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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ - UNIVALI

ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E SOCIAIS


CAMPUS - BALNEÁRIO CAMBORIÚ
CURSO DE DIREITO
DISCIPLINA: DIREITO EMPRESARIAL III
PROFª: LELIA REGINA CAMPOS DE OLIVEIRA TERNES

ACADÊMICA: DANIELI DE MELLO SIQUEIRA – 14 DE MAIO DE 2024.


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Fichamento: Teoria Geral do Direito Falimentar


Palavras-chave: Insolvência, Falência, Execução Individualizada, Igualdade entre Credores, Recuperação da
Empresa, Par Conditio Creditorum, Execução Concursal, Justiça Social, Segurança Jurídica, Privilégios, Extinção das
Obrigações, Devedor Sujeito à Falência, Cooperativas.

Tópico: Insolvência e a Falência como Soluções

Trecho da pág. 347: "Sabe-se que a garantia dos credores é representada pelos bens do patrimônio
do devedor. (...) Quando, porém, o devedor tem, em seu patrimônio, bens de valor inferior à
totalidade de suas dívidas, (...) a regra da individualidade da execução torna-se injusta."

O texto destaca a falha da execução individualizada quando o devedor possui bens insuficientes
para saldar todas as suas dívidas. Essa situação gera disparidade entre credores, favorecendo os
mais ágeis em detrimento dos demais.

Comentários:

➢ A falência surge como mecanismo para solucionar a insolvência do devedor, assegurando


a igualdade entre os credores e a otimização da satisfação de seus créditos.
➢ Através da falência, os bens do devedor são centralizados e distribuídos proporcionalmente
entre os credores, conforme a ordem de preferência legal.
➢ A falência também busca a recuperação da empresa, viabilizando sua reestruturação e
evitando sua extinção, preservando empregos e promovendo a justiça social.

Tópico: Princípio da Par Conditio Creditorum e seus Benefícios

Trecho da pág. 348: "Para se evitar essa injustiça, conferindo as mesmas chances de realização
do crédito a todos os credores de uma mesma categoria, o direito afasta a regra da individualidade
da execução e prevê, na hipótese, a obrigatoriedade da execução concursal (...)"

O texto destaca o princípio da par condictio creditorum como fundamento da execução concursal
e da falência, assegurando a igualdade entre os credores de mesma categoria.

Comentários:

➢ A execução concursal é um mecanismo que garante a paridade entre os credores, evitando


que alguns sejam favorecidos em detrimento de outros.
➢ O princípio da par condictio creditorum fundamenta o direito falimentar, visando a justiça
social e a segurança jurídica nas relações de crédito.
➢ Através da execução concursal, os bens do devedor insolvente são centralizados e
distribuídos proporcionalmente entre os credores, conforme a ordem de preferência legal.
➢ Essa medida protege os credores de perdas significativas e incentiva a concessão de crédito,
pois os credores sabem que, em caso de insolvência, terão suas chances de receber seus
créditos preservadas.

Tópico: Benefícios Exclusivos e Diferenças Significativas entre Falência Empresarial e Civil

Trecho da pág. 349: "Ao lado de inúmeras diferenças, duas principais devem ser ressaltadas, pelo
evidente privilégio que encerram em favor dos empresários."

Este trecho destaca os privilégios concedidos ao devedor empresário na falência, em comparação


ao devedor civil, evidenciando a recuperação da empresa e a extinção das obrigações como
principais benefícios.

Comentários:

➢ Recuperação da Empresa: O devedor empresário possui a "faculdade aberta pela lei"


(citação direta do texto) de reestruturar seu negócio por meio de um plano aprovado
judicialmente, buscando sua viabilidade e preservando empregos. Essa medida demonstra
o caráter proativo da falência empresarial, visando a superação da crise e a continuidade
da atividade econômica.
➢ Extinção das Obrigações: A falência concede ao devedor empresário a chance de
recomeçar, livre de dívidas anteriores, após o rateio de "mais de 50% de seu patrimônio
aos credores" (citação direta do texto). Essa possibilidade, inexistente para o devedor
civil, incentiva a atividade empresarial e a recuperação econômica, evitando a perpetuação
de situações de insolvência.

Diferenças entre Devedor Empresário e Devedor Civil:

BENEFÍCIO DEVEDOR EMPRESÁRIO DEVEDOR CIVIL


RECUPERAÇÃO DA Possível, com plano aprovado NÃO
EMPRESA judicialmente
EXTINÇÃO DAS Possível após rateio de mais NÃO
OBRIGAÇÕES COM RATEIO de 50% do patrimônio
SUPERIOR A 50%
SUSPENSÃO DA EXECUÇÃO Possível, mas com anuência Possível, mas com
CONCURSAL de todos os credores maior dificuldade

➢ O texto apresenta uma análise aprofundada dos privilégios da falência para o devedor
empresário, destacando as diferenças em relação ao devedor civil.
➢ A "concorrência de três pressupostos" (citação direta do texto) para a instauração da
falência - devedor empresário, insolvência e sentença declaratória - é fundamental para a
correta aplicação do regime diferenciado de execução concursal.

Os privilégios concedidos ao devedor empresário na falência se configuram como ferramentas


importantes para o "tratamento mais benéfico" (citação direta do texto) dessa categoria de
devedores. Essa diferenciação visa estimular o empreendedorismo, a recuperação de empresas em
dificuldade e a preservação de empregos, contribuindo para o desenvolvimento da economia. No
entanto, é importante ressaltar que a falência deve ser utilizada como último recurso, após a
tentativa de outras soluções extrajudiciais.

Tópico: Quem Pode Ser Submetido à Falência?

Trecho da pág. 350: "Por ser o regime de execução concursal do devedor empresário, em
princípio, estará sujeito à falência todo e qualquer exercente de atividade empresarial."

Este trecho do texto define o devedor sujeito à falência como o "exercente de atividade
econômica organizada para a produção ou circulação de bens ou serviços", conforme o
conceito de empresário previsto no Código Civil (art. 966).

Comentários:

➢ A falência se aplica a "todo e qualquer exercente de atividade empresarial",


abrangendo diversos segmentos, como supermercados, hotéis, lojas, fábricas, agências de
publicidade, construtoras, restaurantes, editoras, livrarias e indústrias.
➢ A falência é o procedimento de execução concursal destinado à satisfação dos credores
quando o devedor "explora sua atividade econômica de forma empresarial" e não
consegue honrar suas obrigações.

Exceções à Falência:

➢ Cooperativas: Por lei, as cooperativas não se sujeitam à falência, mesmo que exerçam
atividade empresarial.
➢ Exclusão Total: Em alguns casos, o devedor empresário com bens insuficientes para pagar
suas dívidas pode ser submetido a um processo de execução concursal diverso da falência.
➢ Exclusão Parcial: O devedor empresário pode ser submetido à falência em casos
específicos previstos em lei, mesmo que existam procedimentos alternativos de execução
concursal.

A falência se aplica, em regra, a todo devedor que exerce atividade empresarial organizada. No
entanto, existem algumas exceções à regra, como o caso das cooperativas e de determinados tipos
de empresas. A compreensão correta do âmbito de aplicação da falência é fundamental para a
correta aplicação do regime jurídico falimentar.

Tópico: Exclusões Totais e Parciais do Regime Falimentar

Trecho da pág. 352: "Estão totalmente excluídos do regime falimentar..."

Este trecho do texto destaca as categorias de empresas que não podem ser submetidas à falência,
dividindo-as em exclusões totais e parciais.

Exclusões Totais:

1) Empresas Públicas e Sociedades de Economia Mista: A garantia da solvência dessas


entidades é responsabilidade dos controladores, dispensando a necessidade de falência.
2) Câmaras e Prestadoras de Serviços de Compensação e Liquidação Financeira: Suas
obrigações são sempre ultimadas e liquidadas conforme regulamentos do Banco Central,
priorizando a satisfação das obrigações assumidas no serviço.
3) Entidades Fechadas de Previdência Complementar: Possuem regime jurídico próprio
para lidar com insolvência, distinto da falência.

Exclusões Parciais:

1) Instituições Financeiras: Submetidas à liquidação extrajudicial pelo Banco Central, com


falência possível em casos específicos (insuficiência do ativo ou indícios de crime
falimentar).
2) Sociedades Arrendadoras: Seguem o mesmo regime de liquidação extrajudicial das
instituições financeiras.
3) Sociedades de Administração de Consórcios, Fundos Mútuos e Atividades
Assemelhadas: Liquidação extrajudicial idêntica à das instituições financeiras.
4) Companhias de Seguro: Falência requerida pelo liquidante nomeado pela SUSEP, em
casos de liquidação extrajudicial frustrada ou indícios de crime falimentar.
5) Entidades Abertas de Previdência Complementar e de Capitalização: Seguem as
mesmas condições das companhias de seguro para falência.
6) Operadoras de Planos Privados de Assistência à Saúde: Liquidação extrajudicial pela
ANS, com falência possível nas mesmas condições das companhias de seguro.

O texto apresenta uma visão geral das exceções à falência, dividindo-as em categorias com
características e requisitos específicos. A compreensão das exceções à falência é fundamental para
a correta aplicação do regime jurídico falimentar, evitando a instauração indevida de processos
contra empresas que possuem regimes próprios de insolvência ou que, por sua natureza, não se
submetem à falência.

Tópico: Insolvência

Trecho da pág. 354: "O estado patrimonial em que se encontra o devedor que possui o ativo
inferior ao passivo é denominado insolvência."

O trecho destaca a diferença entre insolvência jurídica e insolvência econômica no contexto da


falência. A Insolvência Econômica, refere-se ao estado patrimonial em que o devedor possui
"ativo inferior ao passivo", ou seja, quando seus bens não são suficientes para pagar suas dívidas.
Enquanto a Insolvência Jurídica, é o conceito legal específico para a falência, não exigindo a
comprovação da insolvência econômica. Para a falência, basta a "existência de fato legal" que a
lei estabelece, como a cessação de pagamentos ou a declaração de insolvência pelo próprio
devedor. A compreensão da diferença entre insolvência jurídica e insolvência econômica é
fundamental para a correta aplicação do regime jurídico falimentar, distinguindo os requisitos para
a falência do devedor empresário e do devedor civil.

Considerações Finais

A falência se configura como um instrumento complexo e multifacetado, com o objetivo de


solucionar a insolvência de empresas de forma justa e eficiente. Ao garantir a paridade entre os
credores, promover a recuperação da empresa e oferecer benefícios ao devedor, a falência contribui
para a preservação da atividade econômica, a geração de empregos e o desenvolvimento social. É
importante ressaltar que a falência deve ser utilizada como último recurso, após a tentativa de
outras soluções extrajudiciais, como a renegociação de dívidas e acordos com credores.

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