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UNIVERSIDADE LICUNGO

FACULDADE DE ECONOMIA E GESTÃO

CURSO DE GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS

Cláudia Sarneta Murrombe


Maria Jó jone Ussene
Mateus Joaquim
Sandra Inácio Mascote

Importância da promoção da saúde no âmbito laboral

Beira

2023
Cláudia Sarneta Murrombe
Maria Jó jone Ussene
Mateus Joaquim
Sandra Inácio Mascote

Importância da promoção da saúde no âmbito laboral

Trabalho de pesquisa, a ser apresentado


no Departamento de Economia e Gestão
(EG), Curso de Gestão de Recursos
Humanos com habilidades em (HST), na
disciplina de Saúde Publica e Ergonomia

com Carácter avaliativo .

Orientador: Msc. Dia Serafim Pandze

Beira

2023
Índice
1. Introdução ............................................................................................................................... 3

1.1. OBJETIVOS .................................................................................................................... 3

1.1.1. OBJETIVO GERAL ..................................................................................................... 3

1.1.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS .................................................................................... 3

1.2. METODOLOGIA ............................................................................................................ 3

1.2.1. MÉTODO .................................................................................................................. 4

2. Conceitos ................................................................................................................................ 5

2.2. Promoção da Saúde (PS).................................................................................................. 6

2.2.1. Promoção da saúde nos locais de trabalho ................................................................ 6

2.2.2. Abordagem multiprofissional .................................................................................... 9

2.2.3. Serviço de Promoção à Saúde (SPS) ....................................................................... 10

2.2.4. Serviço de Segurança do Trabalho (SST) ............................................................... 10

2.3. A importância da promoção da saúde nas organizações ................................................ 11

2.4. Saúde ocupacional ......................................................................................................... 11

2.4.1. Serviço de Saúde Ocupacional (SSO) ..................................................................... 11

2.4.2. Classificação de riscos ocupacionais....................................................................... 12

2.5. Prevenção de Riscos Ocupacionais a Nível do Indivíduo ............................................. 12

2.6. Prevenção de Riscos Ocupacionais a Nível do Trabalho .............................................. 13

2.7. Objectivos da Saúde Ocupacional ................................................................................. 13

2.8. Níveis de Prevenção de Doenças Ocupacionais ............................................................ 13

3. Conclusão ............................................................................................................................. 15

Referência bibliográfica ........................................................................................................... 16


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1. Introdução

E nas organizações onde grande parcela das pessoas passa a maior parte de seu tempo,
é preciso utilizar tais locais como meio para investimento em programas de promoção da
saúde. Porém, percebe-se que tal assunto não tem recebido a merecida atenção das próprias
empresas que não preparam os futuros profissionais da área de saúde para exercerem suas
funções em tais locais. Também vale ressaltar os benefícios e reflexos que podem ser
adquiridos na população em geral, na empresa, no sistema de saúde seja ele público ou
privado. Saúde ocupacional é um tema amplo, tendo carácter na promoção de condições de
trabalhos, procurando contudo, garantir o grau de qualidade de vida no trabalho através da
protecção dos trabalhadores com intuito de promover o bem-estar físico, mental e social,
prevenindo e controlando os acidentes e as doenças através da redução das condições de risco.
Assim sendo, o foco seria a questão das doenças ocupacionais no ambiente escolar, prevenção
dos riscos ocupacionais, e por fim desenvolver-se a ideia daquilo que é a situação actual da
saúde ocupacional no contexto moçambicano.
1.1. OBJETIVOS

1.1.1. OBJETIVO GERAL

 Compreender a Importância da promoção da saúde no âmbito laboral.

1.1.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS

 Definir conceitos associados a saúde ocupacional (saúde, saúde ocupacional, doenças,


doenças ocupacionais);

 Identificar os tipos de riscos ocupacionais e a sua devida prevenção; e

 Avaliar o funcionamento de Serviço de Saúde Ocupacional.

1.2. METODOLOGIA

Para LAKARTOS e MARCONI (1992), metodologia é a forma ou maneira de usar o


pensar para execução de um determinado assunto ou problema.
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1.2.1. MÉTODO

É o caminho pelo qual se chega a um determinado resultado, ainda que esse caminho
não tenha sido focado ou concretizado. Para realizar este trabalho baseei-me no método
bibliográfico que é efectivada na base dos livros e uma gama de fenómenos muito amplos.

Métodos: Conforme LAKATOS e MARCONI (1992) método é o conjunto das


atividades sistemáticas e racionais que, com maior segurança e económia, permite alcançar o
objetivo - conhecimentos válidos e verdadeiros -, traçando o caminho a ser seguido,
detectando erros e auxiliando as decisões do cientista. Para a realização do trabalho, será
usado o método (Bibliográficos)

Método Bibliográfico: LAKATOS E MARCONI (1982) afirmam que o método


bibliográfico possibilita na busca de manuais já tornadas públicas em relação ao tema de
estudo, desde publicações avulsas, revistas, livros, pesquisas, monográficas.
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2. Conceitos

O conceito de saúde foi definido em 1946 pela Organização Mundial de Saúde (OMS)
como, “um estado de completo bem-estar físico, mental e social, e não apenas ausência de
doença ou enfermidade”. No entanto, a sua definição pelos peritos está longe de ser uma
tarefa fácil, porque tanto o conceito de saúde como o conceito de doença diferem de pessoa
para pessoa consoante o seu projecto pessoal de vida e da elaboração do que são as suas
próprias experiências de saúde-doença-cuidado (Ayres, 2007).

A partir do entendimento da saúde como sendo o estado de ausência de doença, no


qual o centro das atenções era a patologia em si, ocorre um desenvolvimento conceitual com a
reformulação proposta pela Organização Mundial da Saúde (OMS), em 1948, postulando
saúde como um fenómeno bio-psico-social, mais especificamente, um estado de completo
bem estar físico, mental e social. Esta noção entende a saúde como um processo continuado e
interdependente de preservação da vida, o que tange a dimensão social. Ademais, supera o
enfoque conceitual centrado na doença (Buss & Filho, 2007). Mesmo tendo sofrido
reformulações este conceito merece ser discutido.

Robalo (2009):

por sua vez, é outro autor que discute o estado de saúde, apontando que são
múltiplos os determinantes que atuam no mesmo, tais como, individuais, genéticos,
biológicos, e também, os que se relacionam aos estilos de vida.

A promoção da saúde (PS) foi definida pela OMS em 1984 como, “o processo de
capacitação das pessoas para aumentar o seu controle sobre a saúde para que possam com
recursos próprios melhorá-la” (Green & Tones, 2010, p.18). A EPS como elemento integrador
da PS, foi definida pela OMS em 1998 como as “oportunidades de aprendizagem
conscientemente construídas que envolvem comunicação destinada a melhorar a literacia em
saúde, incluindo a melhoria do conhecimento e desenvolvimento de habilidades para a vida
que favoreçam a saúde individual e da comunidade” (Fernandes, 2010, p.31). Estes dois
conceitos devem ser encarados como uma questão de cidadania, havendo necessidade da
participação de todos os cidadãos.

O conceito de promoção a saúde segundo Czeresnia (2004) foi definido por Leavell &
Clarck em 1976, constituindo um dos elementos do nível primário de atenção no que tange à
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medicina preventiva, todavia hoje este significado se alterou para um enfoque mais político
(Buss, 2003).

2.2. Promoção da Saúde (PS)

A concretização da saúde de um individuo deverá ser efectivada na prática com meios


de PS que são “meios efectivos de vigilância médica e paramédica e da aplicação de cuidados
e conhecimentos que são do domínio da hereditariedade, da higiene do individuo e do meio,
da medicina preventiva e da educação”. (Mendes, 2008, p. 10). Existe aqui a necessidade de
fazer a distinção sugerida por Stachtchenko & Jenicek (2003) como citado em Ayres (2007),
no que se refere à comparação do paradigma de PS com o de prevenção de doença. Segundo
estes autores, no paradigma de PS a saúde é perspectivada como um conceito positivo e
multidimensional, enquanto que no paradigma de prevenção de doença a saúde é única e
simplesmente ausência de doença. Ora, do que já foi referido anteriormente não é neste último
que encontramos as respostas para as distintas necessidades na área da saúde. O conceito de
PS é pela primeira vez mencionado no relatório de Lalonde em 1974 intitulado “A new
perspective on Health of Canadians”. Neste relatório foi desenvolvido um modelo para
justificar as mortes prematuras da população canadiana, o qual rapidamente foi considerado
uma das grandes bases para a abordagem das determinantes da saúde em Saúde Pública.
Segundo Precioso (1992) como citado em Carvalho & Carvalho (2006, p.13), as
determinantes em saúde são:

 A Biologia Humana (genética, envelhecimento);


 O Meio Ambiente (contaminação física, química, biológica e socio-cultural); O estilo
de vida (comportamentos ligados a saúde);
 O Sistema de Saúde (cobertura e acessibilidade).

2.2.1. Promoção da saúde nos locais de trabalho

Muitos componentes da vida social colaboram para uma vida com qualidade, estes são
essenciais para que indivíduos e populações obtenham um perfil elevado de saúde. Mais do
que o acesso a serviços médico-assistenciais de qualidade, é indispensável enfrentar os
determinantes da saúde em toda a sua amplitude, o que demanda políticas públicas saudáveis,
uma efectiva articulação intersectorial do poder público e a mobilização da população (BUSS,
2000).
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A Política Nacional de Promoção da Saúde propõe intervenções em três eixos


temáticos, a saber: modos de viver (alimentação, actividade física, lazer, redução de riscos e
danos entre outros); condições e relações de trabalho (melhoria dos ambientes de trabalho,
redução das doenças ocupacionais e acidentes de trabalho e serviços de saúde humanizados);
e ambientais (violência, redução da morbi/mortalidade por causas externas, saneamento e
qualidade das águas e saúde nas escolas) (CAMPOS; BARROS; CASTRO, 2004).

Sendo assim, a Política Nacional de Promoção da Saúde guarda relação directa entre
as práticas de promoção da saúde e as condições/relações de trabalho, pois esse último é
entendido como eixo temático no qual se deve intervir na busca por condições de vida mais
dignas e pelo exercício pleno da cidadania (CAMPOS; BARROS; CASTRO, 2004).

Dentre os componentes da vida social que colaboram para uma vida digna e com
qualidade destaca-se o trabalho que, particularmente, causa grande impacto no quotidiano do
ser humano, uma vez que grande parte da sua vida se passa no ambiente laboral. Além disso,
o trabalho pode influenciar comportamentos e oferecer condições de risco que podem afectar
o processo saúde-doença, conduzindo a pessoa à doença (SANTOS; LIMA, 2008).

Devido à ligação que existe entre condições adequadas para realização de um trabalho
e a produtividade, a qualidade de vida no trabalho vem se tornando cada vez mais uma
preocupação para as empresas, ou seja, se a empresa não oferecer boas condições aos seus
trabalhadores, com certeza terá funcionários desmotivados, e como consequência não
conseguirá atingir os objectivos por ela definidos, diminuindo a produtividade (BOSSARDI et
al., 2011). Davis et al. (2009) e Harris; Lichiello e Hannon (2009) concluíram em seus estudos
que as acções de promoção da saúde são eficazes e de baixo custo, além de levar à redução
nos custos associados com o cuidado à saúde e absenteísmo reflectindo na produtividade e na
rotatividade de empregados.

A eficácia da promoção da saúde como estratégia de educação em saúde no trabalho


foi comprovada nesta revisão integrativa por Davis et al. (2009) através da implementação de
um programa de bem-estar que levou à uma redução nos custos associados com o cuidado à
saúde e absenteísmo sugerindo que parte dos participantes do programa apresentavam risco
para doenças crónicas, o que resultou em melhorias na saúde dos trabalhadores.

Harris; Lichiello e Hannon (2009) também concluíram que para os empregadores a


promoção da saúde é um negócio atraente para intervenções preventivas. Os custos com
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doenças crónicas entre os trabalhadores, incluindo os custos de cuidados de saúde, perdas de


produtividade e rotatividade de empregados, levam os empregadores a buscar intervenções de
promoção da saúde que são eficazes e de baixo custo.

Bossardi et al. (2011) destacou que o sucesso de uma empresa depende de seus
colaboradores e funcionários, assim, para uma empresa alcançar o sucesso, é imprescindível
que esta se preocupe com a qualidade de vida dos mesmos no trabalho.

Diante do que foi posto, vale ressaltar a pertinência da promoção da saúde a partir das
situações de trabalho, em que Silva et al. (2009) defende sua importância por contribuir para a
apreensão dos determinantes múltiplos da saúde, não enfocando somente a doença, nem
unicamente os riscos clássicos do trabalho. Deve, portanto, ter uma perspectiva de
continuidade com participação directa e efectiva dos trabalhadores, com comprometimento, a
fim de, a partir dos locais de trabalho, monitorar a organização e as condições de trabalho
para actuar de forma preventiva e prepositivamente nas fontes potencialmente causadoras de
danos à saúde, dando condições necessárias para compreender e transformar positivamente as
situações de trabalho.

A promoção da saúde a partir das situações de trabalho também contribui para a


melhoria do ambiente físico e psicossocial, o estado de saúde, a capacidade de desenvolver
valores e estilos de vida e trabalho mais saudáveis e o bem-estar geral dos trabalhadores, com
o fim de avançar em direcção ao desenvolvimento sustentável com equidade e justiça social
(OPAS, 2000).

Como já foi levantado por Cavalcante et al. (2008), a articulação entre promoção da
saúde e trabalho, além de viável é extremamente importante no processo de implementação de
uma política de saúde do trabalhador que o considere como sujeito activo e participativo,
afinal, a abordagem participativa é uma ferramenta eficaz para promover a segurança e
incentivar os trabalhadores a voluntariamente melhorar a qualidade de suas próprias vidas, é o
que disse Manothum e Rukijkanpanich (2010).

Importante ressaltar que ao ter como foco as acções sobre os determinantes dos
problemas de saúde, a operacionalização da promoção requer um trabalho com os múltiplos
setores, sendo, portanto, a intersetorialidade um princípio essencial (SICOLI;
NASCIMENTO, 2003).
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A perspectiva da integralidade também é importante por valorizar a dimensão variada


dos sujeitos. Esta, além de ser um princípio constitucional defendido na humanização do
cuidado em saúde, busca a possibilidade de apreender as necessidades mais amplas do ser
humano, valorizando a articulação entre as actividades preventivas e as assistenciais sendo
factor essencial para a promoção como estratégia para saúde (COELHO, 2009).

A disseminação da informação e a educação são alicerces para a tomada de decisão e


da promoção de saúde que se propõe a enfocar os determinantes gerais, isto é, os
sócioambientais e econômicos, agindo sobre as condições de vida diária, sendo direccionada
ao colectivo e à defesa dos direitos sociais (SICOLI; NASCIMENTO, 2003).

Portanto, a promoção da saúde realiza-se na articulação sujeito/colectivo,


público/privado, Estado/sociedade, clínica/política, sector sanitário/outros sectores, almejando
enfraquecer a grande fragmentação da abordagem do processo saúde-adoecimento e diminuir
a vulnerabilidade, os riscos e os danos que nele se produzem, formando redes de
compromisso com corresponsabilidade quanto à qualidade de vida da população em que todos
participam do processo de protecção e cuidado com a vida (BRASIL, 2005).

2.2.2. Abordagem multiprofissional

O ambiente de trabalho se constitui em um ambiente privilegiado para as acções de


educação para a saúde, pois é no espaço organizacional que o indivíduo passa grande parte do
seu dia e onde deve receber orientações voltadas para a promoção e protecção à saúde. Seria
de grande valia que, neste ambiente, fosse oferecido ao trabalhador a oportunidade de reflectir
mais amplamente sobre sua saúde e sua qualidade de vida. Nesse sentido, a promoção da
saúde no trabalho gera condições de trabalho e de vida gratificantes, agradáveis, seguras e
estimulantes (CAZÓN et al., 2007).

Portanto, ao se articular promoção da saúde e trabalho busca-se um instrumento


poderoso para que a saúde do trabalhador possa integrar-se e sair do isolamento que se
encontra nas políticas públicas de saúde, por meio de sua inserção na proposição de políticas
audáveis, procurando mostrar que os problemas de saúde nesta área dizem respeito também
ao conjunto da sociedade (ALVES, 2003).

Assim, a promoção da saúde propõe uma combinação de estratégias: acções do Estado


(políticas públicas saudáveis), da comunidade (reforço de acção comunitária), de indivíduos
(desenvolvimento de habilidades pessoais), do sistema de saúde (reorientação) e de parcerias
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intersetoriais com a ideia de responsabilização múltipla e compartilhada (BRANT; MELO,


2001).

Os trabalhadores, individual e coletivamente, devem ser considerados como sujeitos


das acções de saúde, que, por sua vez, devem ter como foco as mudanças nos processos de
trabalho que contemplem a relação saúde-trabalho em todos os níveis de complexidade,
ressaltando a importância de um trabalho interdisciplinar e a actuação de uma equipe
intersetorial e multiprofissional (GONÇALVES et al., 2008) o que pode ser mostrado com o
resultado desta revisão integrativa, que contou com o envolvimento de vários profissionais,
sendo das áreas de enfermagem, psicologia e engenharia.

O ideal seria que os profissionais, desde sua formação acadêmica, sejam estimulados a
esta visão. Azambuja, Kerber e Kirchhof (2007) afirmaram a necessidade de que a temática
Saúde do Trabalhador faça parte do currículo das escolas de enfermagem, para que os
académicos sejam estimulados a pensar sobre este aspecto desde o início da vida académica.
Assim, estimulados, é possível que incorporem acções de protecção de saúde no cotidiano de
seu trabalho.

Aspecto este também encontrado nesta revisão, levantado por Gonçalves et al. (2008)
que ressalta a importância da realização destes tipos de trabalho, tanto para os estudantes
quanto para os trabalhadores, afinal constataram a necessidade de propagar e executar acções
educativas de saúde voltadas para o trabalhador, a carência de informação e o grande interesse
dos trabalhadores pelos mais variados temas relacionados à saúde, através das sugestões, da
participação e dos questionamentos.

2.2.3. Serviço de Promoção à Saúde (SPS)

O Serviço de Promoção à Saúde (SPS) tem a prerrogativa de acompanhar e promove


acções nas áreas de atenção à saúde, promoção e vigilância, que visem à qualidade de vida no
trabalho. Promove essencialmente acções educativas, por meio de palestras e cursos com foco
na conscientização das questões relativas à promoção da saúde e qualidade de vida do
servidor.

2.2.4. Serviço de Segurança do Trabalho (SST)

O Serviço de Segurança do Trabalho (SST) é o sector responsável dentro da CSS pela


parte de segurança no trabalho. Composto por engenheiros e técnicos de segurança no
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trabalho, possui as seguintes atribuições: orientar e assessorar as unidades universitárias


quanto à prevenção de acidentes em serviço, avaliar a actividade e a ocupação dos servidores
para fins de concessão de adicionais ocupacionais (insalubridade, periculosidade, etc.),
avaliação de ambientes e organização do trabalho, desenvolver acções preventivas nos locais
de trabalho, buscando o controle dos riscos ocupacionais, orientar o uso de equipamentos de
protecção individual e auxiliar na emissão de documentos relativos ao ambiente de trabalho e
aos riscos ocupacionais para a universidade e os servidores.

2.3. A importância da promoção da saúde nas organizações

A responsabilidade social organizacional, além de ser um exercício de cidadania


empresarial, se torna um meio capaz de proporcionar qualidade de vida à população de
trabalhadores, por intermédio de acções voltadas a promoção da saúde no ambiente de
trabalho.

Como os programas de qualidade de vida no trabalho estão cada vez mais


disseminados em todo o mundo, é importante perceber que as acções sobre saúde e qualidade
de vida promovidas no trabalho estão influenciando pessoas a adoptarem estilos de vida
saudáveis e a melhorarem seus níveis de saúde. Como resultado a essa nova estratégia da área
de Recursos Humanos, as organizações contam com estatísticas menores em absenteísmos,
presenteísmos e custos com assistência médica, além de terem uma mão-de-obra com maior
capacidade produtiva. (OGATA, 2009)

2.4. Saúde ocupacional

O despertar da saúde ocupacional, de acordo com Farias (2009), surge através dos
Papiros e Egípcios, mas, falando com evidência, o processo inicia nos anos 460 a.C. isto com
influência de Hipócrates no âmbito do Sartunismo1 uma doença que atacava os mineiros
devido a inalação do chumbo.

2.4.1. Serviço de Saúde Ocupacional (SSO)

O Serviço de Saúde Ocupacional (SSO) é o sector responsável pelas acções de atenção


à saúde do servidor no sentido de prevenir os agravos e promover a saúde do servidor. Esse
sector será o foco do nosso estudo. Para a saúde do servidor, o SSO oferece acções de
promoção de saúde e prevenção de agravos de natureza ocupacional ou não, além de
avaliação e emissão de laudos relativos ao ambiente e organização do trabalho.
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2.4.2. Classificação de riscos ocupacionais

Classificação de Riscos Ocupacionais Segundo Siqueira (1995) et al e Ribeiro et al


(2007), os riscos ocupacionais classificam-se em:

Riscos Físicos: Referem-se aos ruídos, vibrações, radiações ionizantes e não ionizantes
(temperaturas extremas, pressões anormais e unidades, iluminação inadequada e exposição á
incêndios e choques eléctricos) ainda calor, imunidades, pressões;

Riscos Químicos: Dizem respeito ao manejo de gases e vapores anestésicos,


anticépticos e esterilizastes, poeiras, fumos, névoas, neblina, gases, vapores químicos;

Riscos Biológicos: Estão relacionados com os micros organismos, bactérias, fungos,


protozoários, vírus e material infecto-contagioso, podendo causar doenças como tuberculose,
hepatite, rubéola, herpes, escabiose e AIDS (Síndrome da Imunodeficiência Adquirida),
fungos, bactérias;

Riscos Ergonómicos: Que compreendem o local inadequado de trabalho, levantamento


e transporte de pesos, postura inadequada, erro de concepção de rotinas e serviços, mobiliário,
esforço físicos intensos, trabalho em turnos;

Riscos de Acidentes: Que estão ligados a factores como falta de iluminação,


possibilidade de incêndios, piso escorregadio, armazenamento, arranjo físico, ferramentas
inadequadas e a máquinas defeituosas.

Riscos Psicossociais: Que advêm da sobrecarga vinda do contacto com os sofrimentos


dos pacientes, com a dor e a morte, o trabalho nocturno, rodízios de turno, jornadas duplas e
até triplas de trabalho, ritmo acelerado, tarefas fragmentadas e repetitivas.

2.5. Prevenção de Riscos Ocupacionais a Nível do Indivíduo

Segundo Sousa (2001), a nível do indivíduo os riscos ocupacionais são os seguintes:

 Controle médico permanente;


 Hábito de higiene pessoal;
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2.6. Prevenção de Riscos Ocupacionais a Nível do Trabalho

Ainda de acordo Sousa (2001), destacam-se as seguintes medidas de prevenção de


riscos ocupacionais a nível do trabalho:

 Usos de roupas adequadas;


 Higiene nos locais do trabalho;
 Sinalizações em locais de produtos químicos;
 Realizar acções preventivas que preservem a saúde: Visual, auditiva, oral e mental dos
alunos bem como o diagnóstico precoce e referência atempada para os serviços de
saúde, em caso de detecção de alguma anomalia;
 Capacitar os professores para a detecção precoce de problemas de visão, audição, orais
(gengivas, dentes), mentais e emocionais e empreender as acções adequadas;
 Realização das actividades do programa alargado de vacinação, inerentes a este grupo
em dias previamente acordados com o estabelecimento de ensino.
 Realização das actividades de desparasitação conforme calendário e periodicidade
definida pelo Ministério da Saúde.

2.7. Objectivos da Saúde Ocupacional

Farias (2009) diz-nos que a saúde ocupacional tem o intuito de:

 Incentivar e manter o mais elevado nível de bem-estar físico, mental e social dos
trabalhadores em todas as profissões;
 Prevenir todo o prejuízo causado à saúde destes e pelas condições de seu trabalho;
 Protegê-los em seu serviço contra os riscos resultantes da presença de agentes
prejudiciais à sua saúde; e
 Colocar e manter o trabalhador em um emprego que convenha às suas aptidões
fisiológicas e psicológicas

2.8. Níveis de Prevenção de Doenças Ocupacionais

De acordo com Miguel (1995), existem (3) níveis de prevenção de doenças


ocupacionais, dentre os quais se destacam:

a) 1º Nível (Prevenção Primária): Consiste na eliminação ou redução dos factores de


riscos;
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b) 2º Nível (Prevenção Secundária): Consiste na contenção da evolução da doença ou


acidente;
c) 3º Nível (Prevenção Terciária): Consiste na redução das suas consequências quando
estabelecida a doença ou após a ocorrência do acidente.
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3. Conclusão

Contudo o ambiente de trabalho saudável é uma área prioritária para a promoção da


saúde, sendo um recurso capaz de aumentar o desenvolvimento de indivíduos, comunidades,
tornando-se um elemento central da qualidade vida em geral. A articulação entre promoção da
saúde e trabalho se mostrou uma estratégia eficaz, afinal, através da promoção da saúde nos
locais de trabalho incentiva-se o sujeito activo e participativo, o desenvolvimento pessoal,
familiar e social, promovendo segurança, apoiando o encontro dos objectivos fixados pelos
empregadores e trabalhadores e incentivando os mesmos a voluntariamente cuidar da
qualidade de suas próprias vidas. Conclui-se que a saúde ocupacional é possível se haver
envolvimento de todas as partes interessadas na promoção da saúde e bem-estar dos
funcionários, ainda que o estado tenha um papel preponderante na promoção e campanhas de
sensibilização dos profissionais sobre como lidar com as doenças ocupacionais.
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Referência bibliográfica

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