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Doenças do Trato Gastrointes/nal

Superior
Profª: Raphaela Costa
Mestra em Nutrição -UFAL
Pós-graduada em Nutrição clínica e fitoterapia
Doutora em ciências da saúde - UFAL
CASO CLÍNICO 1

Paciente S.L.C., sexo masculino, 51 anos, policial civil, interno nesta unidade em POI de tratamento cirúrgico de refluxo
gastroesofágico por vídeo, procedimento sem intercorrências. Nega comorbidades, desconhece alergias/intolerâncias
alimentares. Nega etilismo ou tabagismo. Durante a visita refere não aceitar a dieta líquida sem resíduos, por certeza
de que irá sentir dor. Afirma diurese presente e dejeções intestinais ausentes neste dia (hábito de evacuar a cada dois
dias, em pequena quantidade). Em anamnese, identifico diversas restrições alimentares auto impostas, por medo de
sintomas – refere ter feito diversas pesquisas no google. Relata perda de 17kg (26,15% do peso corporal) desde o
diagnóstico do refluxo (há cerca de 3 meses). Medicamento em uso: cefalotina IV 6/6h.

Ao exame físico: leves sinais de desidratação, hipocorado (+/4+), depleção moderada da musculatura temporal e da
bola de bichart, ombros quadrados, moderada depleção adiposa e muscular em MMII, abdômen plano, depleção
moderada de quadríceps, livre de edemas em MMSSII.

DADOS ANTROPOMÉTRICOS DADOS BIOQUÍMICOS


Peso habitual 65kg Parâmetro Resultado Valor de referência
Peso atual 48kg Hb 12,8 12 – 18 g/dL
Altura 1,60m Na 142 135 – 150 mEq/L
IMC 18,75kg/m² PCR 0,5 Até 0,3 mg/dL
CB 26,4cm (81,73% de adequação) Ureia 46 10 – 50 mg/dL
CASO CLÍNICO 2

• Paciente, 29 anos, sexo feminino. Semana passada foi a consulta médica reclamando de desconforto do TGI
superior e, assim foi encaminhado para o nutricionista. Relata recorrentes episódios de azia no meio da
noite. Paciente ocasionalmente também sente azia logo após o consumo de refeição e alimentos específicos.
Após avaliação endoscópica e biopsia diagnosmcou-se hérnia hiatal, gastrite com infecção por H. pylori.
• Bioquímica: anemia ferropriva
• Preferências alimentares: embumdos, enlatados, massas, chocolate integrais; margarina, refrigerante, alface
e café.

DADOS ANTROPOMÉTRICOS
Peso habitual 69kg
Peso atual 90kg
Altura 1,75m
CASO CLÍNICO

§ Com atuar em cada caso?

§ Quais os pontos que mais chamam atenção na avaliação dele?

§ Qual seria os objetivos e condutas?

§ Quais orientações nutricionais?


TRATO GASTOINTESTINAL

Tubo longo e oco com luz dentro do corpo e paredes com interface entre os meios interno e
externo, não permitindo a entrada de agentes lesivos nem a saída de líquidos corpóreos quando
intacto, e resistente aos efeitos das próprias secreções
TRATO GASTROINTESTINAL
DOENÇAS TRATO GASTROINTESTINAL SUPERIOR
CAVIDADE ORAL
CAVIDADE ORAL

Eventos:
• Mastigação
-mistura do alimento
com a saliva (início da
digestão)
-Reduz o tamanho das
partículas alimentares
• Deglutição
DOENÇAS DA CAVIDADE ORAL

•Cárie dentária
•Gengivite
•Infecção de Vicent
•Periodon7te
•Úlcera a:osa

ALTERAÇÕES DA LÍNGUA
•Língua geográfica
•Língua saburrosa
•Língua pilosa negra
•Glossite
DOENÇAS DA CAVIDADE ORAL

Cárie dentária:doença oral infecciosa na qual ácidos orgânicos produzidos pelo organismos
orais levam a desmineralização gradual do esmalte do dente

Interação de bactérias e constituintes salivares com carboidratos dietéticos fermentáveis no


biofilme aderente da superfície dentária.

Rossi, Luciana. Tratado de nutrição e dietoterapia, 2019


FORMAÇÃO DA CÁRIE
ETIOLOGIA DA CÁRIE

• Susceptibilidade do hospedeiro portador ou da superfície do dente


• Microorganismos: Streptococus ou lactobacillus na placa dental ou na cavidade oral.
• Dietas com CH FERMENTÁVEIS que serve como substratos para bactérias
• Tempo de duração na boca para a bactéria metabolizar os CH FERMENTÁVEIS, resultando na
produção de ácidos que levam a redução do pH (<5)
CARIOGENICIDADE DOS ALIMENTOS

Alimentos Cariogênicos: CH Fermentáveis (pH <5,5)


Alimentos Cariostámcos: ovos peixes, carnes, galinha e hortaliças
Anmcariogênicos: Xilitol ( Impede que a placa reconheça um alimento acidogênico),
chá-verde, maçã, sementes de uva vermelha, chicória, cogumelos, cranberry, extrato
aquoso de alho, extrato de cacau e própolis
TRATAMENTO NUTRICIONAL

•VET: de acordo com as necessidades do paciente


•CARBOIDRATOS: normo a hipoglicídica, com restrição de
dissacarídios, principalmente sacarose.
•PROTEÍNAS: Hiper para restauração das células epiteliais e pela
função cariostámca
•LIPÍDIOS:normo a hiper pela ação cariostámca elubrificação da
cavidade oral
•VITAMINAS e MINERAIS: ajustadas as necessidades do paciente,
VIT A (reepitelização da denmna) VIT D ( absorção de cálcio e
fósforo).
•LÍQUIDOS: hiper-hídrica para facilitar a hidratação e limpeza
•EDUCAÇÃO NUTRICIONAL
DOENÇAS DA CAVIDADE ORAL

Periodontais: doenças que variam de moderadas (como gengivites) a graves


(como periodontites e infecção de Vincent), as quais resultam em destruição do
tecido de suporte periodontal e posterior perda dentária.

Tratamento
GENGIVITE
Processo inflamatório agudo ou sub-agudo ou crônico,
• Antioxidantes necrotisante e hemorrágico.

• Vitamina D
INFECÇÃO DE VINCENT
• Cálcio Doença inflamatória aguda das gengivas, as vezes
acompanhada de dor, sangramento, febre e
linfoadenopatia
• Magnésio
• Probióticos
Rossi, Luciana. Tratado de nutrição e dietoterapia, 2019
DOENÇAS DA CAVIDADE ORAL

Doenças Periodontais

VET: de acordo com as necessidades do paciente


•PROTEÍNAS: Hiper para colaborar na redução do processo
inflamatório, cicatrização e necessidades aumentadas
•CARBOIDRATOS: normo, sem CHO simples evitando a fermentação
•LIPÍDIOS: normolipídica
•VITAMINAS e MINERAIS: ajustadas as necessidades do paciente, destaque para
Ferro(anemia), zinco(cicatrização), sódio(dor), vit A, B6, C e folato.
•LÍQUIDOS: hiper-hídrica para evitar hipohidratação que é muito comum nesta patologia
•Caldos e purinas : isento evitando excitação da mucosa
•Consistência: Líquida completa ou pastosa evitando sensação de saciedade precoce
DOENÇAS DA CAVIDADE ORAL

Mucosite: feridas e lesões que surgem na boca e na garganta, causando dor e desconforto
ao se alimentar .

Tratamento

• Individualizar a dieta adaptando-a quanto a consistência, sabor, acidez e temperatura;


• Realizar refeições frequentes com pouco volume, favorecendo o consumo de alimentos ricos em proteínas
e calorias;
• Excluir da dieta alimentos irritantes à mucosa oral, como aqueles com alto teor de sal, apimentados e
ácidos, além de álcool;
• Encorajar o consumo de bastante líquido ao longo do dia (de 2 a 3 ℓ por dia)
DOENÇAS DA CAVIDADE ORAL

Estomatite: lesões ulcerosas na cavidade oral,de ocorrência comum,


sendo muitas vezes chamadas de“aftas”. Podem estar associadas a
traumas, reações imunomediadas ou infecções.

Causas Dietoterapia

Uso de medicamentos, alimentos


Ajustada as necessidades do paciente, fármacos em uso,
irritantes, intolerâncias e alergias deve-se evitar frutas oleaginosas e cítricas, chocolate e
alimentares, deficiências
concentrados em sacarose para minimizar excitação da
nutricionais (folato, vitamina mucosa.
B12, ferro), infecções e qualquer
outra situação capaz de causar
imunodepressão
DOENÇAS DA CAVIDADE ORAL

Glossite: Consiste numa lesão numa área central bem demarcada,não


ulcerada,com discreta sintomatologia no terço médio da
língua,considerada benigna;

Causas Dietoterapia
• Anemia
• Desnutrição
• Sepse Dieta deve ser líquida completa ou pastosa, hiperprotéica,
• Fumo normolipídica e normoglicídica, fracionada, com restrição a
• Álcool condimentos picantes ajustada as condicoes do paciente
• Condimentos
• Interacões medicamentosas
DOENÇAS DA CAVIDADE ORAL

Monilíase: lesões esbranquiça das que não desprendem facilmente.


Candidíase que pode ocorrer isoladamente ou associada a uma doença
imunossupressora;
conhecida popularmente como sapinho, é uma infecção causada por um
fungo chamado candida albicans

Rossi, Luciana. Tratado de nutrição e dietoterapia, 2019


DOENÇAS DA CAVIDADE ORAL

Língua geográfica: glossite migratória benigna ou eritema migratório, é uma


alteração que provoca o surgimento de manchas vermelhas, lisas e
irregulares na língua, formando uma imagem que se parece com um mapa
geográfico, de causa desconhecida
DOENÇAS DA CAVIDADE ORAL

Xerostomia: diminuição ou ausência de secreção salivar, amnge mais de 70%


dos idosos e provoca alterações de paladar, dificuldade de masmgação,
deglumção e digestão e a aceleração da deterioração dos dentes

Tratamento

Dieta hiper hídrica com líquidos ácidos e cítricos, alimentos condimentados, com muito aroma
esmmulantes do apemte.
DOENÇAS DA CAVIDADE ORAL

Língua saburrosa: camada esbranquiçada chamada de saburra. Está


localizada geralmente na parte anterior da língua. É consmtuída de células
epiteliais, muco, leucócitos, restos de alimento, bactérias e fungos

Causa Tratamento

Patologias digesmvas Cuidado Nutricional deve ser Ajustado as condições do


principalmente a gastrite paciente, a doença de base e a, medicação, sem concentração de
dissacarídeos
DOENÇAS DA CAVIDADE ORAL

Lingua papilosa negra:


Processo reamvo resultante de vários fatores, entre eles radioterapia para
câncer da cabeça ou pescoço, anmbiomcoterapia prolongada, má higiene
oral e uso abusivo do fumo

A super|cie da face dorsal da língua apresenta-se aveludada e negra, em


consequência ao crescimento e alongamento das papilas filiformes e da
colonização destas por bactérias cromatogênicas, que dão a coloração
escura
ESÔFAGO
ESÔFAGO

• O esôfago - tubo muscular (25cm)


que estende-se do es|ncter superior
até sua transição entre o esôfago e o
estômago;
• Divide-se em esôfago cervical,
esôfago torácico e esôfago
abdominal;
• Apresenta tecido epitelial dismnto do
estômago;
• A presença de alimento no esôfago
esmmula a amvidade peristálmca.
ESÔFAGO
ESOFAGITE

Inflamação da mucosa esofágica, decorrente do refluxo do


conteúdo acidopéptico gástrico.

Diminuição na pressão do EEI

Controle da pressão do EEI é feito pelos sistemas nervoso e humoral:


Gastrina à aumenta a pressão
Colecistocinina (CCK) e a secretina à diminuem
ESOFAGITE
ESOFAGITE
ESOFAGITE
ESOFAGITE
ESOFAGITE
ESOFAGITE

CONSEQUENCIAS

Sangue oculto nas fezes ou melena (2%)

Úlcera pépmca de esôfago (5%) – Úlcera de Barret (8-20%) é uma doença na


qual há uma mudança anormal (metaplasia) nas células da porção inferior
do esôfago.

Estenose pép0ca - estreitamento patológico de um conduto,


canal ou ori=cio – nflamação crônica da mucosa(cicatricial) (8-
20%)

Mortalidade: 0,1/100.000
ESOFAGITE
ESOFAGITE

RÁPICOS
Evitar a dor e a irritação do esôfago
na fase aguda

Auxiliar na prevenção do refluxo


gastroesofágico

Reduzir a acidez do conteúdo


gástrico

Corrigir e manter o peso saudável


ESOFAGITE

Recomendações nutricionais
• Valor energémco: suficiente para manter o peso ideal
• Lipídeos: evitar alimentos e preparações gordurosas, pois os lipídios
liberam CCK
• Consistência da dieta na fase aguda deve ser líquida ou semi-líquida
com evolução até livre
• Fracionamento: 6 a 8 refeições em pequenos volumes
• Líquidos devem ser ofertados entre as refeições para reduzir o
volume ingerido.
ESOFAGITE

Recomendações nutricionais
1. Evitar alimentos ácidos (frutas cítricas e tomates)
2. Evitar alimentos condimentados (pimenta vermelha ou preta)
3. Evitar alimentos carmina0vos (menta)
4. Evitar alimentos que reduzem a pressão do EEI (chocolate, café,
bebidas derivadas de cola, chá mate e preto, alho, cebola e
canela)
5. Evitar alimentos aumentam a secreção ácida (alto teor de purinas)
6. Consumir dieta leve (pobre gordura)
7. Fazer pequenas refeições com maior frequência
ESOFAGITE

ORIENTAÇÕES GERAIS
Não se deitar depois de comer (2h)

Elevar a cabeceira da cama

Reduzir ou evitar fumo e álcool

Umlizar anmácidos para reduzir a acidez


gástrica

Perder peso (sobrepeso ou obesidade)

Evitar o uso de roupas apertadas


ESOFAGITE
ESOFAGITE
ESOFAGITE
DOENÇA DO REFLUXO GASTROESOFÁGICO

Doença crônica mais comum do sistema digestório, definida pela ocorrência de, pelo menos, um episódio
semanal de pirose e/ou regurgitação, resultado do fluxo retrógrado do conteúdo estomacal no esôfago,
orofaringe e/ou trato respiratório

CLASSIFICAÇÃO
Distúrbio sensorimotor associado à
disfunção do mecanismo antirrefluxo:
• DRGE não erosiva (DRGENE) mudanças na fisiologia normal ou
• Esofagite erosiva (EE) excesso de produção de ácido gástrico

Rossi, Luciana. Tratado de nutrição e dietoterapia, 2019


DOENÇA DO REFLUXO GASTROESOFÁGICO
DOENÇA DO REFLUXO GASTROESOFÁGICO
DOENÇA DO REFLUXO GASTROESOFÁGICO
DOENÇA DO REFLUXO GASTROESOFÁGICO

Rossi, Luciana. Tratado de nutrição e dietoterapia, 2019


DOENÇA DO REFLUXO GASTROESOFÁGICO

Rossi, Luciana. Tratado de nutrição e dietoterapia, 2019


DOENÇA DO REFLUXO GASTROESOFÁGICO
DOENÇA DO REFLUXO GASTROESOFÁGICO
DOENÇA DO REFLUXO GASTROESOFÁGICO
DOENÇA DO REFLUXO GASTROESOFÁGICO

Recomendações nutricionais
• Valor energé0co: suficiente para manter o peso ideal
• Carboidrato: normoglicídica
• Proteína: rica em proteínas para es0mular a secreção de gastrina e
cicatrização
• Lipídeos: normolipídica, evitar alimentos e preparações gordurosas, pois
os lipídios liberam CCK
• Fracionamento: 6 a 8 refeições em pequenos volumes
• Líquidos devem ser ofertados entre as refeições para reduzir o volume
ingerido
• Evitar alimentos de di=cil diges0bilidade, flatulentos e fermentáveis devido
ao aumento da pressão intra abdominal
Rossi, Luciana. Tratado de nutrição e dietoterapia, 2019
DOENÇA DO REFLUXO GASTROESOFÁGICO

Outras Recomendações
• Evitar o uso de roupas apertadas
• Não deitar ou carregar peso após as refeições
• Elevar a cabeceira da cama com blocos de madeira de 15-20cm
• Evitar cigarro
• As vezes é necessário intervenção cirúrgica se o paciente não for
responsivo ao tratamento após seis semanas e avaliação
ESOFAGO DE BARRET

• DRGE CRÔNICA
§ subsmtuição de epitélio escamoso esofágico por
• epitélio colunar (Metaplasia Intesmnal)
• §caracterísmca de “Epitélio especializado”
• §na endoscopia, tem uma cor rosa salmão „pica e é uma mistura de
epitélio intesmnal (células caliciformes) com células foveolares
gástricas.
ESTENOSE ESOFÁGICA

Diminuição do calibre é causada normalmente por ingestão de substâncias químicas, hérnia hiatal
deslizante, neoplasia ou esofagite por refluxo

TRATAMENTO

• Dilatação com balão sem fluoroscopia


ACALASIA

DISTÚRBIO MUSCULAR

ETIOLOGIA DESCONHECIDA

CAUSADA PELA DIMINUIÇÃO DA INERVAÇÃO


COLINÉRGICA DA MUSCULATURA ESOFÁGICA

FALÊNCIA DO EEI PARA RELAXAR E ABRIR DURANTE A


DEGLUTIÇÃO

REDUÇÃO DA PERISTALSE
ACALASIA
ACALASIA

1. Durante a alimentação o esôfago passa a acumular os líquidos


ingeridos e com a pressão da gravidade ocorre a abertura do EEI.
Passando pequenas porções do volume para o estômago.
2. Caso o alimento não passe e se acumule no esôfago, este será
devolvido como regurgitação.
3.Nos distúrbios de mo0lidade a tendência é que a disfagia piore,
chegando a permi0r apenas a ingestão de líquidos.
ACALASIA

SINTOMAS

• Disfagia tanto para líquidos quanto para


sólidos – 90%
• Regurgitação de alimentos ingeridos – 75%
• Perda de peso – 60%
• Dor retroestenal – 40%
• Tosse noturna – 30%
ACALASIA

CONSEQUENCIA NUTRICIONAL

Dificuldade para se alimentar

Menor ingestão quantitativa


e qualitativa

DESNUTRIÇÃO
ACALASIA

OBJETIVOS DA DIETOTERAPIA

Adaptar a dieta ao grau de


disfagia
Promover a recuperação
nutricional
ACALASIA

CARACTERÍSTICA

Normo/Hipercalórica- ajustado as necessidades do paciente

Hiperproteica, normolipídica, normoglicídica

Avaliar disfagia - Dieta líquida

•Fracionamento aumentado, volume reduzido e concentrado.

•Isenta de caldos concentrados em purinas


VARIZES ESOFÁGICAS

São pequenas veias esofágicas que ficam distendidas, podendo sofrer ruptura por causa do aumento da pressão no
sistema portal
VARIZES ESOFÁGICAS

TRATAMENTO OBJETIVOS

• Ligadura em banda • Evitar a piora dos sintomas


• Agentes vasoativos • Evitar a ruptura das varizes

DIETOTERAPIA

• Evitar o consumo de alimentos secos ou grandes


pedaços
• Tolerar 5-6 pequenas refeições de alimentos mais
brandos para liquido (de acordo com tolerância)
• Normo/hiper-protéica; Normoglicídica; Lipídios:
ajustada ao quadro clínico
DISFAGIA

Um distúrbio na deglutição e/ou no potencial da habilidade de engolir


que acarreta prejuízos na segurança, na eficiência e na qualidade de
ingerir alimentos sólidos e líquidos, caracterizada pela incapacidade
em transferir efetivamente alimentos ou líquidos da boca para o
estômago.

Disfagia, portanto, é um distúrbio no mecanismo de deglutição.

• Anatômicas à alterações na orofaringe e/ou no


esôfago.
• Fisiopatológicas à doenças estruturais e orgânicas

Rossi, Luciana. Tratado de nutrição e dietoterapia, 2019


DEGLUTIÇÃO NORMAL X DEGLUTIÇÃO
ALTERADA (DISFAGIA)

h‡ps://www.youtube.com/watch?v=uaaSe11G3zQ
DEGLUTIÇÃO

Passagem do bolo alimentar e de líquidos através da cavidade oral, da faringe e do esôfago para o estômago em
uma velocidade apropriada

1 – FASE ORAL (FASE PREPARATÓRIA) à voluntária


• Entrada do alimento na cavidade oral
• Mastigação e formação do bolus
2 – FASE OROFARÍNGEA
• Elevação e propulsão do bolus pela língua à faringe.
• Elevação do palato mole para ocluir a nasofaringe.
• Movimentação da epiglote para trás e para baixo para oclusão.
• Interrupção da respiração.
• Encurtamento da faringe.

World Gastroenterology Organisation Practice Guidelines, 2014


DEGLUTIÇÃO

3- FASE ESOFÁGICA
• Relaxamento do es|ncter superior do esôfago (ESE);
• Passagem do bolus para o esôfago;
• Contração sequencial do esôfago;
• Relaxamento do es|ncter inferior do esôfago (EIE);
• Chegada do bolus ao estômago.

World Gastroenterology Organisation Practice Guidelines, 2014


DEGLUTIÇÃO
CLASSIFICAÇÃO DA DISFAGIA

Tipo de Orofaríngea/ disfagia alta Esofágica/ disfagia baixa


disfagia

Anormalidades que afetam o mecanismo neuromuscular de controle do


Definição Distúrbios que afetam o esôfago
movimento do palato, faringe e es=ncter esofágico superior

Dificuldade em iniciar o ato de deglu0ção, na transferência de alimentos Dificuldade na transferência do bolo


Sintomas
da boca para o esôfago alimentar pelo esôfago

Distúrbios de mo0lidade: acalasia,


Relacionado ao SNC: derrame, doença de Parkinson, esclerose múl0pla,
escleroderma, espasmos esofágicos
neoplasias
Obstruções mecânicas: neoplasias,
Causas Distúrbios neuromusculares: miastenia grave, poliomielite bulbar,
estreitamento pép0co, lesões vasculares,
neuropa0a periférica
lesões esofágicas induzidas por
Lesões estruturais locais: abscessos, diversculo de Zenker
medicamento
Rossi, Luciana. Tratado de nutrição e dietoterapia, 2019
DISFAGIA OROFARÍNGEA - ETIOLOGIA
DISFAGIA OROFARÍNGEA - ETIOLOGIA
DISFAGIA ESOFÁGICA - ETIOLOGIA

DOENÇAS DA MUCOSA

§ DRGE (estenose péptica)


§ Anéis e teias esofágicas (disfagia sideropênica ou síndrome de Plummer-Vinson)
§ Tumores esofágicos
§ Lesão cáustica (por exemplo, ingestão de desinfetante, esofagite medicamentosa,
escleroterapia de varizes)
§ Lesão por radiação
§ Esofagite infecciosa
SINTOMATOLOGIA DA DISFAGIA

§ Dificuldade em iniciar a deglumção


§ Regurgitação nasal
§ Tosse
§ Fala anasalada
§ Engasgamento
§ Halitose – presente em pacientes com diver„culo de zenker voluoso (faringe), com resíduos
alimentares e também na acalasia severa e obstrução crônica, com acúmulo de resíduos
alimentares em decomposição na luz esofágica
A longo prazo:
§ Perda de peso involuntária (mais do que 10% ao longo de 6 meses)
§ Infecções pulmonares recorrentes ou pneumonia
DIAGNÓSTICO DA DISFAGIA
Vídeofluoroscopia

https://www.youtube.com/watch?v=CjLvG7rz684
DISFAGIA

DESNUTRIÇÃO E DESIDRATAÇÃO ASPIRAÇÃO

ALTERAÇÃO DA
MM IMUNOCOMPROMETIDOS
CICATRIZAÇÃO

PNEUMONIIA
ALTERACÃO
DIMINUIÇÃO DA FUNCIONAL RISCO DE INFECÇÃO
CAPACIDADE DE
DEGLUTIÇÃO
DISFAGIA NO IDOSO

DIMINUIÇÃO ABERTURA DIMINUIÇÃO DA SECREÇÃO


DO ESFINCTER ESOFÁGICO DA SALIVA

AUMENTO DO TEMPO DO DIMINUIÇÃO DA PERISTASE


BOLO ALIMENTAR FARÍNGEA

DESNUTRIÇÃO E DESIDRATAÇÃO

I Consenso Brasileiro de Nutrição e Disfagia em Idosos hospitalizados, 2011


PROTOCOLO PARA DISFAGIA

• Protocolo de Avaliação do Risco para Disfagia (PARD)


- Protocolo de triagem.
- Auxilia o fonoaudiólogo a identificar e interpretar a alteração na
dinâmica da deglutição.

• Protocolo de Introdução e Transição da Alimentação por Via Oral


(PITA)
-Propor diferentes níveis de dieta por via oral e consistências de
líquidos para pacientes com disfagia
• Doss – Dysphagia Outcome Severity Scale
Rossi, Luciana. Tratado de nutrição e dietoterapia, 2019
DIETOTERAPIA NA DISFAGIA

Doss – Dysphagia Outcome Severity Scale


• Nível 7: dieta geral;
• Nível 6: dieta geral, com mais tempo para realizar a refeição;
• Nível 5: dieta branda assisFda;
• Nível 4: dieta branda ou semi-sólida, assisFda e com auxílio, caso seja
necessário;
• Nível 3: dieta semi-sólida ou pastosa, assisFda e com uFlização de estratégias
especiais/manobras durante a alimentação;
• Nível 2: uso parcial de dieta via oral, sendo mais indicada dieta pastosa,
assisFda, e com uso de manobras compensatórias de degluFção;
• Nível 1: restrição total de dieta via oral

O'Neil KH, Purdy M, Falk J, Gallo L. The dysphagia outcome and severity scale. Dysphagia.1999;14(3):139-45.
DIETOTERAPIA NA DISFAGIA

PARD

Nível I | Deglutição normal. Normal para líquido e pastoso em todos os itens avaliados. A alimentação por via oral é recomendada.
Nível II | Deglutição funcional. São esperadas compensações espontâneas de dificuldades leves em uma consistência pelo menos, com ausência de sinais de risco de aspiração. A alimentação
por via oral é recomendada, mas pode ser necessário tempo adicional para esta tarefa.
Nível III | Disfagia orofaríngea leve. Distúrbio de deglutição presente, com necessidade de orientações específicas dadas pelo fonoaudiólogo durante a deglutição. Necessidade de pequenas
modificações na dieta; tosse e/ou pigarro espontâneos e eficazes; leves alterações orais com compensações adequadas.
Nível IV | Disfagia orofaríngea leve a moderada. Existência de risco de aspiração, que pode ser reduzido com manobras e técnicas terapêuticas. Necessidade de supervisão esporádica para
realização de precauções terapêuticas; sinais de aspiração e restrição de uma consistência; tosse reflexa fraca e voluntária forte. O tempo para a alimentação é significativamente aumentado e a
suplementação nutricional é indicada.
Nível V | Disfagia orofaríngea moderada. Existência de significante risco de aspiração. Alimentação oral suplementada por via alternativa, sinais de aspiração para duas consistências. O
paciente pode se alimentar de algumas consistências por meio de técnicas específicas para minimizar o potencial de aspiração e/ou facilitar a deglutição, com necessidade de supervisão. Tosse reflexa
fraca ou ausente.
Nível VI | Disfagia orofaríngea moderada a grave. Tolerância a apenas uma consistência com máxima assistência para uso de estratégias, sinais de aspiração com necessidade de múltiplas
solicitações de clareamento, aspiração de duas ou mais consistências, ausência de tosse reflexa, tosse voluntária fraca e ineficaz. Se o estado pulmonar do paciente estiver comprometido, é necessário
suspender a alimentação por via oral.
Nível VII | Disfagia orofaríngea grave. Impossibilidade de alimentação por via oral. Engasgo com dificuldade de recuperação; cianose ou broncospasmos; aspiração silente para duas ou mais
consistências; tosse voluntária ineficaz; inabilidade de iniciar deglutição.
DIETOTERAPIA NA DISFAGIA

PITA

Nível de modificação da dieta


•Nível 1: alimentos pastosos homogêneos (sem pedaços), muito coesivos, que requerem pouca habilidade de
mastigação. Entre eles: purês de frutas, geleias, purês de legumes, cremes ou sopas cremosas peneiradas etc.
•Nível 2: alimentos pastosos heterogêneos (pastosos com pedaços), coesivos, misturados, que requerem pouca
habilidade de mastigação. Entre eles: sopas cremosas com pequenos pedaços de legumes bem cozidos ou
macarrão, carnes moídas ou desfiadas misturadas a purês, frutas amassadas, vitamina de frutas sem peneiramento
etc. Esse nível exclui pães, bolachas e outros alimentos sólidos que não estejam misturados a cremes ou purês
•Nível 3: alimentos semissólidos, macios, que requerem maior habilidade de mastigação, como frutas picadas,
massas, carnes desfiadas, legumes bem cozidos, arroz papa, pão de forma, pão de leite etc. Exclui grãos soltos,
pães duros, verduras e outros alimentos de difícil mastigação ou que tendam a dispersar-se em cavidade oral
•Nível 4: dieta regular, inclui todos os alimentos, de qualquer textura sólida. Entre eles: vegetais crus, carnes,
saladas, pães, grãos etc
DIETOTERAPIA NA DISFAGIA

Obje7vos

• Assegurar uma hidratação adequada


• Manter ou recuperar o estado nutricional do paciente, por meio
de alimentos que minimizem o risco de asfixia ou aspiração e o
desconforto @sico, social e emocional associado à disfagia
• Adaptar a dieta as condições do paciente
• Facilitar uma alimentação segura e independente
DIETOTERAPIA NA DISFAGIA

• Consistência da alimentação
• Terapia nutricional enteral deve ser indicado (risco de aspiração
e gravidade da disfagia)
• Espessamento de líquidos.
• Adição de alimentos fontes de ácido cítrico
• Evitar alimentos que causem engasgo ou que sejam de difícil
manejo, alimentos secos ou quebradiços/tostados ou alimentos
que possam ser facilmente aspirados
• Evitar alimentos pegajosos, excessivamente doces que
aumentam a salivação e bebidas carbonatadas
DIETOTERAPIA NA DISFAGIA

Fluxograma de avaliação de TN

Guideline da ESPEN de 2004


DIETOTERAPIA NA DISFAGIA

Escolha da via de administração

Situações não graves Situações graves

Via oral 100% TNE Adequar dieta com as devidas


modificações e texturas e
75%TNE + 25%VO cuidado na hidratação

50%TNE + 50%VO

25%TNE + 75%VO

100% Via oral


DIETOTERAPIA NA DISFAGIA

Consistência dos líquidos

Namonal Dysphagia Diet: Standardizamon for Opmmal Care


DIETOTERAPIA NA DISFAGIA
ESTÔMAGO
ESTÔMAGO

• Estômago, uma bolsa muscular situada no abdômen superior


sob o |gado e o diafragma.

• O volume gástrico é de cerca de 50 mL quando vazio, podendo


expandir-se para cerca de 4 L.

• Entrada do estômago – junção gastroesofágica, circundada por


um anel denominado esWncter esofágico inferior ou esWncter
cárdico, que sob contração, isola o estômago do esôfago.

• O esWncter pilórico regula o fluxo do conteúdo gástrico


para dentro do duodeno.
ESTÔMAGO

Capacidade de atuar como reservatório de substâncias alimentares, secreção ácida, secreção


enzimática e motilidade do sistema digestório

SECREÇÃO GÁSTRICA
• Principais secreções: HCl, pepsinas, fator intrínseco, muco e bicarbonato,
gastrina.

• HCl ou ácido clorídrico (glândulas oxínicas) – “mata” a maior parte dos microorganismos e ativa
o pepsinogénioà pepsinas;

• Fator intrínseco – liga-se a vitamina B12 e permite que ela seja absorvida no íleo;

• Gastrina – liberada pelas células G no antro gástrico, promove a secreção do HCl e do


pepsinogênio;
SECREÇÃO GÁSTRICA

• • Glândulas oxínticas – localizam no fundo e no corpo,


• possuem células parietais que são produtoras de HCL, pepsinogênio, fator
intrínsicoe
muco;

• • Glândulas pilóricas – porção antral do estômago –


secretoras de muco (bastante alcalino que neutraliza o ácido) .
ESTÔMAGO

CAMADAS DA PAREDE GÁSTRICA

Mucosa

Submucosa

Muscular

Serosa
GASTRITE

Inflamação da mucosa gástrica

Podendo ter curta duração e desaparecer


sem deixar sequelas, ou mesmo durar
meses ou anos, atrofiando assim a mucosa.

Rossi, Luciana. Tratado de nutrição e dietoterapia, 2019


CLASSIFICAÇÃO DA GASTRITE

AGUDA
• Início rápido da inflamação.

CRÔNICA
• Ocorre durante um período de meses a décadas, com
melhoras ou agravamento dos sintomas.
• Promove ACLORIDRIA e redução de produção de FATOR
INTRÍNSECO.
• Definida histologicamente pela atrofia crônica
progressiva da mucosa gástrica.
GASTRITE AGUDA

• Caracteriza-se pelo processo inflamatório agudo da


mucosa, habitualmente de natureza transitória.
• CAUSAS:
• Irritantes locais: aspirina (AAS), outros AINES, Alcool, toxinas
bacterianas, agentes quimioterápicos e radioterapia;
• Queimados graves;
• Trauma.
SINTOMAS DA GASTRITE AGUDA

• Náuseas e vômitos
• Eructos frequentes
• Pirose
• Descamação superficial da
mucosa
• Hemorragia/Melena
• Perda de peso.
GASTRITE CRÔNICA

• Caracteriza-se pela ausência de erosões macroscopicamente visíveis e pela presença de


alterações inflamatórias crônicas que resultam na atrofia do epitélio glandular do estômago.

CAUSAS:
• Por Helicobacter Pylori;
• Autoimune e Atrofia mulmfocal;
• Gastropama (modificação) química.
GASTRITE CRÔNICA POR HELICOBACTER PYLORI

• Causa mais comum de gastrite;


• Acomete corpo e antro do estômago;
• Prevalência de 80% países em desenvolvimento;
• Prevalência de 20-50% países desenvolvidos.

Bactéria Gram-negativa
AÇÃO DA HELICOBACTER PYLORI

• Pequeno bastonete gram negativo, possui muitos flagelos, capaz de colonizar, as células epiteliais secretoras
de muco;

• Resistente ao ácido clorídrico;

• Produz enzima urease que age hidrolisando a ureia formando amônia na mucosa gástrica;

• Amônia atua como receptor de íons H+, gerando pH neutro dentro da bactéria; conferindo resistência à
acidez gástrica;

• Produzem lipases e proteases que degradam a camada de muco, facilitando a progressão da bactéria;

• Seus flagelos permitem a entrada na camada de muco;

• Produzem superóxido dismutase, catalase e arginase – proteção contra a ação lítica de macrófagos e
neutrófilos
GASTRITE CRÔNICA

SINTOMAS DIAGNÓSTICO

• Atrofia gástrica; • Exame hematológico (não invasivo);


• Úlcera péptica; • Teste de depuração respiratória com ureia marcada com carbono (não
invasivo);
• Maior risco de carcinoma e linfoma gástrico.
• Teste do antígeno fecal (não invasivo);
• Biópsia endoscópica (teste da urease).
TRATAMENTO PARA H.PYLORI

• Terapia de combinação o(2 AB + 1 IBP)

• AB: Claritomicina, metronidazol, amoxicilina, tetraciclina.

• Utilizados para inibição bacteriana , combinação de dois devido a capacidade de


mutação bacteriana da HP.

• IBP: Omeprazol, ranitidina.

• Ação antimicrobiana pela elevação do pH intragástrico, suprimindo crescimento bacteriano e


otimizando a eficácia dos antibióticos.

• As vezes pode haver necessidade de re-tratamento se a H. Pylori persistir.


TRATAMENTO PARA GASTRITE NÃO CAUSADA
POR HELICOBACTER PYLORI

Uso crônico de aspirina e outros AINEs, esteroides, álcool, substâncias erosivas, tabaco ou qualquer
combinação desses fatores pode comprometer a integridade da mucosa e aumentar as chances de
aquisição de gastrite aguda ou crônica.

TRATAMENTO:
Remoção ao agente incitante

Inibidores da bomba de prótons (IBP) são os tratamentos clínicos primários.


OBJETIVOS DO TRATAMENTO NUTRICIONAL

Recuperar e proteger a mucosa


gastrintestinal

Facilitar a digestão

Aliviar a dor

Promover um bom estado


nutricional

Rossi, Luciana. Tratado de nutrição e dietoterapia, 2019


RECOMENDAÇÃO NUTRICIONAL

VALOR ENERGÉTICO:
• Suficiente para manter o EN.
DISTRIBUIÇÃO CALÓRICA:
• Normal (CHO: 50-60% / PTN: 10-15% / LIP: 25-30%).
CONSISTÊNCIA:
• Geral ou adaptada às condições da cavidade oral.
FRACIONAMENTO:
• 4-5 refeições/dia. Evitar jejuns prolongados.
RECOMENDAÇÃO NUTRICIONAL

ALIMENTOS RECOMENDADOS EVITAR

• Alimentos ricos em fibras: • Alcool – potente irritante da mucosa


gastrintestinal
• Vegetais, em geral a fibra,
apresenta efeitos benéficos, pois • Café – mesmo descafeinado eleva produção de
agem como tampão, reduz a [ ] ácido gástrico
de ácidos biliares no estômago e
diminui o tempo de transito • Refrigerante – a base de cola
intestinal, o que leva a menor • Pimenta vermelha (capsaicina) e preta
distensão.
• Mostarda em grão, chili e chocolate
• Frutas ácidas:
• Não há necessidade de evitar,
mas deve-se respeitar a
tolerância do paciente.
CONSIDERAÇÕES NUTRICIONAIS

É fundamental investigar a existência de deficiências nutricionais, com a


finalidade de planejar a recuperação do paciente;

As deficiências mais comuns são de: energia, proteína, ferro e cálcio. Na


gastrite atrófica deve-se observar o status da vitamina B12;

O surgimento de anemia nesses pacientes além de estar relacionado com


a redução da secreção ácida, pode estar correlacionada com possíveis
sangramentos.
ÚLCERAS PÉPTICAS

Uma área do TGI erodida pela ação do ácido gástrico e da pepsina.

CLASSIFICAÇÃO FATORES DE RISCO

• Gástricas (15%) • H. Pylori


• Duodenais (85%) • Uso de aspirina e AINE
SINTOMATOLOGIA DAS ÚLCERAS PÉPTICAS

vômito
Dor/desconforto

distensão abdominal

Hemorragia

fezes escuras ou pretas

alterações de peso e
náusea
apetite
Rossi, Luciana. Tratado de nutrição e dietoterapia, 2019
ÚLCERAS PÉPTICAS

DIAGNÓSTICO TRATAMENTO

• Anamnese • Medicamento (AB+inibidores de


ácido+ agentes protetores da mucosa
• Exame laboratorial (anemia)
• Endoscopia
• Exame radiológico
TRATAMENTO NUTRICIONAL NAS ÚLCERAS PÉPTICAS

OBJETIVOS

• Promover ou manter o estado nutricional adequado

• Contribuir para proteção da mucosa gastrointestinal e alívio da dor

• Contribuir para cicatrização da mucosa gastrointestinal

• Promover a melhora da digestão/absorção

• Favorecer a melhora do funcionamento do sistema imunológico


TRATAMENTO NUTRICIONAL NAS ÚLCERAS PÉPTICAS

• Vitamina A, zinco, selênio e vitamina C na


fase de recuperação
• As fibras e probióticos também possuem um
importante papel
• Dieta equilibrada é fundamental no
tratamento da úlcera péptica
RECOMENDAÇÃO NUTRICIONAL NAS ÚLCERAS PÉPTICAS
RECOMENDAÇÃO NUTRICIONAL NAS ÚLCERAS PÉPTICAS

(Cuppari, 2014).
RECOMENDAÇÃO NUTRICIONAL NAS ÚLCERAS PÉPTICAS
RECOMENDAÇÃO NUTRICIONAL NAS ÚLCERAS PÉPTICAS

SUPLEMENTAÇÃO DE B12
FRUTAS E SUCOS ÁCIDOS

• Respeitar a tolerância do paciente;


• O pH estomacal é por volta de 2, e por isso menor que o pH de todas as
frutas. Teoricamente não seria necessária a exclusão delas da alimentação.

Porém alguns pacientes referem DISPEPSIA com o consumo de frutas


ácidas.

Nesse caso, observar a tolerância!!!


RECOMENDAÇÃO NUTRICIONAL NAS ÚLCERAS PÉPTICAS

ALGUNS IRRITANTES DA MUCOSA GÁSTRICA


RECOMENDAÇÃO NUTRICIONAL NAS ÚLCERAS PÉPTICAS

LEITE – EFEITO REBOTE

Pensamento errôneo sobre o


alto consumo de leite: Vai
alcalinizar o estômago e aliviar a
dor

LEITE E DERIVADOS : PROMOVEM O EFEITO REBOTE ÁCIDO, POR SEREM RICOS EM CÁLCIO E
PROTEÍNAS, ESTIMULAM A PRODUÇÃO ÁCIDA GÁSTRICA E ACABA INTESIFICANDO A DOR
POSTERIORMENTE.
RECOMENDAÇÃO NUTRICIONAL NAS ÚLCERAS PÉPTICAS

FIBRAS ALIMENTARES

• Exercem efeito positivo;


• Agem como tampão, reduzindo a concentração de ácidos biliares no estômago e
diminui o tempo de trânsito intestinal, o que leva a menor distensão;
• Fibras solúveis - maçã, pêra, farinha de aveia, vegetais (responsável por aumentar a
viscosidade do conteúdo intestinal)
• Fibras insolúveis – grãos integrais, linhaça, granola (aumentam o volume do bolo fecal
reduzindo o tempo de trânsito no intestino grosso e fazendo a eliminação fecal mais
fácil e rápida.
RECOMENDAÇÃO NUTRICIONAL NAS ÚLCERAS PÉPTICAS

Nutrição funcional - fatores protetores


• Curcumina – apresenta atividade anti-inflamatória que
inibe a ativação da via NF-KB (quimiopreventiva);
• Probióticos (lactobacillus e bifidobactérias) –
tem sido estudado na prevenção, tratamento e
erradicação da H. Pylori;
• Ácidos graxosômega 3 e 6 – envolvidos
no processoinflamatório, imunológico e citoprotetor da
mucosa gastrointestinal
RECOMENDAÇÃO NUTRICIONAL NAS ÚLCERAS PÉPTICAS

Apesar do aparente benefício na eficácia e efeitos colaterais conferidos pelos probióticos, a espécie
probiótica ideal, a dose e a duração do tratamento ainda não foram determinadas.
SITUAÇÕES ESPECIAIS NAS ÚLCERAS PÉPTICAS
HÉRNIA DE HIATO

É a protrusão de uma porção do estômago para dentro do


tórax através do hiato esofágico do diafragma.
Está diretamente relacionada com o aparecimento de DRGE.
HÉRNIA DE HIATO

CAUSAS CLASSIFICAÇAO

• Pessoas acima de 50 anos


• Obesidade
• Fumo Deslizamento Paraesofágica Mista
• Flacidez do diafragma 80%
• Genética
• Trauma abdominal
• Excesso de alimento ou líquido
durante as refeições
HÉRNIA DE HIATO

OBJETIVOS DIETOTERAPICOS

Evitar a dor e a irritação do esôfago na fase


aguda;

Evitar o refluxo

Reduzir a acidez do conteúdo gástrico


HÉRNIA DE HIATO

RECOMENDAÇÕES DIETÉTICAS

1.Evitar alimentos condimentados (pimenta vermelha ou preta)


2.Evitar alimentos carminativos (menta e hortelã)
3.Evitar alimentos que reduzem a pressão do EEI (chocolate,
café, bebidas derivadas de cola, chá mate e preto, alho, cebola
e canela)
4.Consumir dieta leve (hipolipídica)
5.Fazer pequenas refeições com maior frequência
6.Não ingerir líquidos durante as refeições
HÉRNIA DE HIATO

ORIENTAÇÕES GERAIS

Não se deitar depois de comer (2h)

Elevar a cabeceira da cama

Reduzir ou evitar fumo e álcool

Utilizar antiácidos para reduzir a acidez


gástrica

Perder peso (sobrepeso ou obesidade)

Evitar o uso de roupas apertadas


GASTROPARESIA

É um distúrbio crônico classicamente definido como um retardo no esvaziamento gástrico.

CAUSAS SINTOMAS

Idiopática Vômitos, náuseas, distensão abdominal, perda de apetite e/ou


Diabetes melito saciedade precoce, dor abdominal e perda de peso involuntária
Pós-cirúrgica

Rossi, Luciana. Tratado de nutrição e dietoterapia, 2019


TRATAMENTO NUTRICIONAL NA GASTROPARESIA

LEVES MODERADO OU GRAVE

• Modificações na consistência dos Suplementos líquidos e/ou terapia nutricional


alimentos e das preparações
• Eliminação de alimentos que
estimulem os sintomas já mostram
resultados satisfatórios

Rossi, Luciana. Tratado de nutrição e dietoterapia, 2019


DISPEPSIA

Deriva do grego: Dys = difícil


Peptem = digestão

TIPOS:
•Pós prandial precoce
•Pós prandial tardia
CAUSAS:
•Deglutição de ar junto aos alimentos
SINTOMAS: •Ingestão de líquidos carbonados ou de bicarbonato
•Sensação de plenitude gástrica de sódio
•Náuseas e vômitos •Ingestão rápida de alimentos
•Eructações e regurgitações ácidas •Mastigação insuficiente
•Pirose •Tensão
•Dores na parte superior do epigástrio •Transtornos emocionais
•Gastrites e úlceras
DISPEPSIA

DIETOTERAPIA

OBJETIVOS:
•Recuperação do EM
•Minimização ou cura do sintoma

EVITAR:
frituras, alimentos fermentáveis, flatulentos, ricos em
enxofre e de difícil digestibilidade, sucos industrializados,
refrigerantes e bebidas alcoólicas
ATIVIDADE

• Resolução do caso clínico


• Estudo dirigido
REFERENCIAS

• MAHAN, L. K.; SCOTT-STUMP, S. RAYMOND, J. L. Krause Alimentos, Nutrição e Dietoterapia. 9. ed. São Paulo:
Roca, 2013.
• CUPPARI, L. Nutrição Clínica no Adulto. São Paulo: Malone, 2014.
• WAITZBERG, D. Nutrição Oral, Enteral e Parenteral.
• KRAUSE
• Rossi, Luciana. Tratado de nutrição e dietoterapia / Luciana Rossi, Fabiana Poltronieri. - 1. ed. -Rio de
Janeiro : Guanabara Koogan, 2019.
• Ross, A., C. et al. Nutrição Moderna de Shils na Saúde e na Doença. Disponível em: Minha Biblioteca, (11th
edição). Editora Manole, 2016
• ESPEN. Dysphagia, food and nutrimon: from clinical evidence to dietary adaptamon. ESPEN, 2004.

• Crary MA, Mann GD, Graner ME. Inimal psychometric assessment of a funcmonal oral intake scale for
dysphagia in stroke paments. Arch Phys Med Rehab 2005; 86(8):1516-20.

• Disfagia, World Gastroenterology Organisation Practice Guidelines, 2014


Dúvidas?

raphaelacostanutricionista @outlook.com

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