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UNIVERSIDADE ABERTA ISCED

FACULDADE DE DIREITO

“TRABALHO DE CAMPO”

DA ESCRITURA PÚBLICA PARA A VALIDADE DE ALGUNS ACTOS E CONTRATOS

Estudante: Dioclêncio Augusto Nhamposse

Código: 31210503

Xai-xai, Setembro de 2023


“TRABALHO DE CAMPO”

DA ESCRITURA PÚBLICA PARA A VALIDADE DE ALGUNS ACTOS E


CONTRATOS

Estudante: Dioclêncio Augusto Nhamposse

Código: 31210503

Trabalho de campo de Direito de Registo e Notariado

a ser submetido ao Curso de Coordenação de

Licenciatura em Direito no ISCED.

Xai-xai, setembro de 2023


INDICE
1. CAPITULO I: INTRODUÇÃO ............................................................................................................. 4
1.1. Justificativa ............................................................................................................................. 4
1.2. Objectivo geral ........................................................................................................................ 5
1.3. Objectivo específico ............................................................................................................... 5
1.4. Metodologia ........................................................................................................................... 5
2. CAPITULO II: REVISÃO LITERÁRIA DO TRABALHO DE CAMPO ......................................................... 6
2.2. Sistema jurídico no ordenamento jurídico Moçambicano. ................................................... 6
2.4. Modelo de Validade de alguns Atos e contratos no nosso ordenamento jurídico
moçambicano. .................................................................................................................................... 8
3. CAPITULO III: CONCLUSÃO .............................................................................................................. 9
4. CAPITULO IV: REFERENCIA BIBLIOGRÁFICA. ................................................................................. 10
1. CAPITULO I: INTRODUÇÃO

Uma escritura pública é um documento legalmente vinculativo que é elaborado e registrado por
um tabelião ou notário público, No mundo jurídico existem centenas de nomes e documentos que
todo mundo conhece na teoria, mas na prática ainda restam dúvidas sobre o que são e para que
servem. A escritura é uma delas, com dois modelos, a pública e a privada, muitas pessoas ainda
confundem seus usos e a diferença entre elas. Uma escritura pública é um documento legalmente
vinculativo que é elaborado e registrado por um tabelião ou notário público. É utilizado para
formalizar e comprovar a ocorrência de atos jurídicos importantes, tais como transações
imobiliárias, contratos de compra e venda, doações, partilhas de bens, constituição de sociedades,
entre outros. A escritura pública é um instrumento de segurança jurídica, uma vez que confere
autenticidade, validade e publicidade aos atos que registra. Ela é elaborada de acordo com as leis
e regulamentos aplicáveis e deve ser assinada pelas partes envolvidas, bem como pelo tabelião ou
notário responsável. Diferentemente de um contrato particular, a escritura pública possui força
executiva, o que significa que pode ser levada diretamente a um tribunal para cumprimento de suas
cláusulas, se necessário. Além disso, a escritura pública é um documento que faz parte do acervo
público e, portanto, pode ser consultada por qualquer pessoa interessada.

1.1. Justificativa
A racionalização de uma determinada parte de um ordenamento jurídico, seja pela codificação ou
consolidação de normas, é de fundamental importância para uma sociedade. Bevilaqua (1896, p.
6-7), ao comparar o direito escrito disperso em leis e o sistematizado em códigos, Ao defender o
pensamento sistemático, Canaris (1989, p. 22) justifica a ideia do sistema jurídico pelos princípios
da segurança jurídica e da justiça e suas concretizações no princípio da igualdade e na tendência
para a generalização. Após a análise de várias definições do conceito de “sistema”, Canaris (1989,
p. 12) conclui que duas características emergem: a ordenação e a unidade. Por exemplo, na acepção
de Savigny, “o sistema é a «concatenação interior que liga todos os institutos jurídicos e as regras
de Direito numa grande unidade»” (CANARIS, 1989, p. 10). As características de unidade e
ordenação devem nortear qualquer tentativa de consolidação ou codificação de normas jurídicas.

Nesse contexto, o estudo de princípios para a sistematização das normas jurídicas, utilizando uma
abordagem interdisciplinar e tendo em vista uma principiologia própria, que informa a
racionalização do ordenamento jurídico regulatório, passa a ser, assim, justificado

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1.2. Objectivo geral
O presente trabalho tem como objetivo principal apresentar e discorrer sobre a escritura pública
para a validade de alguns atos e contratos.

1.3. Objectivo específico


 Conhecer o conceito da escritura pública;
 Conhecer os requisitos da escritura publica, e quando e que se precisa a escritura publica;
 Apresentar as formas de validade de atos e contratos;
1.4. Metodologia
O presente trabalho teve como metodologia uma pesquisa bibliográfica e exploratória, onde com
auxílio da internet buscou-se manuais com intuito de ter uma visão nítida dos principais aspetos
inerentes ao tema, e com a leitura minuciosa do material adquirido no portal Google académico,
foi possível compilar o presente estudo

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2. CAPITULO II: REVISÃO LITERÁRIA DO TRABALHO DE CAMPO

2.1. ESCRITURA PÚBLICA PARA A VALIDADE DE ALGUNS ACTOS E CONTRATOS.


A legislação atualmente em vigor prevê a exigência da outorga de escritura pública para a validade
de alguns atos e contratos, exigência esta que acaba prejudicando a celeridade pretendida,
tornando-se, deste modo, necessário proceder a alterações à legislação vigente. Assim, ao abrigo
da alínea d) do n.° 1 do artigo 204 da Constituição e do artigo 1 da Lei n.° 5/2006, de 10 de Maio, o
Conselho de Ministros determina. A constituição de sociedades comerciais e civis sob forma
comercial, de associações e de fundações, a alteração dos respetivos pactos sociais ou estatutos e
a sua liquidação e dissolução, desde que não envolvam coisas imóveis, poderão ser feitas por
documento particular, dactilografado, em papel branco, sem rasuras, mediante a sua apresentação
para registo na respetiva Conservatória do Registo Comercial. O documento particular mencionado,
deve ser rubricado em todas as páginas e assinado por todos os participantes no ato, com
assinatura reconhecida presencialmente. Para efeitos de constituição da pessoa coletiva, o
Conservador verificará a identidade, capacidade e ou poderes de representação para o acto, de
todos os interessados. O Conservador da Conservatória onde se pretende registar ou está registada
a pessoa coletiva verificará se os estatutos da pessoa coletiva ou as alterações a registar estão de
acordo com a legislação em vigor e se se mostram cumpridos os demais requisitos legais previstos
para a prática do respetivo ato. Registado o ato, quando tal for exigido por lei, a Conservatória
procederá, de imediato, à remessa da respetiva certidão à Imprensa Nacional para efeitos de
publicação no Boletim da República, a expensas dos interessados, mediante a autenticação de cópia
do documento particular, donde conste a identificação dos participantes no ato.

2.2. Sistema jurídico no ordenamento jurídico Moçambicano.


O objetivo da criação do direito e do ordenamento jurídico é manter a promoção da justiça social,
através da criação de regras e normas jurídicas, difundindo conhecimento e sanções para aqueles
que não as cumpram. A expressão “ordenamento jurídico” está expressa na teoria e vocabulário
jurídicos, pressupondo uma integralização lógica das normas que o compõem, visando, ao final,
conferir à operacionalização do Direito uma maior eficácia e segurança. Tal pressuposto tem,
dentre suas finalidades, fundamentar e legitimar os processos de aplicação e interpretação do
Direito, ou seja, “dizer” o Direito nas situações concretas (e sociais) que lhe são demandadas, e que
implicam na sua própria forma de intervenção. Para isso, a perspetiva de um ordenamento jurídico
“integrado”, “coerente” e “completo”, como reivindica parte dos doutrinadores, afirma-se como
uma garantia de segurança e legitimidade, como finalidade última – a realização da justiça. Após
um longo período de guerrilha, Moçambique tornou-se independente de Portugal em 1975,

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adotando o regime comunista, com apenas um partido político (Frente de Libertação de
Moçambique – Frelimo), e mantendo relações próximas com Cuba e a extinta União Soviética.
Naquela época, segundo informou o procurador Ribeiro Cuna, o Judiciário tinha independência
apenas formal, visto que o Tribunal Popular Supremo editava instruções ou diretivas que deviam
ser cumpridas por todos os juízes, e os Tribunais Populares deviam prestar contas às Assembleias
do Povo. Em 1990 foi promulgada nova Constituição, adotando-se o sistema multipartidário e o
sistema capitalista. A Constituição de 1990 sofreu modificações em 2004 e logo ao início reconhece
o pluralismo jurídico, ou seja, a existência de vários sistemas normativos e de resolução de conflitos.
Isso significa que, atenta a uma realidade que une diversas etnias e culturas, a Carta Magna admite
a existência de formas de solução fora do sistema judicial do Estado. Procura-se, de forma
inteligente, conciliar o antigo, representando pelas práticas milenares das populações tradicionais,
com o novo, trazido, via Portugal, por novas práticas dos países da União Europeia, com ênfase ao
Estado de Direito e à proteção dos direitos fundamentais. A Constituição prevê a existência do
Tribunal Supremo, Tribunal Administrativo e Tribunais Judiciais. Na área dos Tribunais
Administrativos, existem cortes especializadas, por exemplo, em questões aduaneiras e fiscais, que
se reportam ao TA, e não ao TS. Além dos Tribunais Judiciários, há um Conselho Constitucional,
composto de sete juízes conselheiros, a quem compete o controlo de constitucionalidade das leis
e que, inclusive, atende consulta do Poder Executivo sobre a constitucionalidade de um projeto de
lei antes que ele seja promulgado. Portanto, não cabe aos Tribunais Judiciais reconhecer
inconstitucionalidade de leis. A magistratura de carreira é exercida por magistrados judiciais e
magistrados do Ministério Público. O ingresso é por concurso e depois faz-se um curso de um ano,
findo ao qual os participantes escolhem se serão juízes ou procuradores da República. A partir daí
seguirão carreiras diferentes e se subordinarão a conselhos diversos. O sistema prevê, ainda, no
artigo 216 da Constituição, juízes eleitos, que só atuam em primeira instância e sobre matéria de
fato. Esses juízes tem por principal função, facilitar acordos, explicar ao juiz de Direito os costumes
locais ou serem tradutores dos dialetos das partes ou testemunhas.

2.3. Formas e origem das escrituras públicas em Moçambique

A escritura pública é o nome atribuído às formalidades associadas à validade e exequibilidade de


determinada classe de atos ou contratos em Moçambique. A teoria por detrás da lei baseasse no
facto de que alguns atos ou contratos implicam determinadas consequências e as pessoas precisam
de ser alertadas para o significado dos seus atos. Por esta razão a lei insiste no cerimonial e na
participação do Notário.7 Como a lei considera a constituição de uma sociedade um ato que
acarreta consequências, o mesmo só pode ser feito por escritura pública – neste caso, uma escritura

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pública de constituição de sociedade. A terminologia usada neste contexto pode ser um tanto
confusa. Isto porque o mesmo termo – escritura pública – é usado para denominar pelo menos
duas coisas diferentes mas relacionadas. É usado normalmente para significar todo processo formal
de constituição, assim como o documento no qual aquele processo de constituição é registado de
forma abreviada.

Documentos necessários:

 Certidão negativa;
 Cópias dos documentos de identificação dos sócios (passaporte ou documento de
identificação de estrangeiros - DIRE);
 Prova do depósito do capital social inicial (talão de depósito bancário na conta aberta em
nome da futura empresa);
 Estatutos.
Escritura

 Submeter os documentos ao Notário para avaliação do valor da escritura (normalmente


10% do capital social);
 Marcar data para a celebração da escritura e fazer o pagamento da mesma;
2.4. Modelo de Validade de alguns Atos e contratos no nosso ordenamento jurídico
moçambicano.
O Novo Código Comercial de Moçambique (CCom) introduziu, de modo inovador, no ordenamento
jurídico moçambicano a figura contratual dos contratos de adesão. Embora se trate de uma
realidade jurídica há muito sedimentada pela prática da actividade comercial moçambicana esta
matéria ainda não havia sido objeto de tratamento legislativo específico. Os contratos de adesão
correspondem a uma das mais notórias manifestações jurídicas da moderna prática económica e
social a que o legislador moçambicano, em período de reformas legislativas, não poderia
necessariamente ter ficado alheio, tanto mais que esta é uma temática há muito tratada e legislada
nos ordenamentos jurídicos com afinidades a Moçambique.2 A contratação por adesão é comum
em diversos segmentos da actividade comercial moçambicana: por exemplo, e entre muitos outros
sectores, nos seguros, nos transportes aéreos, marítimos e terrestres de pessoas ou mercadorias,
nas operações bancárias, na venda ou aluguer de bens dos mais diversos tipos ou serviços, no
fornecimento de água, eletricidade, telefone, e Internet.

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3. CAPITULO III: CONCLUSÃO

A escritura pública possui diversas finalidades e serve para garantir a segurança jurídica de
diferentes tipos de atos e transações, Algumas das principais finalidades da escritura pública são a
Transferência de propriedade imobiliária, Constituição de direitos reais, Formalização de contratos
complexos, Doações e partilhas de bens, Constituição de empresas. Em geral, seu objetivo é
conferir validade, segurança e publicidade aos atos e negócios jurídicos, garantindo a proteção dos
direitos das partes envolvidas.

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4. CAPITULO IV: REFERENCIA BIBLIOGRÁFICA.

Seminário Judicial e Gestão da Investigação Criminal, promovido pelo Pacedi em Maputo,


29/9/2017.

www.portaldogoverno.gov.mz/por/Media/Constituição-da-Republica, acesso 28/9/2017.

www.csmj.gov.mz/images/documentos_pdf/Lei72009de11deMarcoestatutodosmagistradosjudici
ais.pdf, acesso em 28/9/2017.

www.csmj.gov.mz/index.php/csmj/apresentação-institucional, acesso 29/9/2017.

Jornal Notícias, Nampula, 28/9/2017, p. 5.

www.ministeriopublico.pt/iframe/estatuto-do-ministério-publico, acesso 29/9/2017.

www.pgr.gov.mz/index.php/conselho-superior-da-magistratura-do-ministerio-publico

https://www.portaldogoverno.gov.mz › Licenciamentos

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