
necessitados, porque, de um lado, assistência judiciária não significa apenas
assistência processual, e porque, de outro lado, necessitados não são apenas
os economicamente pobres, mas todos aqueles que necessitam de tutela
jurídica” (GRINOVER, Ada Pellegrini. Assistência judiciária e acesso à justiça, cit.,
p. 21) - sem grifos no original.

No caso concreto o Agravante demonstrou não só a


insuficiência de recursos econômicos para arcar com as custas, as despesas
processuais e os honorários advocatícios, mas igualmente a necessidade de
obter a tutela jurídica capaz de reverter, ainda que neste momento, os danos
provocados a si pela conduta ilícita da Agravada, amplamente narrada na
peça vestibular.

Ainda, segundo Anselmo Prieto Alvarez: “Podemos


conceituar o instituto da assistência jurídica gratuita como o direito público
subjetivo da pessoa de ter acesso ao ordenamento jurídico de forma justa, assim
entendido como a viabilização da consultoria jurídica, assistência postulatória
judicial e administrativa, além da gratuidade processual e extraprocessual, a
serem prestadas pelos poderes constituídos, uma vez comprovada a
insuficiência de recursos ou ocorrida determinada situação jurídica de
impotência individual ou coletiva de salvaguarda de direitos ou interesses, que
seja de relevância à sociedade” (PRIETO ALVAREZ, Anselmo. O Estado social
democrático de direito no Brasil e a assistência jurídica integral e gratuita.
Revista dos Tribunais, São Paulo, v. 95, n. 848, p. 36-59, jun. 2006) – sem grifos no
original.

Sob o prisma do princípio da isonomia também se deve


observar a posição financeiro econômica das partes para aferir a necessidade
de concessão, ou não, da assistência jurídica gratuita e integral proposta pelo
texto constitucional.
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De um lado um servidor público municipal que aufere


mensalmente pouco mais de um salário mínimo líquido e, de outro,

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personalidade jurídica detentora de um capital social milionário.

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Com tantos recursos financeiros a Requerida certamente
terá em seu favor os mais vastos serviços judiciários do país, podendo explorar
todas as possibilidade jurídicas necessárias a defesa de seus interesses nos mais
diversos âmbitos do Poder Judiciário, enquanto o Autor, caso não concedida a
medida, deverá se contentar com a exploração comercial de sua imagem -
obtida de forma ilícita, frise-se - e de fatos processuais distorcidos e distantes da
realidade do caso. Essa realidade não deve prevalecer.

Ambos deverão ter acesso aos mesmos instrumentos


processuais, isto é, deverão litigar de modo isonômico, sob pena, ainda, de
obstaculizar o acesso à justiça cunhado no inciso XXXV do artigo 5º da CRFB/88.

São essas as conclusões que desaguam no pedido de


reforma da decisão interlocutória pela concessão dos benefícios da assistência
jurídica gratuita e integral ao Agravante, para poder atuar em Juízo com
paridade de armas na busca da justiça no caso concreto.

IV – DO EFEITO SUSPENSIVO

Como visto, o pedido de justiça gratuita, caso mantido seu


indeferimento, poderá tolher o acesso à justiça do Agravante que, ante a
incapacidade financeira, não verá seu pedido atendido e o processo será
extinto sem a análise de mérito exigida.

Assim, seria o caso de suspender o andamento do feito até


ulterior deliberação deste d. Juízo na forma do inc. I do art. 1.019 do CPC que
prescreve:

Art. 1.019. Recebido o agravo de instrumento no tribunal e distribuído


imediatamente, se não for o caso de aplicação do art. 932, incisos III
e IV , o relator, no prazo de 5 (cinco) dias:

I - poderá atribuir efeito suspensivo ao recurso ou deferir, em


antecipação de tutela, total ou parcialmente, a pretensão recursal,
comunicando ao juiz sua decisão;
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De tal sorte, pede o deferimento da suspensão do


processo principal.

V – DOS PEDIDOS E REQUERIMENTOS

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Preenchidos os requisitos de admissibilidade, seja o
presente agravo de instrumento conhecido deferindo-se, em atenção aos
fundamentos ventilados nesta peça recursal, a suspensão do processo até o
julgamento do agravo de instrumento (inc. I do art. 1.019 do CPC) quando,
então, serão apreciados os pedidos de concessão do benefícios processual
indeferido na origem.

No mérito, seja provido reformando a decisão de origem,


para conceder ao Agravante, à luz das provas constantes dos autos, os
benefícios da justiça gratuita previstos nos artigos 98 e seguintes do CPC.

Por fim, pede a intimação da Agravada para, querendo,


responder à presente interposição.

Nestes termos,
pede deferimento.

Franca/SP, 17 de abril de 2023.

Kátia Teixeira Viegas


OAB/SP 321.448

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