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AO JUÍZO DA VARA DO TRABALHO DE ________

________ , ________ , ________ , inscrito no CPF


sob nº ________ , ________ , residente e domiciliado
na ________ , ________ , ________ , na Cidade de
________ , ________ , ________ , vem à presença de
Vossa Excelência, por meio do seu Advogado, infra
assinado, ajuizar

RECLAMAÇÃO TRABALHISTA
C/C PEDIDO LIMINAR

em face de ________ , pessoa jurídica de direito privado,


inscrita no CNPJ sob nº ________ , ________ , com
sede em ________ , ________ , ________ ,
________ , ________ , e;

________ , pessoa jurídica de direito privado, inscrita no


CNPJ sob nº ________ , ________ , com sede na
________ , ________ , ________ , ________ ,
________ , pelos motivos e fatos que passa a expor.

SÍNTESE DA RELAÇÃO DE TRABALHO

Trata-se de contrato de trabalho para o cargo de ________ , com


a função de ________ pelo período de ________ horas diárias, das
________ horas às ________ com ________ de intervalo.

A remuneração contratada para ________ horas semanais foi de


________ .

Ocorre que ________ motivo pelo qual vem em busca da tutela


jurisdicional pela presente Reclamação Trabalhista.

DA JUSTIÇA GRATUITA

A Reforma Trabalhista, ao alterar o Art. 790 da CLT, trouxe


expressamente o cabimento do benefício à gratuidade de justiça ao dispor:

Art. 790 (...) § 4º O benefício da justiça gratuita será


concedido à parte que comprovar insuficiência de
recursos para o pagamento das custas do
processo. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)

Assim, considerando que a renda do Reclamante gira em torno de


________ , tem-se por insuficiente para cumprir todas suas obrigações
alimentares e para a subsistência de sua família.

No presente caso, mesmo que o Reclamante perceba renda


superior a 40% do limite máximo dos benefícios da Previdência, insta consignar
que todo seu rendimento é comprometido comas despesas de sua família,
conforme demonstra abaixo:

 ________ - R$ ________ ;

 ________ - R$ ________ ;

 ________ - R$ ________ ...

Ou seja, apesar da renda, todo valor auferido mensalmente esta


comprometido, inviabilizando suprir a custas processuais, devendo ser
concedida a Gratuidade de Justiça, conforme precedentes sobre o tema:

BENEFÍCIO DA JUSTIÇA GRATUITA. A interpretação


que faço do disposto no art. 790, §§ 3º e 4º da CLT, com
redação dada pela Lei 13.467 de 2017, permite concluir
que, ainda que o reclamante perceba mais que 40%
do limite máximo dos benefícios da Previdência
Social, a apresentação de declaração de
impossibilidade em arcar com despesas
processuais sem prejuízo dos meios necessários à
própria subsistência é suficiente para o
deferimento do benefício da gratuidade da justiça,
especialmente quando inexiste prova em sentido
contrário. (...) (TRT-4 - RO: 00207899020155040023,
Data de Julgamento: 18/04/2018, 5ª Turma)

Trata-se da necessária observância a princípios constitucionais


indisponíveis preconizados no artigo 5º inc. XXXV da Constituição Federal, pelo
qual assegura a todos o direito de acesso a justiça em defesa de seus direitos,
independente do pagamento de taxas, por ausente prova em contrário do direito
ao benefício.

Trata-se de conduta perfeitamente tipificada pelo Código de


Processo Civil de 2015, que previu expressamente:

Art. 99. [...]

§ 2º - O juiz somente poderá indeferir o pedido se


houver nos autos elementos que evidenciem a
falta dos pressupostos legais para a concessão de
gratuidade, devendo, antes de indeferir o pedido,
determinar à parte a comprovação do
preenchimento dos referidos pressupostos.

§ 3º - Presume-se verdadeira a alegação de


insuficiência deduzida exclusivamente por pessoa
natural.

Para tanto, junta em anexo declaração de hipossuficiência que


possui presunção de veracidade, conforme expressa redação da súmula 463 do
TST:

Súmula nº 463 do TST

ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA GRATUITA.


COMPROVAÇÃO - Res. 219/2017, DEJT divulgado em
28, 29 e 30.06.2017 - republicada - DEJT divulgado em 12,
13 e 14.07.2017

I - A partir de 26.06.2017, para a concessão da assistência


judiciária gratuita à pessoa natural, basta a declaração de
hipossuficiência econômica firmada pela parte ou por seu
advogado, desde que munido de procuração com poderes
específicos para esse fim (art. 105 do CPC de 2015);

Assim, tal declaração só pode ser desconsiderada em face de


elementos comprobatórios suficientes em contrário, conforme lecionam grandes
doutrinadores sobre o tema:

"1. Requisitos da Gratuidade da Justiça. Não é


necessário que a parte seja pobre ou necessitada
para que possa beneficiar-se da gratuidade da
justiça. Basta que não tenha recursos suficientes para
pagar as custas, as despesas e os honorários do processo.
Mesmo que a pessoa tenha patrimônio suficiente, se estes
bens não têm liquidez para adimplir com essas despesas,
há direito à gratuidade." (MARINONI, Luiz Guilherme.
ARENHART, Sérgio Cruz. MITIDIERO, Daniel. Novo
Código de Processo Civil comentado. 3ª ed. Revista dos
Tribunais, 2017. Vers. ebook. Art. 98)

Nesse sentido é a jurisprudência sobre o tema:

JUSTIÇA GRATUITA CONCEDIDA AO AUTOR. Sendo a


ação ajuizada após a entrada em vigor da Lei nº 13105/15
(Novo CPC), nos termos da Lei nº. 1.060/50, a simples
declaração lavrada pelo reclamante gera a
presunção de que é pobre na forma da lei, apenas
podendo ser elidida por prova em contrário.
Apresentando o autor declaração de pobreza autônoma,
sem qualquer impugnação quanto à sua forma ou
conteúdo, resta mantida a concessão do benefício da
justiça gratuita. Recurso a que se nega provimento.
(Processo: RO - 0001367-63.2016.5.06.0145, Redator:
Paulo Alcantara, Data de julgamento: 21/01/2019,Segunda
Turma, Data da assinatura: 22/01/2019)

EMENTA BENEFÍCIO DA JUSTIÇA GRATUITA.


PRESUNÇÃO DE VERACIDADE DA DECLARAÇÃO DE
INSUFICIÊNCIA ECONÔMICA. É presumivelmente
verdadeira a declaração de insuficiência
econômica formulada pelo trabalhador, sendo
devida a concessão do benefício da gratuidade de
justiça, salvo na hipótese em que demonstrada a
falsidade do seu teor. Aplicação do art. 99, § 3º, do
CPC/2015. (TRT4, RO 0020099-75.2016.5.04.0201,
Relator(a): Tânia Regina Silva Reckziegel, 2ª Turma,
Publicado em: 16/03/2018)

AGRAVO INSTRUMENTO. RECURSO ORDINÁRIO.


GRATUIDADE JUSTIÇA. HIPOSSUFICIÊNCIA
ECONÔMICA. MERA DECLARAÇÃO. Para o
deferimento do benefício da justiça gratuita exige-
se tão somente a declaração da parte quanto à sua
hipossuficiência. Agravo Instrumento interposto
pela reclamante conhecido e provido. (TRT-1,
00000082120175010521, Relator Desembargador/Juiz do
Trabalho: Marcia Leite Nery, Quinta Turma, Publicação:
DOERJ 19-04-2018)

Por tais razões, com fulcro no artigo 5º, LXXV da Constituição


Federal, pelo artigo 98 do CPC e 790 §4º da CLT requer seja deferida a AJG ao
requerente.

DA COMPETÊNCIA DO DOMICÍLIO DO RECLAMANTE

O Art. 651 da CLT tem como finalidade única viabilizar o Acesso à


Justiça ao empregado, presumindo-se a sua hipossuficiência econômica. Dessa
forma, quando a previsão legal vier em contramão deste princípio, deve ser
flexibilizado, conforme destaca a doutrina:

"De outro modo, a regra do art. 651 da CLT, como já


mencionado, consagra característica protetiva do
processo trabalhista ao trabalhador e não ao
empregador ou ao tomador de serviços. Desse modo,
havendo dúvida na interpretação, deve-se
prestigiar a interpretação que favoreça o acesso
à justiça do trabalhador." (SCHIAVI, Mauro. Manual
de Direito Processual do Trabalho. 13ª ed. Ed. LTR, 2018.
p.321)

"O apego arraigado ao art. 651, da CLT, pode, em alguns


casos, conduzir à denegação da Justiça, mediante o
negatório do acesso ao Judiciário, princípio este
insculpido no art. 5º, XXXV, CF. Desta sorte, a
interpretação da norma processual há de se
pautar no asseguramento real e efetivo do acesso
à Justiça. Esta ilação, pondere-se, en passant,
robustece-se ao lume do Direito Obreiro, onde se prima
pela proteção do hipossuficienrte (na expressa de
Cesarino Jr.)" (MARQUES, Gérson. Processo do trabalho
anotado. São Paulo: RT, 2001. p. 47)

No presente caso, tanto o local de prestação dos serviços quanto o


local da assinatura do contrato revelam-se prejudiciais ao amplo acesso à
justiça, pois distantes e inacessíveis ao trabalhador.

Afinal, ________ .
Negar a flexibilização da lei é impedir que empregado possa buscar
seus direitos pela via possível, que nesse caso revela-se no local do seu
domicílio.

O TST ao analisar casos semelhantes firmou respeitável


entendimento:

"O direito fundamental de acesso à Justiça das


partes trabalhistas deve preponderar sobre a
interpretação meramente literal do artigo 651,§
3º, da CLT, apontado como violado pela ora agravante.
Tem-se que exigir da parte que se desloque para
outra localidade para postular direitos relativos
ao seu contrato de trabalho comprometeria o seu
amplo acesso à Justiça, visto que lhe acarretaria
dificuldades e prejuízos econômicos. Além disso, é
possível aplicar à hipótese, por analogia, a exceção
prevista no § 1º do artigo 651 da CLT, que atribui
competência à Vara do Trabalho do domicílio do
reclamante, quando inviabilizado o ajuizamento
da reclamação trabalhista no foro da celebração
do contrato ou da prestação dos serviços. Essa
interpretação, além de melhor corresponder à letra e ao
espírito do artigo 651, capute §§, da CLT, mostra-se mais
consentânea com princípio constitucional de acesso à
Justiça, previsto no artigo 5º, incisoXXXV, da
Constituição Federal, e com a constatação prática de que,
em muitos casos, a exigência legal de que o trabalhador
ajuizasse a sua reclamação no lugar em que prestou
serviços, mesmo quando voltou a residir no lugar de seu
domicílio, acabaria por onerar excessivamente o
exercício do direito de ação pela parte hipossuficiente."
(TST - RR: 9195720165220109, Relator: José Roberto
Freire Pimenta, Data de Julgamento: 15/08/2018, 2ª
Turma, Data de Publicação: DEJT 17/08/2018)
Nesse sentido é o entendimento pacificado pela jurisprudência:

RECURSO REGIDO PELO CPC/2015 E PELA


INSTRUÇÃO NORMATIVA Nº 40/2016 DO TST .
COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA DO TRABALHO EM
RAZÃO DO LUGAR. AJUIZAMENTO DA AÇÃO NO
DOMICÍLIO DO RECLAMANTE. PREVALÊNCIA DO
DIREITO FUNDAMENTAL DE ACESSO À JUSTIÇA
SOBRE A INTERPRETAÇÃO MERAMENTE LITERAL DO
ARTIGO 651, § 3º, DA CLT. No caso, ficou incontroverso
que o reclamante, residente e domiciliado em Santo
Amaro das Brotas - SE, foi contratado e prestou serviços
na cidade de Ipojuca - PE. O trabalhador ajuizou esta
reclamação trabalhista na Vara do Trabalho de Maruim -
SE, que possui jurisdição no local de domicílio e residência
do autor. A oferta de emprego é escassa e o desemprego é
realidade social neste país, o que obriga vários
trabalhadores a se mudarem para regiões diversas, ainda
que provisoriamente, deixando para trás seus familiares,
em condições precárias, com o intuito de procurar
trabalho para suprir necessidades vitais de subsistência,
própria e de sua família. É realidade, ainda, que esses
trabalhadores se submetem a condições de emprego
precárias e a empregos informais. O direito
fundamental de acesso à Justiça deve
preponderar sobre a interpretação meramente
literal do artigo 651, § 3º, da CLT. Tem-se que exigir
da parte que se desloque para outra localidade para
postular direitos relativos ao seu contrato de trabalho
comprometeria o seu amplo acesso à Justiça, visto que lhe
acarretaria dificuldades e prejuízos econômicos. Além
disso, é possível aplicar à hipótese, por analogia, a exceção
prevista no § 1º do artigo 651 da CLT, que atribui
competência à Vara do Trabalho do domicílio do
reclamante, quando inviabilizado o ajuizamento da
reclamação trabalhista no foro da celebração do contrato
ou da prestação dos serviços. Essa interpretação, além de
ser a que melhor corresponde à letra e ao espírito do artigo
651, caput e §§, da CLT, mostra-se mais consentânea com
princípio constitucional de acesso à Justiça, previsto no
artigo 5º, inciso XXXV, da Constituição Federal, e com a
constatação prática de que, em muitos casos, a exigência
legal de que o trabalhador ajuizasse a sua reclamação no
lugar em que prestou serviços, mesmo quando voltou a
residir no lugar de seu domicílio, repita-se, acabaria por
onerar excessivamente o exercício do direito de ação pela
parte hipossuficiente. Recurso de revista conhecido e
provido. (TST - RR: 46520165200011, Relator: José
Roberto Freire Pimenta, Data de Julgamento: 15/08/2018,
2ª Turma, Data de Publicação: DEJT 17/08/2018)

RECURSO ORDINÁRIO OBREIRO. TRABALHADOR


ALAGOANO. CONTRATAÇÃO NO ESTADO DO PARANÁ.
EXCEÇÃO DE INCOMPETÊNCIA EM RAZÃO DO
LUGAR. AINDA QUE O RECLAMANTE TENHA SIDO
CONTRATADO E TRABALHADO EM OUTRO ESTADO
DA FEDERAÇÃO, NÃO HÁ COMO ACOLHER, EM
QUALQUER CASO, A EXCEÇÃO DE INCOMPETÊNCIA
EM RAZÃO DO LUGAR SUSCITADA NA PEÇA
DEFENSIVA. FAZER ISSO SERIA IMPEDIR O
ACESSO DO HUMILDE TRABALHADOR À
JUSTIÇA, EM FLAGRANTE VIOLAÇÃO AO ART.
5º , XXXV , DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE
1988. RECURSO PROVIDO PARA RECONHECER A
COMPETÊNCIA DA VARA DO TRABALHO DE PORTO
CALVO PARA APRECIAR E JULGAR A LIDE. II. (TRT-19
- RO: 00014139120185190057 0001413-
91.2018.5.19.0057, Relator: João Leite, Data de
Publicação: 06/11/2018)

Motivos pelos quais, deve ser mantida a competência territorial em


função do domicílio do reclamante.

DA IRRETROATIVIDADE DA REFORMA TRABALHISTA NOS CASOS


PREJUDICIAIS AO TRABALHADOR

Não obstante a vigência e aplicação imediata da Lei 13.467/17 que


instituiu a Reforma Trabalhista, necessário dispor sobre a irretroatividade da
lei, quando em prejuízo do ato jurídico perfeito das relações jurídicas anteriores
à reforma.

Trata-se da observância pura à SEGURANÇA JURÍDICA


inerente ao Estado Democrático de Direito, e de preservar o DIREITO
ADQUIRIDO, nos termos de clara redação constitucional em seu Art. 5º:

XXXVI - a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato


jurídico perfeito e a coisa julgada;

Trata-se de aplicação inequívoca do PRINCÍPIO DA


IRRETROATIVIDADE DE NORMA NOVA, especialmente quando trazem
normas prejudiciais ao trabalhador, conforme disposto no DECRETO-LEI Nº
4.657/42 (LIDB):

Art. 6º. A lei em vigor terá efeito imediato e geral,


respeitados o ato jurídico perfeito, o direito adquirido e a
coisa julgada.

A doutrina ao corroborar este entendimento destaca sobre a não


aplicabilidade de normas novas concernentes à situações constituídas antes de
sua entrada em vigor:

"Como se vê, a lei tem efeito imediato, mas não pode


retroagir para prejudicar o ato jurídico perfeito,
assim entendido como aquele já consumado segundo a lei
vigente ao tempo que se efetuou (Ar. 6º, §2º, da LINDB).
(...)
Admitir o efeito imediato aos contrato de prestação
continuada em curso é autorizar indevidamente a
retroatividade da lei no tempo, ferindo o direito
adquirido e o ato jurídico perfeito." (MIZIARA,
Raphael. Eficácia da lei 13.467/2017 no tempo: critérios
hermenêuticos que governam a relação entre leis
materiais trabalhistas sucessivas no tempo. In Desafios
da Reforma Trabalhista. Revista dos Tribunais, 2017. p.22-
23)

Sobre o tema, a jurisprudência já consolida o presente


entendimento:

REFORMA TRABALHISTA. LEI 13.467/17.


INTERTEMPORALIDADE PROCESSUAL. As teorias
clássicas da intertemporalidade processual podem ser
resumidas em 3 vertentes: (i) Teoria da Unidade do
Processo; (ii) Teoria da Autonomia das Fases
(postulatória, instrutória, decisória, recursal e executória)
e (iii) Teoria dos Atos Isolados. O CPC de 2015 parece
indicar a adoção, em seu art. 14, de uma forma geral, da
teoria dos atos isolados, de aplicação imediata aos
processos em curso, sem retroação, preservando a lei da
data da prática dos atos. Todavia, o próprio CPC já mitiga
tal teoria, ao distinguir entre 'atos praticados' e 'situações
jurídicas consolidadas',que é uma clara indicação de que a
teoria dos atos isolados pode e deve ser combinada com a
teoria da autonomia das fases processuais. Há outros
exemplos de mitigação da teoria dos atos isolados, como o
art. 1047 do CPC, que opta pela lei vigente à época em que
a prova foi requerida ou determinada ex officio pelo juiz,
não pela data da produção da respectiva prova. Por outro
lado, o TST já acenou até mesmo com a adoção de uma
teoria mais radical, a da unidade do processo, por ocasião
da promulgação da Lei 9957/2000, ocasião em que se
alterou a parte processual da CLT, oportunidade em que
tal teoria foi adotada pela jurisprudência da mais Alta
Corte Trabalhista, vazada na OJ 260 da SDBI-1, que
somente admitiu a aplicação do rito sumaríssimo aos
processos iniciados após a vigência da nova lei. Dessa
forma, toda a discussão entre as partes é anterior
à vigência da Lei nº 13.467/17, não devendo ser
aplicada ao caso em exame. (...) Não se imprime
eficácia retroativa a situação processual postulatória já
consolidada, por expressa vedação pelo art. 14 do CPC de
2015. (TRT-3 - RO: 00117317820155030027 0011731-
78.2015.5.03.0027, Relator: Jose Eduardo Resende
Chaves Jr., Primeira Turma - 09/05/18)

DIREITO INTERTEMPORAL INAPLICABILIDADE


DAS REGRAS CONSTANTES DA LEI 13.467/2017
ÀS AÇÕES AJUIZADAS ATÉ 10.11.2017. A Lei nº
13.647/2017 não trouxe regramento expresso quanto à
aplicação da lei no tempo e a MP 808, de 14 de novembro
de 2017, além de ser flagrantemente inconstitucional por
não preencher os requisitos de relevância e urgência
preconizados no artigo 62, da Constituição Federal,
(...)Nesse sentido foi que, por ocasião da promulgação da
Lei 9957/2000, que instituiu o rito sumaríssimo no
processo do trabalho, o TST adotou o entendimento de que
a lei só seria aplicável aos processos iniciados após a
vigência da nova lei, conforme dicção da OJ nº 260, da
SDI1.Portanto, tendo em vista a necessidade de conferir
segurança jurídica às partes (art. 5º, XXXVI, da
Constituição Federal), afastando-se o elemento
surpresa (art. 10, do CPC) e em homenagem ao princípio
da colaboração (art. 5º, do CPC), decido, por analogia
com o disposto nos arts. 192, da Lei 11.101/2005, e
1046, § 1º, do CPC, considerar inaplicáveis, às
ações ajuizadas até 10.11.2017, as regras
processuais constantes da Lei nº 13.467/2017, com
exceção da nova disciplina referente à contagem dos
prazos processuais (contados em dias úteis), por
considerar que tal medida não resulta prejuízos
processuais para quaisquer das partes. Quanto ao Direito
Material do Trabalho, não se pode dar efeito retroativo à
lei no tempo, com adoção de efeito imediato aos contratos
de trabalho extintos antes da sua vigência, sob pena de
ferimento ao direito adquirido e ao ato jurídico perfeito,
em confronto com o arts. 5º, inciso XXXVI, da
Constituição Federal e art. 6º, caput, da LINDB. Assim,
uma vez que, no presente caso, a lide versa sobre contrato
de trabalho já encerrado no momento da entrada em vigor
da Lei 13.467/2017, as disposições constantes do referido
diploma legal não terão incidência. (TRT-21 - RTOrd:
00009353120175210003, Data de Julgamento:
19/01/2018, Data de Publicação: 19/01/2018)

Este entendimento já foi concretizado pela Súmula 191 do TST que


entendeu em caso análogo a não aplicação de lei norma por ser prejudicial ao
empregado:

Súmula nº 191 ADICIONAL DE PERICULOSIDADE.


INCIDÊNCIA. BASE DE CÁLCULO (cancelada a parte
final da antiga redação e inseridos os itens II e III)
(...)
III - A alteração da base de cálculo do adicional de
periculosidade do eletricitário promovida pela Lei nº
12.740/2012 atinge somente contrato de trabalho
firmado a partir de sua vigência, de modo que, nesse
caso, o cálculo será realizado exclusivamente sobre o
salário básico, conforme determina o § 1º do art. 193 da
CLT.

Assim, mesmo que em vigor, a nova lei só pode produzir efeitos


para a relação existente a partir 11/11/2017, em respeito à cláusula pétrea de
proteção ao direito adquirido.
DO NÃO PAGAMENTO DAS VERBAS RESCISÓRIAS

Conforme narrado, o Reclamante prestou serviços para a


Reclamada entre ________ a ________ , data em que foi despedido sem
justa causa, e, sem receber nenhuma verba rescisória.

Ocorre que, por tratar-se de contrato por prazo indeterminado,


além dos pagamentos proporcionais de salário, férias e 13º devidos, o Autor
ainda faz jus:

a) Ao aviso prévio, nos termos do Art. 487 da CLT;

b) FGTS sobre verbas rescisórias e Multa de 40% sobre


saldo do FGTS;

c) Liberação das guias do seguro desemprego, sob pena de


incidência da indenização substitutiva prevista na Súmula
389 do TST;

d) Multa do Art. 477, § 8º, da CLT.

Diante de todo o exposto, o Reclamante requer a procedência dos


pedidos veiculados na presente reclamação trabalhista, com a condenação da
Reclamada no pagamento das verbas rescisórias, conforme valores indicados
nos pedidos.

DO RECONHECIMENTO DO VÍNCULO EMPREGATÍCIO

Trata-se de vínculo empregatício que merece ser reconhecido, pois


a atividade desempenhada pela Reclamante preenchem exatamente os
requisitos previstos no art. 3º da CLT:

"Art. 3º - Considera-se empregado toda pessoa física que


prestar serviços de natureza não eventual a empregador,
sob a dependência deste e mediante salário".
Afinal, o Reclamante, sempre cumpriu determinações da
reclamada mediante remuneração pactuada, preenchendo todos os requisitos
do referido artigo, a saber:

 Pessoa Jurídica - Diferentemente do que


permitiu a Reforma Trabalhista, o Reclamante não
foi contratado como autônomo, uma vez que o
vínculo foi simplesmente mascarado pela Pessoa
Jurídica, uma vez que o Reclamante exercia suas
atividades com total subordinação, exclusividade e
pessoalidade diretamente ao reclamado.

 Subordinação - O Reclamante era diretamente


subordinado à Reclamada, a qual dava todas as
diretrizes necessárias à execução da prestação do
serviço, mediante ordens e determinações de
________ , não tendo o reclamante qualquer
autonomia na execução das atividades do
reclamante.

 Pessoalidade - As atividades e encargos diários


eram executados exclusivamente pelo Reclamante,
o qual recebeu treinamento específico no início da
relação de emprego, e recebia atribuições
individualmente para o exercício das atividades que
lhe eram delegadas, prestando os serviços com
nítida pessoalidade. Como prova do alegado, junta
________ ;

 Habitualidade - Todas as atividades eram


executadas pelo reclamante nos mesmos horários
com habitualidade, sempre dentro das
determinações impostas pela reclamada, conforme
________ que junta em anexo.
 Onerosidade - O reclamante percebia
habitualmente a remuneração de R$ ________
por mês, conforme extrato de sua conta que junta
em anexo, caracterizando a onerosidade das tarefas
realizadas;

Diante de tais elementos, deve ser reconhecido o vínculo,


conforme precedentes sobre o tema:

RECURSO ORDINÁRIO - VÍNCULO EMPREGATÍCIO -


REFORMA DA SENTENÇA. Comprovada a existência dos
elementos caracterizadores da relação empregatícia, quais
sejam prestação de serviço de forma onerosa, não eventual
e com subordinação, reforma-se a sentença para
reconhecer o vínculo empregatício alegado. (TRT-20
00023373820175200016, Relator: JORGE ANTONIO
ANDRADE CARDOSO, Data de Publicação: 06/09/2018)

VÍNCULO EMPREGATÍCIO. ÔNUS DA PROVA. É da


empresa, que alega em sua defesa relação outra que não a
de emprego, o ônus de provar a não ocorrência das
características do vínculo empregatício, uma vez que
arguiu fato impeditivo do direito do autor. Todavia, no
presente caso, desse ônus não se desincumbiu,
satisfatoriamente, devendo ser mantida a sentença que
reconheceu o vínculo empregatício entre as partes, nos
termos do art. 3º da CLT. Recurso conhecido e não
provido. (TRT-11 00015967520165110018, Relator:
MARIA DE FATIMA NEVES LOPES, Gabinete da
Desembargadora Maria de Fátima Neves Lopes)

Afinal, tem-se como princípio fundamental a responsabilização


daquele que se beneficia do trabalho que foi explorado, conforme destaca a
doutrina especializada:

"O que precisa ficar bem claro é que no campo do


direito do trabalho jamais o beneficiário da
atividade laboral pode ficar de fora da
responsabilidade. Ao contrário de outros segmentos
jurídicos, em que cláusulas contratuais de desoneração
de responsabilidade podem ser livremente pactuadas, no
direito do trabalho o objeto primordial é a energia
humana, a qual, uma vez empreendida, é irrecuperável e
irretornável, sendo considerado imoral, além de
ilegal, que o beneficiário dessa força de trabalho
simplesmente sonegue a contraprestação e se
considere irresponsável pelas reparações
cabíveis." (SILVA, Homero Batista Mateus da. Curso de
Direito do Trabalho Aplicado. Vol 1. Editora RT, 2017.
versão ebook, Cap. 12)

Resta claro, portanto, a presença de todos os requisitos necessários


para o reconhecimento do vínculo empregatício.

DA LICENÇA PATERNIDADE

Como referido, o Reclamante teve o pedido de gozo da licença


paternidade negado pelo empregador, direito previsto expressamente no art. 10
da ADCT:

§ 1º Até que a lei venha a disciplinar o disposto no art. 7º,


XIX, da Constituição, o prazo da licença-paternidade a que
se refere o inciso é de cinco dias.

A licença paternidade é um direito constitucional voltado ao


desenvolvimento da criança e manutenção familiar. Trata-se de período
necessário de suporte físico e emocional à mãe e às crianças nos primeiros dias
de vida.

No caso de gestação de múltiplos, importante considerar os riscos


e trabalho redobrado envolvidos, porquanto trata-se de mais de um bebê,
exigindo necessariamente monitoramento extra como medida de precaução.
É evidente, portanto, que o nascimento de gêmeos requer,
não apenas cuidados básicos redobrados, mas igualmente a
presença de mais de uma pessoa nos primeiros meses de vida das
crianças, sendo evidentemente impossível e insuficiente os cuidados
oferecidos apenas pela mãe.

Além da necessidade fisiológica, não se pode desconsiderar as as


necessidades psico-emocionais do recém-nascido e da própria mãe
sobrecarregada nesta fase e nos primeiros anos de vida das crianças.

Assim, a simples lacuna legislativa ao caso de nascimento de


gêmeos não pode impedir o pleno exercício dos deveres e direitos paternos
nesta fase tão delicada, sendo devido, por analogia, aplicar ao pai o prazo
conforme disposto para a licença maternidade, conforme precedentes
sobre o tema:

AGRAVO DE INSTRUMENTO. SERVIDOR PÚBLICO.


NASCIMENTO DE GÊMEOS. LICENÇA-PATERNIDADE.
180 DIAS. IDÊNTICO À LICENÇA-MATERNIDADE.
TUTELA DE URGÊNCIA. CONCESSÃO. A inexistência de
disposição legal expressa a respeito da licença-paternidade
em maior número de dias, em caso de filhos gêmeos, não
deve impedir o cumprimento do comando constitucional
acerca da absoluta prioridade assegurada à criança,
principalmente quando patente a necessidade de
acompanhamento de mais de uma pessoa para o
atendimento adequado das necessidades básicas de recém-
nascidos gêmeos. Preponderância dos princípios da
dignidade humana e da proteção à infância sobre o
princípio da legalidade estrita.Tutela de urgência deferida
para conceder licença-paternidade ao agravante no mesmo
prazo de duração da licença-maternidade. (TRF4, AG
5011555-47.2018.4.04.0000, Relator(a): , TERCEIRA
TURMA, Julgado em: 17/07/2018, Publicado em:
18/07/2018)
Por meio da Lei 11.770 de 2008, foi instituído o direito do
Trabalhador na prorrogação do referido período por 15 (quinze) dias.

Assim, considerando:

 O requerimento formalmente realizado pelo


trabalhador em data do requerimento;

 A negativa da empresa na concessão da Licença


Paternidade;

 A participação da empresa no Programa Empresa


Cidadã;

Bem como, considerando a natureza e a finalidade da licença


paternidade, a sua supressão ou a redução gera o dever de indenizar.

Nesse sentido, a negação da licença gera para o trabalhador não


somente o direito ao pagamento pelos dias suprimidos, mas também dá
fundamento a dano moral, diante da violação ao direito imaterial do
trabalhador, pai, que fora ceifado dos primeiros dias de convivência com o filho.

Requere desta forma a concessão imediata do prazo de licença


paternidade, sendo condenado o reclamado à indenização pelos dias cerceados.

DOS DANOS MORAIS

Conforme relatado, trata-se de inequívoco abalo à dignidade do


trabalhador. A conduta da reclamada por arbitrária, abusiva e inconveniente
submetia o Reclamante a situações insustentáveis, gerando o dever de
indenizar.

A redação dada pela reforma Trabalhista é de perfeita aplicação:

Art. 223-B. Causa dano de natureza extrapatrimonial a


ação ou omissão que ofenda a esfera moral ou
existencial da pessoa física ou jurídica, as quais são as
titulares exclusivas do direito à reparação.

Art. 223-C. A honra, a imagem, a intimidade, a liberdade


de ação, a autoestima, a sexualidade, a saúde, o lazer e a
integridade física são os bens juridicamente tutelados
inerentes à pessoa física.

Afinal, diante de conduta lesiva à honra objetiva do Reclamante,


perfeitamente caracterizado o dano extrapatrimonial indenizável.

Não há de se falar, portanto, em obrigação da parte autora de


comprovar o efetivo dano moral que se lhe causou, tratar-se-ia de tarefa
inalcançável a necessidade de demonstração de existência de um dano psíquico.

A exposição do empregado a situações constrangedoras por parte


do reclamado, que extrapolou no exercício do poder diretivo caracteriza abuso
de direito do qual resulta em dano à honra e à integridade psíquica do autor,
com violação aos direitos básicos da personalidade tutelados pela lei.

Em julgamento sobre o tema, tem-se importante disciplina:

"São invioláveis a honra, a dignidade e a integridade


física e psíquica da pessoa, por força de expressa
disposição de lei, garantias que têm destacada
importância também no contexto do pacto laboral, fonte
de dignidade do trabalhador. Daí porque a violação a
qualquer desses bens jurídicos, no âmbito do contrato de
trabalho, importará a indenização pelos danos dela
decorrentes, tendo em conta que a igualdade preconizada
no artigo 5º da Magna Carta deve ser considerada
também na relação de respeito que deve nortear o
contrato de trabalho.

A indenização por dano moral sofrido pelo empregado,


no âmbito do contrato de trabalho, pressupõe, portanto,
um ato ilícito, consubstanciado em erro de conduta ou
abuso de direito, praticado pelo empregador ou por
preposto seu, um prejuízo suportado pelo ofendido, com a
subversão dos seus valores subjetivos da honra,
dignidade, intimidade ou imagem, um nexo de
causalidade entre a conduta injurídica do primeiro e o
dano experimentado pelo último.

(...)

O exercício abusivo do direito e o conseqüente ato ilícito


em questão caracterizam o assédio contra a dignidade ou
integridade psíquica ou física do trabalhador,
objetivando a sua exposição a situações incômodas e
humilhantes caracterizadas pela repetição de um
comportamento hostil de um superior hierárquico ou
colega, ameaçando o emprego da vítima ou degradando
o seu ambiente de trabalho moral, também
denominadomobbing ou bullying, tema que já vem
merecendo destacada importância na sociologia e
medicina do trabalho, assim como no meio jurídico. Essa
conduta injurídica vem sendo conceituada, no âmbito do
contrato de trabalho, como a manipulação perversa e
insidiosa que atenta sistematicamente". (Relator o Dr.
Emerson José Alves Lage.01245-2005-012-03-00-0-RO
TRT3)

Qualquer tratamento discriminatório deve ser indenizado e


punido, para fins de que não se perpetue no ambiente de trabalho.

No presente caso, "são responsáveis pelo dano


extrapatrimonial todos os que tenham colaborado para a ofensa ao
bem jurídico tutelado, na proporção da ação ou da omissão", nos
termos do Art. 223-E da CLT.

Assim, nos termos do Art. 223-G da CLT, devem ser considerados


no presente caso:

I - a natureza do bem jurídico tutelado: Trata-se de


ato que violou a dignidade do trabalhador, uma vez que o
expôs ________ ;

II - a intensidade do sofrimento ou da
humilhação: Evidente o sofrimento íntimo quando os
atos impugnados afetaram ________ ;

III - a possibilidade de superação física ou


psicológica: Trata-se de ato que afetou diretamente o
físico e psicológico do trabalhador pois ________ ;

IV - os reflexos pessoais e sociais da ação ou da


omissão: No presente caso importante considerar a
exposição do trabalhador perante seus colegas e
familiares, uma vez que ________ ;

V - a extensão e a duração dos efeitos da ofensa:


Tratam-se de atos que perduraram mais de ________ ,
não podendo ser desconsiderado;

VI - as condições em que ocorreu a ofensa ou o


prejuízo moral: O trabalhador é pessoa humilde e sem
qualificação, sendo obrigado a seguir suportando tais
abusos pela necessidade do emprego, evidenciando a
desigualdade entre as partes, sendo evidente o abuso
cometido pelo reclamado;

VII - o grau de dolo ou culpa: Ao ter plena ciência dos


danos que vinha causando ao trabalhador e deixando de
tomar qualquer atitude, o reclamado comete falta
gravíssima em detrimento à boa fé na relação de emprego;

VIII - a ausência de retratação espontânea:


Conforme ________ o empregador foi alertado das
ofensas sem que tomasse qualquer atitude ou qualquer
retratação;

IX - ausência de esforço efetivo para minimizar a


ofensa: Mesmo alertado, o reclamado não efetivou
qualquer esforço para minimizar os danos causados ao
trabalhador;

X - ausência de perdão, tácito ou expresso: Não há


que se falar em perdão tácito quando o empregado
dependia diretamente do vínculo de emprego para manter
sua família, deixando, portanto, de buscar o auxílio
judicial previamente por medo de ficar sem emprego;

XI - a situação social e econômica das partes


envolvidas: Evidentemente que a situação financeira
precária e completa ausência de qualificação das partes é
um fator notório que deve ser considerado no presente
caso;

XII - o grau de publicidade da ofensa: No presente


caso, ________ ficaram sabendo do ocorrido
demonstrando a ampla publicidade das ofensas.

A gravidade dos fatos devem ser considerados na mensuração do


quantum indenizatório, conforme parâmetros introduzidos pela reforma
Trabalhista, quais sejam:

NATUREZA GRAVÍSSIMA DA OFENSA

Conforme fatos narrados, o trabalhador foi submetido a


________ perante seus colegas, sofrendo diariamente com o sentimento de
derrota, inferioridade e sofrimento, ultrapassando os limites da dignidade
humana.
Evidentemente que tal situação configura uma ofensa gravíssima,
passível de indenização de até cinquenta vezes o último salário contratual do
ofendido, nos termos do art. 223-G, §1º, inc. IV da CLT.

NATUREZA GRAVE DA OFENSA

Conforme fatos narrados, o trabalhador foi submetido a


________ no seu ambiente de trabalho, sofrendo diariamente com o
sentimento negativo em relação ________ .

Evidentemente que tal situação não configura uma simples ofensa


mediana, restando caracterizada a gravidade da ofensa, passível de
indenização de até vinte vezes o último salário contratual do ofendido, nos
termos do art. 223-G, §1º, inc. III da CLT, conforme precedentes sobre o tema:

DANO EXTRAPATRIMONIAL. VIGILANTE


TERCEIRIZADO DA CPTM. TRABALHO SEM
UNIFORME E SEM ARMA. APREENSÃO DE
MERCADORIA DE AMBULANTES. RISCO ELEVADO.
VIOLÊNCIA FÍSICA. QUEBRA DO VALOR
INTEGRIDADE. DANO MORAL INDENIZÁVEL. Ao
exigir do vigilante patrimonial que labore à paisana, para,
inspecionando os vagões no horário de funcionamento da
CTPM, localize os ambulantes e apreenda mercadorias, o
empregador expôs o trabalhador a condição de risco não
imanente ao exercício da função. Confirmação dessa grave
ação encontra-se nos danos físico que sofreu em razão de
agressão violenta. Quebrado o valor integridade física,
macula-se o patrimônio imaterial do empregado,
apresentando-se os requisitos da indenização por danos
extrapatrimoniais. Sopesados os elementos do artigo 223-
G, da CLT, arbitra-se a indenização em vinte vezes o
ordenado da vítima. Recurso do reclamante parcialmente
provido. (TRT-2, 1001594-52.2016.5.02.0014, Rel.
MARCOS NEVES FAVA - 15ª Turma - DOE 03/05/2019)
NATUREZA MÉDIA DA OFENSA

Conforme fatos narrados, o trabalhador foi submetido a


________ no seu ambiente de trabalho, sofrendo diariamente com o
sentimento negativo em relação ________ .

Evidentemente que tal situação não configura uma simples ofensa


leve, restando caracterizada a gravidade da ofensa, passível de indenização de
até cinco vezes o último salário contratual do ofendido, nos termos do art. 223-
G, §1º, inc. II da CLT.

NATUREZA LEVE DA OFENSA

Conforme fatos narrados, o trabalhador foi submetido a


________ perante seus colegas, sofrendo diariamente com o sentimento
negativo em relação ________ .

Evidentemente que tal situação configura uma ofensa passível de


indenização de até três vezes o último salário contratual do ofendido, nos
termos do art. 223-G, §1º, inc. I da CLT.

Assim, considerando que o salário do Reclamante é de R$


________ , nos parâmetros fixados pelo Art. 223-G, §1º da CLT, o valor dos
danos morais deve corresponder a R$ ________ .

Por tal motivo é que se requer que a reclamada seja compelida a


reparar o reclamante pelos danos morais.

AUSÊNCIA DE AVISO PRÉVIO

Diante da inexistência de justa causa para a rescisão do contrato


de trabalho surge para a Reclamante o direito ao Aviso Prévio indenizado.

Trata-se de previsão do § 1º do art. 487, da CLT que estabelece que


a não concessão de aviso prévio pelo empregador dá direito ao pagamento dos
salários do respectivo período, integrando-se ao seu tempo de serviço para todos
os fins legais.

Pela prova carreada, demonstra-se a inexistência de motivos


suficientes a impor a penalidade mais severa: demissão, razão pela qual deve ser
revertida, conforme precedentes sobre o tema:

ABANDONO DE EMPREGO. DEMISSÃO POR JUSTA


CAUSA. O abandono de emprego deve estar devidamente
comprovado de forma a possibilitar a demissão por justa
causa, por se tratar de grave penalidade imposta ao
empregado, que exige prova irrefutável, cabal, irrestrita e
inequívoca, na medida em que impõe a suspensão do
trabalho, sem o recebimento do salário devido, e acarreta
uma mácula indelével à vida profissional apenado, não
sendo esse o caso dos autos, o que impossibilita a punição
e impõe o consequente pagamento das verbas rescisórias
pela dispensa imotivada, além dos salários do período de
estabilidade provisória. (TRT-1 - RO:
00104208420135010057, Data de Julgamento:
07/12/2016, Sétima Turma, Data de Publicação:
24/01/2017)

Dessa forma, o período de aviso prévio indenizado, corresponde a


mais 30 dias de tempo de serviço para efeitos de cálculo do 13º salário, férias +
40%.

DA RETIFICAÇÃO E BAIXA DA CTPS

Embora contratado para laborar em ________ o Reclamante


teve sua CTPS anotada apenas no dia ________ na modalidade contrato de
experiência, deixando de contabilizar mais de ________ meses de contrato.

Conforme ________ , prova que passará a constituir, a efetiva


contratação da Reclamante ocorreu em ________ , sem qualquer registro,
requer seja o Reclamado condenado a retificar a CTPS com data de admissão em
________ na função de ________ .
Trata-se de dever do Reclamado que deve ser cumprido:

REINTEGRAÇÃO. CONVERTIDA EM INDENIZAÇÃO NA


EXECUÇÃO. RETIFICAÇÃO DA BAIXA NA CTPS. Se a
sentença de mérito, bem como do acórdão, transitado em
julgado, ficaram assentados no sentido de condenar a
reclamada na obrigação de reintegrar o obreiro nos seus
quadros, declarando a nulidade da dispensa, anula
também, por via de consequência a respectiva a baixa na
CTPS. Diante desse quadro impõe-se a reforma da decisão
recorrida, para o fim de seja procedida a retificação da
data de baixa na CTPS do reclamante tendo como base o
período estabilitário reconhecido na sentença de mérito.
Recurso conhecido e provido. (TRT-11
02300820040011100, Relator: Ormy da Conceição Dias
Bentes)

Bem como deve ser dada baixa na sua CTPS, assinalando como
término do pacto laboral.

DA AUSÊNCIA DE ANOTAÇÃO NA CTPS

Nos termos do art. 29 da CLT e art. 201 da CF/88, a CTPS o


empregador tem a responsabilidade de realizar as anotações e disponibilizar a
CTPS ao empregado imediatamente após o término do vínculo empregatício.
Referido artigo estabelece ainda:

§ 3º A falta de cumprimento pelo empregador do disposto


neste artigo acarretará a lavratura do auto de infração pelo
Auditor Fiscal do Trabalho, que deverá, de ofício, lançar as
anotações no sistema eletrônico competente, na forma a
ser regulamentada pela Secretaria Especial de Previdência
e Trabalho do Ministério da Economia.

Assim, tanto a devida anotação quanto sua imediata liberação são


medidas que se impõem, conforme precedentes sobre o tema:
ANOTAÇÃO NA CTPS. MATÉRIA DE ORDEM PÚBLICA.
A falta de atendimento da formalidade contida no art. 29,
§ 2º da CLT, importa em violação de matéria de ordem
pública, cogente, suscetível de conhecimento de ofício,
ainda que não conste na r. sentença transitada em julgado
a determinação de anotação na CTPS. Agravo de petição
provido.(TRT-2, 0002126-84.2013.5.02.0002, Rel.
NELSON NAZAR - 3ª Turma - DOE 04/02/2020)

Da mesma forma deve ser o procedimento para imediata


liberação da CTPS, uma vez que trata-se de documento pessoal e de
propriedade do Requerente, não podendo ser utilizada como moeda de troca.

Assim, por irregular a não anotação e retenção, REQUER A


IMEDIATA REGULARIZAÇÃO DAS ANOTAÇÕES na CTPS bem como
a sua IMEDIATA LIBERAÇÃO.

DAS HORAS EXTRAS

O Reclamante, além de realizar fielmente suas atividades como


acordado, era obrigado a prolongar sua jornada em até ________ depois do
seu horário, para ________ , conforme provas que junta em anexo.

Ou seja, estava à disposição do Empregador em mais ________


além do horário contratual, tempo que deve ser computado como hora extra e
repercutir em todos os seus reflexos.

Ademais, uma vez ao mês o Reclamante era obrigado a cumprir


jornadas de plantões sem qualquer remuneração por hora extra, trabalhando
aos sábados e domingos, cumprindo em média ________ horas por mês,
sendo devido o pagamento de horas extras, conforme precedentes sobre o tema:

HORAS EXTRAS. Comprovado o labor aos sábados há a


descaracterização do sistema de compensação, havendo
horas extras a serem quitadas. Indevido o pedido de
aplicação da jornada alegada na inicial, porquanto
juntados os cartões de ponto. Recurso do reclamante
parcialmente provido. (TRT-24 00251756120155240071,
Relator: RICARDO GERALDO MONTEIRO ZANDONA,
2ª TURMA, Data de Publicação: 18/09/2017)

Cabe destacar que a simples denominação do cargo como de


confiança, não exclui a obrigatoriedade de observância à limitação
Constitucional do art. 7º, XIII, da CF/88, conforme precedentes sobre o tema:

RECURSO ORDINÁRIO DA RECLAMADA. CARGO DE


CONFIANÇA. HORAS EXTRAS. Ainda que o reclamante
se encontre inserido na hipótese prevista no art. 62, inc. II,
da CLT, ou seja, que exerce cargo de confiança, com
poderes de gestão, não havendo a obrigatoriedade de
registro da carga horária de trabalho, essa previsão
encontra limite no regramento do art. 7º, XIII, da
CF/88. Esta norma se aplica a todo e qualquer
trabalhador, inclusive àqueles investidos de poderes de
gestão, caso do reclamante, pelo que lhe é devido o
pagamento de horas extras pelo labor em jornada
extraordinária. (...). (TRT-4, RO 00212470720145040003,
Relator(a): Lucia Ehrenbrink, 9ª Turma, Publicado em:
26/04/2018)

Ademais, não há qualquer evidência da real atribuição ao


Reclamado de algum cargo que exige fidúcia, possuindo apenas a
denominação de "gerente". Sendo, portanto, cabível o pagamento de horas
extras:

RECURSO ORDINÁRIO DA RECLAMANTE. EXERCÍCIO


DE CARGO DE CONFIANÇA. HORAS EXTRAS.
INTERVALOS. Não configurado cargo de gestão nos
moldes do art. 62, inciso II, da CLT, o empregado
está sujeito a controle de horário. Assim, tendo em
vista a presunção relativa de veracidade da jornada
indicada na petição inicial, confrontada pela
documentação carreada aos autos e prova oral, por
razoabilidade, arbitra-se jornada de trabalho, sendo
devido o pagamento de horas extras além
daquelas reconhecidas na origem. (TRT-4, RO
00209019820155040301, Relator(a): Maria Da Graca
Ribeiro Centeno, 9ª Turma, Publicado em: 13/07/2018)

BANCÁRIO. EXERCÍCIO DE CARGO DE CONFIANÇA.


HORAS EXTRAS. O desempenho de funções com
certo grau de fidúcia, justifica o pagamento da
gratificação de função, mas não o cumprimento da
carga horária diferenciada de 8h. Recurso do banco
reclamado, não provido. (TRT-4, RO
00214387920155040015, Relator(a): Lais Helena Jaeger
Nicotti, 1ª Turma, Publicado em: 12/04/2018)

Cabe destacar que o simples enquadramento genérico do


trabalhador em atividades externas não é suficiente para o enquadramento no
Art. 62, inc. I da CLT.

Pelo contrário, deve a Reclamada demonstrar a total


incompatibilidade no controle de horário, o que não ocorre no presente caso,
uma vez que a Reclamada tinha controle ________ .

Dessa forma, deve ser afastada a norma coletiva que enquadra o


Reclamante no inc. I do ARt. 62 da CLT, condenando a Reclamada ao
pagamento de Horas Extras, conforme precedentes sobre o tema:

AGRAVO INTERNO EM AGRAVO DE INSTRUMENTO


EM RECURSO DE REVISTA. HORAS EXTRAS.
ATIVIDADE EXTERNA. MOTORISTA. NORMA
COLETIVA. Está de acordo com a atual e iterativa
jurisprudência do TST a decisão que, calcada na prova dos
autos, deferiu horas extras ao reclamante, que
exercia atividade externa passível de controle de
jornada, e afastou a aplicação da norma coletiva que
previa a fixação de horas extras aos empregados
enquadrados na hipótese do inciso I do art. 62 da CLT.
Precedentes. Agravo conhecido e não provido. (TST - Ag-
AIRR: 205427020145040791, Relator: Luiz José Dezena
da Silva, Data de Julgamento: 06/02/2019, 1ª Turma,
Data de Publicação: DEJT 08/02/2019)

HORA EXTRA. SERVIÇO EXTERNO. ART. 62, I, DA CLT.


Em regra, os trabalhadores, ainda que prestem
serviços externos, são fiscalizados e a jornada que
ultrapassar os limites máximos previstos em lei
deve ser remunerada como horas extras. Somente
estará excluído dessa regra o empregado caso fique
comprovada a total ausência de controle e fiscalização do
horário de trabalho. (TRT-1, 00109803920155010224,
Relator Desembargador/Juiz do Trabalho: MARCOS DE
OLIVEIRA CAVALCANTE, Gabinete do Desembargador
Marcos de Oliveira Cavalcante, Publicação: DEJT 19-05-
2018)

HORA EXTRA. TRABALHADOR EXTERNO. A exceção


prevista no art. 62, inciso I, da CLT, que trata do trabalho
externo, refere-se apenas à atividade do empregado cujo
horário de prestação de serviços seja incompatível com o
controle por parte do empregador, ou seja, é sujeita à
direção exclusiva do empregado e materialmente
impossível o controle da jornada. Comprovada a
possibilidade de controle de jornada, faz jus o
trabalhador ao pagamento das horas extras
laboradas. (TRT da 3.ª Região; PJe: 0010549-
53.2017.5.03.0135 (RO); Disponibilização: 22/03/2018;
Órgão Julgador: Oitava Turma; Relator: Sercio da Silva
Pecanha)

A doutrina ao lecionar sobre o tema, esclarece sobre o


enquadramento no Art. 62, inc. I somente nos casos de comprovada
inviabilidade de controle:

"Cuida-se ali de excepcionar o regime da duração de


jornada para aqueles empregados que estejam
efetivamente fora do alcance patronal e não
apenas que estejam em serviços externos. (...), I.
Doravante, a exclusão do regime da duração da jornada
somente poderá acometer o empregador que
simultaneamente atue de forma externa e incompatível
com o controle de jornada. É essa incompatibilidade a
chave para a interpretação do inc. I.

Qual a dimensão exata da incompatibilidade?

Entende-se por incompatível a impossibilidade


física de se ter acesso à carga de trabalho
desenvolvida pelo empregado, seja pelas
distâncias remotas que o separam do
empregador, seja pela natureza dinâmica de sua
atividade. Mero desinteresse do empregador em
investigar a jornada de trabalho do empregado não
serve para configurar a incompatibilidade." (SILVA,
Homero Batista Mateus da. Curso de Direito do Trabalho
Aplicado. Vol 2. Editora RT, 2017. versão ebook, Cap. 13)

O que demonstra o não enquadramento no Art. 62, I no presente


caso, sendo devido o pagamento de horas extras.

Assim, considerando que o Reclamado não adimpliu com o


período extraordinário laborado, o Reclamante faz jus ao pagamento de horas
extras, com os adicionais devidos: ________ e de 100% para as hora de finais
de semana e feriados, devendo usar como base de cálculo as parcelas de
natureza salarial e acrescido dos adicionais (OJ 97 e Súmula 132 do TST).

Por habituais, requer ainda a condenação do reclamante ao


pagamento dos seguintes reflexos:
c) Férias (Art. 142, §5º da CLT);
e) Aviso prévio (Art. 487 da CLT, §5º);
f) FGTS sobre verbas rescisórias (Súmula 63 do TST);
g) Multa de 40% do FGTS (Súmula 63 do TST);
h) Gratificações e 13º (Súmula 45 do TST);
i) Repousos semanais (Art. 7º, "a" da Lei 605/49 e Súmula
172 TST);
j) Multa do Art. 477, § 8º, da CLT;
l) ________

DA HABITUALIDADE DAS HORAS EXTRAS

No presente caso, por tratarem-se de horas extras habituais,


configuraram legítima expectativa do trabalhador, caracterizando o conceito de
habitualidade, conforme descreve doutrina especializada sobre o tema:

"Por essas razões, não se mede a habitualidade pela


frequência do pagamento ou pelo número de meses em
que houve a repetição do evento, algo que significa
apenas um indício e não um elemento seguro. Mede-se a
habitualidade, sim, pela expectativa da repetição
do evento, por aquilo que seja razoavelmente
esperado por ambas as partes - esperado que se
receba e esperado que se tenha aquele
desembolso." (SILVA, Homero Batista Mateus da. Curso
de Direito do Trabalho Aplicado. Vol 2. Editora RT, 2017.
versão ebook, Cap. 20)

E no presente caso, pela continuidade por mais de indicar meses


exercendo a mesma quantidade de horas extras, tem-se pela manifesta
habitualidade configurada.

Portanto, devem ser incorporadas ao salário, uma vez que não se


pode reduzir abruptamente os rendimentos do trabalhador, conforme
precedentes sobre o tema:
AGRAVO DE INSTRUMENTO. RECURSO DE REVISTA.
BANCO DE HORAS CUMULADO COM ACORDO DE
COMPENSAÇÃO SEMANAL - PRESTAÇÃO HABITUAL
DE HORAS EXTRAS. O TRT verificou a concomitância
dos regimes de banco de horas e de compensação semanal,
bem como a prestação habitual de horas extras. A
jurisprudência desta Corte é firme no sentido de que a
adoção concomitante do regime de compensação semanal
e banco de horas, por meio de norma coletiva, não é
incompatível ou gera, por si só, a invalidade dos regimes,
mas desde que não constatada nenhuma irregularidade em
nenhum dos regimes, como a prestação habitual de horas
extras. Todavia, no caso, é incontroversa a
existência de horas extras prestadas de forma
habitual, ultrapassando o limite de dez horas
diárias. Incidência do óbice da Súmula nº 126/TST, no
particular. Agravo de instrumento conhecido e desprovido.
(TST, AIRR - 791-85.2015.5.09.0965, Relator Ministro:
Alexandre de Souza Agra Belmonte, Data de Julgamento:
18/12/2018, 3ª Turma, Data de Publicação: DEJT
07/01/2019)

REFLEXOS DAS HORAS EXTRAS. Mantida a condenação


ao pagamento de horas extras no período de 01.03.2012 a
20.01.2016, são devidos os reflexos em DSRs, férias+1/3,
13º salário, FGTS+40%. Prosseguindo, o simples
argumento de que o Reclamante era mensalista, em
hipótese alguma, elide a incidência das horas extras nos
descansos. As horas extras habituais integram o salário
por previsão legal (artigo 7º, Lei 605/49). Nesta
integração, como a jornada suplementar é habitual, o
descanso pela hora extra também é uma parcela salarial
habitual. A Súmula 172 do TST e a nova redação dada à
alínea "a" da Lei 605/49, pela Lei 7.415/85 determinam
que as horas extras habitualmente prestadas devem
integrar o DSR, mesmo que o trabalhador preste serviços
por hora, por dia, por semana, quinzena ou mês. Rejeito.
(TRT-2, 1000920-45.2017.5.02.0271, Rel. FRANCISCO
FERREIRA JORGE NETO - 14ª Turma - DOE
22/08/2018)

01. ADICIONAL DE INSALUBRIDADE. AGENTE FRIO. A


exposição ao agente frio ocorria de forma habitual durante
toda a jornada. Ressalte-se que o Anexo 9, da NR nº 15, da
Portaria 3.214/78 do Ministério do Trabalho nada dispõe
quanto ao tempo de exposição ao agente insalubre,
estabelecendo somente que "as atividades ou operações
executadas no interior de câmaras frigoríficas, ou em
locais que apresentem condições similares, que exponham
os trabalhadores ao frio, sem a proteção adequada, serão
consideradas insalubres em decorrência de laudo de
inspeção realizada no local de trabalho". Nesse sentido, é o
entendimento pacificado na Súmula nº 47 do TST. 02.
REFLEXOS DAS HORAS EXTRAS EM DSRS. As horas
extras habituais integram o salário por previsão legal
(artigo 7º, Lei 605/49). Nesta integração, como a jornada
suplementar é habitual, o descanso pela hora extra
também é uma parcela salarial habitual. A Súmula 172 do
TST e a nova redação dada à alínea "a" da Lei 605/49, pela
Lei 7.415/85 determinam que as horas extras
habitualmente prestadas devem integrar o DSR, bem
como em demais verbas, pois verificada a habitualidade,
produzindo todos os efeitos legais, mesmo que o
trabalhador preste serviços por hora, por dia, por semana,
quinzena ou mês. (TRT-2, 1000317-82.2016.5.02.0472,
Rel. FRANCISCO FERREIRA JORGE NETO - 14ª Turma -
DOE 04/06/2018)

Portanto, configurada a habitualidade das horas extras, a sua


incorporação é medida que se impõe.
DAS HORAS DE SOBREAVISO

Além da hora tradicional de trabalho, já devidamente indicada, o


Reclamante, uma vez por semana, era responsável pelo plantão de doze horas
aguardando ser chamado para atender alguma demanda.

Apesar de não contratado formalmente a disponibilidade de


sobreaviso, o mesmo é configurado pois o trabalhador tinha o compromisso de
atender os chamados fora de hora, em manifesto controle do empregador, o que
o inviabilizava de assumir quaisquer compromissos, em clara restrição à
liberdade do trabalhador.

Inúmeros foram os casos de convocação fora de hora, tais como


________

Cabe destacar que o adicional de sobreaviso é devido pela mera


expectativa durante o seu período de descanso, pois permanece em estado de
alerta e sob controle do empregador aguardando a convocação a qualquer
momento, restringindo o seu direito ao descanso e a relaxar verdadeiramente.
Portanto, não é necessário que o trabalhador estivesse efetivamente trabalhando
durante o período de sobreaviso, devendo ser computado ________ horas por
dia, que era o período que as convocações poderiam ocorrer.

Assim, configurado o período de sobreaviso, insta consignar a


aplicação analógica do Art. 244 da CLT, conforme redação da Súmula 428 do
TST:

Súmula nº 428do TST

SOBREAVISO APLICAÇÃO ANALÓGICA DO ART. 244, §


2º DA CLT (redação alterada na sessão do Tribunal Pleno
realizada em 14.09.2012) -Res. 185/2012, DEJT divulgado
em 25, 26 e27.09.2012

(...)
II - Considera-se em sobreaviso o empregado que, à
distância e submetido a controle patronal por
instrumentos telemáticos ou informatizados, permanecer
em regime de plantão ou equivalente, aguardando a
qualquer momento o chamado para o serviço durante o
período de descanso.

Ao lecionar sobre o tema, a jurisprudência retrata o cabimento do


pagamento por horas de sobreaviso:

HORAS DESOBREAVISO.REQUISITOS. RESTRIÇÃO À


LIBERDADE. CONFIGURAÇÃO. 1. Segundo o Ministro do
Col. TST, Maurício Godinho Delgado, "por tempo de
sobreaviso (horassobreaviso) compreende-se o período
tido como integrante do contrato e do tempo de serviço em
que o ferroviário "permanecer em sua própria casa,
aguardando a qualquer momento o chamado para o
serviço". 2. Depreende-se, portanto, que a figura
dosobreaviso, segundo a norma do art. 224, §2º, da CLT,
originalmente, relaciona-se tão somente à categoria dos
ferroviários e configura-se quando o empregado
permanece fora de seu local de trabalho, mas a ele
conectado, eis que aguarda ser chamado a qualquer
momento. A sua aplicação aos trabalhadores pertencentes
a outras categorias decorre de analogia. 3. Esta é a
inteligência da súmula 428, do Col. TST. 4. Logo,
considerando que o obreiro estava submetido ao controle
patronal à distância, aguardando ser convocado ao labor a
qualquer momento, inclusive pelo período contratual
anterior a maio de 2014, conforme prova testemunhal e
documental, configura-se o regime de sobreaviso. 5.
Recurso ordinário conhecido e desprovido no aspecto.
(TRT da 3.ª Região; PJe: 0010161-36.2017.5.03.0173
(RO); Disponibilização: 06/03/2018,
DEJT/TRT3/Cad.Jud, Página 801; Órgão Julgador:
Quarta Turma; Relator:Paula Oliveira Cantelli)
RECURSO ORDINÁRIO DA RECLAMADA. HORAS
DESOBREAVISO. Considera-se de sobreavisoo empregado
que permanecer aguardando a qualquer momento o
chamado para o serviço, sendo irrelevante se necessita
aguardar em sua residência ou pode aguardar o chamado
pelo celular. O direito ao sobreaviso é assegurado pelo
estado de prontidão do trabalhador. Caso em que a prova
oral confirma que a escala informal de sobreaviso era
realizada em rodízio com outro colega e aos finais de
semana não havia sobreaviso e sim plantão presencial.
Recurso provido para limitar a condenação. (...) (TRT-4,
RO 00000995420155040471, Relator(a):Ana Luiza
Heineck Kruse, 4ª Turma, Publicado em: 07/12/2017)

Logo, faz jus ao pagamento de horas de sobreaviso, agregado de


1/3 nos termos do Art. 244 da CLT, com os devidos reflexos em descanso
semanal remunerado, aviso prévio, décimo terceiro salário, férias acrescidas do
terço constitucional e FGTS (depósitos e multa de 40%), conforme valores
indicados no pedido.

HORAS EXTRAS À DISPOSIÇÃO DO EMPREGADOR

O Reclamante, além de realizar fielmente suas atividades como


acordado, era obrigado a prolongar sua jornada em até ________ minutos
antes seu horário, para ________ e ________ minutos depois para
________ .

Ou seja, estava à disposição do Empregador em mais ________


minutos além do horário contratual, sendo devido o reconhecimento de jornada
de trabalho:

HORAS EXTRAS. TEMPO GASTO À DISPOSIÇÃO DA


EMPRESA. As atividades do tipo da desenvolvida pelo
Autor implicam em muito suor e contato com diversos
materiais que acabam sujando o indivíduo, não sendo
razoável exigir-se que saia do trabalho uniformizado e sem
banho. Logo, ante a impossibilidade de o Autor ir embora
após o término do trabalho, esse tempo gasto no vestiário
deve ser pago como horas extras. Aplicação analógica da
Súmula 429 do TST. (TRT-1 - RO:
00117353320155010040, Relator: GISELLE BONDIM
LOPES RIBEIRO, Data de Julgamento: 15/03/2017,
Sétima Turma, Data de Publicação: 31/03/2017)

JORNADA DE TRABALHO. TEMPO À DISPOSIÇÃO DA


EMPRESA. HORAS EXTRAS. Inclui-se na jornada do
empregado o tempo em que permanece nas dependências
da empresa à sua disposição. Tal período deve ser
computado na apuração das horas extras. Recurso
ordinário a que se nega provimento. (TRT-6 - RO:
00006892820165060281, Data de Julgamento:
05/06/2017, Terceira Turma)

HORAS EXTRAS. TROCA DE UNIFORME. O tempo


despendido pelo empregado na troca de uniforme, quando
ultrapassados os cinco minutos de tolerância previstos no
§ 1º do artigo 58 da CLT, caracteriza-se como tempo à
disposição do empregador, consoante Súmula 366 do C.
Tribunal Superior do Trabalho. Recurso da reclamada não
provido, no particular. HORAS EXTRAS. ACORDO DE
COMPENSAÇÃO. INVALIDADE. A prestação habitual de
horas extras e o labor em condições insalubres sem a
prévia autorização do poder público, nos termos do art. 60
da CLT, invalidam o acordo compensatório de horas
extras. Entendimento firmado pelo Pleno deste Regional
no julgamento do IUJ 0024170-23.2015.5.24.0000.
Recurso do reclamante provido. (TRT-24
00248537120155240061, Relator: RICARDO GERALDO
MONTEIRO ZANDONA, 2ª TURMA, Data de Publicação:
14/02/2017)

Razão pela qual, o tempo dedicado a ________ deve ser


computado como hora extra e repercutir em todos os seus reflexos, conforme
cálculo discriminado em anexo.

DO DESCANSO SOBREJORNADA

Como referido, a jornada da Reclamante era de ________ horas,


com de ________ horas extras habituais.

Ocorre que a Reclamante exercia o período de horas extras sem


observância ao período de descanso previsto no Art. 384 da CLT:

Art. 384 - Em caso de prorrogação do horário normal, será


obrigatório um descanso de 15 (quinze) minutos no
mínimo, antes do início do período extraordinário do
trabalho.

Cabe destacar que, não obstante a Reforma Trabalhista ter


revogado referido dispositivo legal, não tem eficácia para retirar direitos do
trabalhador cuja relação jurídica é anterior à Lei 13.467/17, sob pena de grave
inobservância ao princípio do DIREITO ADQUIRIDO, nos termos de clara
redação constitucional em seu Art. 5º.

Afinal, o referido artigo foi devidamente recepcionado pela


Constituição Federal, conforme precedentes sobre o tema:

AGRAVO DA RECLAMADA. RECURSO DE REVISTA.


INTERVALO DO ART. 384 DA CLT. LIMITAÇÃO DO
PAGAMENTO À PRESTAÇÃO DE HORAS EXTRAS
SUPERIORES A TRINTA MINUTOS. Conforme
mencionado na decisão agravada, o Tribunal Pleno desta
Corte firmou o entendimento no sentido de que o intervalo
da mulher de 15 minutos antes do labor em sobrejornada,
disposto no artigo 384 da CLT, não fere o princípio da
igualdade previsto no artigo 5º, I, da Constituição Federal.
Isso porque, embora iguais em direitos e obrigações,
homens e mulheres diferenciam-se em alguns pontos,
especialmente no que concerne ao aspecto fisiológico
merecendo, portanto, a mulher, um tratamento
diferenciado quando o trabalho lhe exige um desgaste
físico maior, como na hipótese de sobrejornada.
Consignou, ainda, que o descumprimento da disposição
contida no artigo 384 da CLT não configura mera infração
administrativa, razão pela qual a não concessão do
intervalo de 15 minutos antes do início da jornada
extraordinária acarreta o pagamento desse período como
hora extra, ainda que o sobrelabor não exceda os 30
minutos diários. Agravo não provido. (TST, Ag-RR -
1775500-20.2006.5.09.0651, Relator Ministro: Breno
Medeiros, Data de Julgamento: 29/05/2019, 5ª Turma,
Data de Publicação: DEJT 31/05/2019)

INTERVALO ARTIGO 384 CLT. O artigo 384 da CLT


possui como objeto a proteção à mulher
submetida à sobrejornada, determinando a
concessão de um intervalo obrigatório de 15
minutos antes do inicio do período extraordinário
de trabalho. Em analogia ao artigo 71, § 4º, da CLT e à
Súmula 437 do TST, a não concessão do intervalo previsto
no artigo 384 da CLT, enseja a obrigação de remunerar o
período correspondente, como horas extraordinárias.
(TRT-2, 1000236-03.2018.5.02.0040, Rel. LIANE
MARTINS CASARIN - 3ª Turma - DOE 21/03/2019)

Intervalo do artigo 384 da CLT. Aplica-se exclusivamente


à pessoa de sexo feminino biológico. O direito assegurado
no artigo 384 da CLT funda-se em razões de ordem
biológica, sendo a distinção feita entre homem/mulher,
segundo o seu nascimento e não de acordo com a
identidade de gênero, esta traduzida na dimensão da
identidade de uma pessoa que diz respeito à forma como
se relaciona com as representações de masculinidade e
feminilidade e como isso se traduz em sua prática social
(inciso II do artigo 1º do Decreto nº 8.727, de 28 de abril
de 2016). A pausa intervalar do artigo 384 da CLT
assemelha-se àquela prevista no artigo 396, que estabelece
o direito à empregada mãe a dois descansos de meia hora
cada um, para amamentar o próprio filho, até que ele
complete seis meses de idade. Trata-se, pois, a previsão do
artigo 384, de intervalo destinado a atender à necessidade
fisiológica da mulher, de forma precípua, e não à
identificação da pessoa com o gênero feminino, como se
pretende no caso ora posto em Juízo. Aplicável à hipótese
os termos da Súmula 28 deste Regional: "28 - Intervalo
previsto no artigo 384 da CLT. Recepção pela Constituição
Federal. Aplicação somente às mulheres. Inobservância.
Horas extras. (Res. TP nº 02/2015 - DOEletrônico
26/05/2015) O artigo 384 da CLT foi recepcionado pela
Constituição Federal consoante decisão do E. Supremo
Tribunal Federal e beneficia somente mulheres, assim
entendido as de sexo feminino biológico. (TRT-2,
1000145-10.2018.5.02.0040, Rel. DANIEL DE PAULA
GUIMARÃES - 1ª Turma - DOE 30/01/2019)

Razões pelas quais deve ser reconhecido e condenado o Reclamado


a indenizar o período de sobrejornada pelo período de ________ .

DO TRABALHO AOS DOMINGOS E FERIADOS

A Constituição Federal, por meio do artigo 7º, inciso XV, bem


como o artigo 67 da CLT estabelece o repouso semanal remunerado
preferentemente aos domingos e, quando realizado, será sempre subordinado à
permissão prévia da autoridade competente em matéria de trabalho, o que de
fato não ocorreu com o Reclamante.

Dessa forma, diante da súmula 146 do TST, os dias trabalhados em


domingos e feriados deverão ser pagos em dobro sem prejuízo à remuneração
relativa ao repouso semanal., conforme precedentes sobre o tema:
JORNADA DE TRABALHO -domingos e feriados não
compensados. Sem razão Como bem analisado pela
origem, restou comprovada a ativação do obreiro em
jornada que extrapola sete dias consecutivos, sem folga
compensatória ou percepção da remuneração em dobro
pelo trabalho em tais dias. Não trouxe a recorrente, por
seu turno, nenhum argumento que pudesse infirmar a
fundamentação lançada em sentença, a qual resta mantida
incólume, por consequência. (TRT-2, 1000977-
54.2017.5.02.0468, Rel. ANA CRISTINA LOBO PETINATI
- 5ª Turma - DOE 02/07/2019)

DOMINGOS LABORADOS NA ESCALA 12 X 36.


PAGAMENTO EM DOBRO. INDEVIDO. INTELIGÊNCIA
DA SÚMULA REGIONAL Nº 47. O julgado a quo está na
contramão da jurisprudência deste E. Regional, veja-se: 47
- Jornada de trabalho. Escala 12X36. Pagamento em dobro
dos domingos e feriados trabalhados. (Res. TP nº 06/2015
- DOEletrônico 11/12/2015) Os domingos trabalhados no
regime de escala 12X36 não são devidos em dobro, já que
se trata de dia normal de trabalho. Os feriados
trabalhados, sem folga compensatória, são
devidos em dobro. Ressalte-se, ainda, a Súmula nº 444
do C. TST, que determina o pagamento em dobro apenas
dos feriados laborados, nada mencionando quanto aos
domingos. Apelo da reclamada que se acolhe. (TRT-2,
1002252-81.2016.5.02.0465, Rel. VALDIR FLORINDO -
6ª Turma - DOE 25/03/2019)

RECURSO ORDINÁRIO DO AUTOR. PAGAMENTO DE


DOMINGOS E FERIADOS. No caso em tela, analisando os
cartões de ponto, constata-se que não havia folga
compensatória em razão do labor em domingos e feriados,
fora da escala 12x36, e os contracheques provam que não
havia o pagamento de todos os domingos trabalhados com
o adicional de 100%, nem tampouco de todos os feriados
laborados, conforme exigência das normas coletivas.
Portanto, faz jus o autor ao pagamento de
domingos e feriados (municipais, estaduais e
federais) laborados, em dobro, e seus reflexos,
devendo ser consideradas as folgas
compensatórias permitidas em cada uma das
Convenções Coletivas de Trabalho adunadas aos
autos, durante a vigência de cada uma delas, e
autorizando-se a dedução de valores pagos a idêntico
título, sob pena de enriquecimento ilícito. Recurso autoral
conhecido e parcialmente provido. (TRT-1,
01010821720175010005, Relator Desembargador/Juiz do
Trabalho: SAYONARA GRILLO COUTINHO LEONARDO
DA SILVA, Gabinete da Desembargadora Sayonara Grillo
Coutinho Leonardo da Silva, Publicação: 2019-06-28)

RECURSO ORDINÁRIO DA RECLAMANTE. DOMINGOS


E FERIADOS TRABALHADOS. A Constituição Federal
assegura, em seu art. 7º, inciso XV, a fruição do "repouso
semanal remunerado, preferencialmente aos domingos".
Em que pese não haja a imposição de gozo do repouso
semanal exclusivamente aos domingos, conforme
disposições acima transcritas, a Lei n. 10.101/2000
garante ao empregado seja o repouso usufruído ao menos
em um domingo a cada três semanas, conforme dispõe o
seu art. 6º. Desse modo, ainda que tenha sido concedido o
repouso semanal em dia diverso, fazia jus a reclamante a
ver coincidi-lo em um domingo a cada três laborados, o
que não foi observado pela ré. Assim, devido o pagamento
em dobro de um domingo a cada três trabalhados. Bem
assim, relativamente ao período contratual sem registros
de horário, forma-se a presunção relativa de veracidade do
alegado na petição inicial quanto ao labor em feriados sem
o correspondente pagamento, (...) (TRT-4, RO
00209444920175040015, Relator(a): Alexandre Correa
Da Cruz, 3ª Turma, Publicado em: 21/02/2019)

Nesse sentido, considerando que o reclamante laborou aos


domingos, no período de ________ a ________ , conforme provas que junta
em anexo, deve usufruir da devida remuneração.

DO VALE ALIMENTAÇÃO E TRANSPORTES PAGOS EM DINHEIRO

Ao longo de todo período contratual, o Reclamante recebeu auxílio


alimentação no montante de ________ por dia, ________ que era pago em
pecúnio diariamente ao Reclamante.

Assim, nos termos da Súmula 241 do TST:

"O vale para refeição, fornecido por força do contrato de


trabalho, tem caráter salarial, integrando a remuneração
do empregado, para todos os efeitos legais."

Notem que a Reforma Trabalhista positivou este entendimento ao


descrever expressamente que os vales não compõem a remuneração
exclusivamente quando não disponibilizados em dinheiro:

Art. 457 (...)§ 2º As importâncias, ainda que habituais,


pagas a título de ajuda de custo, auxílio-alimentação,
vedado seu pagamento em dinheiro, diárias para viagem,
prêmios e abonos não integram a remuneração do
empregado, não se incorporam ao contrato de trabalho e
não constituem base de incidência de qualquer encargo
trabalhista e previdenciário.

Trata-se de posicionamento firmado nos Tribunais:

APELAÇÃO EM MANDADO DE SEGURANÇA. FGTS.


INCIDÊNCIA.1. Consoante a jurisprudência do STJ, o
FGTS não possui natureza tributária (Súmula nº 353).2.
Orienta a Súmula nº 241 do TST que "O vale para refeição,
fornecido por força do contrato de trabalho, tem natureza
salarial, integrando a remuneração do empregado para
todos os efeitos legais".3. O mesmo entendimento se
aplica à cesta básica paga em pecúnia, na medida
em que o art. 28, § 9º, "c", da Lei 8.212/91, apenas
exclui da base de cálculo da contribuição ao FGTS
a parcela in natura recebida de acordo com os
programas de alimentação aprovados pelo
Ministério do Trabalho e da Previdência Social, o
que não é o caso da parcela relativa à cesta básica
paga em dinheiro.4. Apelação desprovida. (TRF 3ª
Região, DÉCIMA PRIMEIRA TURMA, ApCiv -
APELAÇÃO CÍVEL - 341785 - 0000701-
52.2012.4.03.6100, Rel. DESEMBARGADOR FEDERAL
NINO TOLDO, julgado em 18/06/2019, e-DJF3 Judicial 1
DATA:28/06/2019)

COMPETÊNCIA MATERIAL. LIDE ENTRE


EMPREGADO E EMPREGADOR. APLICAÇÃO DO ART.
114, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL. INEXISTÊNCIA DE
PEDIDO SOBRE COMPLEMENTAÇÃO DE
APOSENTADORIA. (...) Se o próprio empregador se
comprometeu por meio da CN 083/89 a conceder aos
aposentados o auxílio alimentação, não pode deixar de
cumprir o avençado (Súmulas nº 51, I e nº 288 do TST).
Em igual sentido, se o auxílio alimentação era
pago pela CEF em dinheiro, sob a rubrica
''reembolso despesa alimentação'' de forma
habitual e gratuita, resta caracterizada sua
natureza salarial. Por esse motivo é devido o FGTS
sobre a parcela. (TRT-1 - RO: 01000771120165010064,
Relator: VOLIA BOMFIM CASSAR, Data de Julgamento:
09/11/2016, Segunda Turma, Data de Publicação:
05/12/2016)

Desta forma o Reclamante requer a integração ao salário do valor


mensal pago a título de auxílio alimentação para fins de cálculo de horas extras,
13º salário, férias simples e proporcionais, 1/3 de férias, aviso prévio, parcelas
rescisórias pagas e FGTS.

DAS DIÁRIAS ACIMA DE 50% DO SALÁRIO

Conforme provas que junta em anexo, o Reclamante percebia


mensalmente o valor de R$ ________ à título de diárias para viagem. Note,
todavia, que tal valor ultrapassa 50% do salário do reclamante que er ade
apenas R$ ________ .

Portanto, devem integrar o salário do Reclamante as diárias para


viagem pagas pelo empregador, quando excedentes de 50% (cinquenta por
cento) do salário percebido pelo empregado. Trata-se de clara redação do § 2º
do art. 457 da CLT e da súmula 101 do TST:

Integram o salário, pelo seu valor total e para efeitos


indenizatórios, as diárias de viagem que excedam a 50%
(cinqüenta por cento) do salário do empregado, enquanto
perdurarem as viagens. (primeira parte - ex-Súmula nº 101
- RA 65/1980, DJ 18.06.1980; segunda parte - ex-OJ nº
292 da SBDI-1 - inserida em 11.08.2003)

E os precedentes sobre o tema, seguem o mesmo entendimento.

HORAS EXTRAS. EMPREGADO QUE EXERCE


ATIVIDADE EXTERNA. POSSIBILIDADE DE
CONTROLE DE HORÁRIO. NÃO SUJEIÇÃO DO
TRABALHADOR À EXCEÇÃO PREVISTA NO ART. 62, I,
DA CLT. Sendo a atividade externa realizada pelo
empregado compatível com a fixação e controle de
jornada, não há falar na exceção prevista no art. 62, I, da
CLT, sendo devidas ao trabalhador as horas extras
laboradas.INTERVALO INTRAJORNADA. VIOLAÇÃO
TOTAL OU PARCIAL. PAGAMENTO DO TEMPO
INTEGRAL. DEVIDO. Conforme enunciado no item I da
súmula 437 do TST, comprovada a ocorrência de violação
do período mínimo de intervalo intrajornada a que faz jus
o trabalhador, seja de forma total ou parcial, é devido o
pagamento de todo o tempo do intervalo com acréscimo de
50%, e não somente do tempo faltante ao cômputo do
período mínimo devido a esse título.DIÁRIAS. VALOR
SUPERIOR A 50% DO SALÁRIO DO EMPREGADO.
INTEGRAÇÃO DEVIDA. Integram o salário as diárias para
viagem pagas pelo empregador, quando excedentes de
50% (cinquenta por cento) do salário percebido pelo
empregado. Inteligência do § 2º do art. 457 da CLT e da
súmula 101 do TST. (TRT-4 - RO:
00009896420135040761, Data de Julgamento:
23/08/2017, 8a. Turma)

DIÁRIAS DE VIAGEM. INTEGRAÇÃO À


REMUNERAÇÃO. PAGAMENTO EM VALOR SUPERIOR
A 50% DO SALÁRIO-BASE. PRESUNÇÃO DE
NATUREZA SALARIAL. Quando o art. 457, § 2º, da CLT,
dispõe que não se incluem nos salários as ajudas de custo,
assim como as diárias para viagem que não excedam de
50% (cinquenta por cento) do salário percebido pelo
empregado, tal artigo não alude à remuneração, e sim ao
salário-base do empregado. Tanto isto é verdade, que o
dispositivo legal em questão emprega as palavras "salário"
e "remuneração", distinguindo-as claramente, ao dispor,
em seu caput, que se compreendem na remuneração do
empregado, para todos os efeitos legais, além do salário
devido e pago diretamente pelo empregador, como
contraprestação do serviço, as gorjetas que receber. Ora,
como é cediço, a lei não contém palavras inúteis, e se faz
menção ao salário e à remuneração, é óbvio que não
confunde os dois conceitos. Destarte, em que pese a
redação do § 2º do art. 457 da CLT não ser das mais
felizes, ao fazer menção aos "salários" (na realidade,
remuneração, ou conjunto dos "salários" do empregado), o
que se infere do contexto lógico do artigo em questão é que
as diárias que extrapolem 50% do salário-base do
empregado integrarão a sua remuneração, presumindo-se
sua natureza salarial. Tal presunção não prevalecerá
apenas se restar provado que as diárias têm natureza
indenizatória. (TRT-3 - RO: 01560201413903006
0001560-51.2014.5.03.0139, Relator: Oswaldo Tadeu
B.Guedes, Quinta Turma, Data de Publicação:
19/09/2016)

Portanto, os valores que extrapolem a 50% do salário base do


Reclamante devem ser consideradas como de natureza salarial para todos os
fins e encargos trabalhistas.

DA NECESSÁRIA LIBERAÇÃO DA GUIA DO SEGURO DESEMPREGO

Não obstante a ocorrência da rescisão contratual ocorrer em


________ a Reclamante ainda não teve acesso às guias SD/CD para viabilizar
o percebimento do seguro-desemprego.

Portanto, deve a Reclamada ser condenada à imediata liberação


sob pena de indenização substitutiva equivalente à cinco parcelas da respectiva
verba, bem como a liberação do TRCT e chaves de conectividade para
recebimento do FGTS.

DO CABIMENTO DA MULTA DO ART. 477

Considerando que o Reclamante não recebeu no prazo legal as


verbas a que fazia jus quando da dispensa, resta configurada a multa do art. 477,
§ 8º, da CLT, especialmente porque o reconhecimento da relação de emprego
com a reclamada vir a ocorrer somente em Juízo.

No mesmo sentido, os seguintes precedentes da Alta Corte


Trabalhista:
RECURSO ORDINÁRIO. RECURSO DO RECLAMANTE.
MULTA DO §8º ART.477 DA CLT. PAGAMENTO DAS
VERBAS RESCISÓRIAS FORA DO PRAZO LEGAL.
DEVIDA A MULTA. A multa do art. 477 da CLT é
gerada pela falha da quitação das verbas
rescisórias, em estrito senso, ou a destempo pela
reclamada e, com isso, só é afastada se o
pagamento integral das verbas trabalhistas
incontroversas devidas ocorrer dentro do prazo
legal (parágrafo 6º do art. 477 da CLT),
independentemente, do tipo de modalidade de extinção
contratual e da data da homologação do TRCT, na linha da
jurisprudência pacífica do C. TST e da Tese Prevalecente
08 decorrente de decisão proferida em Incidente de
Uniformização de Jurisprudência instaurado perante este
Egrégio Regional do Trabalho da Primeira Região. Não
depositado, in casu, o valor das verbas rescisórias
elencadas no TRCT dentro do prazo legal, sem qualquer
culpa por parte do reclamante, dou provimento ao pleito
de condenação ao pagamento da multa do parágrafo 8º do
art. 477 da CLT. Recurso provido. (TRT-1, 0101006-
61.2017.5.01.0047 - DEJT 2019-07-30, Rel. ANA MARIA
SOARES DE MORAES, julgado em 09/07/2019)

MULTA DO ART.477 DA CLT. A teor do que dispõe o §


8º do artigo 477, da CLT (com redação anterior à
Lei 13.467/17), é devida multa em valor
equivalente ao salário do empregado quando o
pagamento dos haveres rescisórios é feito a
destempo, ou seja, em prazo superior ao dia seguinte ao
término do aviso prévio trabalhado, ou, quando este for
indenizado, em 10 dias a contar da data da notificação da
demissão (alínea b, § 6º, artigo 477, CLT). (TRT-1,
0104068-95.2016.5.01.0451 - DEJT 2019-07-25, Rel.
CLAUDIA DE SOUZA GOMES FREIRE, julgado em
09/07/2019)

RECURSO ORDINÁRIO. MULTA DO ART.477, §8.º, DA


CLT. A indenização compensatória do FGTS tem
natureza de verba rescisória e a omissão em seu
pagamento enseja a aplicação da multa do art.
477, §8.º, da CLT. (TRT-1, 0100104-72.2018.5.01.0080
- DEJT 2019-02-15, Rel. MONICA BATISTA VIEIRA
PUGLIA, julgado em 04/02/2019)

Assim, devido o pagamento da multa, eis que as verbas rescisórias


não foram pagas no prazo legal, impondo-se a penalidade em razão da mora.

DA MULTA DO ART. 467 DA CLT

Tratando-se de verbas incontroversas, tem-se pelo devido


pagamento da multa prevista no art. 467 da CLT, que assim dispõe:

Art. 467.Em caso de rescisão de contrato de trabalho,


havendo controvérsia sobre o montante das verbas
rescisórias, o empregador é obrigado a pagar ao
trabalhador, à data do comparecimento à Justiça do
Trabalho, a parte incontroversa dessas verbas, sob pena de
pagá-las acrescidas de cinqüenta por cento".

Portanto, considerando que as verbas referentes a ________ ,


não foram pagas ao final do contrato, devido o pagamento da multa de 50%,
conforme precedentes sobre o tema:

MULTA DO ART.467 DA CLT. INCIDÊNCIA. BASE DE


CÁLCULO. Sendo infundada a controvérsia e não tendo
sido efetuado pagamento em audiência, cabe a incidência
da multa do art.467 da CLT. Não há equívoco ao incluir
salários vencidos, aviso prévio e indenização
compensatória na base de cálculo dessa multa, porquanto
se considera verba rescisória toda parcela devida ao
trabalhador no momento da rescisão. (TRT-1, 0100453-
54.2018.5.01.0281 - DEJT 2019-08-01, Rel. MARIA
HELENA MOTTA, julgado em 09/07/2019)

MULTA DO ART.467 DA CLT. BASE DE CÁLCULO.


INDENIZAÇÃO COMPENSATÓRIA. A indenização de
40% sobre o saldo do FGTS deve ser incluída na base de
cálculo da multa do art.467 da CLT, porquanto se
considera verba rescisória toda parcela devida ao
trabalhador no momento da rescisão. (TRT-1, 0100440-
36.2018.5.01.0061 - DEJT 2019-10-09, Rel. MARIA
HELENA MOTTA, julgado em 02/10/2019)

Assim, devido o pagamento da multa, eis que as verbas rescisórias


não foram pagas no prazo legal, impondo-se a penalidade em razão da mora.

DA INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA

Nos termos do Art. 818 da CLT, "o ônus da prova incumbe ao


reclamante, quanto ao fato constitutivo de seu direito", ocorre que:

§ 1º Nos casos previstos em lei ou diante de peculiaridades


da causa relacionadas à impossibilidade ou à excessiva
dificuldade de cumprir o encargo nos termos deste artigo
ou à maior facilidade de obtenção da prova do fato
contrário, poderá o juízo atribuir o ônus da prova
de modo diverso, desde que o faça por decisão
fundamentada, caso em que deverá dar à parte a
oportunidade de se desincumbir do ônus que lhe foi
atribuído. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)

Assim, diante do nítido desequilíbrio na obtenção das provas


necessárias, tem-se a necessária inversão do ônus da prova.

A inversão do ônus da prova é consubstanciada na impossibilidade


de obtenção de prova indispensável por parte do Autor, sendo amparada pelo
princípio da distribuição dinâmica do Ônus da prova implementada pelo Novo
Código de Processo Civil:

Art. 373. O ônus da prova incumbe:


I - ao autor, quanto ao fato constitutivo de seu direito;
II - ao réu, quanto à existência de fato impeditivo,
modificativo ou extintivo do direito do autor.
§ 1º Nos casos previstos em lei ou diante de peculiaridades
da causa relacionadas à impossibilidade ou à excessiva
dificuldade de cumprir o encargo nos termos do caput ou à
maior facilidade de obtenção da prova do fato contrário,
poderá o juiz atribuir o ônus da prova de modo diverso,
desde que o faça por decisão fundamentada, caso em que
deverá dar à parte a oportunidade de se desincumbir do
ônus que lhe foi atribuído.

Referido dispositivo foi perfeitamente recepcionado pela Justiça


do Trabalho, conforme clara redação da IN 39/2016 do C. TST:

Art. 3° Sem prejuízo de outros, aplicam-se ao Processo do


Trabalho, em face de omissão e compatibilidade, os
preceitos do Código de Processo Civil que regulam os
seguintes temas:
(...)
VII - art. 373, §§ 1º e 2º (distribuição dinâmica do ônus da
prova);

Nesse sentido, a jurisprudência orienta a inversão do ônus da


prova, sob pena de inviabilizar o acesso à justiça:

RESPONSABILIDADE SUBSIDIÁRIA. ADMINISTRAÇÃO


PÚBLICA. Ao analisar Recurso Extraordinário interposto
pela União (RE) 760.931, com repercussão geral
reconhecida, o Plenário do STF, por maioria de votos,
fixou a tese a ser aplicada quanto à responsabilidade
subsidiária da administração pública por encargos
trabalhistas gerados pelo inadimplemento de empresa
terceirizada: "O inadimplemento dos encargos trabalhistas
dos empregados do contratado não transfere
automaticamente ao Poder Público contratante a
responsabilidade pelo seu pagamento, seja em caráter
solidário ou subsidiário, nos termos do art. 71, § 1º, da Lei
nº 8.666/93" (STF - Tribunal Pleno - RE 760.931 - Relª
Minª Rosa Weber - Relator p/ acórdão - Min. Luiz Fux -
DJe 12/9/2017). (...). Portanto, é possível que a
Administração Pública responda pelas dívidas trabalhistas
contraídas pela empresa contratada e que não foram
pagas, desde que o ex-empregado Reclamante comprove,
com elementos concretos de prova, que houve falha
concreta do Poder Público na fiscalização do contrato. No
tocante à aferição da culpa, a princípio, o ônus probatório
incumbe à parte a quem aproveita, isto é, o Reclamante
teria o encargo de demonstrar em juízo que a
Administração foi omissa no seu dever de fiscalizar a
contratada. Ocorre, porém, que essa prova é de
difícil, senão impossível, elaboração. Desse modo,
é de se aplicar o princípio da aptidão para a prova,
uma vez que a Administração tem o dever de
exigir a apresentação de documentos que
comprovem a regularidade, pela contratada, das
obrigações trabalhistas e sociais e, por corolário,
tem a posse desses documentos. (TRT-2, 1000334-
12.2019.5.02.0441, Rel. FRANCISCO FERREIRA JORGE
NETO - 14ª Turma - DOE 09/03/2020)

AGRAVO EM AGRAVO DE INSTRUMENTO EM


RECURSO DE REVISTA EM FACE DE DECISÃO
PUBLICADA NA VIGÊNCIA DA LEI Nº 13.015/2014.
HORAS EXTRAS. DISTRIBUIÇÃO DINÂMICA DO ÔNUS
DA PROVA. ARTIGOS 818 DA CLT E 373, I, DO CPC.
VIOLAÇÃO NÃO CONFIGURADA. A agravante não logra
afastar a fundamentação da decisão agravada. Ao
Processo Trabalhista aplica-se a Teoria da
Distribuição Dinâmica do Ônus da Prova,
incumbindo-o à parte que melhor tem condições
de produzir a prova. Os artigos 818 da CLT e 373, I, do
CPC - único viés recursal válido do apelo denegado -
disciplinam a distribuição do encargo probatório entre as
partes, razão pela qual eventual violação desses preceitos
somente ocorre na hipótese em que o magistrado decide
mediante atribuição equivocada do onus probandi, o que
não se verifica no caso concreto, ante o princípio da
aptidão para a prova. Assim, mantém-se a condenação em
horas extras, calcada na regular valoração do conjunto
probatório. Agravo conhecido e não provido. (TST, Ag-
AIRR - 10740-84.2015.5.01.0051, Relator Ministro:
Cláudio Mascarenhas Brandão, Data de Julgamento:
22/05/2019, 7ª Turma, Data de Publicação: DEJT
31/05/2019)

RESPONSABILIDADE SUBSIDIÁRIA. ENTE PÚBLICO. É


inequivocamente desproporcional impor aos
empregados terceirizados o dever probatório
quanto ao descumprimento da fiscalização por parte da
Administração Pública. A técnica processual da
distribuição dinâmica do ônus da prova,
fundamentada nos princípios da igualdade,
aptidão para a prova e cooperação, surge em
contraposição ao ônus estático da prova e tem por
diretriz a efetiva capacidade probatória de cada
parte. O CPC de 2015 aplica a teoria dinâmica do ônus da
prova: no art. 7º, como faceta do devido processo
substancial e no § 1º do art. 373, como flexibilização da
regra rígida de distribuição do encargo probatório
insculpida nos seus incisos I e II. Oportuno mencionar
que a CLT, no art. 818, com as alterações
introduzidas pela Lei 13.467/17 também passou a
aplicar a distribuição dinâmica do ônus da prova.
De outro lado, também à luz dos princípios constitucionais
que orientam o Direito Administrativo, sobretudo os da
legalidade e da moralidade, é do ente público o ônus de
provar o cumprimento do poder-dever fiscalizatório do
contrato de prestação de serviços, mormente no que se
refere à observância das regras e direitos trabalhistas. A
segunda Reclamada alega ausência de culpa, não podendo
ser responsabilizada objetivamente pela terceirização, pelo
simples inadimplemento da primeira Reclamada. Todavia,
a Recorrente sequer juntou aos autos o contrato
entabulado entre as Reclamadas, onde constariam os
deveres de cada uma. Ademais, não há nos autos qualquer
prova, ou mesmo indício, de que houve fiscalização,
aplicação de sanção, multas, penalidades, apuração de
irregularidades, etc. Vale dizer: a Recorrente jamais
efetuou qualquer controle sobre as atividades da primeira
Reclamada. Se o fez, nada provou, pois não apresentou
nenhum documento comprovando a fiscalização do
contrato existente entre as Reclamadas. Portanto, não
houve, como lhe competia, a observância efetiva e profícua
na fiscalização do contrato, sendo necessário ao
Reclamante que viesse ao Poder Judiciário procurar a
satisfação dos seus direitos. (TRT-2, 1001386-
29.2017.5.02.0048, Rel. FRANCISCO FERREIRA JORGE
NETO - 14ª Turma - DOE 06/05/2019)

DISTRIBUIÇÃO DO ÔNUS DA PROVA E TEORIA DA


CARGA DINÂMICA. Em matéria envolvendo diferenças de
comissionamento, embora o ônus de provar a pertinência
do pedido recaia, em princípio, sobre o autor da demanda
judicial, à empresa acionada incumbe aportar às suas
alegações defensivas os demais fatos e provas, a fim de
subsidiar o juízo com os elementos de convencimento
necessários ao deslinde da controvérsia com pacificação
social. A postura ativa da empresa no esclarecimento dos
fatos impõe-se, ainda, como decorrência da aplicação à
seara juslaboral da teoria da carga dinâmica da prova,
porque o empregador é a parte que detém mais aptidão
para produzir a prova dos mecanismos de cálculo, base,
percentuais, formas de pagamento e todos os demais
aspectos contábeis relacionados às comissões pagas aos
seus empregados. (TRT-1, 01019678820175010471,
Relator Desembargador/Juiz do Trabalho: GUSTAVO
TADEU ALKMIM, Gabinete do Desembargador Gustavo
Tadeu Alkmim, Publicação: 04/04/2019)

Assim, considerando a busca pela equidade processual, bem como


a situação hipossuficiente do consumidor, requer a inversão do ônus da prova,
com base no Art. 818, §1º da CLT e Art. 373, §1º do CPC/15.

DO APROVEITAMENTO DE PROVA EMPRESTADA

Trata-se de processo que exige prova ________ , portanto


inacessível, justificando o aproveitamento de prova emprestada.

Os fatos aqui narrados correspondem exatamente àqueles


dispostos no processo ________ , portanto, considerando a perícia realizada,
bem como as testemunhas já ouvidas, requer o imediato julgamento da lide,
com base nestas provas que confirmam os fatos aqui narrados.

A prova emprestada tem cabimento, no presente caso, tendo em


vista a celeridade e economicidade processual tão almejada em meio à
morosidade que trava importantes debates envolvendo a Justiça do Trabalho.

Portanto, considerando a existência de provas conclusivas em local


exatamente igual àquele em que o reclamante exercia suas atividades, não
subsiste qualquer óbice à aceitabilidade da prova emprestada, consubstanciada
no aproveitamento dos seguintes documentos:
 Laudo pericial do processo nº ________ (Anexo),
o qual foi realizado no mesmo ambiente de trabalho
do Reclamante, e conclui claramente que:

________

 Transcrição da audiência de instrução realizada em


data no processo nº que relatam exatamente os
mesmos fatos que amparam a inicial, com destaque
aos seguintes trechos:

________

Trata-se de, conjuntamente, buscar a efetivação do direito de


forma eficiente, aliando princípios da celeridade, economicidade, objetividade e
verdade real, conforme corroboram precedentes sobre o tema:

AGRAVO. AGRAVO DE INSTRUMENTO EM RECURSO


DE REVISTA. ACÓRDÃO PUBLICADO NA VIGÊNCIA DA
LEI Nº 13.015/2014. CERCEAMENTO DE DEFESA.
PROVA EMPRESTADA. (...) Convém registrar que a prova
emprestada o é tão somente por ter sido produzida em
processo similar, o que força a ilação de que as situações
retratadas se assemelham. Ademais, saudável relembrar
que o instituto de prova emprestada é, não somente legal,
mas também compatível e desejável no processo do
trabalho, conquanto viabilize e avulte a celeridade
processual e a harmonia dos julgamentos em vários casos
iguais, circunstâncias ínsitas a esta modalidade de
processo. Além de que, não configura cerceamento de
defesa a utilização de prova emprestada, tendo em vista os
amplos poderes conferidos ao juízo na direção do processo
(art. 765 da CLT c/c os arts. 130, 131 e 332 do CPC/73).
Precedentes. (...) (TST, Ag-AIRR - 10606-
36.2017.5.03.0082, Relator Ministro: Breno Medeiros,
Data de Julgamento: 24/04/2019, 5ª Turma, Data de
Publicação: DEJT 03/05/2019)

ADICIONAL DE PERICULOSIDADE. Prova emprestada.


A prova emprestada encontra amparo no art. 369 do CPC,
que admite ser hábil à comprovação dos fatos por todos os
meios legítimos de prova. Sendo idêntico o fato a ser
provado, a prova emprestada possibilita em algumas
situações específicas a comprovação do adicional de
periculosidade em conformidade com o art. 195 da CLT.
Assim, admito a prova emprestada nestes autos, restando
comprovado que no desenvolvimento de suas atividades o
reclamante estava sujeito a risco, passível, portanto, de
pagamento do adicional de periculosidade. Recurso da
reclamada não provido. (TRT-1, 0100060-
16.2017.5.01.0039 - DEJT 2019-06-29, Rel. JORGE
FERNANDO GONCALVES DA FONTE, julgado em
26/06/2019)

Trata-se de viabilidade prevista claramente no CPC/15, em seu art.


372, perfeitamente aplicável à Justiça do Trabalho, à luz do Art. 769 da CLT,
conforme entendimento da doutrina:

"Mesmo sendo apresentada no segundo processo pela


forma documental, a prova emprestada não valerá como
mero documento. Terá potencialidade de assumir
exatamente a eficácia probatória que obteria no processo
em que foi originariamente produzida. Ficou superada a
concepção de que a prova emprestada receberia, quando
muito, valor de documento, 'prova inferior' ou
'extrajudicial'. (BEBER, Julio Cesar. Provas no Novo CPC
e o Processo do Trabalho. In: BRANDÃO, Cláudio.
MALLET, Estêvão (coord.). JusPodvm, 2015. p. 310)

Trata-se de ferramenta ao alcance do Judiciário a fim de viabilizar


maior celeridade processo e segurança jurídica nas relações.
Afinal, estamos diante de situações idênticas que devem merecer o
mesmo tratamento, motivando o presente pedido de aceitabilIdade e valoração
adequada às aprovas apresentadas.

DA TUTELA DE URGÊNCIA

Nos termos do Art. 300 do CPC/15, "a tutela de urgência será


concedida quando houver elementos que evidenciem a probabilidade do
direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo."

A Instrução Normativa nº 39 do TST, que dispõe sobre a aplicação


das normas do Código de Processo Civil de 2015 ao Processo do Trabalho,
dispõe em seu Art.3º:

"Sem prejuízo de outros, aplicam-se ao Processo do


Trabalho, em face de omissão e compatibilidade, os
preceitos do Código de Processo Civil que regulam os
seguintes temas: VI - arts. 294 a 311 (tutela
provisória)"

A doutrina ao disciplinar sobre a matéria, reforça o entendimento


de que: "A tutela de antecedência, prevista no CPC, é compatível com
o Processo do Trabalho por força da aplicação do art. 769 da CLT."
(SCHIAVI, Mauro. Manual de Direito Processual do Trabalho. 13ª ed. Ed. LTR,
2018. p. 1.438)

Desta forma, diante da aplicabilidade do Art. 300 do CP/15, passa


a demonstrar o cumprimento aos requisitos do referido dispositivo legal:

A PROBABILIDADE DO DIREITO resta caracterizada diante


da demonstração inequívoca dos fatos narrados. Assim, conforme destaca a
doutrina, não há razão lógica para aguardar o desfecho do processo, quando
diante de direito inequívoco:

"Se o fato constitutivo é incontroverso não há


racionalidade em obrigar o autor a esperar o
tempo necessário à produção da provas dos fatos
impeditivos, modificativos ou extintivos, uma vez que o
autor já se desincumbiu do ônus da prova e a demora
inerente à prova dos fatos, cuja prova incumbe ao réu
certamente o beneficia." (MARINONI, Luiz Guilherme.
Tutela de Urgência e Tutela da Evidência. Editora RT,
2017. p.284)

Já o RISCO DA DEMORA, fica caracterizado pela ________ ,


ou seja, tal circunstância confere grave risco de perecimento do resultado útil do
processo, conforme leciona Humberto Theodoro Júnior:

"um risco que corre o processo principal de não


ser útil ao interesse demonstrado pela parte", em
razão do "periculum in mora", risco esse que deve ser
objetivamente apurável, sendo que e a plausibilidade do
direito substancial consubstancia-se no direito "invocado
por quem pretenda segurança, ou seja, o "fumus boni
iuris" (in Curso de Direito Processual Civil, 2016. I. p.
366).

Como ficou perfeitamente demonstrado, o direto do reclamante


fica caracterizado pelo descumprimento notório à clara disposição legal da
efetiva anotação na CTPS do trabalhador.

Esta conduta é indispensável para viabilizar as demais anotações


de vínculos posteriores e permitir o acesso a benefícios sociais dali
proveninentes, caracterizando igualmente O RISCO DA DEMORA.

Nos termos do art. 29 da CLT e art. 201 da CF/88, o empregador


tem a responsabilidade de realizar as anotações e disponibilizar a CTPS ao
empregado imediatamente após o término do vínculo empregatício, in verbis:

Art. 29. O empregador terá o prazo de 5 (cinco) dias úteis


para anotar na CTPS, em relação aos trabalhadores que
admitir, a data de admissão, a remuneração e as condições
especiais, se houver, facultada a adoção de sistema
manual, mecânico ou eletrônico, conforme instruções a
serem expedidas pelo Ministério da Economia.
(...)

§ 3º A falta de cumprimento pelo empregador do disposto


neste artigo acarretará a lavratura do auto de infração pelo
Auditor Fiscal do Trabalho, que deverá, de ofício, lançar as
anotações no sistema eletrônico competente, na forma a
ser regulamentada pela Secretaria Especial de Previdência
e Trabalho do Ministério da Economia.
(...)

§ 8º O trabalhador deverá ter acesso às informações da


sua CTPS no prazo de até 48 (quarenta e oito) horas a
partir de sua anotação.

Assim, devida anotação imediata da CTPS, conforme precedente


do TST:

RECURSO DE REVISTA INTERPOSTO ANTES DA LEI


13.015/2014. RECURSO DE REVISTA. MULTA POR
DESCUMPRIMENTO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER.
ANOTAÇÃO DA CTPS. De acordo com entendimento
adotado no âmbito desta Subseção Especializada, não há
óbice à aplicação da multa diária prevista no art. 461 do
CPC de 1973, com o objetivo de compelir o empregador a
anotar a CTPS do trabalhador, ainda que o art. 39, § 1º, da
CLT estabeleça que, na eventual recusa, tal procedimento
possa ser realizado pela Secretaria da Vara do Trabalho. É
evidente que a posterior anotação da CTPS pela secretaria
do juízo causará embaraços ao trabalhador, dificultando
seu futuro acesso ao mercado de trabalho, circunstância
que torna inadmissível a recusa do empregador em
cumprir a determinação judicial. A imposição de multa
diária em face da recusa do empregador de
cumprir sua obrigação de anotar a CTPS, no prazo
fixado pela sentença, tem fundamento no
princípio da proteção ao hipossuficiente e no
direito constitucional ao trabalho, o qual reclama
máxima efetividade. Nesse contexto, conclui-se
constituir a anotação da CTPS pela Secretaria da Vara
circunstância excepcional, não podendo ser interpretada
como regra de substituição da obrigação de fazer imposta
ao empregador pela própria CLT em seu art. 29. Recurso
de revista não conhecido. MULTA POR
DESCUMPRIMENTO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER.
NULIDADE POR DECISÃO EXTRA PETITA. NÃO
CONFIGURADA. A multa diária por descumprimento da
obrigação de fazer encontrava-se respaldada no art. 461 e
parágrafos do Código de Processo Civil de 1973, ao tempo
em que fixada. A aplicação da "multa astreintes" em face
de obrigação de fazer, qual seja, anotação da CTPS, não
importa violação do art. 39, § 1º, da CLT, na medida em
que se trata de multa prevista na legislação processual. As
astreintes são meio de coerção ou técnica de tutela
coercitiva, exercendo pressão psicológica no obrigado, cujo
objetivo é o cumprimento de determinada decisão judicial
mediante ameaça ao patrimônio do devedor. (...). (TST -
RR: 6541320135030037, Relator: Augusto César Leite de
Carvalho, Data de Julgamento: 21/08/2019, 6ª Turma,
Data de Publicação: DEJT 23/08/2019)

Da mesma forma deve ser o procedimento para imediata


liberação da CTPS, uma vez que trata-se de documento pessoal e de
propriedade do reclamante , não podendo ser utilizada como moeda de troca
pela empresa para qualquer fim.

DA PROBABILIDADE DO DIREITO: Como ficou


perfeitamente demonstrado, o direto do Autor fica caracterizado pelo
descumprimento notório à clara disposição legal configurando em sua dispensa
arbitrária.
Esta conduta confere grave prejuízo com risco irreparável, afinal,
os dias fora do trabalho repercutem diretamente na sua remuneração,
caracterizando igualmente O RISCO DA DEMORA.

Diante de tais circunstâncias, é inegável a existência de fundado


receio de dano irreparável, sendo devida a antecipação dos efeitos da tutela,
conforme previsão nas súmulas do TST:

OJ 64 SDI-2. MANDADO DE SEGURANÇA.


REINTEGRAÇÃO LIMINARMENTE CONCEDIDA. Não
fere direito líquido e certo a concessão de tutela
antecipada para reintegração de empregado protegido por
estabilidade provisória decorrente de lei ou norma
coletiva.

OJ 65 SDI-2. MANDADO DE SEGURANÇA.


REINTEGRAÇÃO LIMINARMENTE CONCEDIDA.
DIRIGENTE SINDICAL. Ressalvada a hipótese do art. 494
da CLT, não fere direito líquido e certo a determinação
liminar de reintegração no emprego de dirigente sindical,
em face da previsão do inciso X do art. 659 da CLT.

OJ 142 SDI-2. MANDADO DE SEGURANÇA.


REINTEGRAÇÃO LIMINARMENTE CONCEDIDA.
Inexiste direito líquido e certo a ser oposto contra ato de
Juiz que, antecipando a tutela jurisdicional, determina a
reintegração do empregado até a decisão final do processo,
quando demonstrada a razoabilidade do direito subjetivo
material, como nos casos de anistiado pela Lei nº
8.878/94, aposentado, integrante de comissão de fábrica,
dirigente sindical, portador de doença profissional,
portador de vírus HIV ou detentor de estabilidade
provisória prevista em norma coletiva.

Súmula nº 414 do TST.MANDADO DE SEGURANÇA.


ANTECIPAÇÃO DE TUTELA (OU LIMINAR)
CONCEDIDA ANTES OU NA SENTENÇA I - A
antecipação da tutela concedida na sentença não comporta
impugnação pela via do mandado de segurança, por ser
impugnável mediante recurso ordinário. A ação cautelar é
o meio próprio para se obter efeito suspensivo a recurso. II
- No caso da tutela antecipada (ou liminar) ser concedida
antes da sentença, cabe a impetração do mandado de
segurança, em face da inexistência de recurso próprio. III -
A superveniência da sentença, nos autos originários, faz
perder o objeto do mandado de segurança que impugnava
a concessão da tutela antecipada (ou liminar).

Trata-se de pedido passível de aceitação, sempre que o lapso


temporal oferecer riscos irreversíveis ao trabalhador:

AÇÃO CAUTELAR. ATRIBUIÇÃO DE EFEITO


SUSPENSIVO A RECURSO ORDINÁRIO. PERICULUM
IN MORA E FUMUS BONI JURIS EVIDENCIADOS.
Considerando-se a existência de dúvida razoável no
contrabalanceamento dos atos praticados pela requerida a
ensejar ou não a invalidade da rescisão contratual por
justa causa, vislumbra-se, fatalmente, a plausibilidade do
direito substancial invocado pela requerente. Evidencia-se,
ainda, o periculum in mora, diante da determinação de
reintegração imediata da requerida, tendo em vista a
impossibilidade de restituir às partes ao status quo ante.
Medida cautelar a que se dá provimento para conferir
efeito suspensivo ao recurso ordinário interposto pela
requerente nos autos da ação originária. (Processo:
TutCautAnt - 0000188-10.2017.5.06.0000, Redator:
Maria das Gracas de Arruda Franca, Data de julgamento:
05/06/2017, Terceira Turma, Data da assinatura:
05/06/2017)

Ademais, cabe destacar que o presente pedido NÃO caracteriza


conduta irreversível, não conferindo nenhum dano ao Reclamado, sendo
devida a concessão da tutela de urgência aqui pleiteada.

DA TUTELA DE EVIDÊNCIA

O artigo 769 da Consolidação das Leis do Trabalho prevê a


aplicabilidade do Código de Processo Civil nos caos omissos. No mesmo sentido
é a redação do Art. 15 do próprio CPC.

Assim, considerando a ausência de vedação ou previsão na CLT da


tutela de evidência, tem-se por perfeitamente cabível a aplicação subsidiária do
CPC, em especial o Art. 311 que prevê que "a tutela da evidência será concedida,
independentemente da demonstração de perigo de dano ou de risco ao
resultado útil do processo", quando preenchido alguns requisitos, previstos em
seus incisos, quais sejam:

DO ABUSO DE DIREITO - inciso I: Conforme demonstrado, O


Reclamado cometeu abuso de direito ao ________ .

MANIFESTO PROPÓSITO PROTELATÓRIO DA RECLAMADA -


inciso I: Conforme conduta do Réu, ficou caracterizado o intuito protelatório ao
________

PROVA DOCUMENTAL PRÉ-CONSTITUÍDA - incisos II e IV:


Para fins de comprovação de seu direito, junta-se à presente ação os seguintes
documentos como prova suficiente do direito: ________

TESE FIRMADA EM JULGAMENTOS REPETITIVOS E SÚMULA


VINCULANTE - inciso II: Trata-se de matéria já visitada em sede de recursos
repetitivos conforme julgados nºs ________

MANIFESTAÇÃO E DOCUMENTAÇÃO DO RÉU - inciso IV: Pela


documentação já apresentada pelo Réu tem-se de forma inequívoca presente
sua manifestação sobre a matéria em tela, conforme precedentes sobre o tema:

DIREITO DO TRABALHO. DIREITO PROCESSUAL DO


TRABALHO. RECURSO ORDINÁRIO OBREIRO.
REINTEGRAÇÃO. TUTELA ANTECIPADA. No caso
trazido à análise, à luz das disposições contidas nos artigos
311 do CPC e 769 da CLT , deve ser concedida a tutela de
evidência, com o escopo de conferir celeridade e
efetividade na prestação jurisdicional. Recurso
parcialmente provido. (Processo: RO - 0001112-
29.2014.5.06.0193, Redator: Sergio Torres Teixeira, Data
de julgamento: 18/10/2017, Primeira Turma, Data da
assinatura: 25/10/2017)

O direito evidente é aquele que independe de instrução probatória


ou que não sofre resistência da outra parte. Portanto, demonstrado o
cumprimento aos requisitos da tutela de evidência.

Posto isso, requer ordem liminar inaudita altera parte, nos termos
do art. 9º, Paragrafo Único, inciso II, do CPC, ordem para ________ .

DA INDICAÇÃO DE VALOR CERTO E DETERMINADO

Inicialmente declara que indica aproximadamente os valores


pleiteados ao final de cada pedido, com base na documentação e informações
disponíveis ao trabalhador.

Em relação aos valores abaixo, indica apenas valores genéricos,


nos termos do Art. 324, §1º, III do CPC/15, pela impossibilidade de mensuração
por inacessibilidade da documentação necessária aos cálculos, que estão de
posse do Reclamado.

Horas extras: ________

Adicional de periculosidade: ________

etc.

Deixa de liquidar os valores pleiteados, pois a redação introduzida


pela Reforma Trabalhista exige apenas a indicação de valor certo e determinado,
não exigindo em momento algum a sua liquidação, vejamos:

Art. 840 - § 1º Sendo escrita, a reclamação deverá conter a


designação do juízo, a qualificação das partes, a breve
exposição dos fatos de que resulte o dissídio, o pedido, que
deverá ser certo, determinado e com indicação de seu
valor, a data e a assinatura do reclamante ou de seu
representante.

Afinal, tal compreensão poderia ferir frontalmente princípios


basilares da Justiça do Trabalho, tais como o da SIMPLICIDADE,
INFORMALIDADE, CELERIDADE e do AMPLO ACESSO À JUSTIÇA.

Renomada doutrina, ao analisar a matéria, destaca:

"A lei não exige que o pedido esteja devidamente


liquidado, com apresentação de cálculos detalhados, mas
que indique o valor. De nossa parte, não há necessidade de
apresentação de cálculos detalhados, mas que o valor seja
justificado, ainda que por estimativa. Isso se justifica, pois
o reclamante, dificilmente, tem documentos para o cálculo
de horas extras, diferenças salariais, etc. Além disso,
muitos cálculos demandam análise de documentação a ser
apresentada pela própria reclamada." (SCHIAVI, Mauro.
Manual de Direito Processual do Trabalho. 13ª ed. Ed.
LTR, 2018. p. 570)

Aceitar interpretação extensiva à norma seria criar obstáculo


inexistente em manifesto cerceamento ao direito constitucional de acesso à
justiça.

Este entendimento já vem norteando alguns posicionamentos nos


Tribunais:

MANDADO DE SEGURANÇA. EMENDA À PETIÇÃO


INICIAL. LEI 13.467. PEDIDO LÍQUIDO. IMPOSIÇÃO
DE LIQUIDAÇÃO DA INICIAL DA AÇÃO TRABALHISTA
ILEGAL E OBSTACULIZADORA DO DIREITO
FUNDAMENTAL DE ACESSO À JUSTIÇA. SEGURANÇA
CONCEDIDA PARA CASSAR A
EXIGÊNCIA.Tradicionalmente o art. 840 da CLT exige, da
inicial da ação trabalhista, uma breve narrativa dos fatos, o
pedido, o valor da causa, data e assinatura. A nova redação
da lei 13467/17, denominada "reforma trabalhista" em
nada altera a situação, considerando repetir o que está
exposto no art. 291 do CPC quanto à necessidade de se
atribuir valor à causa e não liquidar o pedido. A imposição
de exigência de liquidação do pedido, no ajuizamento,
quando o advogado e a parte não tem a dimensão concreta
da violação do direito, apenas em tese, extrapola o
razoável, causando embaraços indevidos ao exercício do
direito humano de acesso à Justiça e exigindo do
trabalhador, no processo especializado para tutela de seus
direitos, mais formalidades do que as existentes no
processo comum. No ajuizamento da inicial foram
cumpridos todos os requisitos previstos na lei processual
vigente, não podendo ser aplicados outros, por
interpretação, de forma retroativa. Não cabe invocar a
reforma trabalhista para acrescer novo requisito a ato
jurídico processual perfeito. Inteligência do art. 14 do CPC.
Segurança concedida. (TRT4 Processo 0022366-
07.2017.5.04.0000(MS) Redator: Marcelo Jose Ferlin
D'ambroso Órgão julgador: 1ª Seção de Dissídios
Individuais 28/02/2018)

Nesse mesmo sentido, em outro julgado podemos destacar:

"O ato processual em questão diz respeito ao atendimento


dos requisitos legais previstos para a petição inicial, que
deveriam ser aqueles previstos na legislação vigente, é
dizer, a CLT já com as alterações feitas pela reforma,
apenas determina sejam apontados os valores na peça
inaugural, não exigindo sua liquidação neste ponto. 10)
Nessa medida, a ordem judicial que determina a aplicação
dos requisitos trazidos pela Lei nº 13.467/2017, exigindo
mais do que o dispositivo legal o faz, revela-se teratológica,
mostrando-se cabível a impugnação por meio do remédio
constitucional." (TRT15 Processo Nº 0005412-
40.2018.5.15.0000 (MS) Juiz Relator: CARLOS
EDUARDO OLIVEIRA DIAS. Data: 05/03/2018)

Motivos pelos quais requer o recebimento de simples indicação


dos valores de cada pedido, nos termos do Ar. 840, §1º e 324, §1º, III do
CPC/15.

DOS REQUERIMENTOS

Diante todo o exposto REQUER:

1.O deferimento do pedido liminar para:

1.1 que seja expedido alvará judicial, bem como a certidão


narrativa, para que a Reclamante possa sacar seu FGTS e
habilitar-se no programa do Seguro Desemprego, nos
termos do art. 300 do CPC, bem como seja imediatamente
corrigida a notação e consequente liberação da CTPS, sob
pena de multa diária, aplicado subsidiariamente por força
do art. 769 da CLT;

1.2 que seja determinado ao Reclamado a exibição de


documentos ________ à composição das provas
necessárias a esta demanda, para fins de que seja
mensurado os valores devidos;

1.3 Requer ainda, o deferimento do pedido de urgência


para fins de ________ .

1.3 Requer o deferimento da tutela de evidência, par fins


de ________ .

2.A citação dos Réus para responder a presente ação, querendo;

3.Que seja designada audiência de conciliação ou mediação na forma


do previsto no artigo 334 do NCPC;

4.A inversão do ônus da prova, determinando à reclamada que


disponibilize ________ ;

5.A produção de todas as provas admitidas em direito, em especial a


documental, testemunhal e ________ , com a inversão do ônus da
prova nos termos do Art. 818, §1º da CLT;

6.Requer o aproveitamento da prova ________ do processo


________ ;

DOS PEDIDOS

A total procedência da presente Reclamatória, condenando o


Reclamado a:

7.Seja reconhecido o vínculo empregatício e consequente retificação


da anotação da CTPS da Reclamante, devendo constar a efetiva data
de admissão - ________ e consequente baixa na CTPS com baixa do
pacto laboral;

Sucessivamente, seja condenada a reclamada ao pagamento das


verbas rescisórias devidas, conforme indicação abaixo;

8.Requer a imediata concessão da licença paternidade, nos termos


acima indicados. Subsidiariamente, requer a condenação do
reclamado à indenização do prazo suprimido.

Valor devido R$ ________


Seja condenada a reclamada ao pagamento de aviso prévio no valor
de R$ ________ ;

9.Sejam realizadas as devidas retificações e baixa da CTPS;

10.Sejam realizadas as devidas anotações na CTPS;

11.Sejam pagas as horas extras trabalhadas, com reflexo, pela


habitualidade, nas férias, na gratificação natalina, nos repousos
semanais remunerados, FGTS e multa de 40%;

Valor de horas extras devido R$ ________

12.Seja indenizado o período de descanso sobrejornada não gozado,


com reflexo, pela habitualidade, nas férias, na gratificação natalina,
nos repousos semanais remunerados, FGTS e multa de 40%;

Valor devido R$ ________

13.Sejam devidamente remunerados em dobro as horas trabalhadas


em domingos e feriados;

Valor devido R$ ________

14.Seja determinada a integração ao salário do valor mensal, com


pagamento das diferenças a título de auxílio alimentação e transporte
para fins de cálculo de horas extras, 13º salário, férias simples e
proporcionais, 1/3 de férias, aviso prévio, parcelas rescisórias pagas e
FGTS;

Valor devido R$ ________

15.Requer a condenação da reclamada ao pagamento dos encargos


trabalhistas sobre os valores que extrapolem a 50% do salário base do
Reclamante, pela sua natureza salarial.
Valor devido R$ ________

16.Seja o reclamado condenado ao pagamento de férias e 13º


proporcional ao período trabalhado, devidamente atualizado;

Valor devido R$ ________

17.Seja o reclamado condenado ao pagamento de férias em dobro,


considerando a intempestividade do pagamento, devidamente
atualizado;

Valor devido R$ ________

18.Sejam entregues as guias para encaminhamento do seguro-


desemprego imediatamente, ou seja, na primeira audiência ou pagar
o equivalente a 5 parcelas pelo seu não fornecimento;

Valor devido R$ ________

19.A condenação da reclamada ao pagamento indenizatório de danos


morais por todo exposto;

Valor devido R$ ________

20.Seja declarada a rescisão indireta, com pagamento das verbas


rescisórias decorrentes do pacto laboral, conforme valores indicados
abaixo;

21.Seja a reclamada condenada ao pagamento dos reflexos do


presente pedido nas verbas trabalhistas do seguinte período
________ :

a) Salários - R$ ________ ;

b) Horas extras - R$ ________ ;


c) Férias - R$ ________ :

d) Décimo terceiro - R$ ________ ;

e) Aviso prévio, nos termos do Art. 487 da CLT - R$


________ ;

f) FGTS sobre verbas rescisórias - R$ ________ ;

g) Multa de 40% sobre saldo do FGTS - R$ ________ ;

h) Gratificações - R$ ________ ;

j) Adicional de periculosidade - R$ ________ ;

l) Adicional de insalubridade - R$ ________ ;

j) Adicional noturno - R$ ________ ;

l) Diferença da hora reduzida noturna - R$ ________ ;

m) Repouso semanal - R$ ________ ;

n) Multa do Art. 477, § 8º, da CLT - R$ ________ ;

o) ________

22.Seja a reclamada condenada ao pagamento das seguintes verbas


rescisórias:

a) Saldo de salário - R$ ________ ;

b) Férias vencidas e proporcionais +1/3 - R$ ________

c) Décimo terceiro proporcional - R$ ________ ;


d) Aviso prévio, nos termos do Art. 487 da CLT - R$
________ ;

e) FGTS sobre verbas rescisórias - R$ ________ ;

f) Multa de 40% sobre saldo do FGTS - R$ ________ ;

g) Liberação das guias do seguro desemprego, sob pena de


incidência da indenização substitutiva prevista na Súmula
389 do TST;

h) Multa do Art. 477, § 8º, da CLT - R$ ________ ;

i) ________ .

23.Seja condenada a reclamada ao pagamento da multa do artigo


477, §8º, da CLT, pelo desatendimento do prazo para efetivação e
pagamento da rescisão;

Valor devido R$ ________

24.Seja condenado ao pagamento dos honorários do procurador do


Reclamante na razão de 15% sobre o valor bruto da condenação, nos
termos do Art. 791-A;

Valor devido R$ ________

25.Seja determinado o recolhimento da contribuição previdenciária


de toda a contratualidade;

Valor devido R$ ________

26.Seja determinado o pagamento imediato das verbas


incontroversas, sob pena de aplicação da multa do artigo 467 da CLT;

Multa, se devida R$ ________


27.Requer a aplicação de juros e correção monetária até o efetivo
pagamento das verbas requeridas.

Requer que as intimações ocorram EXCLUSIVAMENTE em nome do


Advogado ________ , OAB ________ .

Por fim, manifesta o ________ na audiência conciliatória, nos termos do Art.


319, inc. VII do CPC.

Junta em anexo os cálculos discriminados das verbas requeridas nos termos do


Art. 840, §1º da CLT.

Dá à presente, para fins de distribuição, o valor de R$ ________

Nestes termos, pede deferimento.

________ , ________ .

________

Documentos anexados:

1. Comprovante de renda

2. Declaração de hipossuficiência

3. Comprovante do comprometimento da renda

4. Prova do recebimento

5. Provas da subordinação

6. Prova da habitualidade

7. Prova do trabalho em domingos e feriados


8. Extrato do recebimento em pecúnia

9. Extrato do recebimento das diárias

10. Termo de rescisão

11.Prova da data do pagamento das verbas rescisórias

12. Termo de rescisão

13. Prova da data do pagamento das verbas rescisórias

14. Procuração

15. RG e CPF do Reclamante

16. Comprovante de residência

17. CTPS Reclamante

18. Cópia contracheques

19. Cópia do extrato da conta do FGTS

20. Cópia do atestado de saúde demissional

21. Incluir cálculo discriminados - Art. 840, §¹º CLT

22. Demais documentos relacionados a cada argumento

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