Você está na página 1de 30

Repensando a

educação
inclusiva

Neide Barbosa
Percurso histórico: da
segregação à inclusão

As raízes históricas e culturais do fenômeno da


deficiência (diferença) foram marcadas por forte
rejeição, discriminação e preconceito.
A literatura da Roma Antiga relata que, as
crianças com “deficiência” até o início da era
cristã, foram afogadas por terem sido
consideradas anormais.
A segregação
• Na Idade Média as pessoas com
transtorno
deficiência, mental e criminosos, foram
consideradas possuídos pelo demônio,
excluídos do convívio sendo
social.
• No Renascimento esse passou a ser
grupo considerado doente.

• A Educação Especial foi construída de forma


segregada e excludente; marcada pelo caráter
assistencialista: custódia e institucionalização
As primeiras iniciativas
educacionais

* 1620- Escolas especiais para surdos-


França
• 1784 - Instituto Real de Cegos, França
• 1854 - Imperial Instituto de Meninos Cegos
• 1857 - Instituto Imperial de Educação de
Surdos
• 1954 – 1a APAE no Rio de Janeiro
• 1955 – 2a APAE em Brusque
A história da Educação Especial
• Início no séc. XVI – médicos e pedagogos
desafiaram os conceitos da época e passaram a
educar seus alunos, sob tutoria

• A educação formal era direito de poucos e a


Educação Especial foi crescendo como um
sistema paralelo ao sistema educacional
geral
Movimentos sociais

Os movimentos sociais pelos


direitos humanos,na década de
60, sensibilizaram a sociedade
para os prejuízos da segregação
de grupos minoritários (Mendes,
2006)
Origem das classes
especiais

A incapacidade da escola em lidar


com todos os alunos da classe
regular, deu origem às classes
especiais

Prevaleceu a crença de que os alunos


seriam melhor atendidos em suas
necessidades educacionais em
ambientes separados
Movimento de integração
• A partir de 1970 as escolas passaram a aceitar alunos
com deficiência em classe comum
• Deno (1970) propôs o sistema em cascata, nos EUA:
• 1- classe comum, com ou sem apoio
• 2- classe comum + serviços suplementares
• 3- classe especial em tempo parcial
• 4- classe especial em tempo integral
• 5- escolas especiais
• 6- lares
• 7- ambientes hospitalares ou instituições
residenciais
Movimento de integração

• O sistema de integração escolar tinha como


possibilidade a mudança de nível para o aluno,
buscando um grau maior de integração escolar,
com base nas potencialidades e no progresso do
aluno (Mendes, 2006)
Inclusão escolar X Inclusão total
Década de 90
• O objetivo da escola é • O objetivo da escola é fortalecer
auxiliar o aluno a as habilidades de socialização e
dominar habilidades e romper os estereótipos
conhecimentos
necessários para a vida
futura, dentro e fora
da escola
Inclusão escolar X Inclusão total
• Manutenção do • Atendimento da
contínuo de clientela somente na
serviços desde a classe comum
classe comum até
os serviços
hospitalares
Inclusão escolar X Inclusão
total
• A capacidade de • Possibilidade de
mudança da reinventar a escola
classe comum é e acomodar todas
as dimensões da
espécie humana
• finita e não será
adequada a todas
as crianças
Resolução 122/2006 - CED

• Art. 6º O Sistema Estadual de Educação


deve garantir adequações curriculares para
contemplar a diversidade, promovendo o
acesso e permanência com qualidade dos
educandos na rede regular de ensino e
estas adequações curriculares devem
constar do projeto político pedagógico das
unidades escolares.
Resolução 122/2006 - CED
• 1º. As adequações curriculares envolvem a utilização de
recursos especializados, flexibilização das metodologias
de ensino, dos planejamentos, da organização didática
para atender a diversidade de todos os educandos.
• § 2º. As adequações curriculares quanto à
temporalidade, avaliação e terminalidade para serem
efetivadas pelas unidades escolares do Sistema Estadual de
Educação dependem de legislação específica e parecer
técnico da Secretaria de Estado da Educação, Ciência e
Tecnologia e da Fundação Catarinense de Educação Especial
Res.112/2006 - CED
Terminalidade Específica – as escolas devem assegurar a
terminalidade específica, para os educandos que em virtude
de suas deficiências ou transtornos não puderem atingir os
níveis exigidos. Aplica-se a terminalidade específica para os
educandos, mediante certificação, com relato
descritivo das competências desenvolvidas durante
Sua permanência na educação básica, registradas no
histórico escolar, para os que atingirem:
• a) 15 anos de idade para os anos iniciais do ensino
fundamental;
• b) 18 anos de idade para os anos finais do ensino
fundamental;
• c) 21 anos de idade para o ensino médio.
É importante refletirmos sobre o que
é inclusão:

• -acolhimento da
diversidade
humana.
A escola inclusiva

• Valoriza a
aprendizagem
significativa.
• Valoriza os alunos em suas • Mobiliza a rede
peculiaridades étnicas, de de
gênero e cultura. apoio. no
• Pressupõe que todos os • Investe
sujeitos são capazes de trabalho
cooperativo.
aprender
Fundamentos do Ensino Inclusivo
(Stainback & Stainback,1999):
- Benefícios para todos os alunos.
- Atitudes positivas.
- Ganhos nas habilidades
acadêmicas e sociais.
- Preparação para a vida na
comunidade.
Fundamentos do Ensino Inclusivo

-Benefícios para os professores: aquisição de


novas
- habilidades, colaboração e apoio dos
colegas,

- capacitação.
- Evitar os efeitos prejudiciais da
exclusão.
- Benefício para a sociedade: equidade de
oportunidades
Elementos para criação de comunidades
de ensino inclusivo
• Definição de uma política institucional –
Projeto Pedagógico Institucional e um
plano estratégico.
• Desenvolver redes de apoio.
• Adotar abordagens de ensino efetivas.
• Desenvolver uma assistência técnica
organizada e contínua.
Assistência técnica deve
incluir:
• Funcionários especializados dentro e
fora da escola, para atuarem como
consultores e facilitadores.
• Biblioteca acessível e atualizada, que
enfoque práticas de educação inclusiva
recomendadas.
• Plano abrangente de formação
continuada.
• Oportunidades para os educadores
Desafios para o profissional de Educação

• Oferecer um ambiente de desenvolvimento adequado para todos


• os
alunos que escolherem esta modalidade de ensino.

• Desenvolver um trabalho em colaboração com seus pares.


Dilemas da escola inclusiva

• 1- Currículo comum para os alunos?

• Será um aluno com graves


que
problemas de aprendizagem
aprender mesmos conteúdosdeve ou
os
conteúdos diferentes dos seus colegas?
Dilemas da escola inclusiva

• - O currículo comum deve ser adequado ao


contexto social e cultural da comunidade.
• - O currículo aberto à diversidade se
apresenta a todos os alunos, para que todos
aprendam quem são os outros,
acrescentando-se a sensibilidade para as
diferenças que fazem parte da escola.
Dilemas da escola inclusiva

• 2- A identificação

• A identificação dos alunos com


necessidades educacionais especiais ajuda-
os ou marca-os negativamente?

• “A deficiência nunca passa em brancas


nuvens” (Lígia Amaral)
Dilemas da escola inclusiva

• 3- Pais- profissionais

• No momento das tomadas


decisões quem têm maior
influência?
Dilemas da escola inclusiva

• 4- Inclusão e aprendizagem

• Uma criança com sérios problemas de


aprendizagem aprende mais na classe
regular ou na classe especial com mais
apoios?
Desafios para o profissional de Educação

• A mudança de paradigma não é tarefa simples


• É necessário enfrentar as tensões quando
tentamos mudar o que está estabelecido
• As tensões se produzem em todos os níveis da
escola: pessoal, organizacional, técnico e
micropolítico (Rodrigues, 2001).
Desafios atuais

• 1-Dificuldade de analisar criticamente


diferentes realidades
• 2- Necessidade de superação de
entendimentos estereotipados sobre o
processo de construção do conhecimento
pessoa
da em seu contexto social
inserida e
cultural
Desafios atuais

• 1-Analisar criticamente diferentes


realidades
• 2- Necessidade de superação de
entendimentos estereotipados sobre o
processo de construção do conhecimento
pessoa
da em seu contexto social
inserida e
cultural

Você também pode gostar