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TEORIA GERAL DO

PROCESSO
SOCIEDADE E TUTELA JURÍDICA.
Para que e por que estudar TGP?
 RESOLUÇÃO Nº 5, DE 17 DE DEZEMBRO DE 2018
 Institui as Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de Graduação em Direito e dá
outras providências.
 Art. 4º O curso de graduação em Direito deverá possibilitar a formação profissional que
revele, pelo menos, as competências cognitivas, instrumentais e interpessoais, que
capacitem o graduando a:
 [...] V - adquirir capacidade para desenvolver técnicas de raciocínio e de argumentação
jurídicos com objetivo de propor soluções e decidir questões no âmbito do Direito;
 VI - desenvolver a cultura do diálogo e o uso de meios consensuais de solução de
conflitos;
 [...]
 VIII - atuar em diferentes instâncias extrajudiciais, administrativas ou judiciais, com a
devida utilização de processos, atos e procedimentos;
 XIII - desenvolver a capacidade de trabalhar em grupos formados por profissionais do
Direito ou de caráter interdisciplinar; e
HISTÓRICO
 Não há sociedade sem Direito: ubi societas ibi jus.
 Ubi jus ibi societas: Não haveria lugar para o
Direito fora da sociedade.
 Da autotutela à jurisdição.
 Hoje a autotutela é permitida em casos
excepcionais, ex: CC arts. 578, 1.210, 1.283; CP
arts. 24 e 25).
A AUTOTUTELA

“CASO DANDARA”
 A autotutela é encarada como um meio primitivo de
solução de conflitos pelo qual há a imposição do mais
forte sobre o mais fraco, por meio do uso da violência,
reprimida no ordenamento jurídico brasileiro:
 CÓDIGO PENAL:
 Exercício arbitrário das próprias razões
 Art. 345 - Fazer justiça pelas próprias mãos,
para satisfazer pretensão, embora legítima, salvo
quando a lei o permite:
 Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou
multa, além da pena correspondente à violência.
 Parágrafo único - Se não há emprego de violência,
somente se procede mediante queixa.
Casos Excepcionais de Autotutela no Código Civil

 Art. 578 do CC. Salvo disposição em contrário, o locatário


goza do direito de retenção, no caso de benfeitorias
necessárias, ou no de benfeitorias úteis, se estas houverem sido
feitas com expresso consentimento do locador.
 Art. 1.210 do CC. O possuidor tem direito a ser mantido na
posse em caso de turbação, restituído no de esbulho, e segurado
de violência iminente, se tiver justo receio de ser molestado.
 § 1 o O possuidor turbado, ou esbulhado, poderá manter-se ou
restituir-se por sua própria força, contanto que o faça logo;
os atos de defesa, ou de desforço, não podem ir além do
indispensável à manutenção, ou restituição da posse.
Casos Excepcionais de Autotutela no Código Civil

Art. 1.283 do
CC. As raízes
e os ramos de
árvore, que
ultrapassarem
a estrema do
prédio,
poderão ser
cortados, até o
plano vertical
divisório, pelo
proprietário
do terreno
invadido.
Casos Excepcionais de Autotutela no Código Penal

 Estado de necessidade
         Art. 24 - Considera-se em estado de necessidade quem
pratica o fato para salvar de perigo atual, que não provocou por
sua vontade, nem podia de outro modo evitar, direito próprio
ou alheio, cujo sacrifício, nas circunstâncias, não era razoável
exigir-se.         (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
         § 1º - Não pode alegar estado de necessidade quem tinha o
dever legal de enfrentar o perigo.         
(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
         § 2º - Embora seja razoável exigir-se o sacrifício do
direito ameaçado, a pena poderá ser reduzida de um a dois
terços.         (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
         Legítima defesa
Casos Excepcionais de Autotutela no Código Penal

         Art. 25 - Entende-se em legítima defesa quem,


usando moderadamente dos meios necessários, repele
injusta agressão, atual ou iminente, a direito seu ou de
outrem.        (Redação dada pela Lei nº 7.209, de
11.7.1984)
         Parágrafo único. Observados os requisitos previstos
no caput deste artigo, considera-se também em legítima
defesa o agente de segurança pública que repele agressão
ou risco de agressão a vítima mantida refém durante a
prática de crimes.            (Incluído pela Lei nº 13.964, de
2019)
Arbitragem
 LEI Nº 9.307, DE 23 DE SETEMBRO DE 1996.
 Dispõe sobre a arbitragem.
 O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta
e eu sanciono a seguinte Lei:
 Capítulo I
 Disposições Gerais
 Art. 1º As pessoas capazes de contratar poderão valer-se da arbitragem para
dirimir litígios relativos a direitos patrimoniais disponíveis.
 § 1o A administração pública direta e indireta poderá utilizar-se da arbitragem para
dirimir conflitos relativos a direitos patrimoniais disponíveis. (Incluído
pela Lei nº 13.129, de 2015) (Vigência)
 § 2o A autoridade ou o órgão competente da administração pública direta para a
celebração de convenção de arbitragem é a mesma para a realização de acordos ou
transações. (Incluído pela Lei nº 13.129, de 2015) (Vigência)
Arbitragem
 A arbitragem é considerada jurisdição privada e também está prevista no Código de
Processo Civil, sendo tratada pela doutrina como um método adequado de tratamento
de conflitos dentro do sistema multiportas, juntamente com a mediação e a conciliação:
 Art. 3º do CPC Não se excluirá da apreciação jurisdicional ameaça ou lesão a direito.
 § 1º É permitida a arbitragem, na forma da lei.
 § 2º O Estado promoverá, sempre que possível, a solução consensual dos conflitos.
 § 3º A conciliação, a mediação e outros métodos de solução consensual de conflitos
deverão ser estimulados por juízes, advogados, defensores públicos e membros do
Ministério Público, inclusive no curso do processo judicial.
 Seguem dois links para aprofundamento sobre a arbitragem:
 1 Caso Aranco:
https://conteudojuridico.com.br/consulta/Artigos/29401/o-caso-aramco-a-arbitragem-m
aior-ja-realizada-ditou-regras
 2 O sucesso da Arbitragem no Brasil:
https://www.conjur.com.br/2013-fev-11/sucesso-arbitragem-meio-solucao-conflitos-bra
sil
ORDEM JURÍDICA JUSTA
 O Estado Social adverte para a necessidade do acesso à
“ordem jurídica justa”. A dinâmica dos princípios sociais
aponta para a pacificação com justiça, atendendo a três
escopos motivadores do sistema: social, político e
jurídico.
 A Efetividade do Processo Depende:

A)Da admissão do processo


B)Modo de ser do processo (devido processo legal)
C)Justiça das decisões
D)Efetividade das decisões
O PROCESSO E O DIREITO PROCESSUAL

 Para se exercer a função jurídica duas atividades se


correlacionam: legislação (elaboração de tipos-
modelos de condutas desejadas ou reprovadas) e
jurisdição (realização prática das normas em caso
de crise jurídica, declarando qual o preceito mais
adequado ao caso concreto). Temos pois o processo
de conhecimento e o processo de execução.
 Direito Material X Direito Processual.
O PROCESSO COMO FERRAMENTA
DEMOCRÁTICA

O processo é
encarado
como
instrumento à
serviço da
democracia,
onde partes e
juízo
colaboram
para o alcance
da ordem
jurídica justa
no sistema
democrático.
O NOVO CPC E AS REFORMAS NO CPP

 O Código de Processo Civil (Lei 13.105/2015)


alinhado a Lei de mediação, Lei nº 13.140, de 26
de junho de 2015; o Código de Processo Penal (Lei
3.689/41, com as reformas impostas pelas Leis
11.689/2008, Lei 12.736/12, e a mais recente Lei
13.964/2019) procuram alinhar-se a ideia de
democracia processual.

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