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DIREITO ADMINISTRATIVO

Bens públicos

DIREITO ADMINISTRATIVO
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Bens públicos são o conjunto de bens pertencentes

* De OLHO à Administração pública, seu patrimônio.


O examinador, nas questões objetivas, verificará se
na PROVA o/a candidato/a conhece o conceito, as
características e a classificação dos bens públicos.

§ REVISA finalidade pública ou administrativa. Compõem o cha-


mado patrimônio disponível. Esses bens podem ser-
vir a uma finalidade social, como é o caso da concessão
de direito real de uso de terrenos públicos, para fins de
CONCEITO habitação ou, mesmo quando não utilizados, com o fito
São bens pertencentes a pessoas jurídicas de direito público de preservação ambiental.
(União, Distrito Federal, Estados-Membros, Municípios, autar-
quias e fundações); assim, são os que estejam destinados à CARACTERÍSTICAS
prestação de serviços públicos, equiparando-se a estes o con-
junto de bens formadores do patrimônio das pessoas jurídicas
• Inalienabilidade: é relativa, já que se admite a transferência
de domínio dos bens dominiais, ou das demais espécies de
de direito privado – empresas públicas e sociedades de econo-
bens, sendo que, no último caso, eles devem ter perdido suas
mia mista, criadas pelas entidades estatais, quando prestado-
qualidades essenciais ou restarem desafetados (necessária lei
ras de serviços públicos.
autorizativa, avaliação prévia e licitação em todos os casos).

CLASSIFICAÇÃO • Imprescritibilidade: é absoluta, isto é, refere-se à proibição


absoluta de prescrição aquisitiva em relação aos bens
Quanto à titularidade: Federais; Estaduais; Distritais; públicos, e, em consequência, que eles possam ser objeto de
Municipais. aquisição pelo decurso de tempo, como ocorre no usucapião.
Quanto à destinação: • Impenhorabilidade: também se estende aos bens domi-
• Bens de uso comum do poder ou do domínio público: são nicais, garantindo imunidade aos bens públicos em face
os de uso de todos, indistintamente. da penhora.
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• Bens de uso especial ou do patrimônio administrativo: • Impossibilidade de oneração: não estão sujeitos também a
são os que se destinam especialmente à execução dos anticrese e a hipoteca.
serviços públicos e, por isso mesmo, são considerados ins-
trumentos desses serviços; não integram a Administração, AQUISIÇÃO DE BENS PÚBLICOS
mas constituem o aparelhamento administrativo, tais
como edifícios das repartições públicas, os terrenos apli-
• Bens móveis: as aquisições de bens móveis dependerão
de licitação, cuja modalidade será determinada de acor-
cados aos serviços públicos, os veículos da Administração.
do com o valor. Entretanto, em alguns casos, pode ocorrer
Tais bens são considerados indisponíveis enquanto con-
contratação direta (seja por dispensa ou inexigibilidade),
servarem suas qualificações.
devendo observar o princípio da economicidade. As com-
• Bens dominiais ou do patrimônio disponível: são aque- pras dependem de: 1o, processo administrativo constan-
les que, embora integrando o domínio público como os do a caracterização do objeto; 2o, indicação dos recursos
demais, deles diferem por não se encontrarem diretamente orçamentários para o seu pagamento;
afetados, ou seja, não estão destinados a uma determinada
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• Aquisição de bens imóveis particulares, no seu interesse. Exemplo: Pedido de fe-
chamento de uma rua por um final de semana, para a
c°틢㏱龜 Compra e venda e permuta: Consiste em transferir o

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realização de uma festa junina.
domínio de certo imóvel que integra o seu patrimônio ao
outro contratante, chamado comprador, mediante rece- c°틢㏱龜 Permissão de uso: é um ato administrativo precário através
bimento em dinheiro, de determinado preço. Requisitos: do qual se transfere sem prazo determinado o uso de bens
1o, procedimento administrativo; 2o, autorização legis- públicos para particulares, observando o interesse público.
lativa; 3o, avaliação prévia; 4o, licitação, podendo ser dis- A precariedade ainda existe, mas em caráter menos inten-
pensada se o imóvel destinar-se ao atendimento de fina- so, porque a transferência do uso vem por um período um
lidades precípuas da Administração e suas necessidades pouco maior. Exemplo: Instalação de uma banca de jornal
condicionarem a sua escolha. Lei n. 8.666/93, art. 24, X. em um espaço público; de boxe em Mercado Municipal

c°틢㏱龜 No caso da permuta de bens imóveis, aplicam-se as mes- Atenção: Se houver mais de um interessado em ter o uso
mas regras, observando-se a possibilidade de dispensa se desse bem público, terá de ser aberta licitação.
praticada entre órgãos ou entidades da Administração. c°틢㏱龜 Concessão de uso: é um contrato administrativo através
c°틢㏱龜 Dação em pagamento: é um modo excepcional de paga- do qual, por prazo determinado, se transfere o uso de
mento. A dação de bem imóvel de dívida mantida com bens públicos para particulares.
o Poder Público constitui forma de aquisição da proprie- Atenção: Nessa modalidade não há que se falar em pre-
dade, mas deve preencher os seguintes requisitos: 1o, lei cariedade, pois não é um ato unilateral e sim um contrato
autorizativa; 2o, avaliação prévia. por prazo determinado.
c°틢㏱龜 Doação: art. 538, CC: “contrato segundo o qual uma pessoa, c°틢㏱龜 Concessão de direito real de uso (variante da concessão
chamada de doador, por liberalidade, transfere um bem de uso): incide sobre bens públicos não edificados, para
do seu patrimônio para patrimônio de outra, designada urbanização, edificação, industrialização.
donatária, que o aceita”. Nos casos de doação com encar-
c°틢㏱龜 Cessão de uso: é um contrato administrativo, em que o uso
gos, devem sujeitar-se à prévia aprovação legislativa.
de um bem público é transferido de um órgão para outro,
c°틢㏱龜 Usucapião: aplicam-se os mesmos requisitos no caso dos dentro da própria Administração. É ato não precário por-
particulares, não havendo necessidade de lei autorizativa. que possui prazo certo e determinado. Para que a cessão de
uso seja efetuada exige-se autorização legislativa.
c°틢㏱龜 Sucessão: a entidade estatal tanto poderá figurar como
herdeira ou legatária, em testamento, como será benefi- Afetação e desafetação: Afetar um bem significa con-
ciada nas hipóteses de herança jacente (herdeiros ainda ferir a ele uma destinação específica. Desafetar é o processo in-
não conhecidos). verso, é retirar do bem a destinação que antes possuía. Os bens
públicos que estão afetados a uma determinada finalidade são
c°틢㏱龜 Registro de parcelamento do solo: independentemente
apenas os de uso comum e os de uso especial.
de qualquer pagamento ou ato de vontade, bens imóveis
identificados como destinados a vias de circulação, Principais espécies de bens públicos:
praças, espaços livre e a equipamentos urbanos passam a
• Terras devolutas (terras públicas sem utilização): são carac-
integrar o patrimônio público quando do registro do par- terizadas e recebem esse nome por terem sido devolvidas.
celamento do solo. No sentido jurídico, correspondem a área de terra cuja pro-
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priedade não é detida pelo particular nem utilizada pelo


USO DE BENS PÚBLICOS Poder Público. Por não possuir qualquer destinação, fazem
parte da categoria de bens dominicais. Exemplo:
• Uso comum do povo: é todo aquele que se reconhece à cole-
tividade em geral sobre os bens públicos, sem discriminação • Plataforma Continental: pertencem à União e, de acordo
de usuários ou ordem especial para sua fruição.. com o art. 11 da Lei n. 8.617/93, “A plataforma continental do
Brasil compreende o leito e o subsolo das áreas submari-
• Uso especial: é todo aquele que, por um título individual,
nas que se estendem além do seu mar territorial, em toda
a Administração atribui a determinada pessoa para fruir
a extensão do prolongamento natural de seu território ter-
de um bem público com exclusividade, mas em condições
restre, até o bordo exterior da margem continental, ou até
convencionadas.
uma distância de duzentas milhas marítimas das linhas de
c°틢㏱龜 Autorização de uso: é um ato administrativo base, a partir das quais se mede a largura do mar territorial,
precaríssimo, através do qual, por um período extrema- nos casos em que o bordo exterior da margem continental
mente curto, se transfere o uso de bens públicos para não atinja essa distância”.
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• Terras ocupadas pelos índios: são as áreas necessárias à • Pertencem aos Estados as áreas, nas ilhas oceânicas e cos-
sobrevivência dessas populações, que as habitam. Perten- teiras, que estiverem no seu domínio, excluídas aquelas sob

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cem à União e são inalienáveis, indisponíveis e demarcadas domínio da União, dos Municípios ou terceiros, e também
administrativamente. Ainda lhes é assegurado o instituto as �luviais e lacustres não pertencentes à União.
do usufruto exclusivo.
Bens da União (art. 20 da Constituição Federal)
• Terrenos de marinha: pertencem à União, e buscam asse-
Segundo o art. 20 da Constituição Federal, são os seguin-
gurar a defesa nacional; em alguns casos pode ser admitida
tes os bens da União: Mar territorial: é a faixa de 12 milhas con-
a incidência de leis municipais quando localizados na área
tadas do litoral onde o Estado exerce poderes de soberania
urbana ou urbanizável. De acordo com o art. 13 do Código
(inc. VI); Zona contígua: é a faixa entre 12 e 24 milhas onde o
de Águas (Dec. 24. 643/34), são terrenos banhados pelas
Estado exerce fiscalização; Zona exclusiva: é a faixa de 200 mi-
águas do mar ou dos rios navegáveis. Vão até 33 metros
lhas onde o Estado exerce direito exclusivo de exploração dos
para a parte da terra, contados desde o ponto a que chega a
recursos naturais; Plataforma continental: é o prolongamento
preamar média.
natural das terras continentais por debaixo da água; Riquezas
• Ilhas: de acordo com o art. 20, IV, da CF, pertencem à União do subsolo: compõem o patrimônio da União (incs. IX e X); Ter-
as ilhas �luviais e lacustres nas zonas limítrofes com outros ras ocupadas pelos indios (inc. XI; o art. 231, § 2o, permite o
países, bem como as ilhas oceânicas e as costeiras que não direito de usufruto exclusivo).
estiverem no domínio dos Estados (art. 26, II).
Bens do patrimônio nacional (art. 225, §4o, Constituição
Federal):

Floresta Serra do Zona Mata


Amazônica Mar Costeira Atlântica

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/Referências BIBLIOGRÁFICAS
LENZA, Pedro [et al.].OAB Esquematizado: primeira fase. 3.ed. São Paulo: Saraiva Educação,
2018. (coleção Esquematizado ®). Vol. único.
GASPARINI, Diógenes. Direito Administrativo. 17 ed. São Paulo: Saraiva, 2012.
MEIRELLES, Hely Lopes. Direito Administrativo brasileiro. São Paulo: Malheiros, 2016.

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