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Universidade Politécnica

A POLITÉCNICA

Escola Superior Aberta

GUIA DE ESTUDO
INTRODUÇÃO A GESTÃO I
Curso de Gestão de Recursos Humanos & Gestão de Empresas
(1º Semestre)

Moçambique
FICHA TÉCNICA

Maputo, Janeiro de 2009

© Série de Guias de Estudo para o Curso de Gestão de


Recursos Humanos e Gestão de Empresas (Ensino a
Distância).

Todos os direitos reservados à Universidade de


Uberaba/Universidade Politécnica

Título: Guia de Estudo de Introdução à Gestão I


Edição: 1ª

Organização e Edição
Escola Superior Aberta (ESA)

Adaptação
Ana Freitas (Conteúdo)
Andrea Serra (Revisão Textual)
UNIDADES TEMÁTICAS
Os fundamentos da Gestão e a teoria da Administração Científica ............ 1

Os fundamentos da Administração com foco na estrutura ........................ 10

Teoria das relações Humanas ................................................................... 28

Abordagens Administrativas e a Teoria da Administração Científica ........ 37


APRESENTAÇÃO

Caro(a) estudante

Está nas suas mãos o Guia de Estudo da disciplina de Introdução a


Gestão I que integra a grelha curricular dos Cursos de Gestão de Recursos
Humanos e Gestão de Empresas oferecido pela Universidade Politécnica
na modalidade de Educação a Distância.

Este guia tem por finalidade orientar os seus estudos individuais neste
primeiro semestre do curso. Ao estudar a disciplina de Introdução à Gestão
I, você conhecerá as principais escolas da Administração, que demonstram
a forma como os negócios estão organizados.

Este Guia de Estudo contempla textos introdutórios para situar o assunto


que será estudado; os objectivos específicos a serem alcançados ao
término de cada unidade temática, a indicação de textos como leituras
obrigatórias que você deve realizar; as diversas actividades que favorecem
a compreensão dos textos lidos e a chave de correcção das actividades
que lhe permite verificar se você está a compreender o que está a estudar.
Vai também encontrar no guia a indicação de leituras complementares, isto
é, indicações de outros textos, livros e materiais relacionados ao tema em
estudo, para ampliar as suas possibilidades de reflectir, investigar e
dialogar sobre aspectos do seu interesse. Finalmente, encontrará em
anexo a este guia três cadernos de actividades de avaliação à distância
que deverá realizar à medida que for estudando as diversas unidades
temáticas desta disciplina e enviar para o secretariado da Escola para
avaliação.

Esta é a nossa proposta para o estudo de cada disciplina deste curso. Ao


recebê-la, sinta-se como um actor que se apropria de um texto para
expressar a sua inteligência, sensibilidade e emoção, pois você é também
o(a) autor(a) no processo da sua formação em Gestão de Recursos
Humanos. Os seus estudos individuais, a partir destes guias, nos
conduzirão a muitos diálogos e a novos encontros.

A equipa de professores que se dedicou à elaboração, adaptação e


organização deste guia sente-se honrada em te-lo como interlocutor(a) em
constantes diálogos motivados por um interesse comum a educação de
pessoas e a melhoria contínua da gestão de pessoas, base para o
aumento da produtividade e qualidade no sector empresarial no país.

Seja muito bemvindo(a) ao nosso convívio.

A Equipa da ESA
Gestão de Recursos Humanos & Gestão de Empresas –Introdução a Gestão I – Semestre 1

UNIDADE TEMÁTICA 1

OS FUNDAMENTOS DA GESTÃO E A TEORIA DA


ADMINISTRAÇÃO CIENTÍFICA
Adaptado de Fernando César Marra e Silva

Objectivos

Uma palavra constantemente usada no dia-a-dia de um gestor é


OBJECTIVO. Por isso, é importante que você saiba exactamente o que ela Gestor
significa.
Alguém que, por meio de
sua capacidade de
Para nós gestores, objectivo é um alvo a ser alcançado, algo que liderança, conduz pessoas
queremos conquistar ou atingir. Quando o objectivo tem valor no tempo, ou e organizações, de modo a
seja, quando é quantificado ou contém prazos estabelecidos, também o desempenhar acções de
chamamos de META. Assim sendo, toda meta será um objectivo, mas nem planeamento, de
organização, execução e
todo objectivo será uma meta. controlo, em busca de
melhores resultados.
Vejamos um exemplo:
• Aumentar as vendas (objectivo);
• Aumentar as vendas em 10% no primeiro trimestre de 2006, em
relação ao mesmo período do ano passado (objectivo que se
tornou uma meta).

No final desta unidade, você deverá ser capaz de:

• Identificar as habilidades e os papéis do gestor;


• Identificar os principais factos do processo histórico da gestão;
• Depreender os principais conceitos de gestão;
• Identificar a relevância da gestão no mundo actual;
• Identificar os papéis de um gestor no contexto empresarial;
• Explicar as principais características da Teoria da Administração
Científica;
• Identificar os princípios da Teoria da Administração Científica;
• Relacionar as ideias de Taylor e Ford com determinadas situações
nas empresas;
• Identificar alguns impactos de políticas de gestão, normas e
regulamentos na gestão de empresas;
• Resolver problemas através de métodos adequados.

Para alcançar esses objectivos, você deverá ler o texto introdutório, a


seguir, fazer as leituras obrigatórias, desenvolver as actividades e, se
possível, assistir ao filme indicado como leitura complementar.

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Gestão de Recursos Humanos & Gestão de Empresas –Introdução a Gestão I – Semestre 1

Administração: breve visão histórica

Iniciaremos uma viagem pela história da gestão, permitindo assim que, ao


longo do curso, você possa desenvolver passos mais complexos e mais
importantes para a sua formação, tornando-se um bom gestor de pessoas.
Embora as empresas, ou algo parecido com o que hoje chamamos de Sociedade capitalista
empresas, existam desde a Antiguidade, a gestão somente começou a
tomar forma de ciência, passível de ser estudada e verificada, na forma Capitalismo é um sistema
das demais ciências, há aproximadamente cem anos. económico caracterizado pela
Vamos nos recordar de situações antigas que possam lembrar a existência propriedade privada dos meios
de algum processo administrativo. Imagine um filme antigo, talvez sobre a de produção - máquinas,
Idade Média; ou um mais antigo ainda, sobre a época do Império Romano. matérias-primas, instalações. A
Você se recorda de ter visto nestes filmes ambientes que lembram uma produção e a distribuição das
empresa? riquezas são regidas pelo
Que tal o ferreiro? Não era um prestador de serviços, estabelecido em mercado, no qual, em tese, os
determinado ponto das comunidades da época? preços são determinados pelo
E as tabernas? Talvez estas nos possam ajudar a formar a imagem de livre jogo da oferta e da
uma empresa. Tinham mesas, balcões, vendedores e, muitas vezes, até procura. O capitalista,
eram oferecidos espectáculos para atrair os clientes. proprietário dos meios de
E a cobrança de impostos? Na própria Bíblia vemos passagens mostrando produção, compra a força de
organizações que apresentavam aspectos característicos de um processo trabalho de terceiros para
administrativo. Entretanto, você verá agora que a preocupação com a produzir bens que, após serem
gestão somente veio ocupar espaço significativo nas sociedades, a partir vendidos, lhe permitem
do advento da sociedade capitalista. recuperar o capital investido e
obter um excedente
Da Antiguidade até o início da Revolução Industrial (1780) a gestão viveu denominado lucro.
uma fase artesanal. Destacam-se, nesta época: o artesanato rudimentar, (ENCYCLOPEDIA
as pequenas oficinas, a agricultura de subsistência, o uso de mão-de-obra BRITANNICA, 2005)
intensiva e não qualificada, o uso de trabalho escravo, as ferramentas
simples, o sistema comercial de trocas locais.
Organizações
Entre 1780 e 1860, na fase da 1ª Revolução Industrial, as organizações
experimentam uma grande mudança na forma de organizar o trabalho e a Neste caso, referimo-nos a
produção. Começam a ocorrer as mecanizações das oficinas e da organizações como um
agricultura. O carvão e o ferro são utilizados como fonte de energia e como conjunto de pessoas
matéria-prima básica, respectivamente. Surgem grandes invenções tais reunidas e trabalhando em
como o tear mecânico, a máquina de fiar, as máquinas a vapor (navios, busca de um propósito
comboios), o telégrafo. É neste período que se configura, também, o comum, ou seja, as
capitalismo industrial. empresas, as Organizações
Não Governamentais -
Posteriormente, de 1860, data considerada como início da 2ª Revolução ONGs, etc.
Industrial, a 1914, observou-se um crescimento vertiginoso nas empresas,
em função do avanço tecnológico. O aço substitui o ferro como matéria- Motor a explosão
prima básica. Electricidade e petróleo tomam o espaço ocupado pelo
carvão, como matriz energética. Surge o motor a explosão, os carros, os Motor, hoje, utilizado em
aviões, o capitalismo financeiro e as grandes empresas. carros e motorizadas, cuja
É neste período que a gestão começa a ser vista como ciência, objecto de propulsão ocorre por meio de
estudos sistemáticos, de formulação de teorias e de aplicações dessas sucessivas explosões da
teorias nas empresas, seguidas de acompanhamento e verificação dos mistura ar e combustível,
possíveis resultados. após ser submetida a uma
2 forte pressão, transformando
Escola Superior Aberta/A Politécnica – Ensino a Distância parte da energia gerada pela
explosão, em movimento.
Gestão de Recursos Humanos & Gestão de Empresas –Introdução a Gestão I – Semestre 1

Já entre 1914 e 1945 (período entre guerras), as empresas e a sociedade Depressão de 1929
passaram pelos períodos de gigantismo industrial, caracterizados pelo
grande uso de tecnologias com fins bélicos, pela depressão de 1929, pelo Crise mundial desencadeada
desenvolvimento dos transportes, do rádio e da televisão e pelo uso de a partir de 1929 pela queda
petroquímicos. da bolsa de Nova Iorque
Para saber mais: visite o site
A fase moderna, período entre 1945 e 1980, caracterizou-se, http://www.historianet.com.br/
principalmente, por dividir o mundo em dois grandes blocos: o dos países conteudo/default.aspx?codigo
desenvolvidos (industrializados) e o dos não desenvolvidos (não =31
industrializados).

Também foi marcada pelo uso do plástico e demais derivados do petróleo,


pelo advento dos computadores, dos rádios, dos circuitos integrados,
satélites e pesquisas para fins comerciais. Começava um período marcado
pela complexidade, pela imprevisibilidade do ambiente dos negócios, pelo
surgimento da inflação e pela escassez de recursos.

Já o período actual, chamado de globalização, tem como principais


características a dificuldade de análise do ambiente; a concorrência
acirrada entre as empresas e nações, a preocupação com a
responsabilidade ambiental e social, e um forte sentimento de
obsolescência do conhecimento, de forma que o sucesso de ontem não
garante o sucesso de hoje e o sucesso de hoje não garantirá o sucesso de
amanhã.

Algumas considerações Obsolescência

Você conseguiu observar que, do início do século passado, até os dias Perda da utilidade pelo
actuais, a gestão foi influenciada por uma série de teorias, voltadas para a surgimento de novos
obtenção de melhor produtividade e visando uma melhor inserção do conhecimentos, necessidades e
homem no contexto empresarial? tecnologias

Esta evolução da gestão, os seus respectivos conceitos e o conhecimento


sobre os teóricos da gestão, constituem o nosso principal objecto de
estudo.

Embora sejam essencialmente teóricos, a compreensão desses estudos


permitir-lhe-á a aplicação prática dos mesmos no contexto das
organizações. Além disso, esses estudos, bem compreendidos, permitir-
lhe-ão compreender os processos administrativos actuais.

A partir do conhecimento das Teorias da Administração, será mais fácil


entender outros conteúdos, tais como: gestão estratégica, gestão de
recursos humanos, marketing e outros temas relevantes para a sua
formação.

Nas leituras obrigatórias iremos compreender por que estudar Gestão e,


também, os seus conceitos. Para tanto, veremos mais detalhadamente a
citada evolução histórica, associada a factos marcantes nos tempos
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Gestão de Recursos Humanos & Gestão de Empresas –Introdução a Gestão I – Semestre 1

passados que influenciam até hoje as teorias da Administração.


Conheceremos, além disso, as funções da gestão e os papéis do gestor,
permitindo, assim, a formação de uma nova visão sobre empresas e
gestores.

Estou certo de que você ficará surpreso com tantas coisas que sempre
estiveram à nossa frente e que só se tornam perceptíveis quando
estudamos as Teorias da Administração.
Frederick Winslow Taylor
Vencida esta parte, ainda nas Leituras Obrigatórias, você conhecerá a
Teoria da Administração Científica, com um destaque especial para os Engenheiro que dedicou grande
trabalhos de Frederick Winslow Taylor. As suas teorias, embora tenham parte de sua vida ao estudo de
sido estabelecidas no início do século passado, estão presentes na maioria técnicas de racionalização das
das empresas modernas, especialmente nas linhas de produção. tarefas industriais através do
estudo dos tempos e
Finalizando os seus estudos, você conhecerá as teorias de uma pessoa movimentos.
muito famosa, sobre a qual, com certeza, já ouviu falar. Estou a referir-me Henry Ford
ao grande Henry Ford. As suas teorias e acções ainda hoje se mostram
actuais em várias situações. Mesmo quando superadas por propostas mais Industrial norte-americano.
modernas, tornam-se importantes para estabelecer as bases de um Figura marcante no início da
processo de mudança. administração científica. Apoiou-
se muitas vezes nas ideias de
Bem, depois desta nossa conversa inicial, imagino que esteja curioso(a) e Taylor, construiu um império que
com muita vontade de prosseguir com os seus estudos. Então, não perca se tornou o principal referencial
tempo, vamos às leituras obrigatórias. para o desenvolvimento da
produção industrial em larga
escala.

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Gestão de Recursos Humanos & Gestão de Empresas –Introdução a Gestão I – Semestre 1

Leituras Obrigatórias

A leitura dos textos indicados, a seguir, é de fundamental importância para


a compreensão de nossos estudos e para a realização das actividades
propostas para esta primeira unidade de estudo. Portanto, não deixe de
estudá-los.

Texto 1

SILVA, Reinaldo Oliveira da. A administração hoje. In: ______ Teorias da


Administração. São Paulo: Pioneira Thomsom Learning, 2004.

A leitura do capítulo “A administração hoje”, do livro Teorias da


Administração, possibilitará a compreensão do cenário actual da gestão.
Atente-se principalmente, às habilidades e aos papéis do gestor.

IMPORTANTE

Sugiro que não comece a leitura do texto 2 antes de


fazer as actividades 1 e 2 referentes à primeira
unidade de estudo deste Guia. Isto facilitará a sua
compreensão, assim como o ajudará a ter uma visão
mais ampla sobre a Teoria da Administração Científica

Texto 2
SILVA, Reinaldo Oliveira da. A evolução do pensamento administrativo. In:
______ Teorias da Administração. São Paulo: Pioneira Thomsom
Learning, 2004.

Agora, você deve ler o capítulo “A evolução do pensamento


administrativo”, para compreender como ocorreu o desenvolvimento da
administração ao longo do tempo. Isto é fundamental para entender uma
série de processos e teorias vigentes ainda nos dias actuais.

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Gestão de Recursos Humanos & Gestão de Empresas –Introdução a Gestão I – Semestre 1

Textos 3 e 4
SILVA, Reinaldo Oliveira da. Teoria da Administração Científica. In:
______ Teorias da Administração. São Paulo: Pioneira Thomsom
Learning, 2004.

CHIAVENATTO, Idalberto. O que é a administração de empresas. In:


______ Administração: teoria, processo e prática. 3. ed. São Paulo:
Makron Books, 2000.

MAXIMIANO, Antonio César A. Introdução à Administração. 6. ed. São


Paulo: Atlas, 2004.

Estamos a chegar ao mais ponto alto desta unidade de estudo. Nestes


textos, você irá estudar um dos mais importantes pontos da gestão, que é
a Teoria da Administração Científica.
Veja que propusemos a leitura de publicações de dois autores. A primeira
é mais densa e completa. A segunda reforçará a sua compreensão
relativamente aos conceitos e pode ser uma fonte de consulta sobre este
assunto.
Faça as leituras e procure compreender as principais características das
ideias de Taylor e Ford.

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Gestão de Recursos Humanos & Gestão de Empresas –Introdução a Gestão I – Semestre 1

Actividades

A seguir, estão as actividades correspondentes a esta primeira unidade.


Resolva os exercícios propostos em cada uma e verifique se acertou,
conferindo a sua resposta na Chave de Correcção no final do presente
Guia de Estudo.

Actividade 1

Leitura do texto

Leia o capítulo “A administração hoje”, do livro Teorias da Administração,


de Reinaldo Oliveira da Silva, indicado como leitura obrigatória.

1.1. Releia o texto e identifique, por escrito, as habilidades e os papéis do


gestor. Procure estar atento também, na sua leitura, aos principais
factos do processo histórico da gestão.

1.2. Agora, com base nas suas anotações, aponte para cada situação, a
seguir, a principal habilidade (conceptual, humana ou técnica) do
gestor, necessária em cada caso.

Situação Habilidade

Convencer a direcção sobre a importância de


um novo sistema de informações

Elaborar um fluxo de caixa

Compreender a cultura organizacional da


empresa
Motivar a equipa para trabalhar em tempos de
crise
Identificar o foco dos motivos de diminuição das
vendas da empresa
Interpretar relatórios financeiros e, a partir deles,
tomar decisões
Propor um novo plano de contas para a
contabilidade da empresa

Elaborar um organigrama da empresa

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Liderar o processo de escolha de novas formas


de promoção

1.3. Retome, mais uma vez, as anotações do exercício 1.1. deste roteiro e
associe cada situação-problema com o papel do gestor no contexto
empresarial.
(1) Informacional - ( ) Conduzir a empresa durante a
Monitor implementação de um grande
processo de mudança.
(2) Informacional - ( ) Você é o presidente e dois dos
Disseminador seus gestores disputam a
paternidade de uma ideia
aprovada pela empresa.
(3) Informacional - ( ) Estudar a possibilidade de
Interlocutor ampliar negócios por meio do
comércio exterior.
(4) Interpessoal – ( ) Reunir com outros empresários
Chefe ou do sector visando a formação de
Símbolo um arranjo produtivo local.
(5) Interpessoal – ( ) Anunciar à comunidade externa,
Líder o investimento numa nova
fábrica.
(6) Interpessoal - ( ) Acertar com um fornecedor o
Ligação prazo de pagamento de uma
grande compra.
(7) Decisorial - ( ) Estabelecer os princípios e
Empreendedor valores da empresa
(8) Decisorial - ( ) Participar de uma feira para
Solucionador de acompanhar as novidades do
conflitos sector.
(9) Decisorial - ( ) Informar ao gestor de produção
Negociador sobre uma possibilidade de
aumento das vendas.

Actividade 2

Leia o capítulo “A evolução do pensamento administrativo”, do livro


Teorias da Administração, de Reinaldo Oliveira da Silva, indicado como
leitura obrigatória.

2.1 Depois, releia o texto, assinalando cada momento do processo


evolutivo do pensamento administrativo apresentado por Silva.

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2.2 Agora analise e reflicta: em que as ideias expostas por Silva,


neste capítulo, se relacionam com o capítulo “A administração hoje”, do
mesmo autor?

2.3 Certifique-se de que você compreendeu bem as ideias de Silva.


Faça um quadro comparativo mostrando os pontos divergentes entre
os momentos mais relevantes do pensamento administrativo através
dos tempos:
• Da Antiguidade a 1780 - início da Revolução Industrial
• 1ª Revolução Industrial - de 1780 a 1860
• 2ª Revolução Industrial - de 1860 a 1914
• entre guerras - de 1914 a 1945
• De 1945 a 1980
• Após 1980

REFERÊNCIAS

CHIAVENATTO, Idalberto. Administração: teoria, processo e prática. 3.


ed. São Paulo: Makron Books, 2000.

MAXIMIANO, Antônio César Amaru. Introdução à Administração. 6. ed.


São Paulo: Atlas, 2004.

SILVA, Reinaldo Oliveira da. Teorias da Administração. São Paulo:


Pioneira Thomsom Learning, 2004.

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UNIDADE TEMÁTICA 2

OS FUNDAMENTOS DA ADMINISTRAÇÃO COM FOCO NA


ESTRUTURA

Adaptado de Rosana Castejon

Objectivos

Ao final desta unidade, você deverá ser capaz de:

• Aplicar os princípios metodológicos estruturais na resolução de


problemas administrativos.
• Identificar os impactos das políticas, normas e regulamentos da
Administração na estrutura das empresas.
• Utilizar o raciocínio lógico-dedutivo com base nos teóricos Henry Fayol,
Taylor, Weber, Merton, para análise de questões administrativas.
• Traduzir as suas percepções de situações empresariais, considerando
os fundamentos da Administração, com foco na estrutura.
• Identificar atitudes éticas nas relações pessoais no quotidiano da
dinâmica empresarial.
• Reconhecer as diferenças estruturais das organizações.
• Ler e compreender textos teóricos da área administrativa.
• Analisar a abrangência e os limites das teorias da Administração sobre
a estrutura das empresas.
• Identificar a contribuição do pensamento dos teóricos da Gestão
Administração para a actuação do gestor no contexto socio-económico
e cultural contemporâneo. Organização dos recursos
humanos, financeiros, materiais,
informacionais, entre outros, para
convergir num propósito
Gestão, organização e investigação empresarial central.

Organização
A gestão das actuais empresas foi, gradativamente, sendo construída no
tempo. Para que possamos estudar e compreender a teoria, é necessário Uma empresa em que tem
que alguém tenha documentado as suas experiências, por meio de um pessoas dispostas e organizadas
em sociedade que contribuem
método específico. Uma forma interessante de compreender com mais para com outras pessoas
facilidade é fazer o seguinte: após sua leitura inicial sobre o assunto, presentes em uma comunidade,
procure, na empresa em que você trabalha, relacionar cada conceito seja regional, nacional ou mundial.
descrito, fazendo comparações entre a teoria e prática, Caso não esteja
Investigação
empregado no momento, aplique esse conteúdo numa padaria ou num
supermercado ou qualquer outro tipo de organização que você frequente, Acto de pesquisar, verificar,
fazendo a sua própria investigação, está bem? procurar e sanar dúvidas podendo
ser através de livros teóricos,
periódicos e artigos científicos,
assim como em empresas
actuantes no mercado como uma
10 averiguação actual e prática.
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Um dos objectivos centrais desse nosso estudo é compreender que,


devido às necessidades da época, ocorreu um exagerado destaque na
abordagem “estrutura da empresa”, nas suas linhas de gestão, com a Raciocínio interpretativo
intenção de que os gestores pudessem atingir o máximo da eficiência e
definir os impactos das normas e regras na condução das actividades Após pesquisar sobre
empresariais. Outro objectivo consiste em aprender a relacionar a teoria e determinado tema, faz-se
prática no contexto empresarial, por meio de um raciocínio interpretativo, comparações considerando o
buscando os propósitos dessas teorias. Outro, não menos importante, é contexto de época do surgimento
da teoria e sua aplicabilidade no
avaliar as contribuições que o pesquisador deixou no nosso campo de
contexto empresarial
actuação empresarial.
contemporâneo.
Com esse pensamento, na primeira parte desta unidade temática, iremos
estudar as conclusões de Henry Fayol, buscando a eficiência na
organização, sendo que seu trabalho foi defendido numa época próxima ao
estudo de Taylor, uma vez que ele viveu de 1841 a 1925. Entre esses dois Linha operacional
autores, o ponto diferencial nítido é que enquanto Taylor se preocupou
com a linha operacional de uma empresa, Fayol afirmava que os ganhos Édecisões
o nível inferior na tomada de
empresariais e consiste
de eficiência somente aconteceriam se os gestores se especializassem e nas actividades exercidas no curto
transmitam as questões técnicas aos seus subordinados. Defendia que prazo. As pessoas responsáveis por
os problemas administrativos obedecem a uma ordem gradativa de esse nível desempenham
complexidade, conforme a hierarquia presente no organograma Hierarquia actividades rotineiras e de execução.
numa empresa, ou seja, fazem
empresarial. (CHIAVENATO, 2000) acontecer o que é preciso para a
Significa
empresa uma escala de
permanecer produtiva no
Henry Fayol complexidade
mercado, sendo detambém
posições numa
(1841-1925) autor do livro Administration Industrielle et empresa quecomo
reconhecida possuinível
o comando
técnico.
Générale, no qual defende que toda empresa tem as seis sobre outras funções.
áreas funcionais delimitadas em qualquer sector de actuação.
Organograma Subordinado
Elaborou os 14 princípios gerais da gestão aplicados em
qualquer empresa para se obter maior eficiência independente Trata-se
Empregado de uma ferramenta
que está de
sob o comando
da pessoa, mas em detrimento da organização. gestão de
emoutro,
que lemos a definição e
com conhecimento
estruturalposição
de umahierárquica
empresa quanto
superior.
ao carácter da .
Frederick W. Taylor subordinação/hierarquia, processo
(1856-1915) acreditava que a eficiência organizacional decisório e a comunicação
aumentaria em decorrência dos Estudos de Tempos e empresarial.
Movimentos, na intenção de reduzir a fadiga e os desperdícios,
aumentando os salários conforme a elevação na produtividade,
obtendo uma visão do Homem Económico, ou seja, o homem
trabalhava em função do dinheiro.

A trajectória profissional de Fayol começou com a sua formação em


engenharia de minas e a trabalhar numa empresa de mineira de carvão, a Área funcional
“Compagnie Commantry Four-chambault et Decazeville”. Nessa empresa,
além de ter grande preocupação com a segurança referente às actividades Área de conhecimento específico
que aconteciam no subsolo das minas chegou a ser director geral por numa empresa que interage com
as demais áreas. Podem ser
conta de seu comprometimento com a empresa e com seus empregados. consideradas as áreas de gestão
A abordagem de seus estudos fundamenta-se na experiência ou intermediárias da empresa na
administrativa, nas qualidades pessoais, e, principalmente, na dedicação percepção de Fayol.
ao método por ele elaborado (SILVA, 2004).

Nesta nova fase de nosso conhecimento, vamos entender que, as áreas


funcionais determinadas por Fayol (técnica, contabilista, financeira,
comercial, segurança e administrativa) perduram até os tempos actuais.
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Gestão de Recursos Humanos & Gestão de Empresas –Introdução a Gestão I – Semestre 1

Actualmente, deliberamos as principais actividades e responsabilidades Linha intermediária


dos gestores na linha intermediária das decisões empresariais. Dentre
todas essas áreas da empresa, Fayol concentrou-se mais nas actividades Consiste no nível de gestão da
desempenhadas na função administrativa (prever, organizar, comandar, tomada de decisões de médio
prazo, sendo que os gestores ou
coordenar e controlar), conforme você estudou na unidade anterior. Taylor, encarregados das áreas
por se focar nas tarefas e por não visualizar a estrutura da empresa, não funcionais interpretam as ordens
considerou a ideia de coordenar. A partir daí, ele elaborou os princípios dos superiores que estão na
gerais da administração que, na verdade, não são regras, mas uma visão linha estratégica, transmitindo
norteadora para a eficiência organizacional. ao pessoal da linha operacional
para desenvolvimento e
execução das actividades.
Temos que saber que a teoria não é perfeita e exactamente por isso
surgem novos estudos que se adaptam à realidade das empresas, Li h t té i
conforme o momento vivido por elas. Então, nesta unidade temática,
veremos as contribuições do sociólogo Max Weber, que viveu de 1864 a
1920, defendendo que a eficiência organizacional somente seria um
facto se existissem regras e normas a serem rigorosamente seguidas. Na
sua percepção, a sociedade vive e segue um conjunto de regras, conforme
os conceitos de moralidade do próprio grupo social. Com isso, acreditava
que as organizações, sendo um grupo social, também deveriam ter suas
regras estabelecidas em um todo.

Max Weber Eficiência organizacional


(1864-1920) Sociólogo autor do livro A Ética Protestante e o
Espírito do Capitalismo. Contribuiu para o estudo da Significa os meios que os
Administração ao elaborar, de forma rígida, um sistema gestores encontram para
burocrático que favorecia, em níveis de igualdade, o desenvolver as actividades de
desempenho dos empregados, por meio de leis e regras forma correcta na empresa
formalmente definidas. Acreditava que os ganhos de eficiência para atingir os resultados
só poderiam acontecer se as regras fossem seguidas por desejados
todos, indistintamente. Sociedade tradicional

Empresas com um poder


Nesse sentido, verificaremos a formação dos grupos sociais em uma legitimamente herdado que é
repassado de forma autoritária
empresa, de acordo com os tipos de sociedade e os tipos de autoridade de geração para geração, por
correspondentes. Na sociedade tradicional, impera a autoridade exemplo, uma empresa familiar
tradicional; na sociedade carismática, a autoridade carismática; e na que foi passada do avô para o
sociedade racional ou burocrática, a autoridade, também, racional ou filho que passará para o neto.
burocrática. Parece estranho e repetitivo esse termo, mas dentro das Sociedade carismática
características de cada tipo, você verificará, ao longo de seus estudos, que
existem grandes diferenças evidentes, inclusive praticadas actualmente. Empresas ou organizações
(CHIAVENATO, 2000) válidas por meio de eleitos por
grupos sociais que obtém
determinados padrões e valores
Por meio da defesa do real conceito de burocracia feito por Weber, você como verdadeiros, como por
compreenderá que a burocracia não necessariamente provoca lentidão exemplo, a variedade de grupos
nos processos, mas regulamenta a organização, principalmente em religiosos e de partidos políticos
empresas de grande porte e complexidade, ou seja, empresas de muitas existentes no Brasil.
actividades e com muitas pessoas para garantir seu funcionamento, como Sociedade racional ou
por exemplo, a Ministério das Finanças, na altura de recolha do imposto burocrática
sobre o rendimento. Significa que a burocracia estabelece um padrão a ser
seguido por todos que colaboram para a sobrevivência dessa organização Empresas formadas por pessoas
que conquistaram o direito de
no mercado, indistintamente, nos pequenos detalhes e de forma previsível. exercer suas funções por meio
de seu próprio conhecimento e
habilidade, como por exemplo,
12 as empresas públicas em que
Escola Superior Aberta/A Politécnica – Ensino a Distância existem os concursos para
admissão de novos ocupantes
dos cargos disponíveis.
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A Teoria da Burocracia, de Max Weber, teve seus seguidores, mas Teoria da burocracia
também teve aqueles outros pesquisadores que avaliaram se realmente a
empresa se tornaria eficiente com esse rigoroso método. Portanto, Estudo de novas formas de se
abordaremos as percepções de Robert Merton, mostrando o efeito atingir a eficiência organizacional
contrário (as disfunções) que a burocracia provocava nos empregados e pelo formalismo, leis e regras.
Teve como pioneiro em seus
nas pessoas ligadas directamente à organização, tendo como estudos, o sociólogo Max Weber
consequência a ineficiência organizacional. Enquanto Weber considerou o e, depois, muitos outros
formalismo e a racionalidade como os meios necessários para a seguidores.
competência empresarial, Merton considerou que os gestores, ao impor
suas regras, não devem excluir o homem/empregado, fazendo a previsão
do comportamento humano ao seguir as regras. Mesmo porque as regras
são seguidas por pessoas distintas, com conceitos variados e reacções
diversas, e, muitas vezes opostas, conforme a interpretação que fazem
das regras.

Robert Merton
Estudou as características da burocracia elaboradas por Max
Weber e detectou que, no rigor das regras, a empresa se
tornava ineficiente, o contrário do que se pretendia
inicialmente, devido à despersonalização dos relacionamentos
entre os empregados e dos conflitos gerados em detrimento ao
cumprimento das regras. Este pensamento, entre outros, é
característico das disfunções da burocracia.

Ao finalizar esta unidade temática, você irá compreender, de acordo com


Amitai Etzioni, na Teoria Estruturalista, que existem três tipos de
Amitai Etzioni
organizações (coercivas, remunerativas e normativas) com os respectivos
poderes (coercivo, remunerativo, normativo). (SILVA, 2004) Compreenderá Principal representante da Teoria
também que, dentro dos estudos até então realizados, não podemos dizer Estruturalista, sociólogo e autor
como atingir a eficiência organizacional sem estabelecermos as diferenças dos livros Organizações
entre o dilema e o conflito, a descentralização e centralização, a modernas, Organizações
complexas, e Análise comparativa
informalidade e a formalidade, dentre outros temas abordados por outros de organizações complexas. O
pesquisadores. Esses conceitos também são abordados num outro estudo foco de seus estudos está na
da gestão na Teoria Neoclássica, que procura convencer o gestor a olhar percepção de que a vida humana
sabiamente o ambiente externo, para melhor adaptar seus processos se concentra em função do
trabalho, e que o comportamento
internos. do empregado está relacionado
ao poder e à autoridade de seus
Todos nós temos uma história de vida que surge com o nosso nascimento. superiores.
Assim, é da evolução do pensamento, do que significa gerir as empresas
que você, futuro gestor(a), desempenhará as suas habilidades e funções.
Deste modo, desejamos que você abarque, neste guia de estudo, os erros
e os acertos de cada teoria para que, ao fazer sua própria gestão, aplique
o certo e reinvente aquilo que deu errado, na expectativa de obter o
sucesso. Mas que não cometa o mesmo erro de outra pessoa
(pesquisador) que o antecedeu no desenvolvimento das teorias de gestão.
Que, principalmente aprenda a colaborar no crescimento das pessoas ao
seu redor, nas empresas que irá trabalhar e na sociedade em que está
inserido. Vamos compreender tudo isso e muito mais nesta unidade e em
todas as restantes! Sucesso sempre!

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Gestão de Recursos Humanos & Gestão de Empresas –Introdução a Gestão I – Semestre 1

Leituras obrigatórias

Texto 1
Neste texto, você terá uma abordagem da Teoria Clássica de Fayol em um
contexto explicativo totalmente prático. A teoria será evidenciada em uma
empresa do sector de entretenimento que a autora chama de “barzinho”,
em que você terá oportunidade de compreender facilmente a aplicação da
sua aprendizagem.

O Lado Clássico da Administração


Adaptado de Rosana Castejon

Agora, que você já compreendeu que o estudo das organizações tem os


seus fundamentos, muito antes da existência de seus bisavôs, chegou o
momento de conhecer a elaboração das funções administrativas
ordenadas numa época próxima ao estudo de Taylor. Mais uma vez, você
compreenderá que a história da gestão se fez com o desejo de criar
técnicas ideais para melhorar o desempenho dos processos. Tudo isso por
meio de uma metodologia do trabalho desempenhada por pessoas que
aprenderam as suas rotinas, tentando acertar dia após dia.

A partir de agora, usaremos um exemplo de nosso dia-a-dia, com uma


linguagem bem informal, com o objectivo de que você aprenda, de forma
agradável e mesmo divertida, conceitos que podem ser aplicados desde as
pequenas empresas até em multinacionais.

Lembra-se daquele exemplo das tabernas, citado no texto inicial da


primeira unidade temática deste guia de estudo “Os fundamentos da
Administração e a Teoria da Administração Científica”, aquelas que, nos
dias de hoje, podemos chamá-las de “barzinhos”?

Para que você tenha um momento de lazer e descontracção junto aos


seus amigos, torna-se necessário que alguém gira esse “barzinho”, para
que você pague, no final, a conta de uma forma satisfatória e que volte
sempre com outros amigos. Imagine um ambiente agradável com mesas e
cadeiras, um balcão estilo americano, empregados do balcão para o(a)
atenderem, talvez ao som de uma timbila ou uma roda de samba para
atrair os clientes e, principalmente, aquela cerveja gelada ou aquele
refrigerante.

Estaremos a estudar, a partir desse momento, a divisão do trabalho na


percepção de um engenheiro de minas, Henry Fayol, que acreditou que as
organizações só conseguiriam ser eficientes por meio da divisão adequada
das áreas funcionais, ou de gestão, de uma empresa. Veja como é simples:
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se comprarmos esse barzinho e desejarmos o seu sucesso no mercado,


alguém ficará responsável por não deixar faltar bebida, outra pessoa
manterá o processo produtivo do bar a funcionar perfeitamente. Deverá
existir, nessa empresa, um controle do dinheiro que entra e do dinheiro
que sai, ora para pagar os impostos ora para pagar os fornecedores.
Assim como, alguém para falar bem do nosso atendimento para outras
pessoas.

Quando dissemos que uma pessoa irá executar a actividade de Colaborador


atendimento, é sinal de que esse colaborador, ou empregado,
desenvolveu uma técnica convincente para fazer o cliente consumir mais o Aquele que contribui para a
produto, que foi comprado para ser vendido. Nesse bar, temos, então, o existência da empresa no
mercado, podendo ser um
que Fayol definiu como as áreas funcionais e suas devidas contribuições empregado (colaborador
na intenção de buscar a realização dos processos com ganhos de interno), um fornecedor
eficiência organizacional. Não na linha operacional, como Taylor definiu (colaborador externo), entre
como o “melhor caminho” - The best way, mas sim, na linha de decisões outros.
de gestão ou intermediárias. Fayol acreditava que a empresa se tornava
eficiente, conforme as acções dos seus dirigentes, ou seja, quem executa
rotinas e, que não tem responsabilidade para além do desempenho
adequado de suas funções, precisava de uma pessoa com determinados
conhecimentos para orientar correctamente as actividades dos
subordinados na hierarquia organizacional.

Logo a seguir, deixamos-lhe um organograma, que significa uma


representação gráfica da hierarquia em uma empresa, na visão de Fayol.
Quem está acima decide por quem está em nível de decisão de menor
complexidade administrativa. Na visão desse pesquisador, a área funcional
administrativa exerce autoridade sobre as demais actividades e decide
pelas acções das áreas abaixo nessa escala hierárquica. A gestão (técnica
ou de produção, contabilística, financeira, comercial e de segurança)
corresponde às decisões de ordem intermediária, com conhecimentos
específicos na actuação empresarial. Sobre essa linha de gestão ainda se
têm os cargos de trabalho na linha executora.

Figura 1 – Organigrama conforme as áreas funcionais de Fayol

Para que você compreenda melhor essa teoria, vamos dar sequência na
situação do “barzinho”, considerando o organograma acima desenhado.

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Área responsável pelo desempenho técnico: os empregados de balcão


executam o atendimento aos clientes, limpeza das mesas e do chão,
apresentar a conta ao cliente e recebimento do valor de consumo no caixa,
ou seja, as actividades consideradas operacionais.

Área responsável pela contabilidade: necessariamente essa empresa (o


“barzinho”) deverá ter controle, não somente do que o cliente fez de acerto
em relação ao seu consumo, mas também ao pagamento junto aos
fornecedores de bebidas, aperitivos, toalhas para as mesas, talheres,
copos, entre outros utensílios.

Área responsável pelo controle financeiro: para a empresa se manter


no mercado, o gestor precisa investir em geleiras que trabalhem com um
menor consumo de energia. Talvez uma reforma na estrutura física para
ampliação do espaço ou quem sabe uma nova filial. Simplesmente
teremos que ter uma pessoa que controle o dinheiro da empresa a longo
prazo em relação aos seus investimentos.

Área responsável pelas acções de comercialização dos produtos: a


comunicação com o mercado existe através da divulgação que a empresa
faz, esperando que o cliente seja sensível à sua mensagem e que
compareça no barzinho. Trata-se do entendimento do que o cliente quer e
o que a empresa lhe oferece.

Área responsável pela segurança: da mesma forma que o cliente quer


se sentir tranquilo em seu barzinho, você também quer segurança para
desempenhar suas actividades correctamente, sem risco de vida ou de
danos físicos. Nesse aspecto, a organização também irá querer que seu
património seja protegido de invasões, incêndios, desmoronamento etc.

Área responsável pela gerência administrativa: no barzinho, com tanta


informação e actividades circulando, entendemos que uma pessoa deveria
ter total conhecimento do que se passa no contexto dessa empresa e que
exerça as funções de previsão, organização, comando, coordenação e
controle.

Para que você seja um gestor(a) de sucesso no mercado de trabalho, é


preciso que compreenda que as teorias fazem parte da evolução do
pensamento de sua profissão. Não se faz um gestor(a) do dia para a
noite... Assim é nossa história, enquanto seres humanos e também no
âmbito profissional. Portanto, Fayol foi um pesquisador que descreveu as
funções administrativas do gestor, pensando na organização eficiente das
actividades comuns a todas as empresas, considerando que a teoria é
válida para qualquer campo de actuação empresarial. Ele acreditava que
os maiores erros que impediam a empresa de obter os ganhos de
eficiência estavam na divisão inadequada das responsabilidades dos
gestores, principalmente no que se refere ao exercício das actividades
administrativas.

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Retomando nosso empreendimento, o “barzinho”, o proprietário está a


preencher o espaço superior do organograma na função administrativa,
então, para ocupar esse lugar na empresa deverá fazer as seguintes
actividades:

• Previsão - o proprietário, desde que começou a pensar em qual sector


investir melhor seu dinheiro, fez uma pesquisa de mercado e verificou que
a comunidade local necessitava desse “barzinho” para seus momentos de
lazer. Então, analisou, exaustivamente, as alternativas estratégicas que
tinha para constituir o seu investimento. O seu dinheiro era pouco, mas
considerável para o momento introdutório no mercado. Com isso, após
compreender a dinâmica existente no mercado e a tendência das pessoas
procurarem um local de lazer, resolveu abrir seu negócio. Desde então
avalia como o mercado está reagindo aos momentos económicos, sociais,
políticos, tecnológicos entre outras variáveis que norteiam seu “barzinho”.
Somente através desse acompanhamento do que se passa no mercado e
fazendo uma projecção em relação às preferências do mercado
consumidor, é que ele tomará decisões norteadoras do sucesso de sua
empresa.

O planeamento tem uma complexidade que pode ser avaliada em longo,


médio e curto espaço de tempo para realização dos seus objectivos
propostos. Por mais estranho que pareça “pensar” no empreendimento
num tempo que a imaginação não consegue alcançar, podemos-lhe
afirmar que para esse “barzinho” ter o sucesso que tanto deseja, o acto de
prever as acções que o gestor tomará evita que as decisões sejam
impensadas, inseguras e inconsequentes. A essa percepção e visão, ao
longo do tempo, que projecta as adaptações e mudanças organizacionais
é que se chama prever a direcção da empresa no mercado, para maior
competitividade, ou seja, realizar o planeamento empresarial com a
flexibilidade que o consumidor procura, mas com o foco no que se
pretende atingir, com perseverança e continuidade.

• Organização - como citado anteriormente, esse “barzinho” precisa de


pessoas para manter a actividade funcionando de forma motivada e
consistente. Necessita de dinheiro para fazer acontecer o processo
produtivo, ou seja, transformar as matérias-primas como a batata, o
frango em uma deliciosa porção de fritas ou em uma isca de frango.

Os recursos administrativos não são somente matérias-primas e pessoas,


mas também financeiros e informacionais. O dinheiro, como diz o “os
mais velhos”, não é tudo, mas é o meio de se adquirir o que se deseja.
Então, o barzinho terá necessidade de gerir, adequadamente, o dinheiro
que entra no caixa assim como o que paga aos fornecedores.

Nenhuma empresa consegue viver actualmente sem uma adequada busca


de informações no mercado. É de extrema importância saber e
compreender a dinâmica do mercado em relação às preferências dos
consumidores e, como os concorrentes estão a trabalhar para conquistá-
las em vez da sua empresa. O apropriado uso da informação captada no
mercado, o processo de transformação dos dados colhidos em
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informações serão devolvidas ao mesmo mercado através de produtos e


ou serviços: são os recursos informacionais. Portanto, a organização é
uma função administrativa responsável pela sincronia de todos esses
recursos, entre outros, conforme a necessidade empresarial, zelando pela
adequada realização dos programas definidos na actividade de
planeamento.

• Comando - acreditamos que o acto de encaminhar as acções de muitas


pessoas não é nada fácil... Fazer com que as ordens passadas sejam
necessárias para a realização dos objectivos empresariais é um desafio.
Outro dia, o proprietário desse “barzinho”, a quem iremos chamar de Zé
Macuacua, resolveu contratar dois empregados para auxiliá-lo no processo
de atendimento dos clientes, uma vez que o movimento de clientes a
procurar as suas refeições especiais e a cerveja gelada, aumentou muito
desde que colocou um preço mais acessível. Ele resolveu instruir com
clareza os novos subordinados no procedimento com a limpeza, com o
atendimento às mesas e com a recepção dos clientes. Durante a
passagem dessas informações, o Zé Macuacua exerceu a actividade de
dirigir adequadamente a equipe de trabalho para reduzir o índice de
reclamações, que se trata de um de seus objectivos para o próximo ano.
Para melhor evidenciar o seu discurso perante os novatos, deu as
orientações necessárias para o cumprimento das ordens estabelecidas e
como deveriam agir em determinadas situações.

A empresa do Zé Macuacua fornece o material de trabalho, o uniforme, o


salário pago em dia, mas, em troca, deixa claro que o empregado deve
chegar a horas, fazer sua actividade conforme o esperado e principalmente
atender bem o cliente e colegas de trabalho. Justamente por isso, as
empresas devem ter em na sua direcção, pessoas com conhecimento
amplo dos deveres e dos direitos de cada área de actuação, assim o
gestor conseguirá obter, através do diálogo, o melhor da sua equipa, sem
perder o motivo de sua gestão.

Esperamos que você tenha compreendido que a actividade de comando


consiste no estabelecimento de orientações para a equipa de trabalho com
o consequente alcance dos propósitos organizacionais.

• Coordenação - A melhor coisa que pode acontecer no “barzinho” é que o


ambiente seja agradável para que os clientes voltem sempre trazendo seu
dinheiro para o caixa da empresa e que tenham boas lembranças do
atendimento recebido. Para que isso seja uma constante, é necessário que
as pessoas que lá trabalham tenham alegria ao desempenhar suas
actividades. Essa é mais uma função que o proprietário deverá exercer na
sua equipa, ou seja, propiciar a harmonia e o bem-estar das pessoas que
colaboram para o sucesso do empreendimento, conforme seus sectores de
actuação.

Se o Zé Macuacua passou correctamente as orientações sobre as tarefas


a serem executadas e seus ajudantes fizeram muito melhor do que se
esperava, então, é hora de reconhecer, elogiando o trabalho
desempenhado e incentivando para que nas próximas vezes sejam ainda
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melhores! Mas não basta o bom humor, a acção de coordenação também


diz que o líder deve conduzir as acções de todos para o mesmo propósito
organizacional, sem desvios do que está previsto. Não quer dizer que
prevalecerão somente os interesses da empresa, mas sim que as pessoas
devem entrar num acordo, de como fazer acontecer suas actividades de
uma forma agradável e convincente em função do propósito empresarial.
Lembre-se: a função de coordenação tem a finalidade de unir as pessoas e
obter o melhor desempenho na execução das actividades correspondentes
de cada indivíduo, de uma forma harmoniosa e com critérios que visem
aos objectivos propostos no planeamento.

• Controlo - Zé Macuacua é um gestor controlador que age de forma


imparcial no momento em que monitora as actividades dos seus ajudantes.
Significa que ele verifica, continuamente, o desempenho de cada tarefa
realizada para efectivar a empresa no mercado. Sempre que existe um
procedimento a ser feito, ele deve ser bem feito. Por exemplo: se os
ajudantes não limparam as mesas, o balcão e o chão adequadamente,
antes que abra o “barzinho” e o Zé Macuacua, ao supervisionar todo o
ambiente, verifica que não está conforme as regras por ele estabelecidas,
pede que o responsável daquele sector repita a actividade em tempo útil
antes que os clientes cheguem. Daí aquele famoso provérbio: serviço de
preguiçoso serviço dobrado.

Neste exemplo simples, assim como em todas as actividades financeiras,


administrativas, técnicas, comerciais e de segurança, o controlo faz o
papel de monitoramento do processo que as pessoas executam. Existem
várias ferramentas de auxílio ao gestor que o possibilitam exercer o
controle, como é o caso do fecho do caixa no final do expediente, ou
mesmo da verificação da quantidade de temperos, dos ingredientes e dos
termómetros para marcarem a temperatura do óleo para fritar aquela
batata ou a isca de frango que o cliente solicitar com a mesma
consistência de sempre.

Toda acção de controlo está focalizada no alcance dos objectivos que


constam no planeamento. As acções dos seres humanos, quando
impulsionadas pela emoção são imprevisíveis, então, o gestor precisa
elaborar meios de supervisão adequados às actividades da empresa.
Assim, as surpresas indesejáveis são minimizadas quando o controlo é
exercido durante as etapas de desenvolvimento dos processos e não
somente ao final dele.

Depois de ler tudo isso, você agora é capaz de justificar a actividade de


controlo como a responsável pelo acompanhamento das actividades para
que elas sejam realizadas conforme o que foi determinado e evidenciado
na função de comando.

Fayol explicou, nas suas pesquisas, que a gestão de uma empresa nunca
é igual à de outra empresa, mesmo no caso de filiais, pois os hábitos,
contexto ambiental, costumes e comportamentos dos colaboradores e
clientes são e serão sempre distintos e imprevistos. Com isso, temos que a
adaptação administrativa é o acto do gestor agir, conforme o momento e a
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complexidade de cada empresa. É o famoso termo “jogo de cintura” de que


tanto ouvimos falar. Afinal, a teoria administrativa é uma só, mas a
interpretação e a aplicação dessa teoria deve ser realizada conforme o
momento e a situação que a empresa se encontra.

É possível que você esteja a perguntar como é possível levar a cabo a


empresa no dia-a-dia mais propensa aos acertos do que aos erros...
Podemos dizer-lhe que, Fayol, em determinado momento dos seus
estudos, verificou que somente a divisão da linha de gestão de uma
organização não bastava para a obtenção do sucesso ao longo do tempo,
e exactamente pelo motivo da inconsistência administrativa é que elaborou
os catorze princípios da administração válidos e usados até os dias de hoje.
Compreenda que princípios não são a mesma coisa que regra ou norma
para uma empresa, mas uma orientação para a permanência no caminho
do sucesso.

Em seguida, mais uma vez utilizaremos como exemplo o “barzinho” do Zé


Macuacua para aplicação prática desses conceitos e tendo como
orientação que o investimento foi dinamizado, sendo preciso contratar
novos empregados para que, juntos, possam garantir o melhor
desempenho no atendimento as expectativas dos clientes. Seguem abaixo
o organograma do “barzinho”, e os catorze princípios da Administração de
Fayol:

Figura 2. - Organograma conforme as áreas funcionais do “barzinho” de Zé


Macuacua.

1. Divisão do trabalho - na percepção de Fayol, uma empresa divide-se


numa linha horizontal (caixa, atendimento, compras, limpeza, segurança) e
em linhas verticais referentes aos níveis de decisão (Zé Macuacua – nível
estratégico; caixa, atendimento... – nível gestão; e A1, S1 – nível
operacional). Por meio da adequada divisão do trabalho, a garantia do
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esforço e atenção daqueles que colaboram para execução das suas


tarefas torna-se um facto real em busca da eficiência organizacional.

2. Autoridade e responsabilidade - Zé Macuacua na sua posição da


estrutura organizacional tem o direito de dar ordens e esperar a exacta
obediência daqueles que estão num nível abaixo do seu. Assim, como o
gestor do atendimento que, por sua vez, transmite as ordens e procura a
responsabilidade dos empregados de balcão, que estão um nível abaixo
do seu.

3. Disciplina - os caminhos que os colaboradores seguem têm um ritmo


próprio para cada actividade e empresa e, necessitam inclusive de um
método a ser executado toda vez que o processo se repetir. Por exemplo,
o facto do pessoal limpar as mesas, recolher o lixo, organizar as cadeiras
para depois reabastecer as mesas com guardanapos e molhos e temperos
durante todos os dias de trabalho, demonstra que os empregados
desenvolveram uma disciplina seguida por todos com o mesmo
procedimento.

4. Unidade de comando - para não provocar conflitos desnecessários, os


colaboradores A1, A2, A3, A4 e A5 devem receber ordens somente do
responsável pelo sector de ‘Atendimento’. Assim como o L1 e L2, do
superior responsável pelo sector de ‘Limpeza’. Parece simples, mas é
comum verificarmos que, por afinidade, confiança ou a falta do supervisor
em determinados momentos que se precise tomar uma decisão e executá-
la, as pessoas procuram aquele que se encontra mais próximo ou
disponível no momento, causando mal-entendidos por ordens contrarias ao
que deveria ter sido realizado.

5. Unidade de direcção - desde que resolveu investir nesse “barzinho”, Zé


Macuacua primou por um bom atendimento a todos os seus colaboradores.
Então, todos que trabalham recebem orientações de quais são as
maneiras adequadas de servir o cliente e corresponder às suas
expectativas referentes ao momento de lazer num ambiente descontraído
como é o “barzinho”. Nesse caso, todos devem realizar suas actividades
visando atingir esse objectivo central, falando a mesma linguagem e tendo
a mesma postura no desempenho da actividade voltados para uma
direcção somente.

6. Subordinação do interesse individual ao interesse geral - todos os


colaboradores têm objectivos particulares e propósitos distintos na vida,
mas a partir do momento que estão a trabalhar no “barzinho”, a
concentração das suas actividades visa manter essa empresa de forma
sustentável no mercado. Ou seja, por mais problemas que tenham na vida
pessoal, não se devem misturar com as actividades profissionais, pois no
momento em que se está no serviço, o empregado deve realizar o trabalho
com total dedicação e concentração nos objectivos empresariais.

7. Remuneração justa - ocorre na empresa quando existe a realização do


exercício diário e, ao final do mês, o recebimento correspondente ao
trabalho que foi desempenhado. Remuneração só deixa de ser justa
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quando uma das partes interessadas (empresa e empregado) não cumpre


a promessa acordada antes mesmo do acto da contratação. Dizem que o
que é negociado antes não é caro depois. Na contratação dos empregados
de balcão, Zé Macuacua explicou que eles trabalhariam 8 horas diárias a
2.000,00 meticais fixos, mais uma comissão de 10% e teriam uma folga na
semana. A promessa feita deve ser cumprida e, caso necessário, uma
nova negociação.

8. Centralização - para não se transformar na famosa “bagunça


administrativa”, Fayol acreditava que apenas uma ou poucas pessoas,
dependendo do número de pessoas envolvidas, deveriam gerir o processo
de tomada de decisão. Existem algumas áreas que devem seguir esse
princípio. Imagine no caso do caixa do “barzinho”, o que pode acontecer se
todos ou mesmo dois colaboradores tiverem acesso aos seus valores
diários? Outras áreas já devem ser mais ágeis na realização dos
processos, por exemplo, a actividade dos empregados de balcão.

9. Cadeia escalar - Zé Macuacua está no topo do organograma. Isso


significa que a sua posição na hierarquia dessa empresa comporta uma
complexidade de decisão e execução maior que a dos outros níveis abaixo,
(áreas funcionais – linha gestão, e a área operacional). As ordens são
constituídas pelo poder de decisão conforme a hierarquia destinada para
cada integrante dessa empresa e seguem a uma escala de prioridades.

10. Ordem - com tanta gente a trabalhar no “barzinho”, dependendo do


movimento, Zé Macuacua fica meio desorientado. Então, resolveu
estabelecer que tudo tem o seu lugar, assim como cada pessoa tem sua
atribuição para executar. Separou então as responsabilidades de cada um,
o lugar de guardar materiais de trabalho e materiais pessoais e exigiu que
fossem respeitadas as decisões. Estabeleceu um sentido de ordenação no
estabelecimento para evitar a bagunça.

11. Equidade - Zé Macuacua tem grande afinidade com o A2 e sabe que


ele está com problemas financeiros para sustentar a família, então resolve
contribuir com uma cesta básica todos os meses para colaborar na
alimentação deles, mas como Zé Macuacua é uma pessoa sensata,
passou a distribuir uma cesta básica para cada colaborador, alegando que
todos são iguais no cumprimento de seus deveres assim como em seus
direitos para não provocar conflitos desnecessários.

12. Estabilidade do pessoal no cargo - para aquele empregado de


balcão que trabalha correctamente, atende bem, obedece ao que ficou
estabelecido nas regras, não é lento nas suas actividades, entre outros
factores positivos no desempenho de suas actividades, Zé Macuacua o
pretende mantê-lo na empresa. A formação é extremamente necessário
para um processo de consciencialização do que o “barzinho” precisa. Com
isso, os empregados têm possibilidades maiores de permanecerem na
empresa sem se sentirem ameaçados de a qualquer momento serem
despedidos.

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13. Iniciativa - não é fácil atender pessoas das seis às oito horas sem
intervalos, em pé, e a caminhar rapidamente carregando uma bandeja,
anotando pedidos, escutando reclamações e ainda correndo o risco de
escorregar e cair no chão que, em alguns momentos, fica molhado com
bebidas que caem. Talvez, se os espaços entre as mesas fossem
redistribuídos essa situação não ocorreria com frequência. Portanto, Zé
Macuacua dá liberdade para que seus empregados decidam a melhor
maneira de contornar determinadas situações com os clientes e colegas de
trabalho, ou seja, motiva-os para que realizem suas actividades conforme
obtenham os melhores resultados por iniciativa própria.

14. Espíritos de equipa - são nítidas a harmonia e a sincronia das


pessoas que trabalham no “barzinho”. Um colabora para que a tarefa do
outro seja óptima, pois eles compreendem que se um tiver sucesso, todos
terão e que a equipa unida é sinónimo de força para conquistar a
permanência da empresa no mercado. Mesmo por que se o cliente for mal
atendido no “barzinho” não foi por conta do A4, mas sim por conta de toda
a equipa de trabalho. Devemos aprender a trabalhar em conjunto para
sermos cada vez mais consistentes no mercado, diz Zé Macuacua.
Finalizando, Fayol acreditou que se o homem, na condição de empregado,
tiver um caminho a seguir e com as devidas orientações de como proceder
em determinadas situações, juntamente com a supervisão e competência
de seus gestores, a empresa tornar-se-á sustentável em termos de
eficiência organizacional para permanecer a competir ao longo do tempo
com as outras empresas.

Texto 2
SILVA, Reinaldo Oliveira da. Teorias da Administração. São Paulo:
Pioneira Thomsom Learning, 2004.

Capítulo 5 – Teoria Administrativa


Este livro é de fácil compreensão teórica e no capítulo sugerido, você
perceberá a importância do estudo da Teoria Clássica, a sua origem, as
funções da gestão e os princípios comuns a todas as empresas, assim
como entenderá que Fayol teve seguidores de seu estudo, mas também
críticas relevantes à sua obra.

Capítulo 6 – A Teoria da Burocracia

Este capítulo trabalha, com propriedade, as características da burocracia


defendidas por Max Weber assim como as disfunções da burocracia que
são as consequências negativas da abordagem burocrática de Weber.
Antes de ler sobre as críticas da burocracia, você irá avaliar os ganhos que
determinadas empresas têm ao adoptar o modelo burocrático nos seus
processos e actividades.
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Capítulo 10 – A Teoria Estruturalista

Você irá gostar dessa leitura pelo facto da grande proximidade com a
realidade actual das empresas no mercado. Nesse capítulo, a ênfase está
nos tipos de poder e nos tipos de autoridade presentes em qualquer tipo
de empresa, seja ela de pequena ou grande complexidade. Também lhe
dará suporte para entender a abordagem humanística dos estudos da
Administração.

Leituras Complementares
CHIAVENATO, Idalberto. Teoria Geral da Administração. 3.ed. São
Paulo: Mcgraw-Hill, 1987, v.2.

Leia o Capítulo 13 - Teoria da Burocracia

Trata-se de um capítulo de carácter científico, que relata o pensamento de


Max Weber, tanto no aspecto administrativo como sociológico, em relação
às características da burocracia na percepção dele. Nesse capítulo, você
terá uma compreensão de que a burocracia é necessária para
determinadas empresas na busca dos ganhos de eficiência organizacional,
mas não em todas as empresas, ou seja, depende do tipo de autoridade e
poder do gestor que a lidera.

MAXIMIANO, Antonio César Amaru. Introdução à Administração. 6.ed.


São Paulo: Atlas, 2004.

Leia o Capítulo 2 - Teorias da Administração: ideias fundamentais

O autor faz uma breve contextualização dos feitos históricos numa


sequência lógico-dedutiva das teorias clássicas da administração.
Concentre a sua leitura no sub item 5 e 6 que dizem respeito aos trabalhos
de Fayol e Weber, numa linguagem simples e de fácil compreensão sobre
os assuntos administrativos de nosso guia de estudo.

CHIAVENATO, Idalberto. Teoria Geral da Administração. 3.ed. São


Paulo: Mcgraw-Hill, 1987, v.1.

Leia o Capítulo 8 - Abordagem neoclássica da administração

Uma breve leitura em que você observará que os conceitos apreendidos


nas Teorias Clássicas tornam-se mais flexíveis, dada a necessidade dos
gestores fazerem com que as empresas permaneçam mais tempo no

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Gestão de Recursos Humanos & Gestão de Empresas –Introdução a Gestão I – Semestre 1

mercado, ou seja, adaptando os processos de gestão às necessidades


externas.

Actividades
Utilizemos as actividades, a seguir, como instrumento de facilitação da
construção dos conhecimentos sobre o assunto abordado nesta unidade
temática. Bom trabalho!

Actividade 1

Com base na leitura “O lado clássico da administração”, referente aos


catorze princípios gerais da gestão, assim como o descrito na situação do
“barzinho”, elabore para cada princípio uma descrição de uma situação
numa empresa real no mercado, de seu conhecimento e acessibilidade,
em que estes princípios são ou poderiam ser aplicados. Por exemplo, o
primeiro princípio citado e descrito foi Divisão do trabalho – na percepção
de Fayol, uma empresa se divide em uma linha horizontal (caixa,
atendimento, compras, limpeza, segurança) e, em linhas verticais,
referentes aos níveis de decisão (Zé Macuacua – nível estratégico, caixa,
atendimento... – nível de gestão, e A1, S1 - nível operacional). Através da
adequada divisão do trabalho a garantia do esforço e atenção daqueles
que colaboram para execução de suas tarefas, tornam-se um fato real em
busca da eficiência organizacional.
Pois bem, numa empresa que você trabalhe ou tenha acesso, primeiro
faça um organograma que represente os níveis de decisão dessa empresa
(estratégico, gestão, operacional) e coloque o que as pessoas são
responsáveis em desenvolver na sua actividade e nível de execução.
Melhor exemplificando: No caso de uma indústria de calçados, o cortador
de couro e o colador de borracha, ambos estão no nível operacional, mas
com diferentes actividades a desempenharem. Isso, de acordo com Fayol,
significa que cada pessoa em uma empresa depois de dividir,
adequadamente, sua actividade passa a ter melhor desempenho da função.
O exercício consiste em aprender a decifrar a teoria na prática. Depois de
fazer o organograma dessa empresa de seu conhecimento, descreva os
catorze princípios (TODOS) que são:
Divisão do trabalho - Autoridade e responsabilidade - Disciplina - Unidade
de comando - Unidade de direcção - Subordinação do interesse individual
ao interesse geral - Remuneração justa - Centralização - Cadeia escalar -
Ordem - Equidade - Estabilidade do pessoal no cargo - Iniciativa - Espírito
de equipe.

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Actividade 2

Responda as questões para revisão ao final dos capítulos 5, 6 e 10 do


Livro - texto (SILVA, Reinaldo Oliveira da. Teorias da Administração. São
Paulo: Pioneira Thomsom Learning, 2004.).

Actividade 3

Lembra-se quando aprendeu a fazer interpretação de texto nas aulas de


Português? Pois bem, agora você deverá ler o “estudo de caso” ao final
dos capítulos 5 e 6, do Livro - texto (SILVA, Reinaldo Oliveira da. Teorias
da Administração. São Paulo: Pioneira Thomsom Learning, 2004.) e
responder às perguntas referentes ao estudo de caso e de aplicação da
teoria estudada nos textos obrigatórios.
Interpretar o texto significa que você deverá aplicar a teoria estudada neste
caso prático. Veja como é simples através do exemplo do médico que,
durante a consulta de um paciente, faz uma avaliação do que o paciente
está lhe está a dizer, conforme os estudos que ele tem sobre a medicina, e
analisa a situação antes de aplicar um medicamento para sanar o
problema/doença existente. Assim é o gestor ao diagnosticar um problema
numa empresa: primeiro verifica a situação actual da empresa e analisa de
acordo com seus estudos teóricos, para depois tomar a decisão mais
acertada. A técnica de estudo de caso ajuda o gestor a diagnosticar a
empresa num caso prático, então sugerimos como interpretação e
desenvolvimento do caso passo-a-passo:
1- Leia o texto sem interromper a leitura, para tomar ciência do assunto
explorado no texto.
2- Leia novamente o texto, relacionando cada tópico que considerar
importante com o que você já estudou na teoria. É muito importante que
não salte nenhuma etapa e que leia o texto quantas vezes forem
necessárias para uma melhor avaliação da situação evidenciada.
3- Identifique o principal problema existente no caso lido.
4- De acordo com a teoria estudada (lembrando: o estudo de caso sempre
irá se referir ao capitulo de que faz parte) e seus conhecimentos,
verifique qual (is) são as soluções mais acertadas para esse problema
detectado, mas cuidado: sem “achismos”, ou seja, deve ter uma base
teórica.
5- Conforme a análise/interpretação do texto utilizando sempre a teoria
estudada, responda às questões ao final de cada estudo de caso.

Obs.: As respostas dos estudos de caso deverão ser baseadas no


conhecimento adquirido, isto é a teoria, e não somente no seu
conhecimento empírico (baseado na própria experiência) da situação
levantada no texto.

Actividade 4
Elabore uma história de vida real de uma empresa do seu conhecimento
(um texto como o do estudo de caso ao final dos capítulos estudados),
podendo ser aquela em que você trabalha, ou outra que você tenha
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contacto, descrevendo os conflitos organizacionais mais constantes em


relação à divisão do trabalho e quais são as soluções que você propõe
para minimizá-los.

Actividade 5

Descreva uma situação em que você tenha vivido ou observado, que


exemplifique um caso em que a burocracia foi necessária para resolver um
problema existente. Pode ser uma situação em que você era o cliente de
uma empresa, ou o usuário de um sistema, ou o funcionário que
respondeu conforme as regras da empresa, dentre outras situações, desde
que aplique o estudo da Teoria da Burocracia de Max Weber.

REFERÊNCIAS

CHIAVENATO, Idalberto. Introdução à teoria geral da administração.


Rio de Janeiro: Campus, 1999.

CHIAVENATO, Idalberto. Teoria geral da administração. Rio de Janeiro:


Campus, 2000.

MAXIMIANO, António César Amaru. Introdução à administração. 6.ed.


São Paulo: Atlas, 2004.

SILVA, Reinaldo Oliveira da. Teorias da administração. São Paulo:


Pioneira Thomsom Learning, 2004.

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UNIDADE TEMÁTICA 3

TEORIA DAS RELAÇÕES HUMANAS

Adaptado de Raquel Mendonça do Vale Resende

Objectivos

No final desta unidade, você deverá ser capaz de:

• Conceituar grupos, lei da situação, sistema social cooperativo,


relacionados à liberdade;
• Compreender a mudança da ênfase na tarefa para a ênfase nas
pessoas;
• Reconhecer a importância da Psicologia Industrial;
• Identificar os estudos de Hawthorne, nas suas fases e contribuições
para a Psicologia Industrial;
• Compreender as características do comportamento dos indivíduos e
dos grupos nas organizações;
• Reconhecer a importância e o significado de motivação, liderança,
desenvolvimento organizacional, mudança, cultura e clima
organizacionais;
• Compreender a abordagem do pensamento administrativo com ênfase
nas pessoas.

Prezado(a) aluno(a)

Este é a penúltima unidade de estudo sobre as Teorias da Administração.


Para prosseguir com os seus estudos de forma proveitosa e atingir os
objectivos propostos, é importante que tenha feito, inteiramente, o percurso
proposto nas unidades anteriores.
Seja muito bem-vindo(a) a essa continuidade!

A Evolução do Pensamento Administrativo


O nosso ponto de partida é a Gestão com foco nas tarefas e na estrutura.
Na sequência, está prevista a discussão das teorias com foco nas pessoas.
Um dos objectivos é compreender que, na época em que o foco destinava-
se às pessoas, havia a necessidade de se humanizar a Gestão, deixando
de lado os conceitos mecanicistas e ajustando-a ao American Way of Life,
ou seja, ao padrão de vida do povo americano. Estavam em pleno
desenvolvimento as chamadas Ciências Humanas, principalmente a
Psicologia e a Sociologia. Essas ciências mostraram que é indispensável

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conciliar e harmonizar as funções económicas e sociais das organizações


e, também, que os grupos podem ser influenciados por algum estilo de
liderança e de comunicação. Lembra-se que na Teoria da Administração
Científica, o Homem era movido pelo dinheiro? Pois bem, veremos com a
teoria estudada nesta unidade temática que a recompensa financeira não é
o único factor motivador dos trabalhadores, e que existem recompensas
sociais, simbólicas e não materiais, como pode ser constatado no seguinte
caso.

A filial de uma grande organização promoveu uma campanha interna para


premiar os funcionários que obtivessem o melhor resultado nas vendas de
um equipamento de segurança. Muito bem, todos os funcionários se
empenharam na tarefa, mas um deles teve realmente destaque, o Sr.
Amâncio Cuna.
Então, além da premiação em dinheiro que recebeu, foi organizado um
grande evento para homenagear os destaques de todas as lojas do país. Os
“Top 10 “. Imagine o Sr. Amâncio Cuna, viajando de avião para Maputo,
com a esposa e os filhos, para receber a grande homenagem do presidente
da empresa, no meio dos colegas, enfim...emocionante, não? Ficamos a
saber que o Sr. Amâncio Cuna disse que estar lá, naquele palco, com a sua
querida esposa e filhos a assistir, foi o melhor prémio que poderia ter
recebido, muito mais que qualquer recompensa financeira.
(adaptado)

Muito bem! Por este e outros exemplos do que acontece no nosso


quotidiano, você pode compreender o que sente um colaborador eleito
“funcionário do mês!” Para alguns, isso até pode nem significar um nada
mas para uma grande maioria, como é o exemplo do Sr. Cuna, que Experiência de Hawthorne
citamos acima, significa mais do que qualquer bónus em dinheiro, não é?
Assim, consideramos de suma importância que você perceba que a Teoria Experiência que ocorreu em
das Relações Humanas se preocupa com as pessoas, contrariamente às 1927, numa fábrica da Western
Electric Company, situada no
estudadas anteriormente, que se focalizavam nas tarefas e na estrutura. bairro de Hawthorne, em
Chicago. O objectivo dessa
A Teoria das Relações Humanas surgiu nos Estados Unidos como experiência era determinar a
consequência dos resultados obtidos na Experiência de Hawthorne, relação entre a intensidade da
iluminação e a eficiência dos
marcando o começo de uma nova forma de pensamento, baseado em operários, medida através da
valores humanísticos da gestão. produção e foi conduzida pelo
Conselho Nacional de Pesquisas
Importante é também dizer-lhe que, a partir de agora, alguns termos e dos Estados Unidos.
algumas expressões, que não foram muito usados na nossa comunicação,
farão parte das nossas conversas. Trata-se de termos e expressões
relacionados aos princípios da abordagem humanística. Por exemplo:
• Integração social;
• Comportamento social;
• Necessidades psicológicas e sociais;
• Recompensas e sanções não materiais;
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Liderança
• Grupos e organização informais;
• Motivação;
Pode ser definida como o
• Liderança. exercício de autoridade e
Neste cenário que vamos estudar, ao invés do engenheiro e do técnico, o tomada de decisões, e ainda
psicólogo e o sociólogo terão um papel mais expressivo. Da mesma forma, como o processo de influenciar
o método e a máquina saem de cena, cedendo espaço para a dinâmica de as actividades de um grupo,
visando o alcance de objectivos.
grupo.
Você vai entender então que a expressão Homo economicus (que
valoriza a recompensa económica e financeira) dá lugar ao homem social
(que valoriza a recompensa social).
Homo economicus
Outros termos e expressões relevantes na abordagem humanística são:
• Ciclo motivacional;
Para saber mais sobre esse
• Satisfação;
assunto, sugerimos a leitura do
• Frustração; artigo do Jornal Folha on-line,
• Compensação. disponível no endereço:
http://www1.folha.uol.com.br/folh
Estudando a Teoria das Relações Humanas perceberemos que os a/sinapse/ ult1063u207.html
objectivos individuais exercem, nas empresas, uma influência importante
sobre a moral, a atitude dos grupos e das pessoas.
Todos querem trabalhar em empresas que estejam em sintonia com o que
querem para suas vidas, não é? Imagine um activista dos direitos dos
ambientais. Ele jamais iria conseguir trabalhar feliz numa empresa que não
tivesse um comportamento ecologicamente correcto, não está de acordo?
Outro tema, muitíssimo importante, no contexto da Teoria das Relações
Humanas, é a liderança necessária em todos os tipos de organização
humana. Por esta razão, é fundamental que você perceba a sua relevância,
tendo em vista que todas as funções da Gestão passam pela capacidade
de lidar com as pessoas, sendo necessário então, desenvolver a liderança.
Você estudará três grupos de teorias sobre liderança:

Outro assunto importante refere-se ao poder da comunicação nos


relacionamentos entre as pessoas e o seu desempenho.
Você concorda que a comunicação é um dos grandes desafios para os
gestores?
Logo, é fundamental reflectir sobre o tema, as suas implicações e
consequências.
Você também vai estudar a importância que a abordagem humanística
atribui à organização informal, deixando, para um segundo plano, a
organização formal.
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Também faz parte do estudo da Teoria das Relações Humanas aprender


sobre a dinâmica dos grupos e as suas implicações no contexto da gestão.
Você irá observar que são muitas as críticas à Teoria das Relações
Humanas e que, por esta razão, surgiu a Teoria Comportamental, que será
estudada em seguida.

Reflexões iniciais sobre a Abordagem Comportamental

A Teoria Comportamental (Behaviorista) significou uma nova direcção para


a teoria da Administração.
Ao estudar esta Teoria, você irá reflectir sobre os conceitos importantes
relacionados:
• A motivação humana;
• Os estilos de gestão;
• As organizações, tanto como sistemas sociais cooperativos, quanto
como sistemas de decisões.

Na Teoria Comportamental o homem é considerado um animal complexo


com necessidades diferenciadas.
Como futuro gestor, você será um profissional ligado a esse “homem”.
Precisará de aprofundar seus conhecimentos em relação a essas
necessidades, para que possa lidar com elas, cada vez melhor, realizando
uma gestão de qualidade.

No contexto organizacional, ainda com foco nas pessoas, a Teoria


Comportamental marca a importância das Ciências do Comportamento, na
teoria administrativa. A ênfase na estrutura desloca-se para os processos e
para a dinâmica organizacional, para o comportamento das pessoas na Douglas McGregor
organização, iniciando o estudo relacionado com o comportamento (1906-1964)
organizacional.
Nascido em Detroit, Estados
Unidos, foi professor de
Após o estudo da Teoria Comportamental você vai compreender melhor Administração no Massachusetts
que todo gestor precisa conhecer os mecanismos motivacionais para Institute of Technology e ficou
poder gerir pessoas e, consequentemente, liderar. mais conhecido por sua obra
The Human Side of Enterprise
Existem nessa perspectiva os chamados “estilos de gestão”. Com os (1960), na qual estabeleceu as
textos que você vai ler, conhecerá pensamentos bem diferentes a esse Teorias X e Y, que serviram de
respeito. Os de McGregor com as teorias X e Y, e os quatro sistemas incentivo para diversas outras
organizacionais propostos por Likert. idéias e trabalhos no campo
t ói i ã d li ã
Outro aspecto importante da Teoria Comportamental é o Processo
Decisório que não será uma surpresa para si. Afinal, você já toma decisões.
Basta pensarmos nas informações que você recebe do seu ambiente, Rensis Likert
processando-as de acordo com suas crenças, tendo atitudes, opiniões e (1903-1981)
pontos de vista em todos os momentos. Nesse sentido, a Organização
pode ser percebida como um Sistema de Decisões, onde todos se Nascido nos Estados Unidos,
psicólogo, foi um pesquisador do
comportam racionalmente, em relação a um conjunto de informações que comportamento humano nas
obtiveram nos seus ambientes. organizações, e fundou o
Instituto de Pesquisa Social, na
Nesse contexto é que surge, o conceito de “Homem Administrativo”, que é Universidade de Michigan. Seus
estudos tiveram um efeito
aquele que busca soluções satisfatórias e não soluções óptimas. duradouro sobre a teoria
organizacional e sobre o estudo
31 de liderança aplicativa.
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No capítulo 16 do livro de Reinaldo Oliveira da Silva, citado nas leituras


obrigatórias, você conhecerá o movimento de Desenvolvimento
Organizacional – D.O. – que surgiu em 1962. Esse movimento apresenta Desenvolvimento
organizacional
um complexo conjunto de ideias a respeito do homem, da organização e
do ambiente, propondo o crescimento e o desenvolvimento organizacional. O desenvolvimento
Ao final das suas leituras, você vai entender o que os autores behavioristas, organizacional nada mais é do
os da Teoria Comportamental, propuseram para minimizar os eternos que o conjunto de mudanças
conflitos entre os objectivos individuais e os objectivos organizacionais. que ocorrem dentro de uma
organização, onde a mesma
deve voltar-se mais para as
pessoas do que para as técnicas
e recurso, para conseguir
realizar as mudanças
necessárias ao desenvolvimento
organizacional.

Leituras Obrigatórias

Texto 1

SILVA, Reinaldo Oliveira da. Teorias da Administração. São Paulo:


Pioneira Thomsom Learning, 2004.

A leitura dos capítulos As teorias de transição e A escola das relações


humanas possibilitará a compreensão sobre os aspectos da Teoria
Humanística. No decorrer das leituras é importante que você direccione a
sua atenção, principalmente, para: (a) as origens e o contexto no qual
surgiu a Teoria das Relações Humanas, deslocando a ênfase na estrutura
e nas tarefas para a ênfase nas pessoas; (b) a experiência de Hawthorne e
suas conclusões; (c) a preocupação psicológica e sociológica quanto à
influência massificada da civilização industrial sobre o ser humano; (d) o
novo papel da gestão e a nova concepção da natureza do ser humano,
como um ser social.

Texto 2

SILVA, Reinaldo Oliveira da. Teorias da Administração. São Paulo:


Pioneira Thomsom Learning, 2004.

Leia, com atenção, o capítulo intitulado A Escola Comportamentalista e


compreenda uma das mais democráticas teorias administrativas, a sua
fundamentação sobre a natureza e a realização humana, os estilos de
gestão, os sistemas administrativos e as suas características, o

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comportamento organizacional e as relações entre participantes e


organizações, conflitos e interacções.
No decorrer de sua leitura, procure identificar as principais ideias dos
pensadores da abordagem comportamental: McGregor, Maslow, Herzberg
e Likert.

Texto 3

SILVA, Reinaldo Oliveira da. Teorias da administração. São Paulo:


Pioneira Thomsom Learning, 2004.

Realize a leitura do capítulo intitulado O desenvolvimento organizacional


- DO e estude as origens, os conceitos, a aplicação, as características
básicas e os estágios do DO. Reflicta sobre o conceito de cultura e o
sentido de clima organizacional.

Leituras Complementares

CHIAVENATTO, Idalberto. Administração: teoria, processo e prática. 3.


ed. São Paulo: Makron Books, 2000.

O Capítulo 1. O que é administração, no sub ponto Ênfase nas Pessoas


apresenta uma breve abordagem da Escola das Relações Humanas, da
Teoria Comportamental que servem de base para esta matéria. Uma
leitura muito interessante.

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Actividades

Seguem as actividades correspondentes à terceira unidade de estudo da


disciplina de Teorias de Administração. Resolva-as e perceba como está a
sua aprendizagem. Confira, no final, as respostas e bom trabalho!

Actividade 1
Após a leitura dos capítulos As teorias de transição e A escola das
relações humanas, do livro Teorias da Administração:

1.1. Identifique os pontos mais importantes, de acordo com a sua


compreensão;

1.2. Responda ao exercício a seguir, sobre a Teoria das Relações


Humanas, indicando a teoria que está associada às características
mencionadas.
Clássica ou
Características
Humanística?
Estrutura Mecanicista e impessoal
A organização é um sistema social
Comportamento Produto de sentimentos e atitudes
na Organização
Produto de Regras e regulamentos
Foco Foco no trabalho e nas necessidades
económicas dos trabalhadores
Foco nos pequenos grupos e nas
qualidades humanas e emocionais dos
empregados.
Ênfase Ênfase na segurança pessoal e nas
necessidades sociais dos trabalhadores
para alcance de metas organizacionais.
Pessoas tentam maximizar
recompensas. Ênfase na ordem e na
racionalidade.
Resultados Alienação no trabalho, insatisfação
Empregados felizes, tentando produzir
mais.

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1.3. Explique a frase: “O conceito de Homo economicus cede lugar para o


de Homem Social”.

Actividade 2
SILVA, Reinaldo Oliveira da. Dicas de liderança de guerra nas estrelas. In:
________. Teorias da Administração. São Paulo: Pioneira Thomsom
Learning, 2004, p. 196.

Nesta leitura você vai reflectir sobre os motivos pelos quais Jean Luc
Picard, o comandante da nave Enterprise, é um bom líder, observando que,
até mesmo perante uma crise, ele pede opiniões e opta pelo consenso.
Mesmo que a nave esteja prestes a explodir, ele permanece calmo e diz:
Ei, preciso da sua ajuda. Ou seja, o que ele quer transmitir à tripulação é:
se você é suficientemente bom para estar neste cargo, acho que você
também é suficiente bom para eu ouvir a sua opinião. Creio que isso é
uma coisa que todos os dirigentes de empresa devem aprender....
Continuando, Picard nem sempre age com base na opinião da sua equipa.
Ele pode tomar como posição o que pretendia realizar, antes de consultar
a equipa. No entanto, as pessoas da equipa sabem que serão ouvidas e,
portanto, não se ofendem. Não se sentem negligenciadas. Não acham que
sua opinião não tem nenhum valor.

2.1 Comente o estilo de Picard e diga se o aprova ou não. Justifique as


suas razões.

Actividade 3

SILVA, Reinaldo Oliveira da. A escola comportamentalista. In______


Teorias da Administração. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2004.

Após a leitura deste capítulo:


3.1 Explique, por suas palavras, o que entendeu sobre a Hierarquia das
Necessidades de Maslow;
3.2 Desenhe o ciclo da motivação, com os seus diversos estágios;
3.3 Apresente as vantagens e as desvantagens do enriquecimento de
tarefas de Herzberg. Em seguida, responda à questão: isto ocorre nas
empresas?;
3.4 Comente a afirmação: “Mc Gregor preocupou-se em comparar dois
estilos opostos e antagónicos de gestão, denominados Teoria X e
Teoria Y”;
3.5 Imagine que na empresa em que você trabalha, exista uma situação
que envolva uma tomada de decisão relacionada com a compra de
uma nova máquina industrial, mais moderna, de tecnologia mais
sofisticada. Diante desse facto:

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a) Registre, de acordo com as etapas do processo decisório, como


acontecerá a compra da máquina;
b) Identifique, segundo o sistema de Likert, o estilo de liderança que
retrata cada situação apresentada no quadro que se segue:

Situações da Empresa Tipo de Sistema


O clima organizacional é de completa confiança. Os
colaboradores sentem-se livres de agir, com ideias
construtivas, com participação e envolvimento grupal, e
responsabilidade pessoal com todos os níveis. As
recompensas são sociais e poucas punições são aplicadas.
Baseado num clima de confiança condescendente – como o
do senhor para os escravos – a empresa faz poucas
comunicações, algumas decisões são descentralizadas. Há
pouca interacção pessoal e castigos potenciais.
Razoável clima de confiança. Algumas recompensas e
pouco envolvimento pessoal. Interacção moderada e
alargamento de politicas, visando algumas decisões de
base.
Ambiente com clima organizacional de desconfiança.
Decisões centralizadas no topo da organização. Pouca
comunicação. Ênfase nas punições com poucas
recompensas materiais.

Actividade 4

Após a leitura do capítulo intitulado O desenvolvimento organizacional,


do livro Teorias da Administração:
4.1 Cite três características básicas do Desenvolvimento Organizacional.

Referências

CHIAVENATO, Idalberto. Teoria geral da administração. 5. ed. Rio de


Janeiro: Campus, 1999.

MAXIMIANO, Antonio César Amaru. Introdução à administração. 6.ed.


São Paulo: Atlas, 2004.

SILVA, Reinaldo Oliveira da. Teorias da administração. São Paulo:


Pioneira Thomsom Learning, 2004.

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UNIDADE TEMÁTICA 4

ABORDAGENS ADMINISTRATIVAS E A TEORIA DA


ADMINISTRAÇÃO CIENTÍFICA

Adaptado de Raquel M.V. Rezende

Objectivos

Olá! Vamos para mais uma etapa de viagem de estudos e (quem sabe?!)
início de um novo tempo?! Pois bem, ao final dessa trajectória de leituras
e reflexões pretendemos que você tenha alcançado os objectivos a seguir:

• Identificar como a abordagem de sistemas se relaciona com os


estudos administrativos feitos anteriormente;
• Conceituar sistemas e os seus aspectos básicos;
• Caracterizar a hierarquização dos sistemas e suas diversas etapas;
• Aplicar o conceito de sistemas às organizações, identificando os
respectivos subsistemas;
• Determinar as características das organizações como sistemas
abertos;
• Mostrar o entendimento sobre as origens e as aplicações da Teoria da
Contingência;
• Reconhecer o estado actual das Teorias da Administração.

Considerações iniciais
Tecnologia
Em roteiros anteriores, você percorreu os caminhos do pensamento
administrativo, estudando as Teorias que enfatizavam as tarefas, a É uma palavra de origem grega,
estrutura e as pessoas. Agora, você está chegando ao final desta viagem que significa: techne “ofício” +
logia “que diz”. Envolve o
de estudos, conhecendo um pouco mais sobre as teorias que enfatizam o conhecimento técnico e
ambiente e a tecnologia. Assim, uma das primeiras perguntas que científico e também as
podemos fazer é: ferramentas, processos e
O que será que estava a acontecer no período em que materiais desenvolvidos e/ou
essas teorias foram elaboradas e foram apresentadas à aplicados a partir de tal
conhecimento.
sociedade? Estamos a referirmo-nos ao período chamado
de “ERA MODERNA”! É importante relembrar que tal era
compreende três fases distintas que podemos denominar
de: liberal, social e de internacionalização, neoliberal, ou
até mesmo de globalização.

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Gestão de Recursos Humanos & Gestão de Empresas –Introdução a Gestão I – Semestre 1

Sim, acertou se você associou este período da ERA MODERNA ao


surgimento dos computadores, satélites, enfim, a uma época de muito
avanço tecnológico.

Agora, vamos fazer uma outra associação importante! Visualize como


funciona um organismo, o nosso corpo, por exemplo....Este organismo tem
equilíbrio, interage com o ambiente e é formado de várias partes, não é?
Muito bem, agora imagine uma empresa.....Ela também tem equilíbrio?
Interage com o ambiente? É formada por várias partes?
Muito bem. É isso mesmo. Agora você já entende o ponto de partida dos
estudos do biólogo alemão Ludwig Von Bertallanfy, publicados entre 1950
e 1968.

Por volta da década de 50, Ludwig von Bertalanffy (1901-1972) elaborou


um teoria interdisciplinar, criando princípios para todas as ciências, para
que as descobertas efectuadas em cada uma, pudessem ser utilizadas
pelas demais. Você vai compreender porque Bertalanffy criticava a visão
que nós temos, de que o mundo é repartido em varias áreas, como física,
química, biologia, psicologia, sociologia, entre outras, pois considerava
essas repartições como arbitrárias cheias de espaços vazios entre elas.

Sistemas
A Teoria Geral dos Sistemas
Um conjunto de elementos
dinamicamente
A Abordagem Sistémica da Administração fala de três escolas principais: interrelacionados,
• Cibernética desenvolvendo uma
• Teoria Matemática actividade ou função, para
atingir um ou mais objectivos
• Teoria dos Sistemas ou propósitos.
(CHIAVENATO, 2000)
Enfatizaremos os nossos estudos na Teoria dos Sistemas e
recomendaremos a leitura das demais escolas, para que você amplie seus
conhecimentos. Está bem?

A Teoria Geral dos Sistemas afirma que as propriedades dos sistemas não
podem ser descritas de forma separada mas sim, que o real entendimento
dos sistemas somente ocorre quando os estudamos globalmente, como
um organismo, envolvendo todas as relações de suas repartições.

Interessante o que escreveu Gregório de Matos, não é? Leia novamente e Sistemas Abertos
entenda melhor ainda.
Sistemas que influenciam e
O todo sem a parte não é todo recebem influência do meio
A parte sem o todo não é parte externo
Mas se a parte faz o todo sendo parte
Não se diga que é parte, sendo todo.
(Gregório de Matos)

Muito bem. Neste estudo que estamos a iniciar, você vai conhecer o
conceito, as características, os tipos e os parâmetros dos sistemas e

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compreender por que as organizações são consideradas Sistemas


Abertos. Já ouviu esta expressão: sistema aberto?!
Após estudar os conceitos e reflectir sobre as suas aplicações, você
será apresentado ao que chamamos de “Homem Funcional”. Como
assim?! – você pergunta. Pois bem, para a Teoria de Sistemas o homem
funcional, dentro das organizações, tem o papel de interrelacionar-se com
os demais indivíduos como um sistema aberto. Você irá entender melhor
com as leituras propostas nesta unidade.

Por fim, você terá elementos para reflectir e concluir que a abordagem
sistémica trouxe uma nova maneira de ver as coisas. Não somente no que
se refere à abrangência, mas principalmente quanto ao que enfatizava: o
“todo” e “as partes”, a totalidade e a especialização, o interno e o externo.
As actividades 1 e 2 desta unidade temática têm como objectivo ajudá-lo a
estudar e a entender melhor os aspectos relacionados com a Teoria dos
Sistemas.

Muito bem! Vamos conversar um pouco sobre a Teoria das Contingências,


estudando sobre a abordagem contingêncial da gestão. Contingência
No sentido mais amplo, a Abordagem Contingêncial mostra-nos que não
se atinge a eficácia organizacional seguindo um único e exclusivo modelo Algo que pode vir a acontecer
organizacional, ou seja, não existe uma “receita de bolo” que seja o melhor ou não. Imprevistos.
caminho para o alcance dos objectivos organizacionais, já que estes são
extremamente variados num ambiente também muito diversificado e
mutante.

Você vai entender o porquê dos resultados terem-nos mostrado um novo


formato de organização, onde a estrutura de uma organização e o seu
Best Way
funcionamento são dependentes da interface ou relação com o ambiente
externo. Ou seja, você compreenderá que não há uma única e melhor
Termo utilizado na primeira
forma de gerir; uma “receita de bolo” o chamado the best way, da escola unidade temática, vem da
taylorista. administração científica de
Taylor e significava o “melhor
Você irá estudar as duas variáveis que são fundamentais para a empresa método” de se desempenhar
uma tarefa.
e a interacção entre suas partes: o ambiente e a tecnologia, entendendo a
importância de se compreender também o ambiente externo pois uma
organização é influenciada por tudo o que ocorre fora de seu ambiente
interno.

Nós, gestores, sabemos que o ambiente é incerto, cada vez mais Macroambiente
complexo e envolve todo o entorno da organização. Ambiente externo da empresa,
concorrência, cenários
O ambiente pode então, ser estudado em duas partes: económicos, políticos, culturais,
• O geral ou macroambiente, ou seja, o ambiente comum a todas as sociais.
organizações e
• O microambiente, que é o ambiente interno da organização. Microambiente

E sobre a Tecnologia?! Também é muito importante que você Ambiente interno da empresa –
compreenda a importância do estudo sobre a Tecnologia, que, para os funcionários, sócios, ambiente
da tarefa.
gestores é algo que ocorre por meio de conhecimentos sobre as

39
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Gestão de Recursos Humanos & Gestão de Empresas –Introdução a Gestão I – Semestre 1
Know-How
actividades - know-how - e pelos recursos físicos, tais como máquinas e
equipamentos.
Conhecimento acumulado que
as pessoas ou organizações
Muito importante ao estudarmos a abordagem contingencial é o possuem sobre determinado
entendimento de que nada é absoluto, de que não há uma “receita de bolo” tema ou actividade.
e um método ou técnica válidos, óptimos ou ideais para todas as situações
e sim, alternativas proporcionadas pelas diversas teorias administrativas.
Logo, para cada situação, poderá recomendar-se uma teoria.

Prosseguindo os seus estudos você também irá saber e reflectir sobre a


Administração por objectivos. Sim, esta teoria relaciona as metas
organizacionais com o desenvolvimento individual dos seus colaboradores,
por meio do envolvimento de todos os níveis hierárquicos, além de
conhecer aspectos relacionados com a qualidade e a excelência
organizacional.

Por último, seus estudos vão-lhe permitir conhecer e reflectir sobre a


perspectiva contemporânea da Administração que aborda aspectos
importantes para a condução das organizações, em função de elementos
extremamente mutantes do ambiente. Aspectos que por si só tentam
prover uma maior capacidade competitiva frente às constantes
actualizações dos concorrentes e à crescente exigência dos clientes e
consumidores.

Você também irá conhecer, através das leituras propostas, um pouco mais
sobre projectos e processos organizacionais.
Esperamos que goste de mais uma etapa desta viagem pela evolução do
pensamento administrativo.

Desejamos que tenha muito sucesso na sua carreira, lembrando-se


sempre de que somos agentes de mudança e de que, segundo Peter
Drucker, não existem países desenvolvidos ou subdesenvolvidos e sim,
países bem geridos ou mal geridos.
Sucesso, sempre!

Leituras Obrigatórias

SILVA, Reinaldo Oliveira da. Teorias da Administração. São Paulo:


Pioneira Thomsom Learning, 2004.

Capítulo 14 – A Teoria dos Sistemas

Com a leitura deste capítulo você compreenderá a importância do estudo


da Teoria dos Sistemas, a sua origem, os conceitos de sistema e
aplicações, as organizações como sistemas abertos e os sistemas sócio-
técnicos, além de poder fazer uma avaliação sobre a Teoria dos Sistemas.

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Gestão de Recursos Humanos & Gestão de Empresas –Introdução a Gestão I – Semestre 1

Capítulo 15 – A Teoria Contingencial

Este capítulo trabalha as características da Teoria Contingencial, Origens e


desenho organizacional. Limitações e críticas à Teoria Contingencial.

Capítulo 17 – A Administração por Objectivos (APO)

Você irá gostar muito da leitura deste capítulo pelo facto da grande
proximidade com a realidade actual das organizações. Você irá aprender
sobre o conceito e características de APO, sobre o processo da gestão por
objectivos, vantagens e requisitos de sucesso, limitações e críticas.

Capítulo 18 – A qualidade e a excelência organizacional

Um capítulo muito interessante, onde serão abordadas as perspectivas da


qualidade, os mestres e as filosofias da qualidade e a excelência
organizacional.

Capítulo 19 – Os projectos e processos organizacionais

Finalizando os nossos estudos, você vai aprender mais, de forma clara e


acessível, sobre o que são projectos organizacionais e processos
organizacionais.

Leituras Complementares

CHIAVENATO, Idalberto. Teoria Geral da Administração. 5.ed.


actualizada. Rio de Janeiro: Ed. Campus, 1999.

Vol. 1, capítulos 7, 8, 9, 10, 11 e 12; e do Volume 2, Capítulos 13, 14, 17,


18, 19, 20, Um clássico do pensamento administrativo, recomendado para
as leituras dos capítulos relacionados às abordagens sistémicas e
contingenciais, além de abordar as novas tendências.

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Gestão de Recursos Humanos & Gestão de Empresas –Introdução a Gestão I – Semestre 1

Actividades

Actividade 1

Após ter lido o capítulo 15:

1.1 Como definir a matriz “se-então”?

1.2 Destaque e comente, pelo menos, 2 (duas) limitações e 2 (duas)


críticas à Teoria das Contingências?

Actividade 2

Após ter lido o capítulo 17:

2.1 Defina Administração por Objectivos

2.2 Relacione e comente as principais características da APO.

Actividade 3
De acordo com a leitura do capítulo 18, marque V (verdadeiro) ou F (falso)
para as afirmativas que se seguem.

a- ( ) Qualidade é a totalidade de aspectos e características de um


produto ou serviço que propicia a habilidade de satisfazer dadas
necessidades.

b- ( ) Actualmente, a qualidade é vista como uma questão estratégica


que afecta a todos e a cada um dos processos de qualquer
organização.

c- ( ) O conceito de qualidade está a transformar a indústria, ao


desafiar a capacidade de sobrevivência das empresas em todo o
mundo.

42
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Gestão de Recursos Humanos & Gestão de Empresas –Introdução a Gestão I – Semestre 1

Actividade 4
De acordo com o que você estudou no capítulo 19:

4.1 Descreva o que entendeu por “Projecto Organizacional”;


4.2 Defina o que é processo e quais foram os que estudamos unidade
temática

Referências
CHIAVENATO, Idalberto. Teoria geral da administração. 5. ed. Rio de
Janeiro: Campus, 1999.

MAXIMIANO, António César Amaru. Introdução à administração. 6.ed.


São Paulo: Atlas, 2004.

SILVA, Reinaldo Oliveira da. Teorias da administração. São Paulo:


Pioneira Thomsom Learning, 2004.

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Gestão de Recursos Humanos & Gestão de Empresas –Introdução a Gestão I – Semestre 1

CHAVE DE CORRECÇÃO DAS


ACTIVIDADES

UNIDADE TEMÁTICA 1 – OS FUNDAMENTOS DA GESTÃO E A


TEORIA DA ADMINISTRAÇÃO CIENTÍFICA

Actividade 1

1.1. Alguns aspectos que poderá mencionar na sua resposta: as


habilidades e os papéis do gestor:
• Papéis interpessoais: chefe, líder, ligação;
• Papéis informacionais: monitor, disseminador, interlocutor;
• Papéis decisoriais: empreendedor, solucionador de conflitos,
disponibilizador de recursos, negociador.

1.2.

Situação Habilidade

Convencer a direcção sobre a importância de


Conceptual
um novo sistema de informações

Elaborar um fluxo de caixa Técnica

Compreender a cultura organizacional da


Humana
empresa

Motivar a equipa para trabalhar em tempos de


Humana
crise

Identificar o foco dos motivos de diminuição das


Humana
vendas da empresa

Interpretar relatórios financeiros e, a partir deles,


Conceptual
tomar decisões

44
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Propor um novo plano de contas para a


Conceptual
contabilidade da empresa

Elaborar um organigrama da empresa Técnica

Liderar o processo de escolha de novas formas


Humana
de promoção

1.3. (5) (8) (7) (6) (3) (9) (4) (1) (2)

Actividade 2

2.1. Essa resposta é pessoal. Certifique-se se assinalou momentos como


os da tabela a seguir:
Localização
Ano Eventos
e/ou autores
5000 a.C. Suméria O controlo administrativo.
Planeamento, organização e controlo
4000 a.C. Egipto
(construções).
2600 a.C. Egipto Descentralização do poder.
Babilónia Estabelecimento do salário mínimo.
2000 a.C.
(Hamurabi) Conceito de controlo e assiduidade.
Utilização do principio da organização
1491 a.C. Israel (Moisés)
por autoridade hierárquica. Liderança.
Planeamento, organização e
500 a.C. China (Sun Tzu)
direcção.
Enunciado da Universidade de
Grécia
400 a.C. Administração. Habilidades
(Sócrates)
Genéricas
Arsenal de Fabricação e montagem de galeras
1436 a.C.
Veneza de guerra.
Roma - Sistema de graduação de controlo
284 a.C.
Diocleciano geral.
Supervisão – Capataz. Controlo de
149 a.C. Roma - Catão
existências. Planeamento anual.
Selecção de pessoal por capacidade
28 a.C. Varrão
física, experiência e aptidão
Aplicação do principio de
Escócia (Adam
1776 especialização. Conceitos de controlo
Smith)
e remuneração.
Padronização de princípios
Inglaterra
operativos. Planeamento, incentivos,
1800 (Mathew
bonificação, métodos de trabalho,
Boulton)
seguro de vida
1810 Escócia (Robert Aplicações de práticas de pessoal.
45
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Gestão de Recursos Humanos & Gestão de Empresas –Introdução a Gestão I – Semestre 1

Owen) Formação dos operários. Plano de


casas para operários
Ênfase no método cientifico.
Inglaterra
Especialização, divisão de trabalho,
1832 (Charles
pesquisa operacional, participação
Babbage)
nos lucros
Princípios de organização,
EUA (Henry
1855 comunicação e informação aplicados
Poor)
aos caminhos-de-ferro americanos
Uso do organigrama para ilustrar a
EUA (Daniel estrutura organizacional e a sua
1856
McCallum) aplicação na administração sistémica
dos caminhos-de-ferro
Funda o primeiro curso de
EUA (Joseph
1881 Administração na Universidade da
Whaton)
Pensilvânia
EUA (Henry
A arte e a ciência da Administração.
1886 Metcalfe; Henry
Filosofia da administração
Towne)
EUA (Frederick
1900 Administração Científica
W.Taylor)

2.2.
Observa-se que a administração na actualidade não é formada por
conceitos novos, mas pela organização sistemática de conceitos e
práticas desenvolvidas desde a Antiguidade. Por exemplo, as funções
da gestão: planeamento; organização; liderança e controle, são vistas
no Egipto e em Israel, antes de Cristo. O livro de Sun Tzu, “A arte da
guerra”, escrito em 500 a.C., é ainda hoje estudado quando se fala em
Planeamento. A grande diferença é que, no passado, a gestão era
feita de forma empírica e, a partir de Taylor, foi desenvolvida de forma
científica.

2.3.
• Da Antiguidade a 1780 - início da Revolução Industrial:
- Artesanato rudimentar;
- Pequenas oficinas, quintas e agricultura;
- Mão-de-obra intensiva e não qualificada;
- Trabalho escravo, ferramentas toscas;
- Sistema comercial: trocas locais.

• 1ª Revolução Industrial - de 1780 a 1860:


- Mecanização de oficinas e da agricultura;
- Carvão e ferro;

46
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- Máquina de fiar, tear hidráulico, tear mecânico;


- Descaroçador de algodão;
- Vapor: máquinas, navios, comboios;
- Telégrafo e selo postal;
- Capitalismo industrial.

• 2ª Revolução Industrial - de 1860 a 1914:


- Aço, electricidade e petróleo;
- Motor a explosão, carros e aviões;
- Telefone;
- Capitalismo financeiro;
- Grandes empresas;
- Crescimento pelo avanço tecnológico.

• Entre guerras - de 1914 a 1945:


- Organização e tecnologias avançadas para fins bélicos
- Depressão de 1929;
- Multinacionais, aplicações técnico-científicas e uso de
petroquímicos;
- Desenvolvimento dos transportes;
- Rádio e televisão.

• De 1945 a 1980:
- Países desenvolvidos (industrializados) e não desenvolvidos (não
industrializados);
- Desenvolvimento tecnológico vertiginoso;
- Plásticos, alumínio, têxteis sintéticos., energia: nuclear, solar,
transmissores, CI, computador, satélites, etc.
- Pesquisa para fins comerciais;
- Empresas nacionais grande porte;
- Automação e computação;
- Retracção, inflação, escassez de recursos, juros e custos
- Micro e pequenas empresas;
- Complexidade, mutabilidade, incerteza e imprevisibilidade.

• Após 1980
- Contingências;
- Dificuldade de análise ambiental;
- Concorrência acirrada;
- O sucesso de ontem não garante o de hoje e o de hoje não
garante o de amanhã.

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UNIDADE TEMÁTICA 2 – OS FUNDAMENTOS DA ADMINISTRAÇÃO


COM FOCO NA ESTRUTURA

Actividade 1

Essa actividade deve ser entregue ao tutor e esperamos que você tenha a
capacidade de analisar a teoria estudada no capítulo 5, do livro texto
(SILVA, Reinaldo Oliveira da. Teorias da Administração. São Paulo:
Pioneira Thomsom Learning, 2004.) numa empresa real de mercado. Não
é importante o comprovativo da existência dessa empresa, mas sim a
interpretação de que, em toda e qualquer empresa, os 14 princípios gerais
da administração são aplicáveis.

Actividade 2

Pretende-se que você faça as questões como uma forma de fixação do


conteúdo teórico de cada capítulo. Essa actividade não requer o
acompanhamento do tutor.

Actividade 3

Os estudos de casos deverão ser entregues ao tutor para análise da


aprendizagem e, caso o aluno não tenha respondido conforme a teoria
estudada, deve efectuar uma nova leitura do capítulo de referência e
novamente seguir os passos para a realização do estudo de caso.

Estudo de caso: Técnicos e Gerentes (capítulo 5)


Questão 1 - você deverá considerar que Fayol detectou o facto de ser
comum que, quando os empregados que apresentam um bom
desempenho operacional sobem de posição na empresa, passando a
assumir um nível de gestão, não têm a mesma formação que tiveram
quando exerciam as actividades técnicas. Ou seja, para ser gestor(a)
deve-se ter também a formação adequada da função, em coordenação e
comando e não somente de de execução das actividades.
Questão 2 - A resposta pode ser sim ou não, desde que você comente que
em momentos de dificuldade, nas novas actividades o gestor procure
realizar aquilo que melhor sabe fazer, ou que aprendeu a fazer, as
actividades rotineiras, mas deve frisar que esse desvio de função é uma
perda de tempo e dinheiro para empresa.
Questão 3 - você poderá listar várias situações de acordo com seus
próprios conhecimentos, entre as opções tem-se a formação, a
qualificação profissional através de cursos, a transmissão de informações

48
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Gestão de Recursos Humanos & Gestão de Empresas –Introdução a Gestão I – Semestre 1

de outros gestores, reuniões periódicas, encontros com os superiores para


definir as metas e objectivos esperados, entre outras opções.
Obs.: as respostas dos estudos de caso deverão ser consideradas quando
a teoria estiver presente nas respostas dos alunos e não somente seu
conhecimento empírico da situação levantada no texto.

Estudo de caso: Lutando contra a burocracia (capítulo 6)


Questão 1 - você deverá concluir que a burocracia regulamenta as
actividades de uma forma abrangente e comum a todos e, que organiza as
actividades exercidas pelos empregados de uma empresa, minimizando os
erros comuns.
Questão 2 - deve-se compreender que o sistema burocrático para
funcionar bem deve ter informações precisas e reais de todas as pessoas
envolvidas. Neste caso as pessoas envolvidas são os funcionários que
atenderam a aluna, o professor e a própria aluna.
Questão 3 - esta questão é de livre interpretação do aluno(a) na qual ele
deverá descrever a realidade pela qual passou para efectivar a matrícula.

Obs.: as respostas dos estudos de caso deverão ser consideradas certas


quando a teoria estiver presente nas suas respostas e não somente seu
conhecimento empírico da situação levantada no texto.

Actividade 4

Esta actividade não deverá ser entregue ao tutor, pois consiste na


interpretação do próprio estudante em relação aos conceitos teóricos
apreendidos ao longo de seu estudo. O estudante irá fazer um texto
explicando uma realidade empresarial na qual tenha tido ou presenciado
algum problema em relação à falta de divisão adequada do trabalho ou
mesmo uma empresa que tenha uma divisão adequada das actividades,
mas que possa ainda melhorar.

Actividade 5

Esta actividade não deverá ser entregue ao tutor, pois consiste na


interpretação do próprio estudante em relação aos conceitos teóricos
apreendidos ao longo de seu estudo e na prática de escrever um texto e
seu entendimento. O estudante irá fazer um texto explicando uma
realidade empresarial na qual tenha tido ou presenciado algum problema
em relação à burocracia existente, podendo ser necessária ou não para o
funcionamento da empresa.

49
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UNIDADE TEMÁTICA 3 – TEORIA DAS RELAÇÕES HUMANAS

Actividade 1

1.1 No capítulo As teorias de transição os pontos mais importantes são:


• o princípio do grupo;
• a lei da situação;
• apreciações criticas aos estudos de Mary Follet;
• a Natureza do sistema social cooperativo;
• as funções do executivo;
• as apreciações criticas aos estudos de Banard.

No capítulo A escola das relações humanas, devem ser abordados os


temas:
• as diferenças entre a ênfase da tarefa e a ênfase nas pessoas;
• a influência da psicologia industrial no desenvolvimento de uma
teoria;
• os estudos de Hawthorne e suas fases;
• as contribuições da experiência de Hawthorne e
• as criticas feitas para a Teoria das Relações Humanas.

1.2 Clássica; Humanística; Humanística; Clássica; Clássica; Humanística;


Humanística; Clássica; Clássica; Humanística.

Actividade 2

2.1 SIM. A resposta que você apresentar deve fundamentar-se no


PRINCÍPIO DO GRUPO, já que sua filosofia de gestão era baseada
na tese de que qualquer sociedade duradoura, produtiva, deveria se
fundamentar no reconhecimento dos desejos motivacionais do
indivíduo do grupo.

Actividade 3

3.1 Nesta questão é importante que você tenha focalizado a sua resposta
no sentido de que os indivíduos se comportam visando suprir as suas
necessidades mais imediatas, priorizadas na seguinte escala:
fisiológicas, de segurança, sociais, de estima, de auto - realização.
3.2 Para que a sua resposta atenda às expectativas, você deverá
reproduzir o ciclo motivacional descrito na figura 9.2, da página 224 do
livro Teoria da Administração.
3.3 Nesta questão, esperamos que você tenha registrado que as
vantagens estão relacionadas com o desafio e também com a
realização, e que as desvantagens nem sempre estão relacionadas
com a recompensa salarial. Podem ser temporárias, caso seja
somente uma rotação no cargo. Quanto ao comentário, variará de
50
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acordo com a experiência de cada um e por isso, será considerada


mais correcta aquela resposta que apresentar maior coerência com o
conteúdo proposto.
3.4 Nesta questão, você deverá comentar sobre a Teoria X, que tem
como pressuposto que o homem é por natureza indolente, evita o
trabalho, não tem ambição, não gosta de assumir responsabilidades e
prefere ser dirigido. Esta teoria também assume que o indivíduo é auto
centrado, indiferente às necessidades organizacionais, resistente as
mudanças, ingénuo e nada brilhante, Por tudo isso, o gestor deveria
empregar técnicas coercivas e elementos externos de restrição sobre
o comportamento dos empregados. Já sobre a Teoria Y, você deverá
dizer que se baseia na suposição de que o indivíduo não é por
natureza preguiçoso e não confiável. Essa visão propõe que as
pessoas podem auto dirigir-se e serem criativas no trabalho, desde
que adequadamente motivadas.
Dentro destas considerações, o(a) gestor(a) tem como tarefa essencial,
expandir este potencial nos indivíduos. Em outras palavras, a Teoria Y
procura a gestão da integração das metas individuais com as da
organização – ao fazer do trabalho o principal o meio pelo qual cada
empregado pode ampliar sua competência, o seu auto controle e o
sentido de realização.

3.5
a) Nesta questão, é importante que você registe cada etapa do processo
decisório, composto de: percepção da situação que envolve algum
problema, análise e definição do problema, definição dos objectivos,
procura de alternativas de solução ou de cursos de acção, avaliação e
comparação dessas alternativas, escolha da alternativa mais adequada
ao alcance dos objectivos, implementação da alternativa escolhida.
b) Participativo; autoritário benevolente; consultivo; autoritário coercivo.

Actividade 4

4.1. Deverão ser apresentadas pelo menos três das possibilidades


descritas, a seguir
• Concentra-se na cultura e nos processos da organização;
• Encoraja colaboração entre directores, gestores e
participantes na gestão da cultura e dos processos;
• Focaliza-se basicamente nos lados humano e social da
organização, mas também intervêm os lados tecnológico e
estrutural;
• Tem como destaques, a participação e o envolvimento nas
soluções de problemas e tomadas de decisão por todos os
níveis organizacionais;
• Concentra-se na mudança total do sistema, e visão da
organização como sistema social complexo;
• Apoia-se num modelo de acção-pesquisa com extensiva
participação dos membros dos sistemas clientes;

51
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Gestão de Recursos Humanos & Gestão de Empresas –Introdução a Gestão I – Semestre 1

• Tem uma visão de desenvolvimento que procura a melhoria


de indivíduos e da organização, atentando à criação de
soluções do tipo vencer-vencer na prática de seus programas;

UNIDADE TEMÁTICA 4 – ABORDAGENS ADMINISTRATIVAS E A


TEORIA DA ADMINISTRAÇÃO CIENTÍFICA

Actividade 1

1.1. A abordagem contingencial pode ser vista como uma matriz de


relações se-então. Se certos factores situacionais existem, então
certas variáveis na estrutura da organização e certos sistemas de
gestão são mais apropriados.
1.2. As críticas, dificuldades e limitações à Teoria das Contingências
geralmente relacionam-se com sete aspectos principais:
Relacionamento casual; Desempenho organizacional; Variáveis
independentes; Contingências múltiplas; Mudança planeada;
Factores de poder; Velocidade da mudança organizacional.

Actividade 2

2.1. A Administração por Objectivos pode ser definida como um estilo


ou sistema de gestão que relaciona as metas organizacionais com
o desempenho e desenvolvimento individual, por meio do
envolvimento de todos os níveis administrativos.
2.2.
• Estabelecimento de objectivos comuns pelo superior e subordinado.
• Definição de objectivos por departamento ou posição. Interligação
entre os diversos objectivos da empresa, especialmente objectivos
departamentais.
• Ênfase no controle dos planos operacionais.
• Contínua avaliação e modificação dos planos administrativos.
• Chefia ou gerência com participação activa.

Actividade 3

V; V; V.

Actividade 4

4.1. Projecto organizacional é o processo de elaboração e ajustamento


da estrutura de uma organização para o alcance das suas metas.
4.2. Processo é qualquer sistema operacional ou administrativo que
transforma materiais – entradas – em produtos – saídas – valiosos.
Os processos organizacionais estudados neste roteiro foram:
reengenharia, downsizing e empowerment.

52
Escola Superior Aberta/A Politécnica – Ensino a Distância

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