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Didática e

Metodologia
do Ensino Superior
1. Princípios Norteadores da Didática do Ensino
Superior, Planejamento e Ensino 5
Plano de Aula: Orientações Gerais 5
Contexto Histórico da Didática 7
Os Papéis do Professor Universitário 11
As Características Psicossociais dos Estudantes 12
O Relacionamento entre Professores e Estudantes 13
Considerações Sobre o Planejamento 16
Níveis de Planejamento 18
Exercícios para fixação 20
Material adicional 21

2. Planos, Objetivos, Conteúdos e Técnicas de Ensino 23


Planos 23
Os Objetivos 29
Os Conteúdos 31
Técnicas de Ensino 33
Atividades com discussões em Sala de Aula 37
Seminário 39
Debate 41
Exercícios para fixação 41
Sinopse 43

3. Aprendizagem Baseada em Problema e a Integração


de Atividades Desenvolvidas Fora da Sala de Aula 45
A Aprendizagem Baseada em Problema 45
Embasamento Teórico da Abp (Gil, 2010) 47
Vantagens e Desvantagens da ABP 47
Roteiro para a discussão do Caso: 48
Atividades Desenvolvidas Fora da Sala de Aula 49
Atividades de Leitura 50
Quais leituras devem ser feitas no Ensino Superior? 50
Recomendações 50

02
Trabalhos Escritos 51
Exercícios para fixação 52

4. A Avaliação da Aprendizagem dos Alunos 55


Aspectos da Avaliação 55
Avaliação: aspectos críticos 56
Modalidades de Avaliação em Relação aos Objetivos 56
Tipos de Provas 57
Limitações na utilização das Provas Dissertativas 58
Exercícios para fixação 59

5. Referências Bibliográficas 62

6. Anexo 66
Anexo 1. Guia com o Planejamento de Aulas 66
Anexo 2. Artigo: Técnicas de ensino 70
Anexo 3. Modelo de Plano de Disciplina 78
Anexo 4. Formulário de Plano de Disciplina 81
Anexo 5. Seminário: Roteiro do Trabalho Escrito 82
Anexo 6. Instruções: debates 90

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04
DIDÁTICA E METODOLOGIA DO ENSINO SUPERIOR

1. Princípios Norteadores da Didática do Ensino


Superior, Planejamento e Ensino

Neste primeiro capítulo, serão dos alunos e das turmas. Neste


apresentados os princípios nortea- sentido, como é possível perceber,
dores da Didática, o contexto no início do capítulo, foram
histórico e os principais teóricos. expostos os objetivos e os
Também, será apresentada uma conteúdos, os quais são elementos
reflexão sobre o relacionamento essenciais do plano de aula. Por
entre professores e estudantes e isso, todo professor deveria ter
questões sobre o planejamento de como guia esses dois itens, para que
ensino, seus aspectos teóricos e os os alunos percebam que a aula foi
níveis de planejamento. planejada e estruturada. Além do
que mencionamos, deveríamos
Plano de Aula: Orientações também fornecer a bibliografia da
Gerais disciplina, com vistas a apresentar
os itens que consideramos
As disciplinas do ensino fundamentais em todo
superior podem apresentar certas planejamento de aula.
especificidades, em virtude do perfil

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DIDÁTICA E METODOLOGIA DO ENSINO SUPERIOR

Dica que, a partir do estabelecimento


Lembre-se de que, ao planejar dos objetivos e dos conteúdos, o
uma aula, os itens fundamentais professor tem que planejar como irá
são:
organizar-se e quais métodos serão
o Objetivos; utilizados na transmissão dos
o Conteúdos; mesmos, para finalmente, constatar
o Bibliografia. na avaliação, como o aluno
apreendeu os conteúdos. Lembre-se
Desta forma, como já de, também, considerar:
apresentamos os objetivos e os con-
teúdos deste capítulo, um dos livros Dica
que seguimos como parâmetro para o O perfil da turma: faixa etária,
esta disciplina é o do autor Antônio características psicossociais,
Carlos Gil, Didática do Ensino quantidade de alunos em
sala etc.;
Superior, da editora Atlas, 2010.
o O tempo disponível para
Então, a partir dos itens
ministrar o conteúdo, ou
mencionados, podemos dizer que a seja, a duração da aula.
Didática deveria estruturar-se de
acordo com o seguinte. Observe a Os itens mencionados são
figura: essenciais, uma vez que a partir
deles temos os direcionamentos
Figura 1: Elementos essenciais do para a condução de toda e qualquer
Plano de Aula
disciplina.

É possível notar na figura que,


além dos itens já mencionados –
objetivos e conteúdos - estão
demonstrados a organização e
métodos e a avaliação. Esses itens Como foi estabelecido, na
adicionais também se constituem, apresentação dos objetivos deste
elementos fundamentais no capítulo, o primeiro deles foi:
planejamento de uma aula, visto identificar e refletir sobre os princí-

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DIDÁTICA E METODOLOGIA DO ENSINO SUPERIOR

pios norteadores da Didática do A palavra didática vem da


Ensino Superior, itens que vimos expressão grega Τεχνή διδακτική
(techné didaktiké), que se pode
anteriormente os aspectos práticos. traduzir como arte ou técnica de
Na sequência, iremos tratar das ensinar. A didática é a parte da
questões teóricas da disciplina, por Pedagogia que se ocupa dos
isso vamos refletir sobre a seguinte métodos e técnicas de ensino,
destinados a colocar em prática as
pergunta: diretrizes da teoria pedagógica. A
Didática estuda os diferentes
O Que é Didática? processos de ensino e
“Ciência, técnica ou arte de aprendizagem. O educador Jan
ensinar”. Amos Komenský, mais conhecido
por Comenius, é reconhecido
Fonte: GIL, Antônio Carlos. como o pai da Didática moderna,
Didática do Ensino Superior. São e um dos maiores educadores do
Paulo: Atlas, 2010. século XVII.

O conceito de Gil (2010) Percebe-se que além da


apresenta três perspectivas: o ele- origem da palavra é apresentado
mento fundador que é a ciência, um conceito, bem como um dos
princípio que deveria ser o nor- primeiros teóricos que contri-
teador de todas as disciplinas, a buíram para o estudo da Didática.
questão da técnica, cujos itens Dessa forma, será apresentado o
servem-nos como guias para a segundo objetivo do capítulo que é:
apresentação dos conteúdos e por apresentar o contexto histórico e os
fim, a arte, cuja característica pode- principais pensadores da Didática.
se dizer ser um diferencial de cada
professor, ao apresentar com
Contexto Histórico da
criatividade e dinamismo os
Didática
conteúdos de uma disciplina.
Ainda, podemos complemen-
tar o conceito, conforme o Para Gil (2010), “até o final do
dicionário Houaiss (2008): século XIX a Didática encontrou
“1. Técnica de ensinar; 2. Parte da seus fundamentos quase que exclu-
Pedagogia que tratadas normas sivamente na Filosofia.” Mas, são
científicas da atividade educativa.” pensadores como: Comenius, Ros-
Observe a origem da palavra seau, Pestalozzi e Herbart que pro-
didática: porcionam o desenvolvimento da
Didática, em relação ao momento
Didaktiké histórico em que estavam inseridos.

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DIDÁTICA E METODOLOGIA DO ENSINO SUPERIOR

Veja as biografias dos autores:


Johann Friedrich
Jean Jacques Herbart (1777-1841)
Rousseau (1712-
1778)

Nasceu em Oldenburg, na
Nasceu em Genebra. O autor comba- Alemanha, em 1776, e conheceu
teu ideias que prevaleciam há muito alguns dos mais importantes
tempo. Entre elas, a de que a teoria e intelectuais de seu tempo. Aos 18
a prática educacional, junto à criança, anos, já era aluno do filósofo
deviam focalizar os interesses do Johann Fichte. Os estudos mais
adulto e da vida adulta. Rousseau
importantes de Herbart foram no
desmentiu a ideia de que a Educação
é um processo pelo qual a criança campo da filosofia da mente, à
passa a adquirir conhecimentos, há- qual subordinou suas obras
bitos e atitudes armazenados pela ci- pedagógicas (entre elas,
vilização, sem qualquer modificação. Pedagogia Geral e Esboço de um
Fonte: http://contextolivre.blogspot.com/2011 / Curso de Pedagogia).
07/internet-as-redes-sociais-rousseau-e.html. Texto adaptado de: http://educarparacrescer.
Texto adaptado de: http://www. Pedagogia abril.com.br/ aprendizagem/jf-herbart-
emfoco. pro.br/per03.htm. 307401.shtml.
Fonte: http://sv.wikipedia.org/wiki/Fil:
Johann_F_Herbart.jpg.

Johann Heinrich
Pestalozzi (1746-1827) Jan Amos
Komenský (1592-
1670)

Antecipou concepções do movi-


mento da Escola Nova, que surgiu na
virada do século XIX para o XX. O Viveu e estudou na Alemanha e
autor afirmava que a função na Polônia. Iniciador da Didática
principal do ensino é levar as moderna. Comenius viveu na
crianças a desenvolver suas habi- Europa Renascentista, entre os
lidades naturais e inatas. Para ele, só séculos XVI e XVII. Ele conseguiu
o amor tinha força salvadora, capaz ver na escola o que muitos ainda
de levar o homem à plena realização não viam, ou seja, que essa deve
moral, isto é, encontrar,
despertar nas pessoas o prazer
conscientemente dentro de si, a
essência divina que lhe dá liberdade. pelo estudo, pelo conhecimento
Texto adaptado de: http://ftwdidatica. e pela vida.
blogspot.com/2010/04/grandes-educadores-
Fonte: http://pinininho.blogspot.com/2011/
pestalozzi.html 05/da- didatica-magna-de-comenius.html.
Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:
Johann_Heinrich_Pestalozzi.jpg.

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DIDÁTICA E METODOLOGIA DO ENSINO SUPERIOR

Os autores apresentados O ensino religioso foi retirado


foram os pioneiros na área da das escolas, por volta de 1860,
Didática. Vale mencionar que configurando assim a laicidade do
teríamos muitos outros, porém es- Estado. Já em 1900 a Pedagogia
ses são considerados os principais. Tradicional constituiu-se no foco
Vamos ver a seguir o contexto da principal da Educação, não
disciplina no Brasil. havendo mais a religião envolvida
Os jesuítas, na época da no ensino, a questão central era a
colônia, foram considerados os visão essencialista, cuja perspectiva
primeiros educadores no Brasil, era focada na natureza humana
cujos ensinamentos eram dire- racional.
cionados para a religião, mais Observe os principais fatos
especificamente para o ensino do relacionados à história da Didática,
catecismo, bem como a instrução após 1900:
dos índios. Contudo, para os mais  Entre 1930 a 1945 – surge a
abastados o ensino era Escola Nova – na qual tem
diferenciado. Os princípios estavam como foco a criança;
voltados para a formação do  1930 – Getúlio Vargas cria o
Ministério da Educação;
homem universal e cristão e a  1931 – Organização do ensino
função principal da Didática comercial e regime
centralizava-se no aspecto universitário;
intelectual.  1937 – Início do Estado Novo
e paralisação dos debates
Figura 2. Quadro representando os educacionais;
jesuítas na catequização dos índios.  1939 – A Didática é disciplina
estabelecida com duração de 1
ano;
 1941 – A disciplina é
considerada um curso
independente;
 1946 – É transferida a
responsabilidade da prática
de ensino para o estágio
supervisionado;
 1960/1968 – Crise na Escola
Fonte. http://www.google.com.br/ Nova e tendência tecnicista
imgres dos militares;

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DIDÁTICA E METODOLOGIA DO ENSINO SUPERIOR

 1980 – Surgem os primeiros A foto dá-nos uma ideia de


estudos para empreender um contexto social de sala de aula e
alternativas para a Didática, por isso, o planejamento, elemento
com vistas a rever suas
principal da Didática, deverá
práticas e contradições.
ajustar-se conforme as neces-
Como percebemos, a história sidades de cada turma. Ao
da Didática é apresentada conforme tratarmos da Didática de Ensino
o contexto social e político da Superior, seu papel é ainda mais
época. Não é possível apresentar a pontual, uma vez que no ensino de
Didática dissociada da realidade, adultos:
visto que essa vai determinar os
A Didática, hoje, precisa com-
direcionamentos e as necessidades prometer-se com a qualidade
de cada disciplina. Por isso, cognitiva das aprendizagens e
Libâneo (2001) afirma o seguinte: esta, por sua vez, está associa-
da à aprendizagem do pensar.
“não há técnica pedagógica sem Cabe-lhe investigar como se
uma concepção de homem e de pode ajudar os alunos a
sociedade, como não há concepção constituírem-se como sujeitos
pensantes, capazes de pensar e
de homem e sociedade, sem uma lidar com os conceitos, argu-
competência técnica para realizá-la mentar, resolver problemas,
educacionalmente.” para defrontarem-se com
dilemas e problemas da vida
prática. (LIBÂNEO apud GIL,
Figura 3. Representação de uma sala 2010).
de aula do ensino de adultos

Após, a exposição dos obje-


tivos: apresentar as diretrizes da
disciplina, conforme seus princípios
norteadores, bem como identificar e
refletir sobre a Didática do Ensino
Superior. De acordo com o contexto
histórico trataremos dos seguintes
objetivos: identificar os papéis do
professor universitário; identificar
os estudantes segundo as caracte-
Fonte. http://www.sjp.pr.gov.br/
rísticas psicossociais; apresentar e
portal/noticia.php?id=126885749657367 analisar o relacionamento entre
3 professores e estudantes.

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DIDÁTICA E METODOLOGIA DO ENSINO SUPERIOR

Os Papéis do Professor professor, já não se resume ao


Universitário formato expositivo das aulas,
assim como a fluência ver-
nácula e aparência externa;
As atribuições de um profes-  O docente precisa centrar se
sor no Ensino Superior podem va- na competência estimuladora
riar dependendo da sua dedicação à da pesquisa incentivando com
área, já que muitos professores, no empenho e arte a formação de
Brasil, buscam na docência de sujeitos críticos e autocríticos,
participantes e construtivos;
Ensino Superior, uma complemen-
 A formação do aluno deve es-
tação de renda para outras ativi- tar voltada para a capacidade
dades que exercem. Todavia, neste de saber pensar, aprender a
nível de ensino: “as ações em sala aprender, reconstruir, dentro
de aula podem ser expressas pelo de seu contexto, questiona-
verbo ensinar ou por correlatos, mentos pertinentes.
como: instruir, orientar, apontar,
Para Antonio Carlos Gil
guiar, dirigir, treinar, formar, amol-
dar, preparar, doutrinar e instru- (2010) há cerca de vinte e sete
mentar” (GIL, 2010). Vejamos as papéis para o professor univer-
sitário, são eles:
reflexões de teóricos da área.
Para Almeri Paulo Finger, a 1. Administrador
2. Especialista
carreira docente deve ser vista 3. Aprendiz
como uma profissão que exige: 4. Membro de equipe
 Investir no aperfeiçoamento 5. Participante
pessoal; 6. Didata
 Entender que faz parte de 7. Educador
uma organização e que seu 8. Diagnosticador de
trabalho não pode ser visto necessidades
isoladamente; 9. Conferencista
 Submeter-se a um processo 10. Modelo Profissional
de avaliação permanente; 11. Modelo de Professor
 Repensar os conteúdos e as 12. Facilitador da aprendizagem
metodologias. 13. Assessor do estudante
14. Mentor
Já, Gilberto Teixeira afirma o 15. Avaliador
seguinte: 16. Assessor de currículo
17. Preparador de material
18. Elaborador de guias de estudo
 A habilidade didática e
19. Líder
pedagógica esperada do novo
20. Agente de socialização

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DIDÁTICA E METODOLOGIA DO ENSINO SUPERIOR

21. Instrutor As Características Psicos-


22. Animador de grupos sociais dos Estudantes
23. Pesquisador
24. Pessoa A teoria do desenvolvimento
25. Planejador de disciplina psicossocial de Erik Erikson
26. Coach prediz que o crescimento psi-
27. Conselheiro cológico ocorre através de
estágios e fases, não ocorre ao
acaso e depende da interação
Notamos que há muitos pa- da pessoa com o meio que a
péis desempenhados pelo docente e rodeia. Cada estágio é atraves-
sado por uma crise psicossocial
que todos eles manifestam-se nas entre uma vertente positiva e
diferentes práticas do cotidiano uma vertente negativa. As duas
escolar. Contudo, o papel que vertentes são necessárias, mas
é essencial que se sobreponha
consideramos mais fundamental à positiva.
para a profissão é o de pesquisador,
visto que se o docente não O estudante de Ensino
desenvolver pesquisas e não se Superior apresenta distinções, em
atualizar, consequentemente não virtude de características que são
terá preparo e todos os outros peculiares deste nível. Essas variam
papéis podem ser comprometidos. desde: idade, profissão, afinidade
Como vimos, o papel do com a área de estudos, predis-
docente universitário deve ser posição para pesquisa, tempo em
repensado, em virtude dos aspectos que estiveram distantes da vida
apontados. Dessa forma, o objetivo acadêmica etc, ou seja, em virtude
deste item foi: identificar os papéis também das suas características
do professor universitário, uma vez psicossociais.
que a responsabilidade do docente A este respeito, em 1970, o
de Ensino Superior, na formação teórico Mann e sua equipe desen-
dos estudantes, é determinante e volveram uma pesquisa em que
diferenciada, já que ele pode ser foram apresentadas as caracterís-
considerado um modelo de ticas dos alunos, de acordo com o
profissional para seus alunos. Nesse ponto de vista emocional. Observe
sentido, faz-se necessário, no item na sequência:
seguinte, mencionar as característi-  Complacentes - 10%;
cas dos estudantes.  Ansiosos-dependentes - 26%;
 Trabalhadores desanimados -
4%;

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DIDÁTICA E METODOLOGIA DO ENSINO SUPERIOR

 Estudantes independentes - 3. Socializadores;


10%; 4. Acadêmicos;
 Heróis - 10%; 5. Cientistas;
 Franco-atiradores - 9%; 6. Individualistas;
 Estudantes que procuram 7. Artistas;
atenção - 11%; 8. Esforçados;
 Silenciosos - 20% (GIL, 9. Intelectuais;
2010). 10. Convencionais.

Cada tipologia foi elaborada Como se observa, os três estu-


com base em um contexto cultural. dos apresentam classificações de
Neste sentido, a partir da década de uma maneira ampla. A intenção foi
1960, tanto nos EUA quanto na apresentá-los para que o docente
Europa foram realizadas pesquisas tenha uma noção de como os
empíricas para estabelecer as estudantes podem ser observados,
tipologias. Identificar os estudantes porém, como mencionado, sem
é útil para os professores, mas com rotulá-los. Desse modo, o objetivo
reservas (GIL, 2010, p. 43), uma vez central deste item foi identificar os
que não faz sentido rotular os estudantes segundo as caracterís-
alunos. ticas psicossociais, para que possa-
Em 1993 foi elaborada por mos trabalhar com o objetivo se-
Astin, outra classificação de estu- guinte, que é: apresentar e analisar
dantes norte-americanos (GIL, o relacionamento entre professores
2010), os quais foram identificados e estudantes.
da seguinte forma:
1. Sábios; O Relacionamento entre
2. Ativistas sociais; Professores e Estudantes
3. Artistas;
4. Hedonistas;
5. Líderes; Em todas as áreas profis-
6. Direcionados para o status; sionais, o relacionamento interpes-
7. Descomprometidos. soal pode ser considerado um dos
fatores decisivos e fundamentais na
Um terceiro estudo foi reali- administração de uma carreira,
zado por Kuh, Hu e Vesper, em uma vez que a maneira como nos
2000, que caracterizou os relacionamos com as pessoas pode
estudantes desta maneira: determinar nossa aceitação em um
1. Desengajados; grupo.
2. Recreadores;

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DIDÁTICA E METODOLOGIA DO ENSINO SUPERIOR

Na área docente, este fator é todo o processo. Também, para


ainda mais determinante porque Rogers apud Gil (2010): “a facili-
não estamos tratando de uma tação da aprendizagem significativa
relação entre um diretor e seus repousa em certas qualidades de
assistentes, um coordenador ou um atitude que existem no relacio-
gerente e seus subordinados. A namento pessoal entre o facilitador
relação entre docentes e alunos, e o estudante.” Um dos aspectos
também apresenta sua ligação essenciais para Rogers constitui-se
hierárquica e o respeito deve na autenticidade do docente em
configurar-se no pilar essencial, realizar sua atividade.
mas o professor representa, como Do ponto de vista
vimos no item 1.3, vários papéis psicanalítico:
para seus alunos. Por isso, faz-se
necessário tratar dos aspectos A ênfase colocada por Freud no
estudo da relação professor-
teóricos do relacionamento inter- estudante não está no valor dos
pessoal na esfera docente-discente. conteúdos cognitivos que tran-
sitam entre essas duas pessoas,
Os professores não programam ou seja, na informação que é
o relacionamento com os transmitida de um para o
estudantes como programam outro, mas nas relações afe-
outras atividades docentes. tivas entre professores e
Mas, à medida que consideram estudantes.” (GIL, 2010, p. 61)
a sala de aula como lugar de
relacionamento, passam a vis- Na perspectiva construtivista
lumbrar um horizonte mais o enfoque está no:
amplo de possibilidades, inclu-
sive, didáticas. O modo como
se efetiva a relação com os (...) aprender a aprender, o que
estudantes influencia não ape- significa que o processo de
nas o aprendizado dos conteú- aquisição é considerado mais
dos que são ministrados, mas importante do que o conteúdo
também a satisfação pessoal e em si. Dessa forma, os conteú-
profissional do professor. dos devem ser estabelecidos
Tratar da relação professor- levando-se em conta as expe-
aluno em sala de aula significa riências vivenciadas pelo pró-
tratar de todo o processo prio estudante. Os métodos,
ensino-aprendizagem.” (GIL, por sua vez, devem ser selecio-
2010, p. 58) nados preferencialmente den-
tre aqueles que possibilitem
aprender fazendo. Nesse con-
Nota-se que o autor considera texto, o professor não assume
o relacionamento docente-discente um lugar de destaque, já que o
como algo que constitui a base da estudante é centro da apren-
dizagem (...).” (GIL, 2010, p.
relação e que vai influenciar em 63)

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DIDÁTICA E METODOLOGIA DO ENSINO SUPERIOR

As perspectivas teóricas apre- fazer para transmitir aos alunos, o


sentadas demonstram que depen- quanto os valoriza como pessoas.”
dendo do foco do estudo, há uma
visão bem diferenciada sobre a Dica
relação professor-aluno. É nesse Existem duas técnicas para
sentido que GIL (2010) expõe seis memorizar o nome dos alunos:
itens dos “momentos significativos 1º. Desde o primeiro dia de au-
no relacionamento com os la, cada vez que um aluno
fala, procure perguntar seu
estudantes”, são eles:
nome. Após o término da
 Mantendo o primeiro aula, ao relembrar das falas
contato com a classe: dos alunos, procure asso-
Sabemos que o primeiro dia ciar o que o aluno falou
de aula pode ser marcante com a imagem dele. Tente
porque é neste contato que as memorizar de 3 a 5 nomes
“regras do jogo” são estabe- por aula.
lecidas e os “acordos” são 2º. Outra forma é pedir para
firmados. Também, neste dia que os alunos escrevam
é interessante que o docente um parágrafo no primeiro
promova uma interação, no dia de aula mencionando
sentido de conhecer o perfil porque escolheram aquele
da turma para que crie curso. Ao devolver os textos
vínculos harmoniosos nesta corrigidos, faça a chamada
nominal e, ao entregar,
relação.
memorize o nome do aluno
 Conhecendo os estudan-
com sua imagem.
tes pelo nome: Esta não é
uma tarefa muito fácil para
Obs.: as técnicas podem pare-
alguns docentes, em virtude
muitas vezes, do elevado nú- cer difíceis, mas quando tratamos
mero de alunos que compõem nossos alunos pelos nomes, com
as turmas. Contudo, faz-se certeza sentem-se muito mais
necessário que o docente pro- valorizados.
mova atividades - jogos, reda-  Dando e recebendo feedback;
ção, trabalho em duplas etc –  Formulando perguntas;
cujo objetivo seja identificar  Respondendo perguntas;
os estudantes pelo nome.  Abrindo-se para os
estudantes.
Gil (2010) comenta que esta
atividade pode demorar, mas que: Os quatro últimos itens
“aprender o nome dos estudantes é podem ser vistos juntamente, uma
uma das coisas mais importantes vez que ao dar e receber feedback, o
que o professor universitário pode

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DIDÁTICA E METODOLOGIA DO ENSINO SUPERIOR

professor pode formular e respon- Segundo Gilberto Teixeira, o


der perguntas e consequentemente, planejamento de ensino deve estar
promover uma interação mais “alicerçado nas linhas-mestras de
aproximada com os alunos. Para ação da escola, isto é, no plane-
finalizar este item, mencionamos jamento curricular. É a tradução,
ainda o fato de o docente poder em termos mais próximos e concre-
contar com o uso das ferramentas tos, da ação que ficou configurada
da tecnologia, para manter contatos no âmbito educacional.” Nesta
com os alunos. Nesse sentido, fica mesma linha de pensamento, Morin
como sugestão, a criação de fóruns (1996) afirma o seguinte: “o
de discussão e blogs, troca de e- planejamento deve ser visto como
mails etc, para que possa haver uma “estratégia”, uma espécie de guia de
interação maior entre professores e ação.” Para Paulo Ricardo da Silva
alunos. Rosa: “planejar é estabelecer as
etapas pelas quais um objetivo pode
Considerações Sobre o ser atingido, a partir de uma
Planejamento situação inicial dada, com os meios
de que dispomos (de fato ou
Qualquer que seja nossa ativi- potencialmente).”
dade diária devemos ter um plane- Nota-se que os teóricos
jamento. Mesmo que seja um dia tomam por base o conceito de pla-
em que desejamos ficar em casa nejamento de ensino, conforme o
assistindo TV ou lendo um livro, planejamento curricular. Além dis-
precisamos pensar no que vamos so, a definição é apresentada de
comer, qual programa da TV acordo com a forma mais abran-
escolher ou um livro para ler, ou gente de planejamento, cujo dire-
seja, precisamos ter um planeja- cionamento volta-se para “estraté-
mento mínimo, mesmo que não gia”, bem como pode ser visto como
tenhamos de seguir um cronograma o estabelecimento de etapas. Rosa
rígido para tal. Neste capítulo, tra- (2010) sugere que façamos as se-
taremos do planejamento de ensino guintes perguntas ao planejarmos:
e todos os níveis que envolvem esta 1. Quais os equipamentos e
materiais que teremos a nossa
importante etapa da docência. Por
disposição?
isso, vamos, em primeiro lugar, 2. Há disponibilidade de fundos
reconhecer o conceito de para adquirir-se outros?
planejamento de ensino. 3. Qual a formação dos
professores?

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DIDÁTICA E METODOLOGIA DO ENSINO SUPERIOR

4. Qual a bagagem de conheci- Diagnóstico: é necessário son-


mentos dos alunos? dar o que os estudantes conhe-
5. Qual a expectativa que os cem a respeito do que vai ser
alunos trazem para o curso? ministrado, qual o seu interes-
6. Qual a expectativa da se nesse aprendizado e qual a
comunidade escolar? real necessidade desse conhe-
cimento. (GIL, 2010, p. 95)
Segundo Carvalho apud Gil
(2010): “o planejamento envolve Após o diagnóstico (Veja no
quatro elementos necessários para Anexo 1 - 2ª etapa - Avaliação Diagnós-
tica – Roteiro de Perguntas e 2ª etapa -
a sua compreensão: Processo;
Avaliação Diagnóstica – Produção Tex-
Eficiência; Prazos; e Metas.”
tual), procede-se a etapa do plane-
Anteriormente, apresentamos
jamento, mas será com base na
os elementos essenciais do plano de
realidade do aluno que os objetivos,
aula (Figura 1) que são: objetivos,
conteúdos e as estratégias serão
conteúdos, organização, méto-
estabelecidos.
dos e a avaliação. Se estabelecer-
mos uma relação com os elementos
Execução: de posse do plano,
do planejamento: processo, efi- que constitui o documento que
ciência, prazos e metas, será consolida as ações planejadas,
o professor executa as ativi-
possível dizer que para executarmos dades necessárias para o alcan-
um processo com eficiência ce dos objetivos pretendidos.
precisamos pontuar os conteúdos, Nessa etapa do processo é que
se desenvolvem as ações didá-
bem como estabelecer os objetivos e ticas, tais como a exposição, a
os métodos utilizados. Nesse senti- orientação de leituras e a
do, para chegar-se ao cumprimento condução dos grupos de es-
tudo. (GIL, 2010, p. 95)
das metas, faz-se necessário esta-
belecer uma avaliação. Por isso, “o
Após aplicação do diagnóstico
planejamento educacional pode ser (Veja no Anexo 1 - 2ª etapa - Avaliação
definido como o processo sistema- Diagnóstica – Roteiro de Perguntas e 2ª
tizado mediante o qual se pode etapa - Avaliação Diagnóstica – Produ-
conferir maior eficiência às ção Textual), da elaboração e da exe-
atividades educacionais para, em cução do planejamento, temos a
determinado prazo, alcançar as última etapa que é a avaliação, a
metas estabelecidas.” (GIL, 2010) qual não deve ser necessariamente
Além dos elementos mencionados é na finalização das atividades, uma
importante estabelecer o seguinte: vez que sua aplicação pode ser feita
com o decorrer das aulas. Dessa

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DIDÁTICA E METODOLOGIA DO ENSINO SUPERIOR

forma, temos três tipos de apresentam quatro níveis distintos:


avaliação: o educacional, o institucional, o
 Avaliação diagnóstica: no curricular e o de ensino.
início do processo de aprendi-
zagem com vistas a identificar
os conhecimentos e as habi-
lidades dos estudantes.
 Avaliação formativa: reali-
za-se ao longo do processo e
fornece os dados necessários
para aperfeiçoar o processo
ensino-aprendizagem.
 Avaliação somativa: classi-
fica os resultados de aprendi-
zagem de acordo com os ní- Planejamento Educacional
veis de aproveitamento esta-
belecidos, proporcionando ao  Considerado o mais
final da unidade ou do curso a abrangente;
verificação do alcance dos ob-  Situa-se na esfera do
jetivos preestabelecidos. (GIL, Ministério da Educação e
2010, p. 96) órgãos estaduais e municipais
voltados para a Educação;
Nota-se que diferente do que  A meta é estabelecer os
estamos habituados, que a avalia- objetivos bem como a forma
ção acontece somente no final de para atingi-los, num contexto
um semestre ou ano letivo, a ava- mais amplo da Educação;
liação pode ser implantada no de-  Nesta esfera são delineadas as
correr de todo o processo ensino- bases filosóficas que irão
fornecer os subsídios para os
aprendizagem. Assim, apresenta-
planos, programas e projetos,
mos neste item, o planejamento de ou seja, os documentos norte-
ensino com seus elementos funda- adores da Educação. (GIL,
mentais para que seja possível, na 2010)
sequência, tratar do segundo obje-
tivo deste capítulo que é identificar Planejamento Institucional
os níveis de planejamento.
Na Lei de Diretrizes e Bases
Níveis de Planejamento da Educação Nacional - LDB
9.394/94, art. 12, inciso I, enuncia o
A maioria dos autores que seguinte: “os estabelecimentos de
tratam do planejamento escolar ensino, respeitadas as normas

18
DIDÁTICA E METODOLOGIA DO ENSINO SUPERIOR

comuns e as do seu sistema de ensi- O professor universitário, ao


assumir uma disciplina, preci-
no, têm a incumbência de elaborar
sa tomar uma série de deci-
e executar sua proposta pedagó- sões. Precisa, por exemplo,
gica” (GIL, 2010, p. 97); decidir acerca dos objetivos a
serem alcançados pelos alunos,
 Situa-se nas IES (Instituições
do conteúdo programático ade-
de Ensino Superior); quado para o alcance desses
 O Ministério da Educação objetivos, das estratégias e dos
exige que as IES, a cada cinco recursos que vai adotar para
anos elaborem o PDI (Plano facilitar a aprendizagem, dos
de Desenvolvimento Pedagó- critérios de avaliação etc.”
(GIL, 2010, p. 99)
gico), cujos elementos consti-
tutivos apresentam: “(...) sua
Em resumo, o professor
filosofia de trabalho, a missão
a que se propõe, às diretrizes deverá:
pedagógicas que orientam  Realizar o diagnóstico;
suas ações, à sua estrutura  Definir os objetivos;
organizacional e às atividades  Determinar o conteúdo
acadêmicas (...).” (GIL, 2010, programático;
p. 97).  Selecionar as estratégias;
 Definir os procedimentos
Planejamento Curricular para avaliação. (GIL, 2010).

Os níveis de planejamento
 Deve estar de acordo com o
planejamento institucional; apresentados, anteriormente, estão
 Estrutura-se a partir do delineados de uma maneira abran-
conjunto de ações que gente. É necessário ressaltar que é
precisam ser desenvolvidas parte do trabalho docente, em
em cada curso; primeiro lugar, ao ter contato com
 Consiste na previsão das uma instituição de ensino superior,
atividades que os estudantes
estar ciente do planejamento peda-
realizam, conforme direciona-
do pelo IES para atingir os gógico da instituição, para então
fins pretendidos. (GIL, 2010) partir para o planejamento de ensi-
no, que envolve o plano da disci-
Planejamento do Ensino plina e o plano de aula, temas do
próximo capítulo.
Está sob responsabilidade,
principalmente, dos professores;
Tem como pressuposto o planeja-
mento curricular. (GIL, 2010)

19
DIDÁTICA E METODOLOGIA DO ENSINO SUPERIOR

Exercícios para fixação 4. Qual foi a principal contri-


buição de Rousseau para a
Didática?
1. Cite os três elementos essen- ____________________
ciais do Plano de Aula.
____________________ ____________________
____________________ ____________________
____________________ ____________________
____________________ ____________________
____________________
5. Sabemos que o docente uni-
____________________ versitário, em muitos casos,
____________________ não desempenha somente
essa função, por isso, pode-se
2. Dentre os vários papéis que o dizer que a tecnologia é uma
professor universitário de- aliada do docente. Explique
sempenha, um é considerado de que forma(s) o docente
o mais importante. Cite e pode se beneficiar do uso da
explique qual é esse papel. tecnologia para melhorar o
____________________ relacionamento docente-
____________________ aluno.
____________________ ____________________
____________________ ____________________
____________________ ____________________
____________________ ____________________
____________________ ____________________

3. Qual foi a Escola considerada 6. No início do capítulo foram


a mais transformadora e que apresentados 3 conceitos so-
apresentou inovações no con- bre o planejamento. Reflita
texto histórico da Didática, no sobre o que foi exposto e
Brasil? apresente uma síntese dos 3
____________________ conceitos.
____________________ ____________________
____________________ ____________________
____________________ ____________________
____________________ ____________________
____________________ ____________________
____________________ ____________________
____________________ ____________________
____________________

20
DIDÁTICA E METODOLOGIA DO ENSINO SUPERIOR

7. Qual o papel do diagnóstico 10. Quais são as decisões que o


na execução de um planeja- professor universitário deve
mento disciplinar? tomar ao assumir uma disci-
____________________ plina?
____________________ ____________________
____________________ ____________________
____________________ ____________________
____________________ ____________________
____________________ ____________________
____________________ ____________________
____________________ ____________________

8. Cite os três tipos de avaliação. Material adicional


____________________
____________________ Filme: O Sorriso de Monalisa
____________________
____________________ Sinopse: Katharine Watson (Julia
____________________ Roberts) é uma recém-graduada
____________________ professora, que consegue emprego
____________________ no conceituado colégio Wellesley,
____________________ para lecionar aulas de História da
____________________ Arte. Incomodada com o conser-
vadorismo da sociedade e do
9. Em qual nível de planeja- próprio colégio em que trabalha,
mento escolar são elaborados Katharine decide lutar contra estas
os programas e projetos, ou normas e acaba inspirando suas
seja, os documentos nortea-
dores da Educação? alunas a enfrentarem os desafios da
____________________ vida.
Fonte:
____________________ http://www.adorocinema.com/filmes/
____________________ sorriso-de-mona-lisa/
____________________
____________________ Artigo: Planejando o Ensino
____________________
____________________  http://www.dfi.ccet.ufms.br/
____________________ prrosa/Pedagogia/
____________________ Capitulo_6.pdf

21
22
DIDÁTICA E METODOLOGIA DO ENSINO SUPERIOR

2. Planos, Objetivos, Conteúdos e Técnicas de


Ensino

Neste capítulo, serão apresen- capítulo anterior, sobre o planeja-


tadas questões sobre o planeja- mento nos diferentes níveis, pla-
mento de ensino, seus aspectos nejar deveria fazer parte das nossas
teóricos, níveis de planejamento e ações, principalmente nas nossas
questões sobre as técnicas de ensi- atividades profissionais. Em se tra-
no: aulas expositivas, discussões em tando da docência, este item, então,
sala de aula - brainstorming, semi- dever ser de extrema relevância, em
nários e debates. virtude dos elementos que envol-
vem o processo ensino-aprendiza-
Planos gem. Dessa forma, vamos tratar do
plano de disciplina.
A maioria dos autores que
tratam da elaboração de planos, Plano de Disciplina
seja de disciplina, de unidade ou de
aula, enfatiza que os professores De maneira abrangente, o
deveriam iniciar pelos objetivos, plano de disciplina significa uma
por isso, como foi mencionado no previsão de atividades, assim como

23
DIDÁTICA E METODOLOGIA DO ENSINO SUPERIOR

um instrumento com vistas a pon- Nome(s) do(s) profes-


tuar a relação interdisciplinar e Professor
sor(es) responsável(eis)
e, opcionalmente, o
também um roteiro apontando para Responsável
contato (sala na IES, e-
os direcionamentos das disciplinas. mail etc.).

(GIL, 2010) Semestre


Ao elaborar o plano de
Pré-Requisitos
disciplina o professor deveria
Horário de
evidenciar: aulas
 A duração;
Local
 Os objetivos;
 O conteúdo programático; Explicitar o horário e
 Os recursos didáticos; local para atendimento
Atendimento a alunos tanto dos
 As estratégias de ensino; aos alunos professores como de
 Os procedimentos de monitores (quando
avaliação. houver).
Os objetivos da disci-
plina devem observar a
Lembre-se de que o plano “é Objetivos da ementa cadastrada da
apenas um roteiro abreviado e es- Disciplina disciplina disponível nas
secretarias dos departa-
quemático e seu principal valor está mentos.
principalmente no caráter pessoal Explicitar como será
de quem o executa” (GIL, 2010, p. desenvolvida a disciplina
Metodologia (aulas teóricas, aulas
101). Dessa forma, deve ser revi- de Ensino práticas, visitas, traba-
sado pela equipe da escola: coorde- lhos de campo, pales-
tras, estudo dirigido etc).
nadores de curso, professores que
Explicitar os tópicos que
ministram a mesma disciplina e serão abordados na dis-
assistentes para que seja possível ciplina, observando o
conteúdo da ementa
estabelecer vínculos entre a equipe cadastrada da disciplina,
de trabalho. Programa
preferencialmente
numerando ou dividindo
Analise um exemplo de um em capítulos para que
plano de disciplina a seguir (Observe possa ser referenciado
explicitamente no calen-
com maiores detalhes um modelo com- dário (cronograma) de
pleto de Plano de Disciplina no Anexo 3.): atividades.
Explicitar todos os ins-
Plano de Disciplina tru-entos de avaliação
que serão utilizados (ex.:
Código e nome da 02 provas, 01 projeto, 01
Disciplina Critério de
disciplina. Seminário, 03 relatórios),
Avaliação
o peso de cada ins-
trumento na composi-
Curso Curso ao qual está ção final da nota ou
associada à disciplina. menção a ser atribuída e

24
DIDÁTICA E METODOLOGIA DO ENSINO SUPERIOR

os critérios de apro- identificação. Esses elementos são


vação.
considerados essenciais, observe:
Apresentar o cronogra-
ma de desenvolvimento  Identificação da IES;
Calendário de
Atividades
do curso, referenciando-  Curso;
se aos itens explicitados  Disciplina (Código e nome);
no programa
 Nome do professor.
Bibliografia
Recomendada
Item a ser desenvolvido
No exemplo anterior nota-se
a critério de cada docen- que além dos itens mencionados,
Informações
te em função das carac- ainda são apresentados, os pré-
Adicionais
terísticas específicas de
sua disciplina requisitos, que se constituem nos
elementos necessários, adquiridos
* Veja formulário de Plano Disciplinar
no Anexo 4 anteriormente, para cumprir a
Fonte. disciplina. Também é apresentado o
vsites.unb.br/ft/ft/conteudo/Plano
horário de aulas, item importante
Disciplina_Modelo.doc.
porque explicita, para o corpo
Cidade, data da entrega do programa
discente interessado, em uma
disciplina específica, o período em
Nome e assinatura do professor
que será realizada a aula. Outro
item é o local que também se faz
Nota-se que o plano de
disciplina deverá apresentar uma necessário especificar para que o
ideia geral do que o professor irá discente ao escolher a disciplina
saiba onde a aula vai ser
desenvolver no semestre ou ano
letivo. Vamos rever as particu- ministrada.
laridades em relação à identifica-
Após termos visto, os principais
ção. Os outros itens já apresentam
itens do plano de disciplina,
uma explicação do que deve ser vamos identificar, os itens
inserido no próprio exemplo de centrais do plano de unidade,
plano. que poderíamos associar à
montagem de algumas peças
de um quebra-cabeças.
Identificação
Plano de Unidade
Existem alguns modelos de
planos de disciplinas, os quais em
É um documento mais
sua maioria apresentam os
detalhado que o plano de disciplina
seguintes itens no cabeçalho de
(GIL, 2010). Os planos de unidade:

25
DIDÁTICA E METODOLOGIA DO ENSINO SUPERIOR

 Devem ser elaborados de  Não devem ter uma duração


acordo com os objetivos; muito longa.
 Não devem ser muito
extensos; Veja um exemplo na
 Devem estar relacionados sequência (Veja no Anexo 1 - 3ª etapa –
entre si; Formulário de Plano de Unidade).

Modelo de Plano de Unidade (GIL, 2010, p. 106)

PLANO DE UNIDADE
Escola: Séries: Professores:
Curso: Turma: Ano/Semestre:
Disciplina:
Unidade: Carga Horária:
Objetivos Cronograma Conteúdos Estratégias Recursos Avaliação
_______________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________

É possível observar que os seguir as diretrizes do planeja-


itens presentes no plano de unidade mento pedagógico. Já, os planos de
são praticamente os mesmos que os aula apresentam a personalização
elementos do plano disciplinar, do docente. Conforme GIL (2010):
contudo, o plano de unidade deve
apresentar, em detalhes, os obje- O que distingue o plano de aula
do plano de unidade é que este
tivos, o cronograma, os conteúdos,
é bem restrito. De modo geral,
as estratégias, os recursos e a ava- limita-se à previsão do desen-
liação em relação ao tema central volvimento a ser dado ao
conteúdo da matéria e às
de cada unidade. Dentro de cada
atividades de ensino-aprendi-
unidade do plano, também temos o zagem propostas de acordo
plano de aula, tema do próximo com os objetivos no âmbito de
cada aula. (GIL, 2010, p. 106)
item.

Plano de Aula Consideramos que a estrutura


de um plano de aula deve apre-
Os planos anteriores, de dis- sentar os seguintes itens essenciais:
ciplina e de unidade, deveriam

26
DIDÁTICA E METODOLOGIA DO ENSINO SUPERIOR

 Tema: deve ser estabelecido  Produzir textos narrativos;


conforme as diretrizes do
plano de unidade; a. BRAINSTORMING - Como
 Objetivos: são fixados a contamos uma história
partir do tema, com vistas es- (narração)
tabelecer as competências que  Escrever as várias sugestões
serão desenvolvidas nos (ideias) no quadro;
alunos;  Expor em slide (POWER-
 Bibliografia: fazer o POINT) – História do índio;
levantamento das referências  Alunos deverão produzir um
utilizadas, livros, artigos, sites texto sobre a história; Alguns
etc. alunos fazem a leitura e a
 Método: é a maneira como correção é feita em sala.
as atividades são organizadas,
é o caminho a seguir para b. Expor conteúdo sobre
alcançar determinado NARRAÇÃO
objetivo;  Relembrar: 3 tipos de
 Técnica: representa “como” redação(descrição, narração e
fazer, ou seja, é operacio- dissertação)
nalização do método.
c. Apresentar o filme: O
Observe um exemplo de um detetive: cena do crime aos
5min30seg.
plano de aula (Veja no Anexo 1 - 4ª
 Explorar os elementos
etapa – Formulário de Plano de presentes na cena do crime.
Aula):
d. Expor o conceito de
CURSO DE DIREITO – Narração:
DISCIPLINA: LINGUAGEM  É a modalidade de redação na
JURÍDICA qual contamos um ou mais
fatos que ocorreram em de-
terminado tempo e lugar, en-
PLANO DE AULA (1º ano – 2º volvendo certas personagens.
semestre)  Tem por objetivo contar uma
história real, fictícia ou
Objetivos da aula: (escrever no mesclando dados reais e
quadro) imaginários. Baseia-se numa
evolução de acontecimentos,
 Refletir e discutir a mesmo que não mantenham
respeito do texto narrativo relação de linearidade com o
(Tópico 2 do conteúdo tempo real. Sendo assim, está
programático); pautada em verbos de ação e
conectores temporais.

27
DIDÁTICA E METODOLOGIA DO ENSINO SUPERIOR

 A narrativa pode estar em 1ª Exemplo de um texto narrativo


ou 3ª pessoa, dependendo do
papel que o narrador assuma Numa noite chuvosa do mês
em relação à história. Numa de agosto, Paulo e o irmão cami-
narrativa em 1ª pessoa, o nhavam pela rua mal iluminada que
narrador participa ativamente conduzia à sua residência. Subita-
dos fatos narrados, mesmo mente, foram abordados por um
que não seja a personagem homem estranho. Pararam, atemo-
principal (narrador = perso-
nagem). Já a narrativa em 3ª rizados, e tentaram saber o que o
pessoa traz o narrador como homem queria, receosos de que se
um observador dos fatos que tratasse de um assalto. Era, entre-
pode até mesmo apresentar tanto, somente um bêbado que
pensamentos de personagens tentava encontrar, com dificuldade,
do texto (narrador = obser- o caminho de sua casa.
vador).
 Elementos da narração: o
fato; o episódio ou incidente e. Trabalhos individuais
(o quê); a personagem ou  Produzir um texto narrativo/
personagens envolvidos nele descritivo expondo a cena de
(quem?); p. 123 (Livro: Técni- um crime.
cas de Expressão Escrita).  REVER a cena do filme: O
 Podemos responder as se- detetive: tempo: 5:30
guintes perguntas: (nem todas
precisam ser respondidas) f. Próxima aula
Como? Modo como se  Narrativa
desenvolvem os fatos;  Texto: Lygia Fagundes Telles
Onde? Local ou locais de  Produzir histórias sobre os
ocorrência; quadrinhos
Quanto? Causa ou motivo do  Filme: O advogado do diabo
acontecimento;  (O posicionamento do advo-
Por isso? Consequência ou gado enquanto “intermedia-
resultado. dor” de uma narrativa)
 Espécies: a) histórias do
gênero humano; b) biografias g. BIBLIOGRAFIA
e autobiografias; c) contos,
novelas, romances, anedotas; DAMIÃO, Regina Toledo.
d) entrevistas e reportagens; Curso de português jurídico.
p. 124. São Paulo: Atlas, 2004.
 Estrutura: exposição; com-
plicação; clímax; desfecho. BLIKSTEIN, Izidoro. Técnicas
de Comunicação Escrita. 22
ed. - São Paulo: Ática, 2006.

28
DIDÁTICA E METODOLOGIA DO ENSINO SUPERIOR

No exemplo de plano de aula PowerPoint, exposição de trechos


apresentamos o tema: texto narra- de filmes e produção textual.
tivo, cujos objetivos estão desta- Foram apresentados, os três
cados com os verbos no infinitivo: planos: de ensino, de conteúdo e de
refletir, discutir, expor, produzir aula para que o docente tenha um
etc. Os métodos e as técnicas estão parâmetro de como deve ser feito o
distribuídos ao longo do plano de planejamento, e que esse faça parte
aula. Chamamos atenção para a das suas atividades de preparação
primeira parte da aula em que da aula. Como é possível perceber,
utilizados o brainstorming. desde o capítulo 1, iniciamos a
Observe o conceito: exposição do conteúdo, e, em
primeiro lugar, já apresentamos os
O conceito de brainstorming
foi criado por Alex Osborn nos
objetivos, em virtude da impor-
anos 30, na área da publi- tância destes itens no andamento
cidade. Um brainstorming é da aula. Nesse sentido, na segunda
uma reunião destinada a in-
centivar a total libertação da
parte deste capítulo, trataremos dos
atividade mental, sem restri- outros objetivos que são: definir os
ções. Embora se possam fazer objetivos e elaborar os conteúdos.
brainstormings individuais, o
resultado é normalmente mais
fraco, visto que um indivíduo Os Objetivos
por si só facilmente se limita.
Esta técnica funciona tão bem Um dos itens considerados es-
porque, entre outros motivos, senciais no planejamento de ensino
‘ideias puxam ideias’. As ideias
dos outros são por vezes pon- é o estabelecimento dos objetivos.
tos de partida para as nossas Dessa forma, Piletti (1993) afirma
melhores ideias.
que “se o professor não define os
Chamamos atenção para o objetivos, não pode avaliar de
fato de que o conceito está dire- maneira objetiva o resultado de sua
cionado para uma área específica. atividade de ensino e não tem
Contudo, como foi exposto no plano condições de escolher os procedi-
de aula, utilizamos a técnica para mentos de ensino mais adequados.”
uma das etapas da aula com vistas a
Também para GIL: o estabele-
introduzir o tema, sem que fosse cimento de objetivos serve pa-
necessário expor diretamente o ra orientar o professor quanto
conceito. Note no plano que foram à seleção do conteúdo, à esco-
lha de estratégias de ensino e à
utilizadas atividades como: apre- elaboração de instrumentos
sentação de um desenho em para avaliação de desempenho
do estudante e de seu próprio.”

29
DIDÁTICA E METODOLOGIA DO ENSINO SUPERIOR

Os objetivos podem ser gerais, específicos, para que seja possível


aqueles que têm uma relação com o começar a construir seu próprio
planejamento educacional, situam- plano de aula.
se no seu contexto amplo, ou espe- ________________________
cíficos. Esses estão dirigidos para ________________________
ações mais pontuais e estão rela- ________________________
cionados com o plano de aula ________________________
docente. ________________________
________________________
Dica ________________________
É necessário ressaltar que ao ________________________
elaborarmos os objetivos devemos ________________________
sempre iniciar com verbos no ________________________
infinitivo. Vamos apresentar uma ta-
bela com alguns exemplos, observe:
Confira algumas disciplinas e
Tabela 2: Objetivos: verbos (PILETTI, seus objetivos gerais:
1993, p. 84)
Verbos que Verbos que Disciplina Objetivo Geral
permitem muitas admitem poucas Examinar a per-
interpretações interpretações gunta o que é
o Compreender o Identificar Filosofia?
Visando
o Saber o Diferenciar despertar os alu-
o Entender o Escrever Introdução à nos para a
o Desenvolver o Resolver Filosofia reflexão filosófica
o Aprender o Enumerar e forne-cer
meios teóricos e
o Melhorar o Comparar práticos introdu-
o Aperfeiçoar o Contrastar tórios à sua
o Julgar o Justificar atividade.
o Conhecer o Escolher Permitir uma
visão global das
o Adquirir o Criticar ques-tões que
o Familiarizar- o Verbalizar envolvem o
se o Distinguir gerenciamento
Gestão da da informação e
o Construir
Informação e do
o Selecionar conhecimento
do
o Localizar Conhecimento nas organizações
do
conhecimento a
Com base no plano de aula partir de concep-
apresentado no item anterior, ções teóricas e
elabore um objetivo geral e dois práticas contem-

30
DIDÁTICA E METODOLOGIA DO ENSINO SUPERIOR

porâneas.  Fornecer uma descrição dos


resultados de aprendizagem;
Caracterizar as  Ser claros e precisos;
diferenças entre  Ser facilmente compreendi-
Bioética Ética, Moral e o dos;
Direito.
Introduzir os alu-  Ser relevantes;
nos aos  Ser realizáveis.
principais siste-
mas operacio- Para Silva e Silvestre
nais e aplicativos
computacionais (2011), quanto aos objetivos:
Informática usados no meio  é o que se espera que a turma
básica científico- aprenda em determinadas
acadêmico, bem
condições de ensino.
como fornece
con-ceitos  orientam quais conteúdos
básicos no devem ser trabalhados e quais
desenvolvimento encaminhamentos didáticos
de programas. são necessários para que isso
ocorra.
Nos exemplos apresentados,
observa-se que o professor deve ini- Após termos visto as questões
ciar por objetivos genéricos, abran- sobres os objetivos, iremos
gentes. Com base nos objetivos, o trabalhar com os conteúdos.
professor deve listar os conteúdos
de seu programa. Os Conteúdos
Interessante observar o
artigo: Objetivos Educacionais: A escolha dos conteúdos é
objetivos operacionais e eficiência uma atividade que demanda do
da aprendizagem. docente o exercício daquele papel
http://www.portaleducacao.c que foi mencionado no capítulo 1,
om.br/pedagogia/artigos/6109/obj ou seja, que deve ser um pesqui-
etivos-educacionais-objetivos- sador. Nesse sentido, entendemos
operacionais-e-eficiencia-da- que o professor ao selecionar os
aprendizagem conteúdos, deve fazer relação com
os objetivos. “Os objetivos, numa
Em resumo, os objetivos perspectiva moderna, constituem o
devem (GIL,2010, p. 117-118): ponto de partida para a deter-
 Orientar-se para os minação das ações de ensino. Por
estudantes; isso, os conteúdos devem derivar
dos objetivos e não ao contrário.”

31
DIDÁTICA E METODOLOGIA DO ENSINO SUPERIOR

(GIL, 2010, p. 128) A compreensão direcionados para uma execução


de que os conteúdos são derivados otimizada pelo professor. Todavia,
dos objetivos, leva-nos a delimitar o se não tivermos nenhuma das
próximo passo que é a fase de se- opções mencionadas:
leção dos conteúdos. Muitas são as
formas de tratá-los. Podemos sele- “cabe, portanto, ao professor
considerar na seleção dos
cionar os conteúdos a partir, de,por
conteúdos não apenas a ordem
exemplo, seguir um livro texto em lógica, mas também a “ordem
que os assuntos já estão ordenados, psicológica”, que se refere às
condições pessoais dos
o que se constitui uma tarefa de
estudantes e que envolve, entre
fácil realização. Outra maneira de outros aspectos, sua
selecionarmos os conteúdos, seria experiência de vida e
motivação para o aprendizado
seguir os tópicos sugeridos pelo da disciplina.” (GIL, 2010, p.
planejamento pedagógico, o que, 132)
em sua maioria, apresentam-se

32
DIDÁTICA E METODOLOGIA DO ENSINO SUPERIOR

Como já apresentamos no exposto, estabeleça seus próprios


item anterior, exemplos de objeti- critérios, já que o que pretendemos
vos, confira algumas disciplinas e é instigar no docente à criação de
seus conteúdos: Os planos de atividades que sejam exequíveis no
disciplina, de unidade e de aula, seu trabalho diário, por isso, o
foram apresentados com o assunto do próximo tópico, é tratar
propósito de demonstrar ao das técnicas de ensino.
docente, exemplos possíveis de
execução. Ao mesmo tempo, Técnicas de Ensino
também é interessante que o
professor, a partir do que foi Aulas Expositivas

Disciplina Objetivo Geral

1. O que é Filosofia;
1.1. As respostas do senso comum;
Introdução à Filosofia
1.2. As quatro definições gerais de Marilena Chauí;
1.3. As respostas de alguns filósofos
o Organizações do conhecimento: contextualização,
conceitos, características.
o O valor da informação e do conhecimento nas
organizações: cultura e comportamento
informacional;
o Uso da informação: necessidade, busca e modelo de
uso da informação.
Gestão da Informação
e do Conhecimento o Inteligência e conhecimento organizacional: criação
do conhecimento;
o Gestão do conhecimento organizacional: modelos,
fontes e profissionais do conhecimento;
o Propostas de gestão do conhecimento: diagnóstico e
projetos.
o Gestão do conhecimento em bibliotecas
o Ética, Moral e Direito (diapositivos);
o Bioética (diapositivos);
Bioética
o Princípios Éticos e Bioética: a abordagem
principialista
o Conceitos básicos, sistemas operacionais e internet;
Informática básica o Processadores de texto;
o Editores de sites.

33
DIDÁTICA E METODOLOGIA DO ENSINO SUPERIOR

Todos os autores que tratam para que essa seja um diferencial


do conceito das aulas expositivas para seus estudantes.
são unânimes em classificá-las Alguns fatores relevantes do
como o método de ensino mais motivo pelo qual as aulas
tradicional, porém todos também expositivas são utilizadas:
concordam que essa é a forma de economia, flexibilidade,
ensino mais utilizada. versatilidade, rapidez e ênfase no
Vejamos os conceitos: conteúdo. (GIL, 2010, p. 134-135)

A técnica mais tradicional de Ao pensarmos numa aula


ensino é a técnica expositiva ou expositiva, por exemplo, temos
aula expositiva, que consiste na que superar aquela visão
apresentação de um tema totalmente tradicional do
logicamente estruturado. Essa professor que repete conceitos,
técnica é das mais antigas no memorizados a partir de suas
campo do ensino, assim como leituras, adaptados para certas
a cópia, o ditado e a leitura.” faixas etárias as quais se
(PILETTI, 1993, p. 106) destinam suas aulas e que,
monotonamente são
O educador Eduardo Freitas apresentados perante uma sala
de alunos, com energia e
também concorda com Piletti e,
disposição, que acabam
ainda, afirma o seguinte: frustrados pela inoperância
desse tipo de trabalho. Os
(...) Muitos educadores, e objetivos, numa perspectiva
também pensadores do moderna, constituem o ponto
seguimento educacional, de partida para a determinação
consideram a aula expositiva das ações de ensino. Por isso,
um método tradicional, alguns os conteúdos devem derivar
até almejam o fim dessa dos objetivos e não ao
prática. Mas, esse método dito contrário. (MACHADO, s.n.t.)
‘tradicional’ ainda continua
vivo diante de tantas inovações Gil faz algumas críticas às
tecnológicas dispostas no aulas expositivas, dentre elas
mundo contemporâneo, e, destacamos:
algumas vezes, faz-se
necessária a implantação desse Há preocupação, por parte do
tipo de aula.” docente, na exposição da matéria,
todavia não se atenta para
Concordamos com os autores despertar a atenção do aluno;
em relação ao fato da visão Muitos docentes falam muito
tradicional da aula expositiva, rápido, dificultando o enten-
todavia é necessário dizer que cada dimento do conteúdo, bem como há
docente deve personalizar sua aula também outros que falam muito

34
DIDÁTICA E METODOLOGIA DO ENSINO SUPERIOR

devagar; consideração as diferenças


Algumas aulas expositivas individuais. (GIL, 2010, p.
caracterizam-se pelo monólogo. 138)
Como foi observado até agora Outros elementos a serem
foram mencionados os aspectos considerados nas aulas expositivas:
mais relevantes em relação à aula A importância das emoções:
expositiva. A seguir seguem as “a atuação do professor uni-
vantagens e as limitações sobre esta versitário em aula sob muitos
forma de exposição: aspectos assemelha-se à do ator de
teatro.” (GIL, 2010, p. 138)
Vantagens das aulas A utilização da voz: “pode-se
expositivas
até mesmo dizer que a voz mostra
como é a pessoa, quais são algumas
 Adaptação a públicos
das principais características de sua
variados;
 Fácil para introduzir vários personalidade (...).” (GIL, 2010, p.
conteúdos; 139)
 Facilita trabalhar com os
conteúdos de forma
organizada;
 Permite uma interação direta,
o que não é possível em
outros meios, como este a
distância, por exemplo;
 Permite a exposição de
conteúdos que não estão
ainda publicados em artigos
ou livros; Fonte. http://faculty.frostburg.edu/
 O professor pode controlar o phil/forum/DeadPoets.htm
assunto em relação à
sequência e duração da  A expressão corporal: “todo
exposição. (GIL, 2010, p. 138) nosso corpo fala. Os
movimentos da cabeça e do
Limitações das aulas tronco, a posição das pernas e
expositivas dos pés, o movimento dos
braços e das mãos, as
contrações do rosto, a
 Torna os estudantes passivos;
expressão do olhar, qualquer
 Depende do domínio do
gesto, enfim, expressa uma
docente;
mensagem (...).” (GIL, 2010,
 Pode não levar em
p. 140)

35
DIDÁTICA E METODOLOGIA DO ENSINO SUPERIOR

 O contato visual: “quando o expressos no momento


professor perde o contato anterior. Questões
desafiadoras, situações
visual com a classe, os alunos
problema a serem
tendem a dispersar-se. Isto solucionadas, atividades
pode ser, facilmente, práticas que auxiliem a
verificado quando os responder algumas questões
professores colocam-se de levantadas, questionamento
costas para a classe.” (GIL, p. das hipóteses apresentadas,
são estratégias a serem
142)
oferecidas aos estudantes a fim
de que eles possam perceber as
Você pode ver um artigo sobre lacunas existentes em suas
aula expositiva disponível em: ideias iniciais.
http://www.planetaeducacao.com.br/p
ortal/artigo.asp?artigo=487  Momento 3. Construção dos
argumentos
Para as autoras LIMA e
Argumentar em sala de aula é
FREITAS, a aula expositiva pode reunir elementos para
ser dividida em momentos defender determinada ideia ou
distintos, observe: para demonstrar a compre-
ensão efetuada sobre os
conceitos formais trabalhados.
 Momento 1. Explicitação
das ideias  Momento 4. Sistematização
da aprendizagem
O momento inicial da aula
deve ser estruturado de modo a É o último momento da
possibilitar aos estudantes a sequência de eventos que cons-
explicitação do conjunto de tituem a aula expositiva
sentidos e representação que dialógica. Nesta ocasião, é
eles dispõem sobre o conteúdo solicitada ao aluno a
a ser trabalhado. É preciso organização dos
criar situações que valorizem conhecimentos novos, que
as experiências dos alunos e agora fazem parte de seu
promovam aproximações entre acervo cognitivo. Tal etapa
o conteúdo desenvolvido e a deve conjugar oportunidades
realidade, de modo a tornar a de o aluno comunicar suas
aprendizagem significativa. aprendizagens de forma e com
a produção de textos escritos.
 Momento 2.
Problematização Como visto, o objetivo geral
deste item foi apresentar e
O estudante precisa ser
desafiado a questionar os
identificar as aulas expositivas.
sentidos e representações Cabe ao professor encontrar a

36
DIDÁTICA E METODOLOGIA DO ENSINO SUPERIOR

melhor forma de interagir com seus discussão passou a ser


reconhecida como o protótipo
alunos e conduzir suas aulas, nesse
dos métodos ativos. Além
sentido, observamos quais são as disso, o professor que utiliza a
vantagens e desvantagens neste tipo discussão em sala de aula
tende a ser reconhecido como
de aula. No próximo item,
mais democrático. (GIL, 2010,
trataremos das atividades que p. 153)
envolvem discussões em aula, para
ampliarmos os conteúdos das A discussão pode promover a
técnicas de ensino. interação entre estudantes e
professores. Contudo, há
Atividades com professores que veem, essa
Discussões em Sala de estratégia de ensino, como
Aula transferência de responsabilidade
no que diz respeito ao ato de
ensinar.
Vejamos um conceito sobre o
assunto: “A discussão como método
de ensino-aprendizagem consiste
num processo em que um pequeno
grupo junta-se para comunicar-se
entre si (...), com a finalidade de
alcançar objetivos de ensino-
aprendizagem.” (GALL da
International Encyclopedia of
Estas atividades poderão ser Education, 1985)
inseridas em momentos específicos Dentre os benefícios
das aulas. Veja no Anexo 1 apontados sobre as discussões,
As discussões, se bem observe os seguintes:
selecionadas, ampliam as  Contribui para estudar um
possibilidades do docente assunto sob diferentes
administrar suas aulas, com vistas a perspectivas;
proporcionar uma maior  Amplia a consciência dos
participação e interatividade dos estudantes acerca da
tolerância à ambiguidade e à
alunos.
complexidade;
 Incentiva os estudantes a
Desde o primeiro quartel do reconhecer e investigar suas
século XX, quando surgiu o
suposições;
movimento pela Escola Nova, a

37
DIDÁTICA E METODOLOGIA DO ENSINO SUPERIOR

 Encoraja a ouvir de forma Brainstorming


atenta e respeitosa;
 Desenvolve nova apreciação  utilizado para solucionar
no que diz respeito às “problemas”;
diferenças;  maneira dinâmica para criar
 Incrementa a agilidade ideias e definir a melhor para
intelectual; solucionar-se um problema;
 Ajuda os estudantes a  técnica eficiente a ser
manterem-se conectados com utilizada com equipes para
um tópico; criar descontração em
 Estimula o respeito a opiniões determinadas situações.
e experiências dos estudantes;
 Ajuda os estudantes a
aprender os processos e os No item 3.1.3, em que foi
hábitos do discurso apresentado o exemplo de um plano
democrático; de aula, demonstramos como a
 Afirma os estudantes como técnica pode ser utilizada. A seguir,
coprodutores do será visto um exemplo de como o
conhecimento;
brainstorming pode ser trabalhado,
 Desenvolve a capacidade para
a comunicação clara das de acordo com a Criativa
ideias e dos significados; Consultoria, observe:
 Desenvolve hábitos de Ex.: Podemos utilizar o
aprendizagem cooperativa; Brainstorming para definir o
 Incrementa a capacidade de Planejamento Estratégico.
respeitar outras opiniões e
 Abaixo a descrição
torna os estudantes mais
simplificada do “Innovation
empáticos;
Decision Mapping”, método
 Ajuda os estudantes a
Heurístico de Planejamento.
desenvolver habilidades de
síntese e de integração;
 Conduz à transformação. São três etapas: Objetivo,
(GIL, 2010, p. 154). Diagnóstico e Ações Chaves.

Dentre as várias atividades Necessidade, Oportunida-


que podemos utilizar nas discussões de ou Objetivo:
selecionamos três, que são:  Utilize o Brainstorming com o
brainstorming (“tempestade seguinte tema: Quais são as
cerebral”), seminários e debates oportunidades de crescimento
que temos?
(Veja conceito no item: 3.1.3 Plano
 Utilize a votação para escolher
de Aula). a melhor oportunidade de

38
DIDÁTICA E METODOLOGIA DO ENSINO SUPERIOR

crescimento. que o professor julgar conveniente


ou adequado, já que o docente
Defina um Objetivo para esta
universitário deveria desenvolver
oportunidade.
pesquisas e essas deveriam ser
voltadas para também, a sua
Diagnóstico atuação em sala de aula.
Assim, mostraremos a seguir
 Utilize o Brainstorming com a técnica do seminário que
as seguintes perguntas:
Quais são os obstáculos, consideramos ser apropriada para
ameaças ou pontos fracos que incentivar a participação dos alunos
podem nos impedir de atingir nas discussões em sala de aula.
o Objetivo definido?
Quais são os elementos ou Seminário
pontos fortes que podem nos
fortalecer para atingir o
Objetivo definido? Veja sugestão no Anexo 5 –
Seminário: Roteiro do Trabalho
Utilize a Votação e Diagramas Escrito. Ressaltamos que os
de Causa e Efeito para escolher e trabalhos escritos devem seguir as
definir o Diagnóstico. “Onde agir normas da ABNT.
para ganhar o jogo?”
 é apresentado a partir de um
Ações Chaves texto estabelecido pelo
professor;
Utilize o Brainstorming para  direciona os estudantes “a
uma reflexão aprofundada de
gerar ideias que eliminem o determinado problema”
Obstáculo Diagnosticado; (SEVERINO, 2006, p. 63);
Escolha as melhores ideias  indicado para que os alunos
para eliminar o Obstáculo e atingir discutam sobre uma
o Objetivo. “problemática presente
É necessário ressaltar que no explícita ou implicitamente no
texto.” (SEVERINO, 2006, p.
exemplo proposto, há sugestões de
63)
perguntas e, é nesse sentido que a
discussão deve ser fomentada, entre
os estudantes que participam da
atividade. Nesse sentido, sugerimos
que a técnica seja adaptada ou
inserida em situações e momentos

39
DIDÁTICA E METODOLOGIA DO ENSINO SUPERIOR

Roteiro de apresentação do Seminário


1. TITULO DO TRABALHO E DO AUTOR

2. OBJETIVOS Mencionar apenas os objetivos que foram contemplados


com os resultados apresentados (mesmo que o trabalho
original tenha outros objetivos).
 Citar a fonte dos dados e demais informações
sobre a origem e aquisição dos mesmos (se são
próprios ou retirados da literatura – especificar a
referência);
 Detalhar a estratégia amostral adotada na coleta:
número de campanhas, de estações, de
amostras, de variáveis etc;
 Pré-processamento dos dados, com explicação
3. MATERIAL E MÉTODOS das alternativas adotadas: normalização,
transformação, eliminação de casos anômalos,
eliminação de variáveis redundantes etc;
 Opção pela(s) técnica(s) estatística(s): justificar a
escolha da(s) mesma(s), ressaltando suas
aplicações e restrições metodológicas;
 Detalhar as etapas da aplicação da técnica: tipos
de matrizes e gráficos gerados, níveis de corte ou
de significância assumidos, coeficientes
utilizados, programa utilizado etc.
 Apresentação de todas as tabelas e gráficos
criados ao longo do processamento dos dados
(não esquecer de inserir a tabela de dados
4. RESULTADOS originais – brutos);
 Explicação estatística dos resultados;
 Discutir, se pertinente, o procedimento de
espacialização e/ou análise espacial adotado.
 Discutir o tipo de informação extraída dos
resultados e a interpretação dos mesmos,
5. DISCUSSÃO E CON- baseando-se nos objetivos propostos;
CLUSÃO  Discutir as vantagens e desvantagens do
procedimento metodológico adotado;
 Citar as lacunas a serem trabalhadas futuramente
(continuidade da pesquisa).
 Instruções para Apresentação Oral:
 Apresentação de 15 minutos usando o software
6. REFERÊNCIAS BIBLIO- PowerPoint;
GRÁFICAS  Entregar previamente todas as tabelas e os
gráficos em um arquivo do Excel (nos moldes dos
exercícios resolvidos durante as aulas);
 Levar os artigos gravados em CD ou pendrive.
Para evitar eventuais problemas.

40
DIDÁTICA E METODOLOGIA DO ENSINO SUPERIOR

O roteiro é uma sugestão que oportunidades únicas, tanto para


deve ser adaptada em cada professores quanto para alunos.
contexto. Ressaltamos que a Enquanto educadora, tenho
importância de inserir o seminário trabalhado com os debates desde
na atividade docente é para que o 2006, em especial no Curso de
professor possa ampliar suas Direito, e nesse sentido, tal
possibilidades de administrar e experiência é uma técnica que
conduzir suas aulas. Por isso, será apresento a concepção neste
exposta a técnica do debate, no trabalho.
próximo item, com o objetivo de
prover alternativas na prática Exercícios para fixação
docente.
1. Qual a importância do plano
Debate de disciplina no planejamen-
to? Explique o que ele
Conceituado como “gênero significa para o docente.
argumentativo oral da sala de aula;” ____________________
(CRISTOVÃO, DURÃO e ____________________
NASCIMENTO, 2003, p. 1) ____________________
Fomenta a argumentação e ____________________
com isso, os alunos posicionam-se a ____________________
respeito de determinado ____________________
tema/assunto. ____________________

os discursos argumentativos 2. Cite pelo menos 3 itens que


orais ou escritos constituem-se
em gêneros que ativam o devem ser levados em conta
funcionamento de grande parte quando preparamos o plano
das relações sociais. Com seus de disciplina.
argumentos, os indivíduos
expressam valores e regras ____________________
sociais que orientam o seu ____________________
comportamento e as tomadas ____________________
de posição em situações
enunciativas que envolvem ____________________
temas controversos em relação ____________________
a esses valores e regras sociais. ____________________
(2003)
____________________
Os debates, quando bem
planejados, podem proporcionar 3. Qual é a diferença entre o

41
DIDÁTICA E METODOLOGIA DO ENSINO SUPERIOR

plano de disciplina e o plano expositiva.


de unidade? ____________________
____________________ ____________________
____________________ ____________________
____________________ ____________________
____________________ ____________________
____________________ ____________________
____________________ ____________________
____________________
7. Cite pelo menos 3 vantagens
4. Os planos de aula apresentam das aulas expositivas.
os seguintes itens essenciais: ____________________
tema, objetivos, bibliografia, ____________________
método e técnica. Escolha e ____________________
explique um dos itens ____________________
mencionados. ____________________
____________________ ____________________
____________________ ____________________
____________________
____________________ 8. O que o docente deve fazer no
____________________ momento 2 da aula
____________________ expositiva, ou seja, no
____________________ momento da
problematização?
5. Quando planejamos uma aula ____________________
por que devemos partir dos ____________________
objetivos? ____________________
____________________ ____________________
____________________ ____________________
____________________ ____________________
____________________
____________________ 9. Dentre as técnicas de ensino,
____________________ as discussões são
____________________ consideradas excelentes
oportunidades para promover
6. Com base nos conceitos a interação entre docente e
expostos conceitue aula estudantes. Cite, no mínimo,

42
DIDÁTICA E METODOLOGIA DO ENSINO SUPERIOR

três benefícios dessa técnica


de ensino.
____________________
____________________
____________________
____________________
____________________
____________________
____________________

10. Qual a importância da


argumentação nos debates?
____________________
____________________
____________________
____________________
____________________
____________________
____________________

Sinopse
Entrevista: Educador José Carlos
Libâneo Em 1959 na Welton Academy,
http://www.youtube.com/watch?v=6kk uma tradicional escola
__FXVwC0
preparatória, um ex-aluno (Robin
Em entrevista para o SINPRO-SP, o Williams) torna-se o novo professor
professor e pesquisador José Carlos de literatura, mas logo seus
Libâneo, define a função da escola métodos de incentivar os alunos a
tendo em vista que a essa não pensarem por si mesmos cria um
apresenta mais o monopólio do choque com a ortodoxa direção do
saber. Enfatiza, também, o papel do colégio, principalmente quando fala
professor e as formas que o aluno aos seus alunos sobre a “Sociedade
percebe a escola nos dias atuais. dos Poetas Mortos”.

FILME: Sociedade dos Poetas


Mortos

43
DIDÁTICA E METODOLOGIA DO ENSINO SUPERIOR

3. Aprendizagem Baseada em Problema e a


Integração de Atividades Desenvolvidas Fora da
Sala de Aula

Neste capítulo, serão professor à frente de uma sala de


apresentadas reflexões sobre a aula e os alunos em suas cadeiras,
Aprendizagem baseada em sem interagir ou participar, tal
Problema (ABP) e a integração de forma é considerada ultrapassada
atividades desenvolvidas fora da por alguns teóricos da área da
sala de aula. Educação. Por isso, neste capítulo,
será trabalhado o tema da ABP
A Aprendizagem Baseada
em Problema O PBL é o eixo principal do
aprendizado teórico do
currículo de algumas escolas
A forma tradicional da de Medicina, cuja filosofia
Educação está em questionamento, pedagógica é o aprendizado
centrado no aluno. É baseado
visto que o modelo de ensino, com o no estudo de problemas

45
DIDÁTICA E METODOLOGIA DO ENSINO SUPERIOR

propostos com a finalidade de Na Harvard Business School,


fazer com que o aluno estude
a ABP constitui-se em uma
determinados conteúdos.
Embora não constitua a única estratégia fundamental de ensino.
prática pedagógica, predomina O contexto histórico foi
para o aprendizado de
apresentado, em linhas gerais, para
conteúdos cognitivos e
integração de disciplinas. Esta termos uma ideia do surgimento da
metodologia é formativa à ABP. A seguir vamos trabalhar com
medida que estimula uma
atitude ativa do aluno em
os seus conceitos.
busca do conhecimento e não
meramente informativa como é Conceitos da ABP
o caso da prática pedagógica
tradicional. (SAKAI E LIMA,
1996 apud BERBEL) Como vimos no contexto
histórico, a ABP é considerada uma
Contexto Histórico metodologia que abrange não
somente uma prática pedagógica.
Platão, na Grécia Antiga, Dessa forma, vamos ampliar os seus
utilizava casos concretos, com conceitos.
vistas a instigar as discussões
filosóficas (GIL, 2010, p. 182); A aprendizagem baseada em
Lao-Tsé e Confúcio, há 2.500 problemas (ABP) é uma
estratégia em que os
anos na China, apresentavam estudantes trabalham com o
dilemas a seus discípulos para que objetivo de solucionar um
fossem encontradas soluções; (GIL, problema. (GIL, 2010, p. 175)
Esta estratégia é centrada no
2010, p. 182) estudante, o qual deixa de ser
Na modernidade, o método um receptor passivo e assume
foi introduzido na Universidade de o de agente e principal
responsável pelo seu
Harward, em 1880, por Christopher aprendizado. (GIL, 2010, p.
Landgell, aos alunos de Direito 175)
Outro fator importante é que:
afirmando que eles “poderiam
na ABP os professores não
aprender melhor estudando as atuam de maneira tradicional,
decisões dos tribunais do que lendo mas como facilitador do
trabalho dos estudantes. (GIL,
textos jurídicos;” (GIL, 2010, p.
2010, p. 175-176)
182)
Outros cursos de Direito
passaram a utilizar o método, assim
como o curso de Medicina; (GIL,
2010, p. 182)

46
DIDÁTICA E METODOLOGIA DO ENSINO SUPERIOR

Embasamento Teórico da essa é forma diferente de o docente


Abp (Gil, 2010) trabalhar com os alunos. Nesse
sentido, vamos observar as
vantagens da ABP:
Há várias questões que
fundamentam a ABP, vamos refletir Vantagens (Gil, 2010, P. 178-
sobre algumas delas: (GIL, 2010, p. 180)
175-176)
 Autores como: Comenius,
1. Os assuntos são observados
Piaget, Bruner, Vigotsky,
em um ambiente que envolve
Rogers e Paulo Freire foram
a discussão entre docente e
os principais teóricos que
alunos;
contribuíram para o
2. Os conhecimentos são retidos
embasamento da ABP;
mais facilmente, uma vez que
 Os autores destacam que
é priorizada a compreensão,
estudante participa na
ao invés da memorização;
construção do conhecimento;
3. O conhecimento é adquirido
 O professor não é um mero
com base em um contexto
transmissor de ideias. Há real;
uma comunhão entre
4. Há uma responsabilidade pela
docente-discente;
aprendizagem, visto que os
 O Construtivismo é a
estudantes devem resolver um
concepção pedagógica
problema;
fundamental da ABP.
5. Estímulo do trabalho em
equipe;
A responsabilidade do
professor não se refere à
6. Os alunos automotivam-se
transmissão de conhecimentos, porque o método de ensino
mas ao oferecimento do “pano não é tradicional;
de fundo” e dos recursos que os 7. Desenvolvimento do
estudantes necessitam para a relacionamento entre os
solução do problema, o que estudantes;
requer dele conhecimentos
8. O trabalho interdisciplinar é
específicos. (GIL, 2010, p. 177)
priorizado;
9. Relacionamento entre
Vantagens e professores e estudantes de
Desvantagens da ABP maneira diferenciada;
10. O aluno é estimulado a pensar
Sabemos que toda e solucionar problemas, um
diferencial que levará para
metodologia apresenta suas
sua carreira.
peculiaridades. Com a ABP não é
diferente já que, como apresentado,

47
DIDÁTICA E METODOLOGIA DO ENSINO SUPERIOR

Desvantagens (Gil, 2010, p. transformado em objetivos


180-182) operacionais;
 A próxima etapa deve ser na
1. Diminuição do tempo identificação de casos, em que
designado ao ensino dos a análise, discussão e solução
conteúdos essenciais das correspondam aos objetivos
disciplinas; propostos;
2. Os estudantes passam a atuar  O docente poderá ter como
juntamente com o professor; base entrevistas de pessoas
não são meros receptores que conheçam e lidam com o
passivos; problema; poderá também
3. Os professores passam a consultar pesquisadores que
desempenhar papéis que não desenvolvam pesquisas, teses
estavam acostumados ou dissertações na área.
anteriormente;
4. Os problemas deverão ser Roteiro para a discussão
apropriados, ou seja, voltados do Caso:
para a realidade social dos
alunos; 1. Qual é o problema?
5. O tempo gasto nas atividades 2. Quais são as variáveis mais
é maior do que atividades no relevantes?
ensino tradicional; 3. Quais são os critérios para a
6. Há necessidade de mais tomada de decisão?
recursos; 4. Quais são as soluções
7. O docente deve observar as alternativas?
atividades mais 5. Qual seria a decisão mais
intensamente; apropriada?
8. O grupo de professores deve 6. Como essa decisão seria
ter um entrosamento maior; implementada? (GIL, 2010, p.
9. Avaliação é mais complexa . 187)

Elaboração de Casos (GIL, O curso de Medicina da


2010, p. 185) Universidade Estadual de Londrina
(UEL), no Paraná, foi um dos
 Devem estar ligados a uma primeiros a aderir ao movimento
situação real; internacional de adequação da
 Descrições fictícias devem ser
formação do médico às novas
evitadas;
 A elaboração do problema demandas sociais. Foi implantado o
deve ser a primeira etapa a ser chamado Currículo PBL - sigla de
realizada; Problem Based Learning, ou, em
 O problema deve ser português, Ensino Baseado em

48
DIDÁTICA E METODOLOGIA DO ENSINO SUPERIOR

Problemas, no qual o processo (...) a maior parte do


aprendizado significativo dos
ensino/aprendizagem deixa de
alunos ocorre fora da sala de
depender exclusivamente do aula. Leitura de livros, jornais
professor, com seu baú de e revistas, trabalhos escritos,
pesquisa em biblioteca e em
conhecimentos, e passa a ser
laboratório, observação direta
centrado no aluno, a quem caberá de fenômenos pelos estudantes
procurar os conhecimentos em outros ambientes, mas
essenciais para o aprendizado.
necessários para resolver os (GIL, 2010, p. 197)
problemas que lhe serão
apresentados. A metodologia é Para Roni Ivan Rocha de
relativamente nova, se comparada Oliveira e Maria Luíza de Araújo
aos métodos tradicionais de ensino, Gastal, as seguintes considerações
como a aula expositiva, por devem ser feitas em relação à
exemplo. Por isso, pontuamos, na aprendizagem fora da sala de aula.
primeira parte do capítulo, a apre- Uma distinção possível diz
sentação e identificação do contexto respeito aos espaços onde se dá o
histórico da ABP bem como seus processo educativo.
principais conceitos. Também Fala-se de espaços ou
foram mostradas as vantagens, bem ambientes formais de Educação
como as desvantagens da ABP. A como sendo aqueles vinculados à
seguir, na segunda parte do escola, instituição mais conhecida
capítulo, trataremos da integração pelo seu papel social de prestar
das atividades desenvolvidas. Educação básica em nossa
sociedade.
Atividades Desenvolvidas Por outro lado, locais que não
Fora da Sala de Aula são sedes destinadas
especificamente para o
Na primeira parte do capítulo, funcionamento da instituição
trabalhamos com a ABP, a qual escolar são denominadas espaços
sugere que os alunos desenvolvam ou ambientes não-formais de
atividades extras ao ambiente da Educação.
sala de aula. Por isso, além do que  Podemos considerar como
foi mencionado anteriormente, espaços não-formais todos
serão trabalhadas sugestões de aqueles situados fora dos
limites geográficos da escola,
atividades que possam ser tais como uma praça, uma
desenvolvidas fora da sala de aula. avenida, uma quadra
comercial e/ou residencial,

49
DIDÁTICA E METODOLOGIA DO ENSINO SUPERIOR

centros comerciais, uma Atividades de Leitura


indústria, centros de
pesquisa, reservas naturais, Muitas são as atividades que
museus e assim por diante.
os professores podem planejar para
que seus alunos realizem-nas fora
As contribuições que as
da sala de aula. Dentre elas,
atividades extra sala de aula
destacamos que a atividade da
proporcionam, podem ser imensas,
leitura “continua sendo importante
uma vez que podem complementar
elemento no aprendizado no Ensino
o processo que foi iniciado no
Superior.” (GIL, 2010, p. 201)
ensino presencial. Nesse sentido, as
Confira o artigo: “A
atividades devem ser planejadas
importância da Leitura para a
para que os alunos ampliem suas
Formação de uma Sociedade
possibilidades de reflexão e
Consciente.”
investigação de temas,
No site:
previamente, selecionados do http://dici.ibict.br/archive/00001095/01/
conteúdo programático. aimportanciadaleitura.pdf

Parte significativa do tempo


conferido à aprendizagem deve
Quais leituras devem ser
voltar-se para a pesquisa feitas no Ensino Superior?
bibliográfica, leitura
independente, resolução de
problemas, redação, tarefas de Aquelas que visem atingir os
observações e experiência objetivos das disciplinas e que
prática. (GIL, 2010, p. 198) tenham relação com os conteúdos
do plano disciplinar;
As atividades extras ao
O professor deve propor
contexto da sala de aula, como
leituras que abranjam vários livros
demonstrado, podem ampliar e
para que o aluno tenha uma
desenvolver nos estudantes hábitos
comparação das várias teorias e dos
que os tornem responsáveis pelo
principais teóricos da área em
próprio processo de aprendizagem,
estudo.
assim dentre todas as
possibilidades de atividades, serão Recomendações
expostas as seguintes: de leitura e
de trabalhos escritos, por
 Definir o propósito da leitura;
entendermos que essas são  Aprimorar os hábitos da
fundamentais para a realização de leitura;
outras atividades.  Fazer uma pré-leitura do

50
DIDÁTICA E METODOLOGIA DO ENSINO SUPERIOR

texto; Trabalhos Escritos


 Fazer uma leitura analítica do
texto; Ao inserirmos os trabalhos
 Fazer uma pós-leitura. (GIL,
escritos, no plano de disciplina
2010, p. 203)
(item que foi visto no capítulo 2),
Rosimeiri Darc Cardoso: mais especificamente ao
estabelecermos os procedimentos
(...) destaca que no ensino de avaliação, os trabalhos escritos
superior a indissociabilidade poderão ser atividades que os
entre ensino, pesquisa e
extensão (...) o trabalho com a docentes deverão planejar de
pesquisa científica torna-se maneira que todo o processo de
fundamental para o ensino-aprendizagem seja
desenvolvimento dos
acadêmicos, de modo que a contemplado.
compreensão do processo de
pesquisa também precisa ser Trabalhos escritos são
explicitado a eles.” requeridos na maioria das
disciplinas dos cursos
É interessante lembrar que universitários, sobretudo nos
apresentamos, os aspectos de Ciências Humanas. Podem
ser trabalhos de conclusão de
relacionados aos seminários. Por disciplina, trabalhos mais
isso, vale destacar que para os curtos desenvolvidos ao longo
estudantes ao prepararem o do ano ou do semestre letivo,
ou mesmo trabalhos realizados
trabalho escrito do seminário, terão em poucos minutos em sala de
de realizar leitura minuciosa dos aula. (GIL, 2010, p. 177)
textos sugeridos pelo professor.
Dessa forma, cabe ao docente Vejamos algumas
também planejar as atividades de contribuições dos trabalhos
leitura, para que os estudantes escritos:
possam expandir seus co-  Aprimoram a leitura ativa e
nhecimentos, além de instigar os participativa;
 Desenvolvem os conteúdos
alunos à pesquisa. Por isso,outra
vistos em aula;
maneira de o docente trabalhar com  Proporcionam
atividades extras ao contexto da aprimoramento de temas;
sala de aula, é planejar as atividades  Ampliam e estimulam a
que envolvam trabalhos escritos, pesquisa.
assunto que será visto no item
seguinte.

51
DIDÁTICA E METODOLOGIA DO ENSINO SUPERIOR

Dica Redações: pequenos


Vamos à seguinte questão parágrafos, como a sugestão
prática. Imagine que o docente apresentada no capítulo, em relação
solicita um trabalho escrito sobre ao primeiro dia de aula. Também, o
o tema: Comunicação. Como
percebemos, trata-se de assunto docente pode solicitar em
amplo, por isso ao planejar um atividades de sala de aula; textos
trabalho escrito, o professor mais longos: narrativas e
deverá fazer a relação com os dissertações, como o roteiro de
objetivos de ensino, assim como
apresentar temas coerentes ao
texto sugerido para os debates,
que foi solicitado. apresentado no capítulo 2.
Seminários: este tipo de
Além de estabelecer objetivos trabalho pode envolver resumos e
pontuais e coerentes, o professor resenhas de artigos, capítulos e
deverá apresentar um modelo ou livros. Também, já apresentamos o
roteiro do trabalho escrito. Como conceito e os modelos
apresentado anteriormente, no anteriormente no capítulo 2.
capítulo 2 sobre os seminários e Monografias: trabalhos
debates e no capítulo 3, sobre a escritos idealizados para conclusão
aprendizagem baseada em de curso ou como parte do
problema, essas atividades fora da cumprimento de objetivos de
sala de aula envolvem o disciplinas;
desenvolvimento de trabalhos Relatórios: geralmente, são
escritos e com isso, o docente deve solicitados em atividades
estabelecer, pontualmente, como o complementares, como estágios,
trabalho deve ser apresentado: visitas técnicas, viagens técnicas,
desde o tema, bem como, os textos oficinas, eventos etc.
que servirão de fundamentos, até a
sua apresentação visual. Por isso, Exercícios para fixação
foram apresentados modelos nos
anexos para que o docente tenha 1. Qual é o principal
um parâmetro de como poderia fundamento da ABP?
solicitar este tipo de atividade. ____________________
Como já mencionamos, várias ____________________
são as atividades que envolvem os ____________________
trabalhos escritos, contudo vamos ____________________
relembrar os principais: ____________________

52
DIDÁTICA E METODOLOGIA DO ENSINO SUPERIOR

____________________ ____________________
____________________ ____________________
____________________
2. Quais são os 2 cursos que 5. Quais atividades de escrita
utilizam a ABP? podemos desenvolver extra ao
____________________ ambiente da sala de aula?
____________________ Apresente pelo menos uma e
____________________ explique em quais situações
____________________ podem ser empregadas.
____________________ ____________________
____________________ ____________________
____________________ ____________________
____________________ ____________________
____________________ ____________________
____________________ ____________________
____________________
3. Cite pelo menos 3 desvantagens ____________________
da ABP. ____________________
____________________ ____________________
____________________
____________________ Observe alguns tipos de
____________________ redação no site Brasil Escola:
____________________ http://www.brasilescola. com/redacao/
____________________
____________________
____________________
____________________

4. Quais considerações devem ser


feitas em relação à aprendizagem
fora da sala de aula?
____________________
____________________
____________________
____________________
____________________
____________________

53
54
DIDÁTICA E METODOLOGIA DO ENSINO SUPERIOR

4. A Avaliação da Aprendizagem dos Alunos

Neste capítulo, serão como os tipos de provas.


apresentadas reflexões sobre a
avaliação da aprendizagem dos A avaliação da aprendizagem,
no novo paradigma, é um
alunos.
processo mediador na
construção do currículo e
Aspectos da Avaliação encontra-se intimamente
relacionada à gestão da
aprendizagem dos alunos.
É possível afirmar que um dos (PERRENOUD apud
itens mais desgastantes, tanto para KRAEMER, 2005, p. 1
professores quanto para alunos, é a
avaliação, em virtude de que, em No capítulo 1, foram
muitos casos, essa representa um apresentados os tipos de avaliação:
método autoritário e também a diagnóstica, a formativa e a
punitivo. Por isso, vamos observar e somativa. Em especial, foram
identificar alguns aspectos da expostas sugestões com roteiros de
avaliação, suas perspectivas assim avaliação diagnóstica. Quanto às

55
DIDÁTICA E METODOLOGIA DO ENSINO SUPERIOR

avaliações formativa e somativa exemplo;


consideramos o seguinte: a  Muitos estereótipos
avaliação formativa pode ser feita surgem nas avaliações:
muitos professores são
por intermédio de uma pesquisa,
extremamente severos na
tanto de sondagem em relação ao correção o que pode provocar
andamento da disciplina: seus um estereótipo nos
aspectos teóricos e de estudantes;
relacionamento entre docentes e  Há tempo demasiado na
estudantes, quanto uma prova com elaboração e correção das
questões dissertativas e objetivas avaliações: dependendo do
professor, se ministrar aulas
para averiguar a aquisição dos
em muitas turmas, a correção
conteúdos, e que pode também ser pode ser superficial;
aliada à avaliação somativa.)  Muitas provas não têm
relação com o conteúdo:
Avaliação: aspectos as provas discursivas podem
valorizar mais o conteúdo;
críticos  Legitimidade das provas:
deverão ser coerentes com o
 Pode ser fonte de conteúdo e os objetivos da
ansiedade e estress: disciplina;
terrorismo por parte de  Fidedignidade às provas:
alguns docentes; dependendo da maneira como
 Leva a injustiças: há casos são corrigidas, podem
que o docente elabora provas prejudicar os alunos quando a
com uma ou duas perguntas correção é feita somente por
para facilitar a correção; um professor. (GIL, 2010, p.
 Privilegia o controle da 240-242)
retenção de conhecimentos:
ênfase na memorização e no Modalidades de Avaliação
apreender;
 Falta de relação com o em Relação aos Objetivos
que foi ensinado: porque
muitos professores não Avaliar consiste,
elaboram provas de acordo essencialmente, em determinar
com os objetivos; em que medida os objetivos
previstos estão sendo
 Avaliação tradicional não realmente alcançados.
propicia um verdadeiro Portanto, a avaliação é
crescimento: ao classificar funcional, pois se realiza em
os alunos pelas suas notas função dos objetivos
pode haver um reflexo no estabelecidos. (PACHECO,
mundo profissional, por 2010, p.1)

56
DIDÁTICA E METODOLOGIA DO ENSINO SUPERIOR

Ao planejarmos a avaliação o que fazer no uso desses saberes”


em consonância com os objetivos,
devemos também observar quais Observação Contínua: “somente
podemos considerar que uma
são as perspectivas, as quais podem
avaliação do rendimento escolar
ser, conforme estão embasadas na seja eficiente quando é produto de
visão de Antunes apud Pacheco uma observação constante, e não
(2010), observe: somente concentrada nos
momentos de provas e exames. ”

Perspectiva Construtivista: “a O primeiro passo na avaliação


aprendizagem humana se da aprendizagem consiste na
processa na medida em que o definição dos objetivos que se
educando é capaz de construir pretende alcançar, o que
significados e atribuir sentido ao significa que este processo
conteúdo da aprendizagem; inicia-se com o planejamento,
Múltiplas Inteligências – não existe bem antes, portanto, das
mais espaço para que a revelação próprias aulas em que os
conteúdos foram ministrados.
do saber se faça apenas pelas vias
(GIL, 2010)
linguísticas e/ou lógico-
matemática”;
Diante das perspectivas
Aprendizagem Significativa: “o
apresentadas partiremos para o
processo da verdadeira
aprendizagem sensibiliza a terceiro e último objetivo deste
memória de longa duração e faz do capítulo que é: apresentar os tipos
aluno um solucionador de de provas: dissertativas, objetivas,
problemas e um sujeito capaz de
práticas e orais.
transferir saberes construídos para
múltiplos contextos”;
Ensinar a verdade: “a organização Tipos de Provas
de um currículo com disciplinas
diferentes e conteúdos específicos Os principais tipos de provas
somente tem validade na medida
em que estes possam acreditar em são: discursivas, objetivas, práticas
seu poder de ensinar a verdade, e orais.
valendo-se dos desafios das A. Provas Discursivas -
ciências exatas e humanas”; dividem-se em dissertativas e de
Centro de Sociabilidade: “toda perguntas curtas.
escola deve representar um espaço
de vivência para o trabalho, um
Prova dissertativa também
ambiente de estímulos
conhecida como ensaio, ou de
epistemológicos e, sobretudo, não
resposta longa, é constituída
ser um armazém que estoca por um tema que é
saberes para serem doados ou desenvolvido livremente pelo
vendidos sem que se saiba como e estudante, e tem como única

57
DIDÁTICA E METODOLOGIA DO ENSINO SUPERIOR

limitação o tempo disponível  Dificuldade de fornecer


para resposta. (GIL, 2010, p. feedback específico.
255)

Provas Objetivas
As provas de perguntas curtas
apresentam um limite para que o
estudante desenvolva sua resposta. Alguns aspectos podem ser
Veja a seguir um exemplo desse levados em conta neste tipo de
tipo de questão. prova, são eles:
Ex: O texto narrativo  Há julgamento imparcial;
 Rapidez na correção;
apresenta, geralmente, alguns
 Imediato feedback;
elementos. Apresente dois desses  Verificação extensa da
elementos e escreva um parágrafo matéria;
dissertativo padrão, com até três  Comparação entre turmas;
linhas, apontando as características  Identificação das diferenças
do texto narrativo. individuais;

Contribuem para a avaliação


Limitações na utilização
do trabalho docente. (GIL, 2010, p.
das Provas Dissertativas 258).

Provas Práticas

Avaliam habilidades manuais


ou são aplicadas quando não é
possível avaliar por intermédio de
prova escrita. Observe as situações
em que se aplicam:
 Envolva habilidades
psicomotoras;
 Execução de uma atividade
 O docente pode gastar um quanto ao resultado de
tempo excessivo para qualquer execução;
correção;  Avaliar instrumentos;
 Pode haver subjetividade do  Tocar instrumentos musicais;
professor na correção;  Operar determinadas
 Dificuldade para avaliação de máquinas/equipamentos.
toda matéria; (GIL, 2010, p. 261)
 Interpretação inadequada por
parte dos estudantes;

58
DIDÁTICA E METODOLOGIA DO ENSINO SUPERIOR

D. Provas Orais seminário, a produção de algum


relatório, e assim por diante.
Assim, ao concluirmos este
capítulo, bem como este trabalho,
temos de enfatizar que no capítulo 1
apresentamos o plano de aula, em
linhas gerais, para que então fosse
trabalhado o planejamento de
ensino, no âmbito, educacional,
institucional e curricular. Já, no
capítulo 2, foram expostos, mais
 São mais raras atualmente; detalhadamente, os planos de
 Utilizadas para estudantes disciplina, de unidade e de aula e
com necessidades especiais; pontuamos como os planos podem
 Utilizadas em atividades que ser executados em termos práticos,
exijam a locução como: conjuntamente com as técnicas de
entrevistador, intérprete, guia ensino. No capítulo 3, mostramos a
de turismo. (GIL, 2010, p.
Aprendizagem Baseada em
263)
Problema (ABP) e as atividades
Como expusemos, durante o desenvolvidas fora da sala de aula.
capítulo, os tipos de provas, Já, no capítulo 4, foram trabalhados
podemos aliá-los, por exemplo, em os aspectos da avaliação.
termos práticos, aos debates – cujo
assunto foi apresentado capítulo 2 Exercícios para fixação
já que esses abrangem tanto as
provas dissertativas, quando o texto 1. Dentre todos os aspectos
é produzido para o debate, quanto críticos da avaliação, cite e
às provas orais, no momento em explique pelo menos 3.
que são feitas as defesas dos temas, ____________________
na apresentação oral. ____________________
É necessário ressaltar ainda ____________________
que outras formas de avaliação, ____________________
além das provas mencionadas neste ____________________
capítulo, podem ser introduzidas no ____________________
plano curricular como, por ____________________
exemplo, o trabalho escrito do

59
DIDÁTICA E METODOLOGIA DO ENSINO SUPERIOR

2. Explique o que significa a 5. Cite pelo menos 3 aspectos


perspectiva Construtivista na que podem ser levados em
avaliação. conta nas provas objetivas.
____________________ ____________________
____________________ ____________________
____________________ ____________________
____________________ ____________________
____________________ ____________________
____________________ ____________________
____________________ ____________________
____________________
3. As provas dissertativas
apresentam algumas
limitações. Cite pelo menos
duas dessas limitações.
____________________
____________________
____________________
____________________
____________________
____________________
____________________
____________________

4. Em quais situações são


aplicadas as provas
práticas?
____________________
____________________
____________________
____________________
____________________
____________________
____________________
____________________

60
61
DIDÁTICA E METODOLOGIA DO ENSINO SUPERIOR

5. Referências Bibliográficas
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Superior: Técnicas e Tendências. São Sagra-Luzzatto, 1996.
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TAKAHASHI, Regina. T. FERNANDES,
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direito, à luz da análise do discurso.
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Disponível em: Educacional e Planejamento do Ensino.

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DIDÁTICA E METODOLOGIA DO ENSINO SUPERIOR

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DAMIÃO, Regina Toledo. Curso de


português jurídico. São Paulo: Atlas,
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BLIKSTEIN, Izidoro. Técnicas de


Comunicação Escrita. 22 ed. - São Paulo:
Ática, 2006.

64
65
DIDÁTICA E METODOLOGIA DO ENSINO SUPERIOR

6. Anexo
Anexo 1. Guia com o Planejamento de Aulas

1ª etapa - Itens Fundamentais do Planejamento Docente

IES:
Curso:
Disciplina:
Professor (a):
Turma:
Objetivo (s) Geral (is):
Tempo: duração da (s) aula (s):
Conteúdo (s):
Bibliografia:
Perfil da turma:

2ª etapa - Avaliação Diagnóstica: Roteiro de Perguntas

Aulas
IES:
Curso:
Disciplina:
Professor (a):
Turma:

66
DIDÁTICA E METODOLOGIA DO ENSINO SUPERIOR

Há quanto tempo Já fez outro curso de Por que


Nome Profissão estava afastado da graduação ou pós- deseja fazer
escola? graduação? Quais são? o curso?
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
21
22
23
24
25

67
DIDÁTICA E METODOLOGIA DO ENSINO SUPERIOR

3ª etapa - Avaliação Diagnóstica: Produção Textual1

Aulas
IES:
Curso:
Disciplina:
Professor (a):
Turma:
Acadêmico:

Por que você escolheu o curso ____________________________________________?


Escreva um parágrafo dissertativo, com três linhas no mínimo, apresen-
tando introdução, desenvolvimento e conclusão, sobre o tema proposto.

1Sugestão de Produção Tex tual para o 1 º dia de aula, para uma turma que está ingressando no Ensino
Superior. Se for uma turma que já está em andamen to, a redação poderá ser adaptada conforme as
necessidades da disciplina.

68
DIDÁTICA E METODOLOGIA DO ENSINO SUPERIOR

4ª etapa – Formulário de Plano de Unidade

Aulas
IES:
Curso:
Disciplina:
Professor (a):
Turma:
Tema Central da Unidade:

Estratégias
Objetivos Cronograma Conteúdos (Técnicas de Recursos Avaliação
Ensino)

5ª etapa - Formulário de Plano de Aula

Aulas
IES:
Curso:
Disciplina:
Professor (a):
Turma:
Objetivos da aula - explicitar: (escrever no quadro, apresentar em
PowerPoint etc)
Momento 1 – Explicitação das ideias
Momento 2 – Problematização
Momento 3 – Construção dos argumentos
Momento 4 – Sistematização da aprendizagem

69
DIDÁTICA E METODOLOGIA DO ENSINO SUPERIOR

Anexo 2. Artigo: Técnicas de ensino 2

Dissemos, anteriormente, que o método desenvolve-se por etapas e


concretiza-se por meio das técnicas de ensino. As técnicas de ensino nada
mais são do que os procedimentos que o professor pode utilizar para atingir
os seus objetivos. Que objetivos?
Os grandes objetivos que o professor seleciona determinam a escolha do
método. Selecionado o método, os pequenos objetivos referentes a cada etapa
vão determinar a escolha das técnicas ou procedimentos didáticos. Na época
do tecnicismo, essas técnicas eram chamadas de estratégias de ensino.
As técnicas de ensino são, portanto, selecionadas em função do(s)
método(s) e, sobretudo, em função dos objetivos (ou das competências) que
se pretende alcançar. Exemplos de técnicas de ensino: aula expositiva,
demonstração, estudo dirigido, trabalho em grupo, excursão, pesquisa
bibliográfica, pesquisa de campo, entrevista etc.
As técnicas são selecionadas para cada momento do método. Por
exemplo: a aula expositiva é uma técnica de ensino muito utilizada,
especialmente quando o professor não dispõe de muitos recursos materiais.
Entretanto, se o professor utiliza apenas a aula expositiva, acaba por
transformar-se em um método: o método expositivo.
Gostaríamos de quebrar alguns “tabus” em relação aos métodos e
técnicas: não são bons nem maus em si; bom ou mau é o uso que se pode
fazer deles: adequado ou inadequado. Vejamos.

Algumas técnicas de ensino

A aula expositiva

A aula expositiva tem sido muito “demonizada”, como se o aluno, ao


participar de uma aula expositiva, não exercesse atividade mental criativa. É
claro, que exerce! À medida que o professor expõe um assunto, cada aluno vai
fazendo suas próprias conexões, com as experiências anteriores vai criando
imagens mentais próprias, vai concordando ou rejeitando mentalmente o que

2Fonte – Tex to adaptado de: http://crv .educacao.mg.gov .br/sistema_crv / index .asp?id_projeto=27 &ID
_OBJETO=31 807 &tipo=ob&cp=000000&cb=

70
DIDÁTICA E METODOLOGIA DO ENSINO SUPERIOR

está sendo exposto. Uma mesma aula expositiva é “percebida” de diferentes


formas, tantos quantos forem os alunos presentes.

Figura 1. Professora e aluno observam fotos.

Fonte. http://emnelsonpessoa.blogspot.com/2011/06/mural-do-sao-joao-deixa-alunos-
de-agua.html

Entretanto, com alunos muito jovens, como são os alunos do primeiro e


segundo ciclos, é preferível utilizar outras técnicas mais ativas. Dado que eles
têm ainda dificuldade de concentrarem-se por muito tempo, é bom variar as
atividades, dar a eles a oportunidade de trabalhar com material concreto,
desafiá-los com situações novas. Quando for necessário o seu uso, a exposição
deve ser curta, interessante, dialogada, cobrando participação dos alunos,
entremeada de perguntas inteligentes que os levem a pensar com o professor.
Enfim, deve procurar ser um desafio para os alunos. É uma técnica
interessante para começar um assunto (ou um projeto de trabalho), dando
uma ideia geral do mesmo; ou, para resolver dúvidas, ou mesmo para fazer o
“fechamento” de um assunto, propiciando uma síntese do que foi estudado. É
ótimo quando o professor dispõe de recursos audiovisuais para tornar a
exposição mais agradável: retroprojetor, projetor de slides, reálias para
ilustrar o assunto etc.

71
DIDÁTICA E METODOLOGIA DO ENSINO SUPERIOR

A demonstração

A demonstração é uma técnica que, como muitas outras, pode ser


utilizada no estudo de diferentes áreas do saber: Geografia, Química, Ciências
Naturais, Artes, Culinária e outras mais. Cabe ao professor ou outra pessoa
(um convidado, por exemplo) “demonstrar” para os alunos como se realiza
algum procedimento, “como se faz” alguma coisa. Quando a mãe faz um bolo
para a filha aprender como se faz, ela está fazendo uma demonstração.
Quando o professor “disseca” uma planta para identificar, com os alunos, as
suas partes, está fazendo uma demonstração. Quando o professor de
Matemática “demonstra” um teorema para seus alunos, isto também é uma
demonstração.

A observação

É uma técnica muito usada em diferentes campos do saber, tanto em


Ciências Naturais, como em Ciências Sociais. Observa-se o comportamento de
animais, o desenvolvimento de plantas, o tempo, a vegetação de um sítio, um
eclipse, o comportamento de crianças no recreio etc., preferencialmente com
um mínimo de interferência no andamento do processo observado.
Em qualquer campo de saber, podemos fazer uso da observação, mas
quando usada nas atividades didáticas devemos lembrar que o aluno precisa
ser ensinado a observar. Por isso, no início, o professor deve sempre prover o
aluno com um roteiro de observação que vai dirigir sua atenção para o que,
realmente, deve ser observado. Depois de algum tempo, e já acostumado a
realizar observações, o aluno pode, eventualmente, ser solicitado a elaborar
seus próprios roteiros de observação. Sempre sob a orientação do professor. A
observação é um excelente auxiliar das excursões e o roteiro serve para
orientar a observação do aluno para os aspectos relevantes. As observações
tornam-se mais ricas quando se completam com um relatório elaborado pelos
alunos, individual ou coletivamente.

72
DIDÁTICA E METODOLOGIA DO ENSINO SUPERIOR

Figura 2. Lição de Anatomia, de Rembrandt.

Fonte. http://blogs.estadao.com.br/celso-ming/2010/06/24/licao-de-anatomia/

A experimentação

Diferentemente da observação, em que o observador não intervém


diretamente, na experimentação o observador insere algum fator de
interferência. Ele estabelece as “variáveis” relevantes do fenômeno, processo
ou situação em estudo e escolhe uma para análise. Para cada situação da
variável, o experimentador observa, registra o que acontece para depois
analisar e interpretar. Na experimentação busca-se descobrir correlações. Por
exemplo, o que acontece com X quando aumento Y? É uma técnica
especialmente usada em estudos nos campos das Ciências da Natureza, como
a Física, a Química, a Astronomia, a Geologia e a Biologia. Ela pode
perfeitamente ser adaptada para utilização em sala de aula, desde que
devidamente supervisionada pelo professor, para evitar acidentes.

73
DIDÁTICA E METODOLOGIA DO ENSINO SUPERIOR

O Estudo Dirigido

O Estudo Dirigido é diferente do Estudo de Texto, já tão conhecido de


você. Enquanto o Estudo de Texto é utilizado para o estudo da linguagem, isto
é da forma e do conteúdo, o Estudo Dirigido destina-se à assimilação de
conteúdos. Ao invés de dar uma aula expositiva sobre um determinado
assunto (por exemplo, uma aula sobre a “formação étnica do povo
brasileiro”), o professor seleciona um bom texto sobre o tema, não muito
grande (por exemplo, que possa ser lido e estudado no tempo máximo de
duas aulas geminadas) e organiza perguntas sobre o mesmo. Os textos são
entregues aos alunos que, inicialmente, realizam um estudo individual,
registrando suas dúvidas e os pontos que considerem mais relevantes. As
perguntas do professor são elaboradas de tal maneira que ao mesmo tempo
estimulam a compreensão do conteúdo pelo aluno e ajudam a desenvolver
suas habilidades intelectuais como as capacidades de aplicação de princípios,
de registro, de análise e de síntese. Num segundo momento, os alunos
reúnem- se em pequenos grupos para debater as questões mais polêmicas,
avaliar o texto, bem como o trabalho realizado, enquanto são desenvolvidas,
também, habilidades de comunicação e de argumentação, e atitudes e
habilidades de cunho social.

A entrevista

A entrevista deve ser marcada com antecedência e os alunos devem


preparar, com cuidado, o roteiro com as perguntas que serão feitas: estas
podem ser discutidas coletivamente e aprimoradas, se for o caso. O
entrevistado pode vir à escola ou receber os alunos em seu local de trabalho.
Após a entre vista, é desejável que seja produzido um relatório com a síntese
da entrevista, na qual sejam ressaltados os pontos mais importantes.

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DIDÁTICA E METODOLOGIA DO ENSINO SUPERIOR

Figura 3. Crianças observam aquário.

Fonte: http://cienciasnosanosiniciais.blogspot.com/2010/05/visita-cei-francisco-
mastella .html

Técnicas de trabalho coletivo

São inúmeras as técnicas de trabalho coletivo: seminário, painel,


simpósio, entre muitas outras. Recomendamos a leitura do livro de
Bordenave e Pereira (1989), Estratégias de Ensino e Aprendizagem, no
capítulo que trata da Análise das Técnicas. Essas técnicas são recomendadas
especialmente por propiciarem a troca de experiências, o debate saudável, a
oportunidade de ver o assunto estudado sob a óptica de outros etc.
Preenchem, perfeitamente, a expectativa de quem comunga do princípio de
que a aprendizagem é um fenômeno social e se enriquece mediante a
experiência coletivamente partilhada. Devem ser usadas quando o objetivo é
promover um debate sobre temas mais complexos e/ou mais polêmicos.

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DIDÁTICA E METODOLOGIA DO ENSINO SUPERIOR

Figura 4. Alunos da Cursista Rose Marlene Nascimento (UFU) fazem trabalhos sobre
a importância dos “3 Rs”: reduzir, reutilizar e reciclar o lixo.

Fonte. http://crv.educacao.mg.gov.br/sistema_crv/index.asp?id_projeto=27&ID_
OBJETO=31807&tipo=ob&cp=000000&cb=&n1=&n2=Biblioteca%20Virtual&n3=Temas%
20Educacionais&n4=&b=s

O Trabalho em Grupos

Esta técnica oferece-nos duas modalidades: o Trabalho com Grupos


Homogêneos e o Trabalho com Grupos Diversificados.
O Trabalho com Grupos Homogêneos foi uma técnica muito utilizada
que, num dado momento, em função da argumentação de que não existe
homogeneidade entre os alunos e da apologia da enturmação heterogênea,
caiu em “desgraça pedagógica”. É bem verdade que não existe
homogeneidade total, é bem verdade, também, que existem “problemas
comuns”. Essa técnica é recomendada quando o professor tem em vista
resolver algumas dificuldades comuns a determinados grupos de alunos: o
grupo de alunos que apresenta dificuldades em leitura, o grupo de alunos que
tem dificuldades com a escrita, o que tem dificuldades com problemas
matemáticos e assim por diante. Separando-os por dificuldades, pode
providenciar material especial, dar atendimento diversificado a cada grupo,
atendendo-os naquilo de que mais necessitam.

76
DIDÁTICA E METODOLOGIA DO ENSINO SUPERIOR

Já o Trabalho com Grupos Diversificados obedece a outra lógica: reúne


alunos com diferentes níveis de aproveitamento. De um modo geral, o assunto
é o mesmo para toda a classe, mas os grupos são organizados de tal forma que
nele encontram-se alunos fracos, médios e fortes na área de estudo em
questão. O pressuposto é que alunos fortes servem de modelo para os mais
fracos e os estimulam. Alguns educadores menos informados, assim como
muitos pais, têm a concepção errônea de que os fracos lucram com essa
situação, mas que os fortes perdem a oportunidade de crescer. Ledo engano.
Convidados a ajudar os outros alunos, os alunos fortes vêm-se na
contingência de organizar melhor as suas ideias para comunicá-las bem e,
com isto, elevam o nível de sua aprendizagem. Quantos professores não
aprendem ao preparar suas aulas? Ao mesmo tempo esta técnica favorece
aprendizagens de atitudes como humildade no trabalho com os colegas,
respeito às opiniões dos colegas etc.
Uma boa estratégia é colocar uma situação-problema para ser resolvida
pelo grupo, com tarefas diversificadas. Os grupos são convidados a apresentar
resultados globais: de nada adianta um aluno fazer a sua tarefa, se o seu
colega não terminou a dele. O objetivo é criar esse saudável espírito de grupo.
Outra boa estratégia é fazer um “rodízio” de funções a serem desempenhadas
no grupo: o líder, o porta-voz junto ao professor, o relator, o responsável pela
limpeza após o término dos trabalhos etc. Isto dá a oportunidade a todos de
“passarem” pelas funções de maior e de menor valorização “social”.

77
DIDÁTICA E METODOLOGIA DO ENSINO SUPERIOR

Anexo 3. Modelo de Plano de Disciplina

Faculdade de Educação
Metodologia do Ensino e Ed Comparada
Disciplina: EDM0111 - Didática I

Créditos Aula 4
Créditos Trabalho 0
60 h (Práticas como Componentes
Carga Horária Total
Curriculares = 10 h)
Tipo Semestral
Ativação 01/01/1988
1) Discutir e analisar a natureza das
produções sobre ensino e sua relação
com esforço de orientar a prática
pedagógica.
Objetivos
2) Apresentar as diferentes perspectivas
de análise da relação ensino-
aprendizagem e da relação professor-
aluno.

Sobre ensino e sua relação com o


esforço de orientar a prática
pedagógica. Apresenta diferentes
perspectivas de análise do ensino,
focalizando autores cujos trabalhos
constituem o campo teórico dos
Programa Resumido estudos da Didática. Desse modo,
oferece fundamentos para a formação
intelectual básica do pedagogo e para o
exame das questões educativas e dos
desafios que a Educação vem
enfrentando no contexto da sociedade
contemporânea.

1. Teorizações sobre Educação. A


produção de estudos sobre ensino: a
Programa Didática.
2. As diferentes perspectivas de análise

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DIDÁTICA E METODOLOGIA DO ENSINO SUPERIOR

da relação pedagógica: os modelos


teóricos.
2.1. Alain e a Pedagogia de dificuldade.
2.2. A Escola Nova (Montessori, Dewey,
Decroly).
2.3. Celestin Freinet.
2.4. A não diretividade no ensino
(Rogers - Lobrot).
2.5. Snyders e a Pedagogia dos
conteúdos.
3. As implicações dos modelos teóricos
sobre os conceitos no cotidiano de ação
educativa.

Avaliação

Método
 Aulas expositivas;
 Leituras e discussões em grupo;
 Visitas a escolas para observação de propostas pedagógicas concretas.

Critério
 Os alunos serão avaliados pela apresentação de: duas fichas de leitura, relatório grupal
de visita à escola e apreciação individual do conjunto do trabalho real

Norma de Recuperação

Bibliografia
AZANHA, José Mário Pires - Uma Reflexão sobre a Didática. 3º Seminário - A
Didática em Questão. São Paulo, Atas, Volume I, 1985, pp. 24-32.
CANETTI, Elias. A Língua Absolvida. São Paulo, Companhia das Letras, 1987.
CHARTIER, Emile (Alaín) - Reflexões sobre Educação, São Paulo, Saraiva, 1978.
COMENIO, João Amos. Didática Magna. Lisboa, Fundação Calouste
Gulbenkian, 1976.
DEWEY, John. Vida e Educação. São Paulo, Nacional, s.d.
FREINET, Celestin. Técnicas Freinet de la Escuela Moderna. México, Siglo XXI,
1969. LOURENÇO
FILHO. Introdução ao Estudo da Escola Nova. São Paulo, Melhoramentos, sd.

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DIDÁTICA E METODOLOGIA DO ENSINO SUPERIOR

NÓVOA, A. (org.) Vidas de Professores. Porto, Porto Editora, 1992.


PERRENOUD, Philippe. Práticas pedagógicas, profissão docente e formação:
perspectivas sociológicas. Lisboa, Publicações D. Quixote, 1993.
ROGERS, Carl. Liberdade para aprender.
https://sistemas.usp.br/jupiterweb/obterDisciplina?sgldis=EDM0111&cod-
cur=48012&codhab=203 São Paulo, Martins Fontes, 1973.
SCHEFFLER, Israel. A Linguagem da Educação. São Paulo, Saraiva - EDUSP,
1974.
SNYDERS, Georges. Para onde vão as Pedagogias não Diretivas. Lisboa,
Moraes, 1974.

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DIDÁTICA E METODOLOGIA DO ENSINO SUPERIOR

Anexo 4. Formulário de Plano de Disciplina

PLANO DE DISCIPLINA

Disciplina
Curso
Professor
Responsável
Semestre
Pré-requisitos
Horário de aulas
Local
Atendimento aos alunos
Objetivos da Disciplina
Metodologia de Ensino
Programa
Critério de Avaliação
Calendário de Atividades
Bibliografia Recomendada
Informações Adicionais

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DIDÁTICA E METODOLOGIA DO ENSINO SUPERIOR

Anexo 5. Seminário: Roteiro do Trabalho Escrito

CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA PAULA SOUZA


FATEC – Faculdade de Tecnologia de São Paulo
DAES - Departamento de Automação de Escritórios e Secretariado
Curso Gestão de Turismo
Disciplina: (MEPE I) Métodos para Produção do Conhecimento
Professora: Me. Margibel A. de Oliveira

TÍTULO DO TRABALHO:
SUBTÍTULO

Acadêmicos:

SÃO PAULO
2020

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DIDÁTICA E METODOLOGIA DO ENSINO SUPERIOR

TÍTULO DO TRABALHO:
SUBTÍTULO

Trabalho apresentado à Faculdade de Tecnologia de São Paulo,


como requisito parcial para obtenção da nota semestral.

SÃO PAULO
2020

83
DIDÁTICA E METODOLOGIA DO ENSINO SUPERIOR

RESUMO

Este trabalho ........................

Palavras-chave: no mínimo cinco palavras

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DIDÁTICA E METODOLOGIA DO ENSINO SUPERIOR

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO................................... INSERIR n.º de páginas, ex. veja abaixo


2. DESENVOLVIMENTO ............................................................................... 6
3. CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................................ 7
REFERÊNCIAS .............................................................................................. 9

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DIDÁTICA E METODOLOGIA DO ENSINO SUPERIOR

1. INTRODUÇÃO

MENCIONAR AQUI DO QUE SE TRATA O TRABALHO

86
DIDÁTICA E METODOLOGIA DO ENSINO SUPERIOR

1. DESENVOLVIMENTO

INSERIR AQUI O RESUMO DO CAPÍTULO - ESPAÇO SIMPLES –


ARIAL 12.

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DIDÁTICA E METODOLOGIA DO ENSINO SUPERIOR

3. CONSIDERAÇÕES FINAIS

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DIDÁTICA E METODOLOGIA DO ENSINO SUPERIOR

2. REFERÊNCIAS

Inserir todos os livros consultados e o capítulo do livro que estão fazendo o


resumo, dicionários, sites consultados etc.

89
DIDÁTICA E METODOLOGIA DO ENSINO SUPERIOR

Anexo 6. Instruções: debates

IES
Curso de Direito
Disciplina: Linguagem Jurídica
Professora: Margibel A. de Oliveira
Objetivos:
1. Escolher temas para debater; dividir a sala em grupos3 para que
sejam debatedores em aulas posteriores;
2. Desenvolver pesquisa e resumo sobre o tema escolhido,
individualmente;
3. Apresentar posicionamento crítico sobre o tema, por meio de texto
dissertativo escrito;
4. Confrontar ideias, em debates, para desenvolver a prática oral em
público.
5. Etapa 1 - Antes do dia dos debates:
6. Pesquisar sobre o tema (lei, doutrina, jurisprudência etc);
7. Elaborar resumos dos textos encontrados;
8. Elaborar um esquema do texto para o debate;
9. Elaborar e revisar o texto (veja formulário na página seguinte).

Etapa 2 - Procedimentos no dia dos debates:

1. Sorteio de duas duplas de debatedores por aula;


2. Sorteio dos relatores (cada debatedor poderá ter dois ou três relatores).
Esses serão sorteados da plateia (veja formulário em branco para
AVALIAÇÃO DO DEBATE, após o formulário do texto escrito);
3. Apresentação do tema da seguinte forma (válido para as duas duplas):
 A dupla posiciona-se de frente para a turma;
 O primeiro participante sorteado deverá apresentar a DEFESA do tema
em 5 minutos, no máximo; a apresentação deverá ser feita em pé; os
debatedores DEVERÃO usar traje forense;

3Por ex emplo, em uma sala com 48 alunos, divida a sala em 6 grupos. Escolha 3 temas diferentes, por
ex emplo: pena de morte, aborto etc. Grupo 1 – Pena de morte posicionamento fav orável ao te ma e Grupo 2 –
Pena de morte contra o tema. Grupo 3 – Aborto – posicionamento favorável e Grupo 4 – Aborto contra o
tema e assim por diante. É desejáv el fazer a escolha do tema com a turma e após fazer o sorteio entre os
grupos.

90
DIDÁTICA E METODOLOGIA DO ENSINO SUPERIOR

 Em seguida, o segundo participante também apresenta a DEFESA do


tema em 5 minutos;
 Após a apresentação dos dois primeiros participantes há um intervalo
de 3 minutos, para que os defensores do mesmo posicionamento
ajudem os debatedores na defesa de suas ideias;
 Após o intervalo cada participante terá 3 minutos, cada um, para réplica
e para tréplica.

4. Os relatores deverão entregar a avaliação logo após o término do debate.


Obs.:
 Os não-sorteados deverão entregar o texto escrito (veja formulário na
página seguinte);
 Em caso de não-comparecimento no dia do debate, não serão aceitos
textos em aulas posteriores, salvo nos casos previstos, para justificativa
de faltas, de acordo com o Regimento da IES.

Etapa 3: Em aula posterior ao dia da apresentação:

 Apresentação e comentários sobre os debates por parte do docente e


comentários da turma.

FORMULÁRIO - TEXTO ESCRITO

IES ________________________________________________
Curso de Direito
Disciplina: Linguagem Jurídica
Professora: Margibel A. de Oliveira
Acadêmico (a): ___________________ Nº ___________________
TEMA DO DEBATE: _____________________________________

Posicionamento em relação ao tema:


SIM ( ) NÃO ( )

91
DIDÁTICA E METODOLOGIA DO ENSINO SUPERIOR

Códigos que serão utilizados na correção:

 Falta de coesão e coerência na escrita;


 Impropriedade na pontuação;
 Problemas com a ortografia ou acentuação;
 Utilização de língua coloquial ou gírias;
 Parágrafo incoerente;
 Significado da palavra que causa dupla interpretação;
 Fundamentação inadequada;
 Posicionamento crítico incoerente;
 Texto com argumentação incoerente em relação ao tema;
 Outros problemas. Obs.: O texto deverá ser manuscrito.

FORMULÁRIO - AVALIAÇÃO DO DEBATE

IES ___________________________________
Curso de Direito
Disciplina: Linguagem Jurídica
Professora: Margibel A. de Oliveira
Campus:
DEBATEDOR (a):
TEMA DO DEBATE:
Posicionamento: SIM ( ) NÃO ( )
RELATOR (A):

1) Postura pessoal (utilização de gestos, interação com o público, impostação


de voz etc.)

2) Utilização do tempo:

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DIDÁTICA E METODOLOGIA DO ENSINO SUPERIOR

3) Utilização da linguagem (níveis: culto, coloquial, gíria, técnico etc.)

4) Fundamentação do tema (posicionamento crítico (in)coerente; texto-fonte


com argumentação (in)coerente, resumo do texto (in)adequado etc.)

TEMPO TOTAL:

RÉPLICA/ TRÉPLICA:

TEMPO TOTAL:

93
09
4

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