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CARDIOPATIAS CONGÊNITAS
➡ Cardiopa as congênitas (geral):
1. Introdução:
- São anormalidades estruturais ou funcionais cardiocirculatórias presentes ao nascimento, mesmo se iden cadas na vida
adulta.
- Acomete 1% dos nascidos vivos e correspondem a < 5% de todas as cardiopa as.
- Mais comum em meninos.
- O RN deve realizar o teste do coraçãozinho entre 24-48h de vida, antes da alta hospitalar, para comparar a oximetria de pulso
do membro superior direito com os membros inferiores, e se necessário, recomendar um ecocardiograma para melhor
inves gação de cardiopa as. Se o teste apresentar SPO2 < 95% ou diferença de ≥ 3% entre as medidas dos membros,
devemos realizar nova oximetria em 1 hora. Se na nova oximetria persis r SPO2 < 95% ou diferença de ≥ 3% entre as medidas
dos membros, devemos realizar um ecocardiograma antes da alta hospitalar.

2. Fisiologia fetal:
- O sangue oxigenado proveniente da placenta percorre veia umbilical, ducto
arterioso, veia cava inferior e alcança o Átrio Direito (AD). Grande parte do
uxo que chega ao AD é direcionado ao Átrio Esquerdo (AE) através do forame
oval, daí, para o VE, seguindo para a aorta.
- 20% do sangue proveniente da veia cava superior segue para o AD, VD, tronco
pulmonar, ducto arterioso até alcançar a aorta descendente. Grande parte do
uxo do VD desvia dos vasos pulmonares, pois durante a vida fetal, esses
vasos encontram-se constritos.
- Ao nascer, a expansão pulmonar associada ao aumento da pressão arterial
dilata o leito vascular pulmonar, e todo uxo do VD é lançado para o pulmão.
Após as trocas metabólicas, as veias pulmonares lançam o sangue ao AE
promovendo o fechamento do forame oval.

3. Classi cação:
- Cardiopa as cianogênicas (SatO2 < 92%): O sangue arterial é pobre em O2 (shunt da direita para esquerda):
• Com hiper uxo pulmonar.
• Com uxo pulmonar normal: Transposição das grandes artérias
• Com hipo uxo pulmonar: Tetralogia de Fallot

- Cardiopa as acianogênicas (SatO2 > 92%): O sangue arterial ca oxigenado e não causa cianose:
• Com hiper uxo pulmonar e sobrecarga de volume:
• Comunicação interventricular (CIV);
• Comunicação interatrial (CIA);
• Permanência do canal arterial (PCA);
• Defeito do septo atrioventricular (DSAV);
• Drenagem anômala parcial de veias pulmonares.

• Com uxo pulmonar normal ou hipo uxo pulmonar:


• Obstrução do ventrículo direito: Estenose pulmonar
• Obstrução do ventrículo esquerdo: Coarctação de Aorta; Estenose de Aorta; Estenose mitral.

4. E ologia: - Teratógenos.
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- Al tude.
- Sopro regurgita vo: CIV, insu ciência valvares, DSAVT.
- Sexo.
- Sopro con nuo (sopro em locomo va): PCA.
- Rubéola no 1º trimestre de gestação (PCA).
- Sopro eje vo: Estenose aór ca e pulmonar, CoAo, CIA.
- Uso crônico de álcool.
- Patologias maternas (DM, LES). - 2ª bulha:

- Idade materna (> 40 anos).


• Desdobramento siológico: CIV, PCA, CoAo, EP,
DSAVT.
- Alterações cromossômicas (síndromes).
• Desdobramento paradoxal: Eao.
• Desdobramento amplo e xo: CIA.
5. Manifestações clínicas:
- Sintomas de hiper uxo pulmonar:
9. Diagnós co:
• Cansaço aos esforços.
• Cansaço para mamar. - O diagnós co pode ser con rmado a par r de:
• Sudorese excessiva. • Ecocardiograma (padrão ouro).
• Hipodesenvolvimento e baixo ganho de peso. • Cateterismo.
- Sintomas de uxo pulmonar normal: • Tomogra a.
• Assintomá cos. • Ressonância.
• Cansaço aos esforços. - ECG e radiogra a de tórax podem auxiliar.
- Sinais:
• Sopros. 10.Medida do uxo pulmonar:
• Dispneia/taquidispneia. - Para indicar cirurgia em uma criança com cardiopa a
• ICC. congênita, devemos calcular a magnitude do uxo
• Cardiomegalia. pulmonar com a seguinte fórmula:
• Arritmias.
• Síncope. - Grau de hiper uxo pulmonar:
• Hipóxia (cianose, baqueteamento digital) • Discreto: < 1,5
• Alterações das bulhas, pulsos e PA. • Moderado: 1,5 - 2,0
• Infecções respiratórias de repe ção.
• Importante: > 2,0
- A criança com hiper uxo pulmonar ≥ 1,5 deve realizar
6. O que avaliar na anamnese: cirurgia. Quando o uxo pulmonar ca aumentado por
- Antecedentes familiares. muito tempo, a criança desenvolve hipertensão pulmonar
- Condições da gestação. e não consegue mais operar, pois seus vasos sanguíneos
- Condições do nascimento. se tornam mais rígidos. Além disso, quando o shunt é
fechado, as cavidade cardíacas direitas entram em
- Descoberta da cardiopa a (quando descobriu).
falência devido a essa pressão pulmonar muito elevada.
- Desenvolvimento sico da criança.
- Dispneia aos esforços. - Quando a criança perde o tempo da cirurgia, poderá
precisar de transplante cardíaco e pulmonar.
- Crise de hipóxia.
- Posições viciosas (posições que a criança ca para
melhorar o uxo sanguíneo interno do coração).
- Presença de infecções respiratórias.

7. O que avaliar no exame sico:


- Peso.
- Desenvolvimento sico.
- Malformações associadas – é muito comum lábio
leporino e malformações do tubo gastrointes nal.
- Cianose.
- Pulsos periféricos.
- Pressão arterial.
- Inspeção: Abaulamentos, edemas e cianose.
- Palpação: Ictus, frêmitos e pulsos.
- Ausculta: Ritmo, sopros e 2ª bulha.
8. Achados que sugerem cardiopa as especí cas:
➡ Cardiopa as congênitas acianogênicas:
1. Comunicação interventricular (CIV): Mais comum
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- De nição:
• Não fechamento do septo interventricular após o nascimento, permi ndo a
passagem de sangue do ventrículo esquerdo (maior pressão) para o ventrículo direito
(menor pressão), causando sobrecarga de volume e pressão no VD, pulmões e
câmaras esquerdas, preservando apenas o átrio direito.
• Causa hiper uxo pulmonar com dilatação do tronco pulmonar.

- Sinais e sintomas:
• Se o shunt (comunicação) for pequeno, a criança pode ser assintomá ca.

Dilatação do tronco pulmonar.
• Cansaço aos esforços/para mamar.
• Sudorese excessiva.
• Resfriados e pneumonia de repe ção, pois o pulmão recebe mais uxo sanguíneo, tornando-se “úmido” e
favorecendo a proliferação de microorganismos.
• Hipodesenvolvimento e baixo ganho de peso devido menor quan dade de sangue que vai para a aorta.

Sopro em platô (holossistólico) em borda paraesternal esquerda, do 2º ao 3º EIC.

ICC

2ª bulha aumentada.

Ventrículos aumentados com íctus deslocado lateral e inferiormente.

Frêmito paraesternal.

Endocardite: Ocorre devido ao uxo turbulento do ventrículo esquerdo para o direito quando a criança tem uma
infecção bacteriana. Tem indicação cirúrgica mesmo que não apresente hiper uxo pulmonar ≥ 1,5.

- Tratamento especí co:


• CIV pequena e sem repercussão: Pode fechar espontaneamente, por isso o tratamento é clínico com retornos
periódicos ao cardiologista. Controlamos apenas a insu ciência cardíaca com diuré cos, digitálicos e IECA. Se não
fechar até os 10 anos, devemos fazer correção cirúrgica para evitar a endocardite.
• CIV grande e com repercussão: Quando o uxo pulmonar es ver > 2, há indicação cirúrgica precoce, feita via átrio
direito através de um tampão suturado com pericárdio da própria criança ou bovino.

2. Comunicação interatrial (CIA):


- De nição:
• Não fechamento do septo interatrial após o nascimento, permi ndo uxo do átrio
esquerdo (maior pressão) para o átrio direito (menor pressão), causando sobrecarga
de volume das câmaras direitas, e aumento do uxo pulmonar.
• Causa hiper uxo pulmonar com dilatação do tronco pulmonar.
• Mais comum no sexo feminino.

- Sinais e sintomas:
• Se o shunt (comunicação) for pequeno, a criança pode ser assintomá ca.

Dilatação do tronco pulmonar.
• Cansaço aos esforços/para mamar.
• Sudorese excessiva.
• Resfriados e pneumonia de repe ção, pois o pulmão recebe mais uxo sanguíneo, tornando-se “úmido” e
favorecendo a proliferação de microorganismos.
• Hipodesenvolvimento e baixo ganho de peso devido menor quan dade de sangue que vai para a aorta.

• Aumento das câmaras cardíacas direitas.


• Sopro sistólico eje vo discreto no foco pulmonar.
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• Desdobramento xo e amplo de B2 (TUM-TRA).
• Obs: Não cursa com sobrecarga de pressão igual na CIV, por isso apresenta menos sintomas de ICC.

As primeiras imagens são RX de tórax evidenciando aumento das câmaras cardíacas direitas, dilatação do tronco e ramos pulmonares,
e aumento do uxo vascular pulmonar. A úl ma imagem é um ecocardiograma evidenciando a CIA.

- Tratamento especí co:


• A cirurgia ele va, quando recomendada (hiper uxo pulmonar ≥ 1,5), deve ser realizada após 1 ano de vida, para evitar
aumento do tamanho das câmaras cardíacas direitas. A cirurgia é indicada para pacientes sintomá cos e pacientes
sem sintomas que apresentam relação Qp:Qs de 2:1. A presença de shunt discreto e sem aumento do VD não indicam
cirurgia. A cirurgia consiste em fazer uma circulação extra-corpórea para desviar o sangue do coração, em seguida,
através do átrio direito, corrigir o septo com um tampão suturado de pericárdio da própria criança ou bovino.

3. Persistência do canal arterial (PCA):


- De nição:
• Não fechamento do canal arterial ou ducto arterioso, permi ndo o uxo da aorta
descendente para o tronco pulmonar.
• O sangue da aorta tem pressão de 120x80 e o sangue do tronco pulmonar tem
pressão de 25mmHg, podendo resultar em hipertensão pulmonar. Esse uxo
desviado também retorna para as câmaras esquerdas dilatando-as.
• Causa hiper uxo pulmonar com dilatação do tronco pulmonar.
• Mais comum no sexo feminino.
• Pode estar associado com síndrome da rubéola congênita.

- Sinais e sintomas:
• Em geral as crianças cam debilitadas.
• Resfriados e pneumonia de repe ção, pois o pulmão recebe mais uxo sanguíneo, tornando-se “úmido” e
favorecendo a proliferação de microorganismos.
• Hipodesenvolvimento e baixo ganho de peso devido menor quan dade de sangue que vai para a aorta.
• Sopro em maquinaria ou locomo va (con nuo) em região infraclavicular esquerda com irradiação para o dorso.
• Dilatação do tronco pulmonar e possível hipertensão pulmonar.
• Aumento das câmaras cardíacas esquerdas.

- Tratamento especí co:


• Em RN, a primeira opção é o tratamento farmacológico com Ibuprofeno ou Indometacin. Nestes casos, a cirurgia está
indicada quando não houver resposta à tenta va de fechamento medicamentoso ou em condições em que o
prematuro não possa receber as medicações.
• O tratamento cirúrgico é feito quando a criança encontra-se na idade pré-escolar (12 a 24 meses). A par r de 1 ano de
idade a cirurgia e ele va, e a baixo de 1 ano a cirurgia é de urgência.

4. Defeito no septo atrioventricular (DSAV): Mais grave


- De nição:
• Ausência de valvas cardíacas (mitral e tricúspide), tendo no lugar uma única valva atrioventricular.
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• Causa hiper uxo pulmonar com dilatação do tronco pulmonar.
• Apresenta CIA e CIV associadamente.
• Corresponde a mais de 50% das cardiopa as na síndrome de Down. Essas crianças
desenvolvem rapidamente hipertensão pulmonar, sinais de ICC, e infecções de
repe ção. Nesses casos a correção cirúrgica deve ser feita antes dos 6 meses, pois há
risco da criança evoluir com hipertensão pulmonar fatalmente.

- Sinais e sintomas:
• Resfriados e pneumonia de repe ção, pois o pulmão recebe mais uxo sanguíneo,
tornando-se “úmido” e favorecendo a proliferação de microorganismos.
• Hipodesenvolvimento e baixo ganho de peso devido menor quan dade de sangue que
vai para a aorta.
• ICC.
• Aumento global da área cardíaca.

- Tratamento especí co:


• DSAV parcial: É considerada uma “CIA maior”, então trata como CIA. A cirurgia é ele va em pré-escolares (antes dos 4
anos). Deve-se fazer o fechamento da comunicação interatrial (patch) e fechamento da fenda valvar.
• DSAV total: A cirurgia deve ser realizada nos primeiros 6 meses de vida da criança.

5. Coarctação de Aorta:
- De nição:
• Estreitamento de qualquer ponto da aorta.
• No feto, a constrição da região ístmica da aorta aumenta a pressão na artéria
pulmonar, pois ela tenta empurrar o uxo pelo canal arterial e se depara com
uma grande resistência, por isso ocorre aumento de pressão na artéria pulmonar
e no VD, dilatando-os.
• Após o nascimento, o canal arterial se fecha e a pressão no VE aumenta na
tenta va de vencer a resistência da constrição e mandar uxo para a Aorta,
causando dilatação do VE. Contudo, esse bebê já apresentava uma dilatação e
disfunção do VD, o que poderá causar falência cardíaca.
• Mantém uxo pulmonar normal e gera sobrecarga de pressão.
• Mais comum no sexo masculino.
• Frequente na Síndrome de Turner e em anomalias de válvula aór ca bicúspide.

- Sinais e sintomas:
• A criança pode ser assintomá ca.
• Cianose diferencial: Cianose do segmento inferior, enquanto o segmento superior
permanece rosado.
• Hipertro a das câmaras cardíacas esquerdas e dilatação das veias pulmonares: O
VE hipertro a devido aumento da pós-carga gerado pela obstrução da aorta. Esse
aumento de pressão se dissemina retrogradamente para o AE e veias pulmonares.
• Hipertensão arterial: Pode vir seguida de cefaleia, epistaxe, tonturas e
palpitações.
• Pulsos assimétricos (bom nos MS e fraco nos MI).
• Diferença de pressão entre MS e MI.
• Sopro sistólico na região interescapular
• Claudicação intermitente os esforços.
• Acidose metabólica.
• Sinal de Roesler no RX (tardio): As artérias intercostais cam hipertro adas e a pulsação delas no gradil costal
promove erosões devido aumento de uxo (o gradil costal ca serrilhado).
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• Sinal do 3 no RX: Cardiomegalia global simulando o número 3.

- Tratamento :
• Em recém-nascidos graves, o canal arterial deve ser man do pérvio através do uso de prostaglandina E1 em infusão
con nua para permi r a perfusão das extremidades inferiores.
• O tratamento é realizado com cirurgia ou cateterismo (via percutânea).
• Crianças sintomá cas com insu ciência cardíaca devem ser tratadas e compensadas antes do procedimento
operatório.

6. Estenose pulmonar:
- De nição:
• Obstrução da valva pulmonar.
• Causa hipo uxo pulmonar e sobrecarga de pressão.

- Sinais e sintomas:
• Sopro sistêmico eje vo, rude, precedido por um clique de abertura, audível em borda esternal esquerda alta.
• Dilatação do tronco pulmonar.
• Hipertro a do VD.

- Tratamento especí co:


• Valvuloplas a com balão é a primeira opção.
• Cirurgia em valva pulmonar displásica (subvalvar ou supravalvar) – deve-se prolongar o máximo possível.
• Gradiente pressórico transvalvar (diferença de pressão do ventrículo direito e da artéria pulmonar) > 50mmHg é
indicado tratamento cirúrgico.
• Obs: A válvula pulmonar pode car insu ciente após a valvuloplas a com balão, mas o ventrículo direito tolera mais a
insu ciência do que a estenose – a criança vai crescer e na idade adulta é feita uma intervenção cirúrgica.

7. Estenose aór ca:


- De nição:
• Obstrução da valva aór ca.
• Mantém uxo pulmonar normal e gera sobrecarga de pressão.

- Sinais e sintomas:

Dispneia aos esforços e fadiga.

Precordialgia e síncope (casos graves) – são indica vos de intervenção.

Íctus “sustentado” de ventrículo esquerdo.

Frêmito sistólico em foco aór co, fúrculas e caró das.

Clique de abertura após B1, seguido de sopro sistólico eje vo rude irradiado para ápice, fúrcula e caró das.

Área cardíaca normal ou aumentada.

Alterações da repolarização ventricular em casos graves.
- Tratamento especí co:
• Diuré cos (congestão pulmonar); Digitálicos (disfunção ventricular sistólica).
• Obs: Não podemos dar vasodilatador (an -hipertensivos) porque esse paciente tem di culdade de manter o débito
cardíaco e pode entrar em síncope ou ter angina.
• Cirurgia quando gradiente médio > 50 mmHg OU sintomá co.
• Valvuloplas a com balão: lesão valvar isolada e não complicada – é a 1ª indicação para crianças.
• Troca valvar: áreas valvares crí cas e manifestações de baixo débito – tenta preservar com plas a.

➡ Tratamento das cardiopa as congênitas acianó cas com hiper uxo pulmonar:
- Suporte nutricional.
- Medicações para insu ciência cardíaca:
• Captopril 1 – 2mg/kg/dia.
• Furosemida: 1 – 3mg/kg/dia.
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• Espironolactona: 1 – 3mg/kg/dia.
• Hidrocloro azida: 1 – 3mg/kg/dia.
• Digoxina: 5 – 10mg/kg/dia - U lizamos mais nos casos de defeito do septo atrioventricular.

- Pro laxia para endocardite: Dose única de amoxacilina 1h antes de procedimentos invasivos e procedimentos dentários,
(crianças até 29kg: 50mg/kg; crianças > 29kg: 2g).
- Cirurgia especí cas para a correção do defeito.
- OBS: Nos bebês sintomá cos que ainda não podem ser operados, a associação entre furosemida, captopril e espironolactona
consegue segurar bem os sintomas.

➡ Complicações das cardiopa as congênitas acianó cas com hiper uxo pulmonar:
- Desnutrição.
- Infecções: Pneumonia de repe ção; Endocardite infecciosa.
- ICC.
- Hipertensão pulmonar.
- Arritmias.
- Síndrome de Eisenmenger (Doença Vascular Pulmonar): Quando a criança evolui com hipertensão pulmonar por muito
tempo, a pressão pulmonar aumenta tanto que ca maior que a pressão sistêmica, invertendo o uxo da direita (sangue não
oxigenado) para esquerda, e tornando a doença cianogênica. Normalmente o paciente apresenta cianose, piora da dispneia,
taquipneia, fadiga, arritmias, sopro holossitólico de regurgitação tricúspide, e artéria pulmonar tão dilatada que sua pulsação
pode ser observada através do exame sico, na borda esternal superior esquerda. Nessa altura não adianta mais fazer a
correção do defeito, pois a pressão na árvore pulmonar está alta e xa, e se fechar o ori cio, o ventrículo direito entra em
insu ciência. Ocorre mais nos adolescentes e adultos.

➡ Cardiopa as congênitas cianogênicas:


1. Tetralogia de Fallot:
- De nição:
• É a associação de 4 defeitos:
• CIV po mal alinhamento.
• Dextroposição da aorta para a direita.
• Obstrução da via de saída do ventrículo direito.
• Hipertro a do VD (consequência da obstrução da via de saída)
• Ocorre um desvio do uxo sanguíneo da direita para esquerda, sobrecarregando
as câmaras cardíacas direitas, e diminuindo o uxo dos pulmões, gerando
cianose.
• Quando a aorta vai para a direita e se anterioriza, ela obstrui a saída do VD,
di cultando seu bombeamento de sangue para a artéria pulmonar, causando
aumento de pressão e hipertro a do VD.
• A cianose é persistente e agressiva, piorando no choro, alimentação e esforços.
• CCC mais comum em > 1 ano.
• Corresponde a 7-10% das cardiopa as congênitas.

- Sinais e sintomas: Depende do grau de obstrução do VD.


• Cianose e baqueteamento digital.
• Taquipneia com melhora com O2.
• ICC.
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• Criança em posição de cócoras para aumentar a resistência vascular esquerda e a pressão na aorta e no ventrículo
esquerdo, permi ndo que o sangue passe pela artéria pulmonar invés de desviar pela aorta.
• Baixo ganho ponderal.
• Crise hipoxêmica (Principal complicação).
• Sopro sistólico rude com frêmito no foco pulmonar (1º e 2º EIE).
• B2 única.
• Estalido aór co protossistólico devido ao uxo aumentado na aorta.
• RX de tórax com sinal do coração em bota (aumento do VD e tronco pulmonar escavado).

- Tratamento especí co:


• Suporte nutricional.
• Propranolol: 1 – 6mg/kg/dia.
• Ferro para evitar crises hipoxêmicas.
• Pro laxia contra endocardite infecciosa.
• Tratamento cirúrgico para correção.

- Complicações:
• Insu ciência pulmonar.
• Dilatação e disfunção do VD.
• Arritmias ventriculares.

- Crise hipoxêmica:
• Aumento abrupto da cianose devido aumento da resistência vascular pulmonar, ou diminuição da resistência vascular
periférica (calor, hipotensão, drogas, exercícios) que ocorre entre 3 - 18 meses, cursando com cianose intensa e
generalizada, agitação, taquidispneia e acidose, podendo evoluir para síncope, convulsão, coma e óbito.
• Aumento da resistência vascular pulmonar: A constrição pulmonar aumenta a resistência desse órgão
resultando em hipertensão, assim o uxo não oxigenado não consegue chegar até esse órgão, sendo desviado
pela CIV diretamente para o ventrículo esquerdo e aorta, fazendo com que a saturação sofra uma queda ainda
maior.
• Diminuição da resistência vascular periférica: A vasodilatação periférica faz desviar o uxo não oxigenado do VD
para o VE e aorta através da CIV, resultando em na queda da saturação.

• Tratamento:
• Posição genupeitoral e oxigenioterapia.
• Mor na: 0,1mg/kg (IM) para dilatar a região abaixo da válvula pulmonar, e conseguir rar o paciente da crise
porque o uxo volta a ir para a artéria pulmonar.
• Correção dos distúrbios metabólicos, anemia, poliglublia ou infecções.
• Betabloqueador (propranolol 1-6 mg/kg/dia): Para paciente estável.
• Prostaglandina E1: No período neonatal (até 29 dias de vida) para manter o canal arterial aberto.
• Cirurgia de urgência: Se as medidas anteriores não resolverem a crise, devemos fazer a cirurgia de urgência.

2. Transposição das grandes artérias:


- De nição:
• Artéria pulmonar sai do VE (no lugar da Aorta), e a Aorta sai do VD (no lugar da artéria pulmonar).
• Circulação em paralelo ao invés de em séries.
• CCC mais comum em < 1 ano.
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• Incompa vel com a vida, pois não há sangue oxigenado indo para o corpo, gerando cianose, taquidispneia e acidose.
Só se mantém vivo nas primeiras 12h devido as comunicações do período fetal (canal arterial e forame oval). Depois
desse período a cianose e as outras manifestações começam a aparecer.
• Na vida fetal essa cardiopa a não tem repercussão clínica devido a presença das comunicações (canal arterial e
forame oval) que permitem o sangue oxigenado se misturar com o não oxigenado.

- Sinais e sintomas:
• Cianose, acidose e hipoxemia.
• Taquidispneia.
• Precórdio abaulado e hiperdinâmico.
• B2 única e hiperfoné ca.
• Sopro sistólico (hiper uxo).
• Rx de tórax com contorno cardíaco em forma ovóide.
- Tratamento:
• Correção da acidose.
• Prostaglandina E1 para manter o canal arterial aberto, permi ndo a mistura sanguínea.
• Atriosseptostomia (Rashkind): É um cateterismo guiado pelo ecocardiograma que “rasga” o septo interatrial
permi ndo a comunicação entre AD e AE, e consequentemente, permi ndo a mistura sanguínea até que seja feita a
correção cirúrgica.
• Cirurgia de Jatene: Recolocação da aorta e pulmonar em seus respec vos lugares. Complicação: Estenose das
anastomoses (da aorta ou pulmonar).
• Cirurgia de Sennig: Desvio de sangue através dos átrios (é feito um túnel u lizando o próprio tecido atrial do AD para o
AE, e outro túnel das veias pulmonares para o lado direito). Complicação: Trombos e arritmias
• Cirurgia de Mustard: É o mesmo procedimento da cirurgia de Sennig, porém aqui u lizamos pericárdio bovino para
fazer os túneis. Complicação: Trombos e arritmias

➡ Complicações das cardiopa as congênitas cianogênicas não tratadas:


- Destruição energé co-proteica.
- Crise hipoxêmica.
- Policitemia (secundária à hipoxemia crônica): Acidente vascular encefálico.
- Infecções
- Abscesso cerebral.
- Endocardite bacteriana.
- Arritmias cardíacas.
- Óbito.
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