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Aula n.

A organização escolar
Para começar...
O que é gestão?
Qual a diferença entre gestão, administração e
direção?
Qual é a nova tendência?
Administrador
Gestor
Aparece na LDB
função 9394/96. Aquele
generalizável que reage
Diretor perspectivada dinamicamente
pela questões de
designação neutralidade ordem
vinculada à técnica, pedagógica, de
associada à Gerente
hierarquia relações com a
centralização; administração comunidade, de
geral de Nova onda?
pessoa-chave projetos
no sistema empresas e institucionais, de
educacional por isto, desenvolvimento
apolítica e profissional dos
exigindo colaboradores e
formação de de utilização de
especialista recursos
materiais e
físicos.
Gestão escolar
O processo de se conseguir obter resultados
educacionais com o esforço dos outros.

Como objetivo, pretende atingir as metas


organizacionais de uma maneira efetiva e
eficiente através das funções de planejamento,
organização, coordenação, direção e
supervisão.
Anos 90 -Gestão democrática-
Lei 9394/96  pelo princípio da “gestão democrática do
ensino público, na forma da Lei e da legislação dos sistemas de
ensino” e o de “valorização do profissional da educação”.
A gestão democrática passa a desdobrar-se em práticas como:
 articulação do corpo docente para a elaboração do
projeto político-pedagógico;
 constituição de conselhos de escola com a participação da
comunidade escolar;
 modalidades de eleição de diretores de escola.
Anos 2000
Surge a preocupação com a gestão de recursos e a revalorização da
racionalidade técnica para o alcance dosfinsestabelecidos
(temas tão importantes ou até concorrentes e prevalentes
frente à gestão democrática).

No início do século XXI, a gestão assume nova forma


que vai se acrescentando às modalidades de cargo de
confiança, de função técnico-burocrática, de função voltada para a
gestão democrática, qual seja a forma gerencialista que
se esboça no contexto dossistemas de ensino.
O gerencialismo: nova onda?
Como as escolas estão organizadas no sistema
atual (?) de gestão?
O que é organização?
Conceito e Características de uma
Organização
As organizações são um conjunto de duas ou
mais pessoas que realizam tarefas, seja em
grupo, seja individualmente, mas de forma
coordenada e controlada, atuando num
determinado contexto ou ambiente, com vista
a atingir um objetivo predeterminado.

06/11/11 Dra. Miriam Pascoal


Se não existir uma determinada estrutura e se
não existirem objetivos comuns, então não
estamos perante uma organização, mas
simplesmente num conjunto de pessoas.

ORGANIZAÇÃ
OBJETIVO ESTRUTURA O

06/11/1 Dra. Miriam Pascoal


1
NÃO É UMA ORGANIZAÇÃO

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Dimensões organizacionais da escola: estrutura e
departamentalização
Toda organização está condicionada por
elementos estruturais.

Estrutura = instrumento de que a organização


se serve para levar a cabo a sua atividade e
atingir os objetivos que se propõe.

Reflete a maneira como se divide o trabalho


em distintas parcelas de atuação e que
mecanismos se estabelecem para coordená-las.
Estrutura da organização
Elementos físicos – espaço, tempo, instalações,
materiais;

Elementos sociais – pessoas, posições ocupadas


na organização, unidades e grupos a que pertencem;

Relações entre os elementos anteriores.

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Formas organizativas

Mecanicistas
Orgânicas
Burocráticas

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Organizações mecanicistas

Alto grau de complexidade: atomização das


tarefas especializadas;

Alto grau de formalização: regras e


procedimentos cuidadosamente definidos;

Alto grau de centralização: participação muito


limitada.

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Organizações orgânicas
Baixo grau de complexidade: membros com orientação mais
generalista;

Baixo grau de formalização: maior discricionaridade* dos membros


para agir;

Descentralização: tomada de decisão aos níveis hierárquicos


inferiores.

*Discricionariedade: É a qualidade do poder discricionário. Traduz-se em apresentar o poder que é


conferido à Administração Pública para agir livremente, ou seja, sem estar vinculada à determinada
conduta, desde que aja dentro dos limites legais e em defesa da ordem pública. Tal poder assegura a
posição
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de supremacia da Administração Pública sobre o particular.
Dra. Miriam Pascoal
Organizações burocráticas

Misto de formalização e descentralização;

Tomada de decisões nos níveis inferiores, mas


de acordo com regras e procedimentos
restritivos.

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Estrutura organizacional da escola
Três níveis:
Institucional
órgãos de administração e gestão
Intermédio (coordenação)
conselhos de turma, direção de
turma,
conselho de docentes, departamentos curriculares
Técnico/operacional
sala de aula, professores e alunos
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Estrutura organizacional das escolas
portuguesas
Pirâmide Organizacional – Níveis da
Gestão

Três níveis de gestão:


Topo
Intermédia
Operacional

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Gestão de Topo
Caracteriza-se fundamentalmente por um forte
componente estratégico, ou seja, envolvimento da
totalidade dos recursos disponíveis na determinação do
rumo a seguir;

 Geralmente associado a ações com implicações de médio


e longo prazo;

 Indivíduos que são responsáveis pela formulação de


políticas gerais, isto é, que são definidas de forma
genérica e dizem respeito a toda a
instituição/empresa;

 06/11/11
Corresponde aos membros da gerência, conselho de
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Gestão de topo
•Conselho geral (professores, pais, alunos, direção)
Semelhante ao Conselho de Escola no Brasil.

•Direção (diretor + sub diretor + adjunto)


Equivale ao diretor e vice diretor no Brasil

•Conselho Pedagógico (professores)


Equivale ao corpo docente no Brasil

• Conselho Administrativo
(presidente + vice presidente
+ secretário)
Gestão intermédia
A designação Intermédia decorre do fato de se situar entre a gestão geral ou de
topo (Conselho Executivo e Conselho Pedagógico) e o nível de ensino de contato:
os alunos, os encarregados de educação, ou os outros professores da turma.
(FORMOSINHO, João, 1985).

Ao gestor intermédio compete definir prioridades,


delinear estratégias e mobilizartoda a equipe que
coordena, de modo a
servir os interesses da comunidade educativa, em estreita
colaboração com os elementos da gestão ao nível do topo.

Formosinho (1991, p. 92) com o intuito de clarificar quem são afinal os gestores
intermédios, afirma o seguinte: “ Há dois tipos principais de gestores
intermédios :

Chefe de Departamento Curricular – que poderá colaborar na gestão


pedagógica da escola dado que a ele compete coordenar e dirigir os
professores da mesma disciplina ou de várias disciplinas da mesma área do
saber.

Orientadores Educativos – a quem compete dirigir as actividades de apoio ao


aluno e coordenar a actividade dos professores de um grupo de alunos.”
Equipe de Gestão intermédia
• Departamentos (pré, 1º. Ciclo, Línguas, Ciências Humanas e Sociais
etc) Possui um coordenador. Não há equivalentes no Brasil

• Coordenação de ciclo (coordenação de 2º. Ciclo, coordenação de


3º. Ciclo etc) Equivale ao professor coordenador ou coordenação
pedagógica no Brasil
Envolve a coordenação das atividades dos professores da mesma
disciplina (coordenação intradisciplinar vertical) e a coordenação
das atividades dos professores do mesmo agrupamento de alunos
(coordenação interdisciplinar horizontal).

• Conselhos de turma (conselho da 5ª. A, 5ª. B, 6ª. A etc)


(presididos pelo Diretor de turma com a participação dos
professores da série)
Equivale ao Conselho de classe no Brasil
Direção de turma e Conselho de turma
Direção de turma  espaço de coordenação e liderança curriculares.
Faz a Mediação curricular.
Assegura a coordenação do levantamento dos problemas curriculares e de estratégias,
para diagnosticar e pensar as necessidades de apoio sociopsicológico e resultantes
da diversidade cultural para os alunos.
Trabalha com todos os intervenientes diretos no processo de ensino/aprendizagem.
Faz o Controle e a gestão efetivas dos problemas dos alunos, para além da simples
resolução dos conflitos interpessoais.
Levanta, em conjunto com os outros professores, as dificuldades de adaptação dos
alunos aos currículos, de forma a proceder a uma cuidada gestão dos mesmos em
função das características intrínsecas de cada aluno.
Conhece os alunos e seu meio familiar, os seus problemas, os seus interesses e
expectativas.
Conhece os professores da turma e os órgãos de gestão da escola.
Assim, o diretor de turma está em condições de poder ser o dinamizador/mediador,
por excelência: na sua relação com os alunos, na sua relação com o corpo docente,
na sua relação com os órgãos de gestão da escola, na sua relação com os
encarregados de educação, etc .(FAVINHA ,2002b).

Conselho de Turma  espaço efetivo de gestão curricular — colaborativa.


Nível Operacional
- Predomina o componente técnico;

- A atividade destes gestores traduz-se


fundamentalmente na execução de rotinas
(operações quotidianas) e procedimentos;

- São os funcionários e demais prestadores de


serviços, entre outros.
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GESTORES E OPERACIONAIS:
QUAL É A DIFERENÇA?
Operacionais - são as pessoas que trabalham
diretamente numa função ou tarefa e não têm
responsabilidade na supervisão do trabalho
de
outrem.

Gestores - pessoas que na organização dirigem


atividades de outros, como os operacionais, a
fim de atingir os objetivos propostos.
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Estrutura organizacional das escolas
brasileiras (rede estadual paulista)

SECRETÁRIA
ESCRITURÁRIOS
PROFESSORES INSPETORES DE ALUNOS
SERVENTES
ÓRGÃOS COLEGIADOS DA ESCOLA
Outras redes escolares brasileiras
• Rede particular
Possui todos os integrantes da rede estadual acrescidos pelo coordenador
pedagógico, orientador educacional e outros profissionais a critério das
escolas.
• Rede municipal de educação de S. Paulo*
Três equipes: equipe técnica, equipe docente, equipe auxiliar da ação
educativa.
Equipe técnica: diretor, assistente de diretor e coordenador
pedagógico.
Equipe docente: professores em regência de classe, professores
substitutos, professores readaptados, professores orientadores de sala
de leitura e monitores de educação de adultos.
Equipe auxiliar da ação educativa: inspetores de alunos, serventes, vigias,
secretário de escola, pessoal da secretaria e o auxiliar de direção.
Nos demais municípios as equipes são organizadas de forma diferente, muitas
vezes com outras denominações.
Rede estadual escolar paulista
Pessoal não docente
Diretor
Vice diretor
d e
Professor ã o
coordenador fus is
on
C pa pé
Referências
FAVINHA, Marília. Gestão intermédia nas escolas portuguesas— o caso
do director de turma e a mediação da coordenação curricular no
conselho de turma. Ensino Em-Revista, Uberlândia, v.17, n.1, p.
177-201, jan./jun.2010
http://prof.santana-e-silva.pt/gestao_de_empresas/trabalhos
PARO, Vitor. Gestão escolar, democracia e qualidade de ensino. S.
Paulo, Ática, 2007.
VENTURA , Alexandre. Estrutura organizacional e gestão intermédia da
escola. Disponível em: http://www2.dce.ua.pt/docentes/ventura/ficheiros
Aula n. 2

Orgãos de gestão intermédia: composição e


funções

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Estruturas deOrientação Educativa (Portugal)
Coordenação Educativa e Supervisão Pedagógica

A publicação do Decreto-Lei nº 75/2008 de 22 de Abril


faz referência no seu artigo 42º às estruturas
de coordenação educativae supervisão pedagógica , numa
perspectiva de atualização do termo,tendo em conta as
funções que lhes são atualmente atribuídas.
Sendo consideradas estruturas de gestão intermédia,
o desempenho das suas funções é desenvolvido com
base num trabalho de cooperação com os docentes e
com os órgãos de administração e gestão da
escola assegurando, deste modo, a qualidade do sistema
educativo.
Competências inerentes às estruturas
de orientação educativa
a) A articulação curricular através do desenvolvimento e gestão
dos planos de estudo e programas definidos a nível nacional e
de componentes curriculares no âmbito local;
b) A organização, o acompanhamento e a avaliação das
atividades a desenvolver em contexto desala
de aula;
c) A coordenação pedagógica de cada ano, ciclo ou curso.

Cargos assegurados, preferencialmente, por docentes com formação


especializada em organização e desenvolvimento curricular ou
em supervisão pedagógica e formação de formadores.

Coordenação educativa e supervisão pedagógica colaboram com


o conselho pedagógico e com o
diretor,no sentido de assegurar a coordenação,
supervisão e acompanhamento das atividades escolares,
Competências e funções dos gestores intermédios
Mobilizar os agentes educativos que coordenam, no sentido de se
envolverem numa ação conjunta, com vista à consecução das
grandes finalidades da escola, norteadas pelas linhas orientadoras
definidas no Projeto Educativo.

“De entre as múltiplas funções hoje atribuídas à escola, há actores sociais


que têm mais responsabilidades ao nível da administração e gestão
(assembleia, conselho executivo ou director, conselho administrativo,
conselho pedagógico, coordenador de estabelecimento); outros ao nível
da coordenação e liderança pedagógica e curricular (coordenador de
ano, ciclo ou curso e estruturas de orientação educativa) e ainda outros
de acompanhamento e orientação profissional (…). De uma forma mais
ou menos directa, e ainda que incidindo em áreas distintas, o
desempenho destes cargos terá sempre uma vertente de supervisão, no
sentido em que se espera que os detentores desses cargos apoiem e
orientem os professores no desempenho das suas tarefas, coordenem e
avaliem os projectos e actividades que são da sua responsabilidade. “
(OLIVEIRA, (2000, p. 51)
Competências do Coordenador do Conselho de docentes e dos
Departamentos Curriculares
a) Promover a troca de experiências e a cooperação (…);
b)Assegurar a coordenação das orientações curriculares e dos programas de
estudo, promovendo a adequação dos seus objectivos e conteúdos (…);
c) Promover a articulação com outras estruturas ou serviços da escola ou do
agrupamento, com vista ao desenvolvimento de estratégias de diferenciação
pedagógica;
d)Propor ao conselho pedagógico o desenvolvimento de componentes
curriculares locais e a adopção de medidas destinadas a melhorar as
aprendizagens dos alunos;
e) Cooperar na elaboração, desenvolvimento e avaliação dos instrumentos de
autonomia da escola ou do agrupamento de escolas;
f)Promover a realização de actividades de investigação, reflexão e de estudo,
visando a melhoria da qualidade das práticas educativas;
g)Apresentar à direcção executiva um relatório crítico, anual, do trabalho
desenvolvido.
Competências dos Titularesde
turma e do Conselho de
turma:
”a) Analisar a situação da turma e identificar as características específicas dos
alunos (…);
b) Planificar o desenvolvimento de actividades a realizar com os alunos em
contexto de sala de aula;
c) Identificar diferentes ritmos de aprendizagem e necessidades educativas
especiais, promovendo a articulação com os respectivos serviços
especializados de apoio educativo, em ordem à sua superação;
d) Assegurar a adequação do currículo às características específicas dos
alunos (…);
e) Adoptar estratégias de diferenciação pedagógica que favoreçam as
aprendizagens dos alunos;
f) Conceber e delinear actividades em complemento do currículo
proposto;
g) Preparar informação adequada, a disponibilizar aos pais e
encarregados de educação, relativa ao processo de aprendizagem e
avaliação dos alunos.”
COMPETÊNCIAS DO DIRETOR DE TURMA
A coordenação das actividades do conselho de turma é da responsabilidade do director de
turma que é designado pela direcção executiva. Assim, compete-lhe, conforme vem
referido no nº2 do artigo 7º:
“a) Assegurar a articulação entre os professores da turma e os alunos, pais e
encarregados de educação;
b) Promover a comunicação e formas de trabalho cooperativo entre professores e
alunos;
c) Coordenar, em colaboração com os docentes de turma, a adequação de actividades,
conteúdos estratégias e métodos de trabalho (…);
d) Articular as actividades da turma com os pais e encarregados de educação, promovendo a
sua participação;
e) Coordenar o processo de avaliação dos alunos garantindo o seu carácter globalizante e
integrador;
f) Apresentar à direcção executiva um relatório crítico anual, do trabalho desenvolvido.”
Coordenação de ano, de ciclo ou
de curso
O artigo 8º refere-se à coordenação de ano, de ciclo ou de curso, cuja função
é garantir a articulação das actividades desenvolvidas pelas turmas de um
mesmo ano de escolaridade, de um ciclo de ensino ou de um curso,
conforme o estabelecido no regulamento interno.
As funções de coordenação são realizadas pelo conselho de docentes
titulares de turma no 1º ciclo do ensino básico e pelo conselho de
directores de turma nos 2º e 3º ciclos do ensino básico e no ensino
secundário.
No ensino secundário, a coordenação pedagógica pode, de acordo com a
especificidade da escola e no cumprimento do estabelecido no
respectivo regulamento interno, articular as actividades desenvolvidas
pelas turmas, quer ao nível dos vários anos de escolaridade de um curso,
quer de dois ou mais cursos.
Competências do Conselho de docentes
Aos conselhos de docentes compete:
a) Planificar as actividades e projectos a desenvolver, anualmente de acordo com as
orientações do conselho pedagógico;
y)Articular com os diferentes departamentos curriculares o desenvolvimento de conteúdos
programáticos e objectivos de aprendizagem;
z)Cooperar com outras estruturas de orientação educativa e com os serviços
especializados de apoio educativo na gestão adequada de recursos e na adopção de
medidas pedagógicas destinadas a melhorar as aprendizagens;
aa)Dinamizar e coordenar a realização de projectos interdisciplinares das turmas;
ab)Identificar necessidades de formação no âmbito da direcção de turma;
ac)Conceber e desencadear mecanismos de formação e apoio aos directores de turma e de
outros docentes (…) para o desempenho dessas funções;
ad)Propor ao conselho pedagógico a realização de acções de formação no domínio da
orientação educativa e da coordenação das actividades das turmas.”
Coordenador de ano, de ciclo ou de curso
O artigo 9º refere-se ao coordenador de ano, de ciclo ou de curso, eleito entre os
membros que integram, respectivamente, o conselho de docentes e o conselho
de directores de turma. No nº2 do mesmo artigo são definidas as suas
competências: “ a) Coordenar a acção do respectivo conselho, articulando
estratégias e procedimentos; b) Submeter ao conselho pedagógico as propostas
do conselho que coordena; c) Apresentar à direcção executiva um relatório
crítico anual, do trabalho desenvolvido”.
Professor
tutor
O artigo 10º menciona a figura do professor tutor, que poderá ser
designado pela direcção executiva, cuja função está associada ao
acompanhamento, de forma individualizada, do processo educativo
de um grupo de alunos, de preferência ao longo de todo o seu percurso
escolar. A este professor compete: “ a) Desenvolver medidas de apoio aos
alunos, designadamente, de integração na turma e na escola e de
aconselhamento e orientação no estudo e nas tarefas escolares; b)
Promover a articulação das actividades escolares dos alunos com outras
actividades formativas; c) Desenvolver a sua actividade de forma
articulada, quer com a família, quer com os serviços especializados de
apoio educativo, designadamente, os serviços de psicologia e
orientação e com outras estruturas de orientação educativa.”
Coordenação de outras actividades
Por último, o artigo 11º permite a criação da coordenação de outras actividades,
designadamente no que se refere a projectos de desenvolvimento e no âmbito dos
serviços especializados de apoio educativo, assegurando a sua articulação com outras
instâncias, através da representação no conselho pedagógico e na assembleia de escola.
O desempenho destas competências requer profissionais qualificados, com perfil e
formação adequados para o exercício destes cargos, no que se refere ao acompanhamento
e supervisão do projecto educativo e no apoio aos docentes que participam na sua
concretização.
Os normativos que enquadram o regime de autonomia acentuam as funções
desempenhadas pelos gestores intermédios, como já foi referido. No entanto, é
sabido que os diplomas, por si só, não operam mudanças significativas na escola.
Neste sentido, as escolas necessitam de profissionais capazes de intervir de forma
activa nas dinâmicas da escola, mobilizando todos os docentes que coordenam em
torno do mesmo objectivo: construir uma escola de qualidade e, como refere
Canário (1995, p. 7), promover uma cultura organizacional “por acção e interacção
dos respectivos actores sociais.”
Com a publicação do Decreto-Lei nº 75/2008 de 22 de Abril as estruturas surgem
com a designação de estruturas de coordenação educativa e supervisão
pedagógica e têm por objectivo, segundo o referido normativo, a gestão curricular
na aplicação do currículo nacional e dos programas e orientações curriculares e
programáticas definidos a nível nacional e ainda, o desenvolvimento de
componentes curriculares por iniciativa do Agrupamento. Refere também que a
estas estruturas compete ainda, a organização, o acompanhamento e a avaliação
das actividades de turma ou grupo de alunos, a coordenação pedagógica de cada
ano, ciclo ou curso e a avaliação de desempenho dos docentes.
Revisão do Estatuto da Carreira Docente – Atribuição de novas competências aos gestores
intermédios

O Decreto-Lei nº 139-A/90 de 28 de Abril que legisla o Estatuto da Carreira Docente, foi


substancialmente alterado pelo Decreto-Lei nº 1/98 de 2 de Janeiro, sofre recentemente
alterações mais significativas com a publicação do Decreto-Lei nº15/2007 de 19 de Janeiro.
Entre outras medidas, implementa o novo sistema de avaliação de desempenho de
professores, cujo resultado influenciará o acesso ou a progressão na carreira dos docentes. O
mesmo documento, no nº2, do artigo 5º, capítulo III, vem reforçar e alargar as competências
dos coordenadores de departamento curricular ou do conselho de docentes, sem prejuízo do
que se encontrava anteriormente estabelecido no Decreto-Regulamentar nº 10/99 de 21 de
Julho, referindo quais as funções dos docentes que detêm cargos desta natureza:” a)
Coordenação da prática científico-pedagógica dos docentes das disciplinas, áreas disciplinares
ou nível de ensino; b) Acompanhamento e orientação da actividade profissional dos
professores, especialmente no período probatório; c) Intervenção
no processo de avaliação de desempenho dos docentes das disciplinas, áreas disciplinares ou
nível de ensino; d) Participação no júri da prova pública de admissão ao concurso de acesso na
carreira.”
Por força desta alteração à legislação, importa referir que o alargamento das funções
atribuídas às estruturas de orientação educativa, implica uma maior responsabilização no
exercício das suas funções, o que exige, cada vez mais, a atribuição de cargos de supervisão a
elementos que detenham um perfil adequado, para além de formação específica nesta área,
de modo a garantir uma intervenção eficaz e a promoção da qualidade do sistema educativo.

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