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Cicatrizes

Fisioterapia Dermatofuncional
3ª série – UNIARA Noturno – 2020
CICATRIZ
 Resulta de lesão da pele
 Intencional ou acidental

 Caracteriza-se por um tecido fibroso, de


estrutura, textura e elasticidade diferentes do
tecido sadio.
CICATRIZ
 Durante a cicatrização, a hemostasia, o
combate à infecção, a redução da área
cruenta e a epitelização ocorrem a fim de
evitar sangramento, sépse e perda volêmica,
além de proteger o organismo do meio
externo.
Fatores de interferência na cicatrização
Externos:
 Infecção
 mecanismo do trauma
 ação de determinados fármacos (corticoides)
 irradiação
Internos:
 Desnutrição
 Patologias prévias: diabetes, doenças
metabólicas
Processo de Cicatrização
 Envolve quatro etapas:
a) inflamatória
b) epitelização
c) fibroplasia
d) remodelação
Fases da cicatrização
 Fase precoce
 Hemostasia
 Inflamação

 Fase intermediária
 Proliferação
 Neoangiogênese e formação do tecido de granulação

 Epitelização

 Síntese da matriz extracelular (colágeno)

 Contração da ferida
 Fase final
 Maturação do colágeno
Fases da cicatrização

Resolução/remodelamento
Regressão dos vasos, remodelamento do colágeno

Proliferação
Reepitelização, angiogênese, fibrogênese

Inflamação
PMN, macrófagos, linfócitos

Hemostasia
Coágulo de fibrina, deposição de plaquetas
1D 3D 1 sem 6 sem 8 sem
Hemostasia
 Inicia o processo de cicatrização
 Resposta neural à injúria sinal
inicializador da cicatrização
 Estabilização da ferida
 Plaquetas
 interrompem o sangramento
 estimulam a resposta imune

 Cascata das cininas


 Cascata de coagulação
Cascata das Cininas
 leva à formação de Bradicinina.
 Este mediador impõe efeitos semelhantes ao da
histamina:
 Vasodilatação
 Aumento da permeabilidade dos vasos
sanguíneos
 Dilatação arteriolar
 Contração do músculo liso
Cascata de coagulação:
 (fibrinogênio – fibrina)
Hemostasia
Injúria ou lesão
 Função da histamina/serotonina
 Aumento da permeabilidade capilar

 Passagem de células fagocitárias e


granulócitos para os tecidos

 Migração de células inflamatórias para a área


lesada
Hemostasia
 Leucotaxina
 Aberturas intercelulares de vasos
 Atração de leucócitos para a área cruenta

 Bradicinina

 Prostaglandinas
 exsudação capilar
Hemostasia
 Retração das bordas dos vasos

 Tampão nas extremidades dos vasos


(coágulo)
 Malha de fibrina Migração de macrófagos
e outras células inflam.
 Adesão de plaquetas
Inflamação
 Após 24 horas da lesão inicial, neutrófilos,
monócitos e macrófagos se apresentam no
local da lesão
 Controle do crescimento bacteriano
 Remoção de tecido necrótico

 Hiperemia, calor, dor e edema


 Aumento da circulação sanguínea capilar, que
estimula e dá suporte ao crescimento epitelial
 Dura cerca de 4-5 dias
Inflamação
Macrófago
 Célula dominante na fase
inflamatória
 Produção de vários fatores
 H O
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 ácido lático
 fatores de crescimento
 fator quimiotáxico para
fibroblastos
 Estímulo à angiogênese
 Estímulo à fibroplasia
Proliferação
 Começa dentro de 24 horas após a lesão
inicial e continua por até 21 dias
 Caracteriza-se por três eventos:
 Granulação

 Epitelização

 Síntese do colágeno
Proliferação
Granulação
 Formação de novos capilares que irão
estimular o crescimento e fornecer nutrientes
ao tecido neoformado;

 O tecido de granulação caracteriza-se por


sua aparência esponjosa, vermelho-vivo,
com sangramento fácil ao toque;
Proliferação
Epitelização
 Formação de uma camada epitelial que veda
e protege a ferida de bactérias e perda de
líquido;

 É essencial um microambiente adequado


para estimular o crescimento dessa camada;

 É uma camada muito frágil que pode ser


facilmente destruída por irrigação vigorosa ou
limpeza impetuosa da área;
Proliferação
Epitelização

Células da borda Células migratórias


Da ferida ativas

 Estímulos

 Ausência de células jovens na margem da


ferida;

 Produção local de fatores de crescimento;


Proliferação
Epitelização
 Mobilização das células da epiderme
 Bordas da ferida
 folículos pilosos
 Contração
 Neoepitelização
 Flutuação
 Maturação
Proliferação
Síntese da matriz
 Colágeno
 Fornece uma matriz de suporte para o crescimento do
novo tecido, sendo também responsável por sua força
tênsil

 São importantes para a síntese do colágeno, o


oxigênio, o ferro, a vitamina C, o zinco, o magnésio e
as proteínas

 O estágio de remodelamento é influenciado pelas


condições gerais do paciente e condições do leito da
ferida
Proliferação
Contração da Ferida

 Fibroblasto Miofibroblasto

 Reestruturação do citoesqueleto
Resolução e Remodelamento
 Estágio final da cicatrização da ferida
 Síntese e degradação do colágeno
 Modelamento da cicatriz
 Redução da concentração do colágeno
 Destruição do colágeno
 Redução ao estímulo da síntese
Resolução e Remodelamento
 Inicia-se cerca de 21 dias após o trauma e
continua por até 2 anos

 A síntese do colágeno continua independente


do fechamento superficial da ferida e
aumenta a força tênsil da ferida

 A força tênsil da cicatriz é de cerca de 80%


do tecido original
Tipos de cicatriz

 Primária (primeira
intenção

 Fechamento primário
retardado

 Secundária (segunda
intenção)
1ª Intenção
 há aproximação das bordas da ferida logo
após o trauma, por uso de sutura cirúrgica ou
de esparadrapos.
 Nesse tipo de cicatriz, as camadas da pele
ou das mucosas se unem no mesmo plano, o
que facilita o fenômeno pela similitude
histológica.
 Resultado: cicatriz mais fina e com boa
aparência estética.
Cicatriz primária
 Mínimo de perda tecidual
 Resposta inflamatória rápida
 Reduz incidência de complicações
 Bordos regulares unidos por suturas
 Cicatriz com menor índice de defeitos
Cicatriz secundária
 É conseqüência de complicações
 Grande perda tecidual
 Período cicatricial mais prolongado
devido a resposta inflamatória intensa
 Maior incidência de defeitos cicatriciais
(cicatriz hipertrófica, queloide)
2ª Intenção
 A ferida é mantida aberta por muito tempo (vários
dias), não ocorrendo aproximação de suas bordas,
com maior risco de cicatriz contrátil e até retrátil.
 as camadas da pele e as da mucosa não se
aproximam em planos idênticos.
 Em casos de infecção, não é recomendável
aproximar as bordas da ferida devido ao risco de
abscesso e posterior deiscência da sutura.
 Neste caso pode-se realizar o fechamento da ferida
quando a infecção não mais estiver presente,
caracterizando uma cicatrização por primeira intenção
tardia.
Todos os órgãos e tecidos, após o trauma,
estão submetidos ao mesmo processo de
cicatrização, seja o revestimento interno
(mucosa) ou externo (pele).

É importante observar que a cicatrização


abrange todos os planos teciduais injuriados.
Reparo e formação da cicatriz
 Cicatriz normal
 6-12 semanas - cicatriz rósea (ferida imatura)

 12-15 meses - remodelamento

 cicatriz madura - macia, branca, plana


Reparo e formação da cicatriz
 Cicatriz viciosa
 Cicatriz hipertrófica
 Quelóide
 Retração
Cicatriz hipertrófica e Quelóide
Hipertrófica Quelódie
 Regride espontaneamente  situação definitiva, não
em 1 ano. melhora espontaneamente
 Ocorre dentro dos limites da  não obedece os limites da
lesão lesão.
 Não apresenta recidivas  Sensação de prurido,
após extirpada queimação e ferroadas.
 Adquire coloração de pele  Indolor à palpação
normal  Coloração vermelho-escura,
rosada ou esbranquiçada,
conforme a idade.
 Origem genética ou
hormonal
Qualidade da Cicatriz
Depende:
 Da espessura cutânea
 Direção das linhas de fenda
 Qualidade da sutura
Linhas de tensão
(langer)
Cicatriz hiertrófica

queloide
Zonas Perigosas
 Mama
 Tronco
 Abdome
 Face
Abordagens Terapêuticas
 Tratamento cirúrgico do queloide
 Remoção
 Laser cirúrgico: Argon e 510 (também para
hipertrófica)
 Radioterapia
 Terapia Medicamentosa
 Corticoides
 Ác. hialurônico
 Ácido acexâmico (sal sódico)
 Ácido retinóico (tretinoína): cicatrizes superficiais
Fisioterapia em cicatrizes
 Recursos Terapêuticos Manuais
 Deslizamento superficial e profundo regional
 Deslizamento “vai-vem”
 Fricção Transversa Profunda (Cyriax)
 Manobra de Wetterwald
 Movimentos circulares e associados à tração e
rolamento
 Eletroterapia
 Corrente galvânica
 Iontoforese
Abrordagens Terapêuticas
 Ultra-Som
 Preferencialmente de 3Mz (mais superficial):
efeito melhor em cicatriz
 Intensidades de 0,5 a 1,5W/cm2
 Fonoforese
 Depressoterapia ou vacuoterapia

Obs: Associação de recursos terapêuticos é +


efetiva
Ventosas da Vacuoterapia para
Cicatrizes
Cuidados
 Evitar exposição solar
 Cuidado com as linhas de fenda
 Fatores deletérios
 Idade avançada
 Denervação da ferida
 Infecções, necroses
 Escolha inadequada de curativos ou aplicações
inadequadas de medicações
 Desnutrição proteico-calórica
 hipovitaminoses
Bibliografia complementar
 GUIRRO & GUIRRO: Fisioterapia Dermato-
Funcional. Capítulo !5. Cicatriz Hipertrófica e
Queloide.
 Juarez M. Avelar. Pele e cicatrização.
Instituto de Metabolismo e Nutrição.
Disponível em:
http://www.nutricaoclinica.com.br

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