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TJSP - Ap 374.941-4/2-00 - 2.ª Câmara - j. 26/7/2005 - rel. Jose Joaquim Dos Santos -
Área do Direito: Civil; Processual
CASAMENTO - Anulação - Admissibilidade - Matrimônio realizado entre tio e
sobrinha - Ato que não pode ser validado com a realização de perícia médica,
pois esta deve ser feita antes da celebração do casamento - Alegação de
desconhecimento da lei que não procede, diante da declaração dos nubentes de
serem primos, quando da habilitação - Inteligência do art. 1.521, IV, do CC (de
2002).
Ementa Oficial: Ementa da Redação: A ação de anulação de casamento realizado entre
tio e sobrinha deve ser julgada procedente, diante do impedimento previsto no art.
1.521, IV, do CC, não podendo tal ato ser validado, neste momento processual, com a
realização de perícia médica, uma vez que esta deve ser realizada antes da celebração
do matrimônio. Ademais, a alegação de desconhecimento da lei pelos nubentes deve ser
afastada, tendo em vista que se declararam primos quando da habilitação.
ACÓRDÃO
Vistos, relatados e discutidos estes autos de ApCív 374.941-4/2-00, da Comarca de
Angatuba, em que são apelantes AAA e outra, sendo apelado Ministério Público:
Acordam, em 2.ª Câm. de Direito Privado do TJSP, proferir a seguinte decisão: "negaram
provimento ao recurso, v.u.", de conformidade com o voto do relator, que integra este
acórdão.
O julgamento teve a participação dos Desembargadores Boris Kauffmann (pres.) e José
Roberto Bedran.
São Paulo, 26 de julho de 2005 - JOSÉ JOAQUIM DOS SANTOS, relator, com a seguinte
declaração de voto: Trata-se de ação de nulidade de casamento julgada procedente pela
r. sentença de f., cujo relatório é adotado.
Inconformados, recorrem os vencidos, alegando, em suma, que contraíram núpcias,
regularizando, assim. a união estável que já vigorava por cinco anos. Naquela ocasião,
dirigiram-se ao Cartório de Registro Civil competente acompanhados de duas
testemunhas, apresentando os documentos lá exigidos e, quando inquiridos sobre
eventual impedimento legal, simplesmente, por serem pessoas leigas, deixaram de
informar à oficiala a existência de parentesco. O auto de habilitação permaneceu em
Cartório pelo prazo legal, sem sofrer impugnação e, se não foi submetido à análise
ministerial, os apelantes não podem ser apenados pela desídia da oficiala daquele
Cartório. Ademais, como são tio e sobrinha o impedimento somente vigorará se houver
conclusão médica desfavorável ao casamento. A propósito, apesar de terem solicitado na
contestação a realização da prova pericial para tanto, a magistrada da causa sequer
apreciou o pedido, determinando a celebração de novo casamento, após "atendimento
às formalidades legais". Pugnaram, destarte, pelo provimento do presente recurso, com
a nomeação de uma junta médica para elaboração do laudo confirmando a inexistência
do impedimento, convalidando-se o matrimônio já realizado (f.).
Recurso regularmente processado e recebido (f.).
Contra-razões a f.
É o relatório.
O apelo não merece ser provido.
Deveras, os apelantes são tio e sobrinha, cujo impedimento para o casamento está
previsto no art. 1.521, IV, do CC. Aludido impedimento, se transgredido, torna nulo o
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Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo
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