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Petição Inicial - Danos Morais - Injúria
Petição Inicial - Danos Morais - Injúria
BELO HORIZONTE/MG.
TAINA SIMOES SILVA, brasileira, inscrita no CPF sob o n.º 018.874.476-28, residente e
domiciliada na Rua Caracas, nº 170. Casa “A”, Bairro Suely, Belo Horizonte/MG, CEP: 33204-146,
vem respeitosamente perante Vossa Excelência, através dos seus procuradores infra-assinados,
propor
Rua Capote Valente, nº 120, Andar 3 e 4, Pinheiros, São Paulo/SP – CEP 05.409-000, tendo em
vista as seguintes razões de fato e de direito.
I- DA GRATUIDADE DA JUSTIÇA
Av. Augusto de Lima, nº 407, Lourdes, Belo Horizonte / MG – CEP 30190-000
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Inicialmente, roga a parte Autora pela concessão da gratuidade da justiça, já que, em
virtude de sua crítica situação financeira, deve ser considerada pobre na forma da lei e assim o
sendo, faz jus, nos termos do artigo 5º, inciso LXXIV, da Constituição Federal de 1988, bem como
com fulcro no art. 98 e seguintes do CPC/15, a gratuidade da justiça, tudo conforme declaração de
hipossuficiência anexa.
O parâmetro para fins de aferição da hipossuficiência financeira adotado por este douto
tribunal é o de pessoa cuja renda mensal individual não ultrapasse o valor de 3 (três) salários
mínimos, decotados os seus gastos, senão vejamos:
II - DOS FATOS
Ocorre que a funcionária do caixa a informou que o valor não havia sido creditado, ao que
a Autora conferiu seu extrato e mostrou à funcionária, que lhe informou que teria de esperar o
valor ser creditado.
Nesse momento, outro funcionário, que não participava da conversa, se intrometeu e, sem
qualquer justificativa, não que haja alguma para agir de tal modo, começou tratar a Autora de
maneira extremamente agressiva, realizando diversos xingamentos que atacaram-lhe a honra e a
deixando abalada frente a tamanha grosseria e falta de respeito.
O pior é que a situação ocorreu na frente de outros clientes e funcionários, que não
fizeram nada para cessar os atos de humilhação infligidos à Autora, conforme consta nos áudios
anexos.
Após a conversa com o gerente da distribuidora Ré, a Autora saiu do estabelecimento sem
levar os produtos e nem sequer tendo o valor da compra estornado a sua conta. Em conversa
telefônica posterior, em anexo, o gerente assume as graves ofensas proferidas contra a Requerente.
A Autora sofreu muito com as injuriosas afirmações que lhe ofenderam diretamente a
honra e sua dignidade como pessoa.
II - DO DIREITO
O CDC prescreve, em seu art. 2º, ser consumidor: “toda pessoa física ou jurídica que adquire
ou utiliza produto ou serviço como destinatário final”. Sendo assim, inexistem maiores dificuldades em
se concluir pela aplicabilidade do referido Código, visto que este corpo de normas pretende
aplicar-se a todas as relações desenvolvidas no mercado brasileiro que envolvam um consumidor
e um fornecedor.
O caso em tela versa sobre a relação estabelecida entre as partes, originada em razão da
contratação de serviços bancários, posteriormente falha, junto a Requerida.
O art. 186 do Código Civil define o que é ato ilícito, entretanto, observa-se que não
disciplina o dever de indenizar, ou seja, a responsabilidade civil, matéria tratada no art. 927 do
mesmo diploma legal. Assim, temos no artigo 927 que “Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187),
causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo.".
O dever de indenizar, previsto nos artigos 5º, inciso X 1, da Constituição da República, 186
e 9272 do Código Civil e 6º, VI do Código de Defesa do Consumidor, pressupõe, em regra, um
comportamento do agente que: "(...) desrespeitando a ordem jurídica, cause prejuízo a outrem, pela
ofensa a bem ou direito deste”.
Ademais o artigo 953 do Código Civil prevê expressamente que “A indenização por
injúria, difamação ou calúnia consistirá na reparação do dano que delas resulte ao ofendido”.
1
“Art. 5º (...) X – São invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurando o direito a
indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação.”
2
“Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a
outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito.”; “Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187),
causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo. Parágrafo único. Haverá obrigação de reparar o dano,
independentemente de culpa, nos casos especificados em lei, ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo
autor do dano implicar, por sua natureza, risco para os direitos de outrem.”
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Portanto, não há dúvida que os crimes contra a honra geram obrigação de indenizar a vítima em
danos morais.
Esse comportamento deve ser imputável à consciência do agente por dolo (intenção) ou
por culpa (negligência, imprudência ou imperícia), contrariando, seja um dever geral do
ordenamento jurídico (delito civil), seja uma obrigação em concreto como uma inexecução
contratual, assim como ocorreu no caso dos autos.
São requisitos da responsabilidade civil: conduta (ação ou omissão) ilícita, que se ligue por
um nexo de causalidade ao dano, praticada de forma culposa em sentido amplo (culpa em sentido
estrito ou dolo).
Ato ilícito: O ato ilícito é aquele praticado em desacordo com a norma jurídica destinada a
proteger interesses alheios, violando direito subjetivo individual, causando prejuízo a outrem e
criando o dever de reparar tal lesão.
Os atos ilícitos cometidos pelas Demandadas constatam-se pela sua atuação de forma
imprudente e negligente, eis que:
a) I.F Ré – Não realizou a transferência dos valores debitados da conta da Autora à conta
da distribuidora Requerida.
b) Distribuidora Ré- Injurias proferidas contra a Autora por funcionário.
Dano: Após a constatação dos atos ilícitos praticados pelas Rés, serão apontados os
prejuízos ocasionados à Autora decorrentes das referidas condutas, que são de natureza moral,
quais sejam:
Nexo de causalidade: Dúvidas não há quanto à existência do nexo de causalidade, eis que
o ato e os danos ocorreram em virtude de ações praticadas pelas Requeridas.
Assim, uma vez as Rés foram as responsável pelos atos ilícitos praticados que ensejaram
os danos mencionados, caracterizado está o nexo de causalidade.
Não se pode negar que atos que impliquem dor, vexame, sofrimento e profundo
constrangimento para a vítima, resultam na violação de sua intimidade, honra, imagem e outros
direitos de personalidade, mediante a ocorrência de distúrbios na psique, na tranquilidade e nos
sentimentos da pessoa.
Os danos morais acarretados a Autora em decorrência dos atos ilícitos perpetrados pelos
Demandados encontram-se delineados na explanação relativa ao nexo de causalidade, inclusa no
tópico “2.2. Da Responsabilidade Civil e do Dever de Indenizar”.
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Como já demonstrado no artigo 953 do Código Civil “A indenização por injúria,
difamação ou calúnia consistirá na reparação do dano que delas resulte ao ofendido”.
Ou seja, uma vez que restou demonstrado que o funcionário da Requerida injuriou a
Autora, ofendendo sua moral e abalando sua psique, clarividente o dever de a Ré indenizá-la
pelos danos morais sofridos. Neste sentido se posiciona o Egrégio Tribunal de justiça de Minas
Gerais, senão vejamos:
Assim, no presente caso, dúvidas não restam quanto ao dever de indenizar da Requerida,
devido a todo o transtorno e injurias infligidas à Autora.
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Importante também destacar o caráter punitivo que a indenização por danos morais
possui, sendo imprescindível para desencorajar as Rés a atuar de forma tão negligente para com
os consumidores, seja
Não há como se eximir as Rés da responsabilidade que lhes cabem, cumprindo, pois,
reparar os danos morais causados a Requerente.
Desta forma, requer a Autora sejam as Rés condenada ao pagamento de danos morais no
valor de R$ 25.000,00 (vinte e cinco mil reais), por todos os infortúnios ocasionados e
demonstrados na presente exordial, e também para cumprir com o caráter pedagógico da referida
medida.
A prova constitui elemento de suma importância no âmbito processual, não só pela sua
função de confirmar a verdade dos fatos afirmados pelas partes, como também por servir de
fundamento da pretensão jurídica e de base para a formação do convencimento do magistrado. A
atividade probatória é parte integrante do processo, consistindo na demonstração, pela parte, da
veracidade das alegações a ele trazidas.
Atento a tal circunstância, o Código de Defesa do Consumidor, que apresenta como uma
de suas razões de ser a vulnerabilidade do consumidor e sua posição de desvantagem técnica e
jurídica em face do fornecedor instituiu como direito básico daquele a facilitação da defesa dos
seus interesses, inclusive com a possibilidade de inversão do ônus da prova a seu favor quando
verossímil a alegação ou for ele hipossuficiente.
Portanto, não restam dúvidas quanto a hipossuficiência da Autora, de modo que requerer
a inversão do ônus da prova.
A Constituição Federal, em seu artigo 5º, XXXV, assegura o livre acesso ao Poder
Judiciário para a apreciação de lesão ou ameaça a direito, sendo que não se pode deixar de
concordar que, de nada vale a tutela jurisdicional tardia, quando o direito já foi violado, motivo
pelo qual, nosso ordenamento positivado apresenta possibilidades de cognição sumária, pois, com
isso, procura-se não apenas garantir o acesso à Justiça, mas também o acesso à efetiva Justiça, hábil
a garantir os direitos dos jurisdicionados.
Nos moldes do CPC, para que seja possível a concessão da tutela de urgência, faz- se
necessária a existência de alguns requisitos, quais sejam, a verossimilhança das alegações (fumus
boni iuris e o periculum in mora). Tais requisitos encontram-se presentes in casu, de modo que a
concessão da tutela provisória se mostra urgente e imprescindível.
Uma vez que a Demandante comprova ao longo de suas alegações que há base legal que
fundamente a pretensão, resta caracterizado, pois, o fumus boni iuris.
Assim sendo, mais do que indícios da existência do direito, tem-se que o mesmo é claro e
evidente, o que satisfaz inequivocamente o requisito do fumus boni iuris.
Não se sabe por quanto tempo a distribuidora Requerida armazena as filmagens de seu
sistema de segurança, de forma que existe o risco iminente de as imagens em questão ser
apagadas.
IV - DOS PEDIDOS
b) A citação do Réu para que, caso queira, compareça a audiência de conciliação a ser
designada e apresente defesa no prazo legal, sob pena de incorrer nos efeitos da revelia e
serem considerados verdadeiros os fatos articulados nesta exordial;
c) Seja ao final proferida sentença para condenar as Rés ao pagamento de indenização por
DANOS MORAIS no montante de R$ 25.000,00 (vinte e cinco mil reais), com incidência
de juros e correção monetária na forma indicada no item “2.4. Da incidência dos Juros e
Correção Monetária”;
d) A concessão dos benefícios da justiça gratuita, de acordo com o art. 98 e ss do CPC, por
ser pobre no sentido legal e não poder arcar com as custas processuais sem prejuízo da
própria subsistência e de sua família;
g) Caso esse MM. Juízo entenda pela necessidade de dilação probatória, protesta provar o
alegado através de todas as provas em direito admitidas, nos moldes do art. 369 do CPC,
em especial a prova pericial, testemunhal, depoimento pessoal das partes, a juntada de
novos documentos.
Por fim, requer, nos termos do artigo 272, §2º do Código de Processo Civil, que todas as
publicações sejam feitas em nome de GABRIEL ALVES MANSUR, inscrito na OAB/MG sob o nº
146.901, GUILHERME HENRIQUE MOREIRA inscrito na OAB/MG sob o nº 166.856 e JOSÉ
REINALDO FREIRE JÚNIOR, inscrito na OAB/MG sob o nº. 164.251, todos com endereço
profissional à Avenida Augusto de Lima, nº 407, sala 810, Lourdes, Belo Horizonte/MG.