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Fominha LITERATURA Mocambicana - 093430
Fominha LITERATURA Mocambicana - 093430
1. Introdução
Para Marinho (2004), Manuel Ferreira, em sua obra "Panorama das Literaturas Africanas de
Língua Portuguesa", propõe a divisão da produção literária em quatro momentos distintos. O
quarto e último momento, iniciado na década de 1990, é marcado por uma série de
características que o distinguem das fases anteriores.
Neste contexto, o quarto momento da literatura moçambicana, é marcada por uma busca intensa
de identidade nacional e cultural, refletindo as complexidades de uma nação emergindo de um
passado colonial para formar sua própria voz no panorama literário global. Este último
momento da literatura moçambicana é caracterizado por uma fusão de tradições orais com
formas literárias modernas, a exploração da língua portuguesa misturada com expressões locais
e uma forte presença de temas sociais, políticos e históricos.
Paulina Chiziane: Paulina Chiziane é considerada uma das principais vozes femininas da
literatura africana. a primeira mulher moçambicana a publicar um romance, é outra figura
central. Seu trabalho frequentemente aborda questões de gênero, sexualidade e tradição, com
uma perspectiva crítica e inovadora. como visto em “Balada de Amor ao Vento”; "O Outro
Lado da Memória" e “Niketche: Uma História de Poligamia”.
José Craveirinha, descrito como o poeta da resistência, é conhecido por sua poesia que
combina elementos da tradição oral africana com a poesia moderna, refletindo as lutas pela
independência e identidade cultural.
O conto "Os Olhos de Paulina", de Mia Couto, publicado em 1994 na coletânea "Terra
Sonâmbula", serve como um rico exemplar das marcas textuais que caracterizam o quarto
momento da literatura moçambicana em língua portuguesa. Através da história de Paulina, uma
jovem cega que vive em uma pequena aldeia, Mia Couto explora temas como a percepção da
realidade, a relação entre o indivíduo e a comunidade e a importância da tradição, tudo isso
com uma linguagem poética, uma estrutura narrativa inovadora e uma profunda reflexão sobre
a identidade moçambicana.
5.1. Linguagem:
A linguagem de Mia Couto em "Os Olhos de Paulina" é marcada pela riqueza sensorial e pela
expressividade. O autor utiliza recursos literários como metáforas, comparações e sinestesias
para criar imagens vívidas e transportar o leitor para o mundo de Paulina.
Comparações: Mia Couto também utiliza comparações para criar imagens vívidas e
impactantes. Por exemplo, ele compara o toque de Paulina a "um vento morno" e a sua
voz a "um rio que corre pelas pedras".
Estrutura: A estrutura narrativa de "Os Olhos de Paulina" é inovadora e não linear. O conto é
dividido em três partes, cada uma narrada por um personagem diferente: a primeira parte é
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narrada por Paulina; a segunda parte é narrada pelo narrador-observador; e a terceira parte é
narrada pelo velho Nguri. Essa mudança de narradores permite que o leitor tenha diferentes
perspectivas sobre a história e construa uma visão mais completa da realidade de Paulina.
Temas: Os temas abordados em "Os Olhos de Paulina" são diversos e complexos, refletindo a
rica realidade da sociedade moçambicana. Alguns dos temas mais importantes são: Percepção
da realidade; Relação entre o indivíduo e a comunidade; e o ultimo é a Importância da tradição.
6. Conclusão
7. Bibliografia