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Universidade Católica de Moçambique

Instituto de Educação á Distância

Nome: Castelo Domingos Branco

Código: 708239459

Curso: Ensino de Biologia

Módulo: Práticas Pedagógicas

Tema: O papel dos pais e encarregados na gestão dos problemas


escolares.

Ano : 2° , Turma - H

Maputo, Abril de 2024


Índice

Introdução..............................................................................................3

Resumo..................................................................................................4

Problematização ..................................................................................5

Definição dos Objetivos........................................................................6

Metodologia...........................................................................................7

Instrumentos de Recolha de Dados....................................................8

Perspectivas de Participação dos encarregados de educação........9

Participação dos encarregados de educação................................9 á 13

Conclusão.............................................................................................14

Sugestões.............................................................................................15

Referências Bibliográficas...................................................................16


Introdução

Na estrutura legislativa sobre a Educação em Moçambique, o Diploma Ministerial nº


54/2003 de 28 de Maio, regulamenta as estratégias de gestão democrática da escola e
impulsiona “a gestão participativa e transparente” dos Pais e Encarregados de
Educação para a melhoria da qualidade do ensino e a busca de soluções para os
problemas que afectam a escola.

O papel dos Pais e/Encarregados de Educação é visto como uma forma de partilha de
poder e de autoridade, no seio da organização escolar e como pressão para influenciar
as decisões para um funcionamento transparente da gestão escolar.

Ainda nesta linha de análise do papel dos Pais e Encarregados de Educação na gestão
escolar, REGEB (2003), postula que a democratização da escola e da respectiva gestão,
tem-se concentrado em três vectores, nomeadamente: (i)

a participação da comunidade escolar na selecção do gestor escolar;

(ii) a criação do Conselho de Escola;

(iii) a atribuição de recursos financeiros às escolas.

O presente trabalho de pesquisa aborda o Papel dos Pais e Encarregados de Educação


na Gestão Escolar, tomando como base a sua proactividade no acompanhamento e
resolução dos problemas da escola.


Resumo

A família é o centro de todo o processo de ensino e aprendizagem, pelo facto de ser a


célula básica da sociedade e o local onde o educando passa maior tempo durante todo
o acto da sua formação académica e social. A família, deve ser chamada para
participar de forma reciproca na construção de um novo ser para o mundo, pois que a
sociedade faz-se por consensos, esta participação provocará impacto na gestão do
processo de ensino e aprendizagem. O educando, é aquele que terá a missão
fundamental de assumir diferentes papéis para o desenvolvimento sustentável e
integral da sociedade por todas as suas vertentes. A escola, deve promover uma gestão
participativa, fazendo com que a família participe na gestão do processo educatico do
aluno, garantido deste modo a qualidade do ensino. Este artigo, tem como objectivo
geral abordar aspectos ligados ao grau de participação da família e o papel na gestão
escolar como no rendimento das aprendizagens dos educandos. Seleccionamos as
técnicas de entrevista e questionário, a metodologia é qualitativa.


Problematização

Durante muitos anos,a responsabilidade da educação não era partilhada entre a família
e a escola, sendo que cada parte assumia, unilateralmente, o seu papel, num total
alheamento uma da outra e raramente, encontravam-se para o debate aceso sobre o
funcionamento da escola e sobre a gestão da aprendizagem dos alunos.

A escola, por sua vez, limitava-se a transmitir conhecimentos, a informar a família sobre
os resultados obtidos e sobre o comportamento dos alunos. Lentamente, esta situação
tem vindo a modificar-se e assiste-se a uma maior aproximação entre família e escola,
apesar de muito longe do nível desejado, uma vez que ainda hoje se culpabilizam
mutuamente pela fraca participação da família na vida da escola.

Na perspectiva de (Martins, 2007:23), na análise da relação família – escola nota-se


“uma crescente insatisfação dos pais e/ou encarregados de educação na melhoria da
qualidade de ensino que constitui um tema, meramente, polémico e controverso no
campo de educação em Moçambique”.

Martins (op.cit) aprofunda esta discussão da relação família – escola, explicando que
inquietação dos pais e encarregados de educação tem que ver com uma elevada taxa
de insucesso na aprendizagem dos alunos que se revela pela crescente incapacidade
na demonstração das habilidades básicas adquiridas durante a aprendizagem, os pais
e encarregados, sempre atribuíram a culpa à escola e ao conselho da escola pela falta
de pesquisa negociada das diversas visões da comunidade.

No teor da insatisfação dos pais e/encarregados de educação, o MINED (2003),


reforçou os mecanismos democráticos de participação dos pais e/encarregados de
educação na gestão da escola.


Definição dos Objectivos

Objectivo Geral

Segundo MARCONI & LAKATOS (2009:136), “a hipótese é uma proposição antecipadora


à comprovação de uma realidade existencial. É uma espécie de pressuposição que
antecede a constatação de factos. Por isso se diz também que as hipóteses de
trabalho são formulações provisórias do que se procura conhecer e, por consequência,
são supostas respostas para o problema ou assunto de pesquisa”.

Para KERLINGER (1980: 38) apud MARCONI e LAKATOS (2009: 137), “uma hipótese é
uma proposição, condição ou princípio, que é aceite-provisoriamente-para obter
consequências lógicas e, por intermediário de um método, comprovar o seu acordo
com os factos conhecidos ou com aqueles que podem ser determinados”.14

Desenvolver uma análise crítico - avaliativa do papel dos pais e/encarregados de


educação na gestão participativa da escola da EPC-24 de Julho;

Objectivos Específicos

-Identificar os procedimentos de participação dos pais e encarregados de educação na


resolução dos processos da escola.


Metodologia

Tipo de pesquisa

Para a realização desta pesquisa, realizou-se uma pesquisa qualitativa3 que postula
que uma investigação educacional deve pautar pela sistematização, rigor científico e
adequação ao objecto de estudo. Na perspectiva deste estudo, procurou-se investigar
as acções, as estratégias e os mecanismos de participação dos pais e/encarregados
de educação na gestão participativa da escola, no caso da Escola Primária de Kachane
para a melhoria da qualidade institucional e da aprendizagem.

No percurso deste estudo, faz-se uma análise reflexiva de uma realidade concreta
gestão da escola: a articulação entre os pais e/encarregados de educação e a escola
para a troca de experiências na busca de soluções dos problemas que a escola
enfrenta.

Método de Abordagem

Para Neves (2002:145), “a expressão pesquisa qualitativa é um conjunto de diferentes


técnicas interpretativas que visam descrever e descodificar os componentes de um
sistema complexo de significados”. De acordo com Richardson (1999:80), enfatiza que,
“os estudos que empregam uma metodologia qualitativa podem descrever a
complexidade de determinado problema, analisar a interacção de certas variáveis,
compreender e classificar processos dinâmicos vividos por grupos sociais, (…)”.

No contexto desta pesquisa, empregou-se método de abordagem indutiva4 ou estudo


de caso único que se centra numa única unidade dentro do espaço e variáveis
controláveis. Neste contexto, faz-se uma análise aprofundada e contextualizada da
gestão democrática participativa da Escola Primária de Kachane, para evidenciar as
diversas situações das fragilidades dos pais e/encarregados de educação e da
direcção da escola na abertura do espaço para o debate conjunto dos problemas da
escola.


Esta pesquisa aglutina as percepções dos professores, encarregados de educação e a
direcção da escola para a construção das conclusões gerais sobre o papel dos
pais/encarregados de educação na gestão democrática da escola.

Técnicas e instrumentos de recolha de dados

Para o presente trabalho aplicou-se a técnica de observação indirecta auxiliada por


questionários dirigidos aos pais e/encarregados de educação, professores e à direcção
da escola. Faz parte, das técnicas a análise documental (os documentos legislativos
sobre a participação dos pais na gestão democrática da escola).

Instrumentos de recolha de dados

Questionários

Nesta pesquisa, os dados foram recolhidos na seguinte ordem: (i) a administração do


questionário; (ii) Pesquisa documental. Antes de administração dos questionários, o
pesquisador apresentou-se à direcção da escola e aos outros informantes integrantes
da pesquisa.

De acordo com Yin (2009), “é um método mais apropriado para temas sobre os quais o
pesquisador tem pouco controlo e com enfoque em algum fenómeno contemporâneo”.
Assim, este autor define estudo de caso como “uma investigação empírica que estuda
um fenómeno contemporâneo dentro do seu contexto real, principalmente, quando os
limites do fenómeno e do seu contexto não estão claramente evidentes”. Na
perspectiva de Marconi e Lakatos (2009), a abordagem indutiva permite descrever a)
pertinência teórica (em relação aos objectivos propostos na pesquisa), b) pertinência
prática que se traduz na possibilidade de aprender-se com as informações e as
experiências do caso bem como, a sua acessibilidade para a investigação; c) o
interesse do pesquisador na realização de uma pesquisa voltada para a compreensão
das novas práticas que solucionam o problema.

Fundamentam De ketele e Roegiers (1999:17) consideram que a recolha de dados é “o


processo organizado posto em prática para obter informações junto de múltiplas
fontes, com o fim de passar de um nível de conhecimento para outro nível de
conhecimento ou de representação de uma dada situação, no quadro de uma acção
deliberada, cujos objectivos foram claramente definidos e que dá garantia de validades
suficientes”. “Significa determinar com antecedência o quê e o como observar (…)


definindo-se claramente o foco da investigação e a sua configuração espácio-temporal.
Os instrumentos da investigação a que o observador pode recorrer no processo de
compreensão e interpretação do fenómeno estudado são: a entrevista, o questionário,
o inquérito”. Ludke & André (1986:25),

visados receberam uma explicação sobre os objectivos, as etapas de recolha de dados


e a finalidade dos resultados pretendidos.

Na base disso, foram solicitados a colaborar com a pesquisadora em conformidade


com a sua disponibilidade. É de salientar que as informações recolhidas nestas
observações foram completadas e interpretadas na base dos dados obtidos na análise
documental que consistiu na revisão da literatura e na consulta dos documentos
oficiais e regulamentares dos sistemas educativos do ensino primário.

Análise documental

Neste estudo, fez-se a abordagem interpretativa e analítica do tema, os documentos


servem para fazer a análise de dados e analisou-se os seguintes documentos: o
diploma ministerial sobre o conselho de escola, o manual de apoio à gestão das
escolas, o regulamento das escolas do ensino básico, as orientações de tarefas
escolares obrigatórias.

Técnica de análise de dados

Para a presente pesquisa, aplicou-se a técnica de análise do conteúdo que sustenta nos
conceitos, indicadores e dimensões que permitem descrever os dados recolhidos.

Perspectivas de Participação dos encarregados de educação

A participação é, como afirma Francisco (2010:34), “um processo social de exercício


democrático que existe ao nível das comunidades e, apesar dos vários dirigentes das
nossas instituições escolares criarem barreiras ao exercício da plena actividade dos
membros da comunidade escolar, (…)”.

Por sua vez, Lima (2008), no contexto da participação democrática, distingue (i) a
participação consagrada (ii) da participação instituída. A participação formal ou
decretada constitui aquela que é instituída e regulamentada formalmente através de
documentos legais e formais como as leis e decretos-leis produzidos fora da
organização e que permitem aos professores, pais, alunos intervir na gestão e


organização da escola.

Nestes termos, pela legislação sobre a participação na escola, atribui-se competências


e tarefas aos encarregados de educação para envolverem-se na busca de soluções
administrativas e pedagógicas que concorrem para a melhoria da qualidade de ensino.
E concordando com esta posição do teorizador, é importante sublinhar que a legislação
sobre a participação dos encarregados deve, para o efeito, ser acessível e divulgada
para o domínio de todos os encarregados e os restantes membros da comunidade
escolar, como uma estratégia para fiscalizar as actividades e o alcance dos objectivos
planificados.

A Participação dos Pais e/Encarregados de Educação no Conselho da Escola

O Conselho de Escola, sendo um órgão máximo da escola, o Ministério da Educação


atribui ao Director da Escola a responsabilidade da criação de condições para a sua
constituição e funcionamento.

Nesse contexto, o Diploma Ministerial nº 46/2008 estabelece que a criação ou


revitalização do Conselho de Escola deve ocorrer até 30 dias após o início do ano
lectivo e a duração do mandato dos membros foi fixado em dois anos consecutivos,
renovável uma vez.

Segundo o artigo 8 do Diploma Ministerial acima referido, o Conselho de Escola


juntamente com a direcção da escola e colectivo da direcção constituem órgãos
executivos da escola. No entanto, o primeiro é o órgão máximo da escola” com funções
de: (i) ajustar as directrizes e metas estabelecidas, a nível central e local, à realidade da
escola; e (ii) garantir a gestão democrática, solidária e co-responsável.

Nos termos do mesmo Diploma, o Conselho de Escola é constituído por vários


membros da comunidade escolar, nomeadamente: (i) Director da Escola, (ii)
representantes dos professores, (iii) representantes do pessoal administrativo; (iv)
representantes dos pais/encarregados de educação; (v) representantes da comunidade
e representantes dos alunos.

A composição do Conselho de Escola diferencia-se conforme o tipo de escola, a qual é


definido de acordo com o número de alunos matriculados na escola. Assim, o nº 2 do
artigo 10 do Diploma27

Ministerial nº 46/2008 estabelece que, para escolas com mais de 1500 alunos, o
Conselho de Escola deve ser constituído por 19 membros, de 500 até 1500 alunos por
16 e até 500 alunos por 13 membros.


Contudo, o mesmo diploma abre espaço para o Conselho de Escola funcionar abaixo
do nº estipulado, desde que seja respeitada a proporcionalidade dos membros, que
devem ser eleitos por voto secreto. Dos membros do Conselho de Escola, o director e o
representante dos alunos não podem ser eleitos presidente do conselho de escola.

Responsabilidades do Funcionamento do Conselho de Escola

O Conselho de Escola é órgão máximo e é constituído por pessoas de diferentes


segmentos, nomeadamente: director da escola, representantes dos professores, alunos,
pais e comunidade local. Segundo MEC (2005), a participação dos diferentes
segmentos no Conselho de Escola prende-se com a necessidade de assegurar: (i) uma
boa gestão escolar; (ii) um bom aproveitamento escolar; (iii) um bom desempenho dos
professores e (iv) uma gestão transparente dos recursos. Portanto, a gestão
transparente supõe a existência de um ambiente de abertura democrática
principalmente, por parte do director da escola, que é também membro do Conselho de
Escola.

De acordo com MEC (2005:91), o Conselho de Escola deve estruturar-se por um mínimo
de quatro comissões, nomeadamente: “comissão de HIV/SIDA, saneamento e saúde
escolar; comissão de finanças, construção e produção escolar; comissão de género,
alunos órfãos e vulneráveis e comissão de cultura e desporto escolar”. Essas
comissões ocupam-se da análise e acompanhamento do decurso das actividades
específicas que lhes são atribuídas, mobilizar recursos para apoiar o desenvolvimento
da escola na sua área específica e prestar informações regulares ao Conselho de
Escola sobre os avanços e aspectos a melhorar na sua área específica.

Os membros do conselho de escola, segundo (MEC, 2005), no seu exercício, guiam-se


pelos princípios universais, nomeadamente: (i) Respeito pela constituição; (ii)
Promoção dos direitos da criança e da cidadania; (iii) Promoção do acesso universal a
um ensino básico relevante e de qualidade; (iv) Promoção da Educação da rapariga; e (v)
Gestão participativa e transparente.

O conselho de escola, na sua condição de órgão máximo, reúne-se pelo menos três
vezes por ano para entre vários assuntos: aprovar o plano estratégico da escola e
garantir a sua implementação; aprovar o plano anual da escola e garantir a sua
implementação; aprovar o regulamento interno da escola e garantir a sua aplicação;
pronunciar-se sobre a proposta do orçamento da escola; aprovar e garantir a execução
de projectos de atendimento psicopedagógico e material aos alunos, quando seja
iniciativa da escola; elaborar e garantir a execução de programas especiais visando a
integração da Família-escola-comunidade; pronunciar-se sobre o aproveitamento


pedagógico da escola.

Necessidade de Capacitação do Pais e/Encarregados de Educação na Melhoria de


gestão Democrática

Segundo (Medeiros e Oliveira, 2008:16), “um Conselho de encarregados de educação


que tenha em seu quadro profissionais e representantes da comunidade sem
preparação, do ponto de vista teórico não possui conhecimentos, incluindo também
pedagógicos para discutir seus problemas e encaminhar soluções para suas
dificuldades”.

Conforme o autor, a falta de preparação por parte dos pais e encarregados de


educação, reflecte-se na qualidade das actividades desenvolvidas com destaque para
os assuntos que são discutidos durante as reuniões que normalmente são de carácter
geral, por exemplo, aspectos físicos da escola.

Neste sentido, os reais problemas da escola como a baixa qualidade do ensino, a


deficiência na avaliação, a baixa qualificação de professores, a falta de envolvimento da
comunidade etc., nunca são discutidos.

Neste debate, (Gohn, 2001:76), observa que “a inoperância dos Conselhos de


encarregados de educação, no geral e daqueles que são criados por directrizes
governamentais, em particular, dáse devido à falta de tradição participativa da
sociedade civil, em canais de gestão pública; a curta trajectória dos conselhos (…)”.

Desse modo, pode considerar-se que as limitações dos encarregados de educação


podem ser fruto da fraca preparação dos seus membros, o que mostra o longo
caminho que ainda há por percorrer no sentido de incitar os cidadãos ao exercício da
cidadania na sua forma plena.29

Assim, a questão da capacitação dos encarregados de educação pode ser vista como
crucial na medida em que vai permitir qualificá-los, por exemplo na elaboração dos
planos de actividades, na monitoria e avaliação dos mesmos.

De realçar que a capacitação, por si, poderá não mudar a actuação dos encarregados
de educação, se os seus membros não tiverem acesso as informações inerentes ao
seu funcionamento, pois experiências existentes mostram que os representantes mais
preparados e informados desempenham melhor o seu papel na escola.

Na capacitação dos encarregados de educação deve tomar-se em consideração as


suas competências que segundo Ciseki (1998) apud Luce e Medeiros (2008:36) podem
ser deliberativas, consultivas e fiscalizadoras. A capacitação deve abranger dentre


vários aspectos os seguintes: (i) o significado e papel do Conselho de Escola; (ii) o
papel de membro do Conselho de Escola e o significado da representação; (iii) a
legislação educacional básica; (iv) o sistema de ensino, seus princípios e normas; e (v)
o significado da participação.

Portanto, a ideia de implantação da parceria entre encarregados e a escola está ligada


a dois princípios:

(i) a participação da sociedade na definição dos destinos da escola, justamente para


fazer face a reivindicação dos movimentos sociais pelo ensino de qualidade em
particular e reforma da escola em geral e

(ii) como estratégia de governo dentro das políticas da democracia participativa.

Participação dos Pais e/Encarregados de Educação na Escola

De acordo com os dados da pesquisa, a participação dos pais e/encarregados de


educação na escola revela não satisfatório durante o percurso dos anos 2023-2024,
porque os pais e encarregados de educação deslocam-se na escola apenas para obter
informações sobre o estado de aprendizagem dos seus educandos.

Segundo consta das respostas, uma percentagem de 73% dos encarregados de


educação revela um fraco conhecimento da informação sobre as suas atribuições
(participação) na gestão da escola.

Este resultado foi extraído das entrevistas aplicados aos pais e encarregados de
educação em relação a questão

P:(Tem informação ou conhecimento sobre os seus direitos de participação na vida da


escola?).


Conclusão

(i) os pais e/encarregados de educação participam apenas em reuniões trimestrais e de


abertura do ano lectivo e, neste contexto, os pais e encarregados recebem informações
sobre o percurso da aprendizagem dos seus educandos, sem contudo, participarem da
gestão dos desafios de aprendizagem em colaboração com os professores.

(ii) Há na escola o desajuste das práticas dos pais e/encarregados com as orientações
dos regulamentos e diplomas ministeriais que prescrevem as boas práticas de gestão
democrática e participativa da escola, incluindo a definição e distribuição das
responsabilidades.

(iii) A direcção da escola e os professores apresentam actividades limitadas de


envolvimento dos pais e encarregados de educação na gestão da escola, facto que
conduz a uma inoperância das tarefas e atribuições que são prescritas no REGEB e nos
diplomas ministeriais, sendo que as reuniões são realizadas apenas para a
comunicação das deliberações tomadas pela direcção da escola.

(iv) Há uma limitação enorme para operar uma melhoria na gestão da escola porque a
direcção e o conselho da escola não apresentam uma estratégia de gestão
democrática para a busca de soluções para os problemas que a escola enfrenta.

Conclui-se ainda que, devido fraca capacitação dos pais e/encarregados de educação,
reduz-se a capacidade de participação no processo de planificação, monitoria e
avaliação dos projectos da escola e do processo de ensino-aprendizagem.

Neste contexto, em termos de procedimentos de participação dos pais e/encarregados


de educação do processo de tomada de decisões sobre a vida interna da escola e do
processo de aprendizagem dos seus filhos, verifica-se que desajuste das suas práticas
com as orientações dos regulamentos e diplomas ministeriais que prescrevem as boas
práticas de gestão democrática e participativa daescola.


Sugestões

Em função das conclusões alcançadas,

sugere-se:

-Que se potencie a capacitação dos conselhos de pais e encarregados de educação,


conselhos de escola e os gestores dos processos educativos, explicitando as suas
competências e tarefas na gestão democrática das instituições de ensino como
mecanismo para alcançar uma excelência no seu desempenho;

-Que a direcção da escola contemple a dimensão da gestão pedagógica da qualidade


de ensino nos seus debates com os encarregados de educação para a procura de
soluções que melhorem a aquisição de competências;

-Que os pais e/encarregados de educação sejam parte integrante da vida da escola,


contribuindo em estratégias e soluções que permitam reforçam a boa gestão
administrativa e pedagógica, estudo as causas do desperdício pedagógico dos alunos.


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