Id12 4 1 Perspetivas Do Desenvolvimento

Desenvolvimento humano
Conceitos organizadores
Desenvolvimento
Conjunto de transformações por que passa o indivíduo,
da gestação até à morte. É um processo
multidimensional que ocorre a nível físico e psicológico
e se estende a vários domínios: cognitivo, moral,
psicossexual, psicossocial, entre outros.
Crescimento
Englobado no desenvolvimento,
refere-se somente aos aspetos
físicos, ao aumento das dimensões
do corpo, designadamente,
estatura e peso.
Maturação
Processo através do qual uma determinada função, seja ela
biológica ou psicológica, se encontra plenamente
desenvolvida no indivíduo. Pressupõe o cumprimento de um
programa biológico, próprio da espécie, sem o qual essa
função não pode atingir o estado de prontidão.
Perspetivas do desenvolvimento humano
Perspetiva evolucionista – Charles Darwin
Seleção Natural
A evolução de cada espécie obedece a um processo de “luta pela
sobrevivência”, sendo um determinado espécime mais ou menos
apto para defrontar os desafios do meio.
Perspetiva psicanalítica – Erik Erikson
• Destaque para a relação entre o desenvolvimento psíquico
e o meio.
• A identidade constrói-se no modo como o indivíduo resolve
as crises psicossociais presentes ao longo de toda a vida.
• A resolução da crise é determinante para o equilíbrio
psicológico do indivíduo.
• Oito idades ou estádios de desenvolvimento psicossocial.
Estádios psicossociais
Segundo Erikson, o desenvolvimento é marcado pelo aparecimento
e superação de crises.
Idade Síntese
Confiança versus Desconfiança A relação do bebé com a mãe (ou cuidador) é fundamental no desenvolvimento do
(0-18 meses) sentimento de confiança do bebé – confiança ou medo.
Autonomia versus Dúvida
A criança está mais apta a explorar o meio que a rodeia – autonomia ou insegurança.
(18 meses-3 anos)
Iniciativa versus Culpa Fase crucial no desenvolvimento da autonomia, que se vê neste estádio incrementada
(3-6 anos) – independência ou culpa.
Indústria versus Inferioridade O desenvolvimento das capacidades cognitiva, motora e social é promovido com a
(6-12 anos) escolarização – desenvolvimento intelectual ou sentimento de inferioridade.
Idade Síntese
A identidade ganha maiores contornos e cristalizam-se atitudes e valores.
Identidade versus Difusão
Experimentam-se papéis, definem-se interesses/preferências e rejeições –
(12-18 anos)
identidade ou confusão.
Intimidade versus Isolamento O desenvolvimento de relações íntimas marca este estádio – intimidade ou
(18-30 anos) isolamento.
Generatividade versus Estagnação Fase de afirmação pessoal aliada à realização profissional – produção ou
(30-65 anos) estagnação.
Integridade versus Desespero
O indivíduo faz um balanço sobre a sua vida – realização ou fracasso.
(após os 65 anos)
Perspetiva behaviorista
Defende que a Psicologia se deve O estudo do indivíduo é a análise dos

centrar naquilo que é observável – o seus comportamentos, identificando
comportamento. o(s) fator(es) que os originam.
O modelo explicativo do
Behaviorismo assenta na
noção de condicionamento.
Perspetiva behaviorista – Burrhus Skinner
Como se explica o comportamento humano?
Perspetiva behaviorista – Burrhus Skinner
Condicionamento operante
O comportamento humano é fortemente influenciado pelo meio,

designadamente por efeito dos reforços (positivos ou negativos)
que o moldam.
Perspetiva behaviorista – Albert Bandura
Modelação
O comportamento humano decorre da observação e imitação de

comportamentos de figuras que constituem modelos de
referência (reforço vicariante).
Perspetiva humanista – Carl Rogers
Abordagem holística do desenvolvimento humano.
Valoriza o ser humano como um todo e encoraja o indivíduo a

ser um sujeito ativo num processo de desenvolvimento que é de
autodescoberta.
Perspetiva humanista – Carl Rogers
A terapia deve ser centrada na própria pessoa, sendo caracterizada
por uma atitude empática e de aceitação incondicional,
reconhecendo que cada indivíduo tem um valor intrínseco.
O terapeuta procura adaptar-se ao seu paciente, assumindo um

papel orientador.
Perspetiva maturacionista – Arnold Gesell
O crescimento e o desenvolvimento da criança são o produto da
relação entre o ambiente e a ação dos genes.
Gesell apelida este processo de maturação, evidenciando o peso

da programação biológica no desenvolvimento humano.
Perspetiva maturacionista – Arnold Gesell
O estudo do crescimento baseia-se

na análise de padrões
comportamentais.
O desenvolvimento humano oscila

entre períodos de equilíbrio e
desequilíbrio.
Perspetiva psicossocial – Henri Wallon
O desenvolvimento da criança explica-se através das mudanças
que nela ocorrem e do modo como o meio social responde às
suas necessidades.
O desenvolvimento da personalidade da criança ocorre a partir

de uma sucessão de estádios.
Perspetiva psicossocial – Henri Wallon
Importância da interação entre aspetos

cognitivos, emocionais e comportamentais.
Importância da interação entre fatores

biológicos e psicossociais.
Perspetiva construtivista – Lev Vygotsky
Os genes são responsáveis pelas funções biológicas mais
elementares (ativadas e desenvolvidas a partir de experiências
concretas) da criança.
O meio, como a instrução que é dada na escola, tem um forte

impacto no desenvolvimento das funções psicológicas
superiores, como a imaginação ou o pensamento abstrato.
Perspetiva etológica – John Bowlby
As relações precoces de vinculação entre o indivíduo e os seus
cuidadores são preponderantes para o seu desenvolvimento:
boas relações de vinculação têm impactos positivos no
desenvolvimento futuro da criança.
A relação entre o cuidador e o bebé é responsável pela satisfação
das necessidades alimentares, conforto físico, mas também pelas
necessidades de natureza afetiva, com consequências significativas
no desenvolvimento físico, psicológico e intelectual do bebé.
As figuras de vinculação estabelecem uma relação de proximidade

física e afetiva com o bebé.
Tipos de vinculação (Mary Ainsworth – Situação Estranha)
Segura
O bebé adquire competências de exploração do ambiente

que o rodeia, sente-se confiante com a presença da figura
de vinculação e triste quando afastado, retornando ao
conforto e confiança aquando do seu regresso.
Insegura-evitante
O bebé cresce com indiferença afetiva face ao cuidador,

reagindo de modo semelhante perante este ou outras
figuras desconhecidas. O bebé explora o ambiente
circundante, mas sem confiança ou autoestima consolidada.
Insegura-resistente/ambivalente
O bebé cresce desconfiado e inseguro porque as reações da

figura de vinculação são inconsistentes (excesso de apego ou
indiferença).
Perspetiva etológica – Harry Harlow
Experiências com crias de macaco-rhesus.
A necessidade do conforto e do contacto

físico é inata e supera a necessidade de
alimentação no que diz respeito à escolha
das figuras de vinculação.
Perspetiva etológica – Harry Harlow
Os laços afetivos de vinculação são um pilar fundamental
no desenvolvimento do indivíduo.
A natureza da relação “mãe-bebé” reveste-se de capital

importância no desenvolvimento pessoal: diferentes tipos
de vinculação influenciam claramente o desenvolvimento
do indivíduo.
Cena do filme Babel (Alejandro González Iñárritu, 2006). Várias histórias, passadas em
países e continentes distintos, acabam por estar remotamente interligadas por um
simples objeto, condicionando as vidas dos seus intervenientes.
Perspetiva bioecológica – Urie Bronfenbrenner
Perspetiva ecológica do desenvolvimento: o desenvolvimento
humano resulta da interação entre o indivíduo e o meio.
O ambiente é constituído por diferentes contextos que interagem

dentro e entre sistemas.
Passagem para uma perspetiva bioecológica do desenvolvimento:
importância das características biopsicológicas do indivíduo;
o indivíduo é, simultaneamente, produto e produtor dos contextos
que o rodeiam.
Cronossistema
Macrossistema
Exossistema
Modelo ecológico Eu
Mesossistema
Microssistema
Modelo bioecológico – PPCT

Pessoa Processo Contexto Tempo
Elementos que Constituído pelos Meio em que o Desenvolvimento no
permanecem e papéis e atividades indivíduo está sentido histórico,
elementos que diárias do indivíduo. inserido e onde mudanças ao longo
mudam na ocorre o do tempo.
existência do desenvolvimento.
indivíduo.
Life-span – Paul Baltes
Abordagem dinâmica ao desenvolvimento: o indivíduo está em
permanente mudança e desenvolvimento (alterações biológicas,
cognitivas e psicossociais).
O desenvolvimento ocorre ao longo de toda a vida (life-span):

perspetiva ontogenética.
Podem ocorrer mudanças significativas em qualquer fase da vida,
podendo ser igualmente determinantes para o desenvolvimento
humano.
Abordagem multidimensional e pluridisciplinar ao desenvolvimento

humano.
Abordagem ao desenvolvimento humano - “Família de perspetivas”:
• desenvolvimento ao longo de toda a vida (life-span);
• multidirecionalidade;
• desenvolvimento como ganho/perda;
• contextualismo como paradigma;
• perspetiva multidisciplinar.

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Desenvolvimento humano

Defende que a Psicologia se deve O estudo do indivíduo é a análise dos

O comportamento humano é fortemente influenciado pelo meio,

O comportamento humano decorre da observação e imitação de

Valoriza o ser humano como um todo e encoraja o indivíduo a

O terapeuta procura adaptar-se ao seu paciente, assumindo um

Gesell apelida este processo de maturação, evidenciando o peso

O estudo do crescimento baseia-se

O desenvolvimento humano oscila

O desenvolvimento da personalidade da criança ocorre a partir

Importância da interação entre aspetos

Importância da interação entre fatores

O meio, como a instrução que é dada na escola, tem um forte

As figuras de vinculação estabelecem uma relação de proximidade

O bebé adquire competências de exploração do ambiente

O bebé cresce com indiferença afetiva face ao cuidador,

O bebé cresce desconfiado e inseguro porque as reações da

A necessidade do conforto e do contacto

A natureza da relação “mãe-bebé” reveste-se de capital

O ambiente é constituído por diferentes contextos que interagem

Modelo bioecológico – PPCT

O desenvolvimento ocorre ao longo de toda a vida (life-span):

Abordagem multidimensional e pluridisciplinar ao desenvolvimento

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