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INSTITUTO SUPERIOR POLITÉCNICO DE TETE

Divisão de Economia

Contabilidade e Auditoria

Contabilidade Financeira I .

Reformas Fiscais

1 Ano/Diurno

Turma A1

Discente:

Anifa Nordine Cadre

Anila Alberto Bocote

Joaozinho Erder Cristovao

Shelsia Guelhermina Ussaca

Valdimiro Generoso Meque

Docente:

Diolinda Chemani
Tete, 22 de Maio de 2022

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Reformas Fiscais

Trabalho de Pesquisa, instituto Superior

Politecnico de Tete, Cadeira de Direito Fiscal.

Docente‫ ׃‬Diolinda
Tete, 22 de Maio de 2022

Índic

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e
1. Introdução.................................................................................................................4

2. Reformas Fiscais.......................................................................................................5

2.1 Conceito de Reforma Fiscal...................................................................................5

2.2 Evolução do Sistema Tributário Moçambicano.....................................................6

2.2.1 Período antes da independência..........................................................................6

2.2.2 Período à data de Independência........................................................................6

2.2.3 Reforma Fiscal de 1978......................................................................................7

2.2.4 Reforma Fiscal de 1987 (PRE)...........................................................................8

2.2.5 Reforma Fiscal de 2002......................................................................................9

3. Conclusão................................................................................................................10

4. Referencias Bibliográficas.....................................................................................11
1. Introdução
O Presente trabalho enquadra-se numa das linhas temáticas da cadeira de Direito Fiscal

e tem como tema Reformas Fiscais, neste contexto falaremos de forma breve a evolução

do sistema fiscal moçambicano para melhor analise ou percepção das reformas fiscais.

O sistema fiscal moçambicano conheceu importantes modificações desde o ano em que

o país tornou – se livre da dominação colonial, com a proclamação da independência

nacional em 25 de Junho de 1975. Existem três importantes momentos dessa evolução,

e neste presente trabalho falaremos desses momentos importantes para o sistema fiscal

moçambicano.

Em termos de da sua organização, este trabalho esta organizado da seguinte forma‫׃‬

Breve introdução, Desenvolvimento do trabalho, conclusão e por fim as referencias

bibliográfica.

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2. Reformas Fiscais
2.1 Conceito de Reforma Fiscal
Segundo IBRAIMO (2002) a Reforma Fiscal diz respeito aos tributos que financiam o
Estado e tem um rumo mais político-económico. Seu objectivo é modernizar o sistema
de tributação revisando e promovendo modificações na estrutura legislativa de
impostos, taxas e outras contribuições.

É a Reforma Fiscal que supervisiona como o Estado é mantido e de que forma a receita
pública é utilizada. Sua realização é muito importante para promover a recuperação da
economia nacional.

O sistema fiscal moçambicano conheceu importantes modificações desde o ano em que


o país tornou – se livre da dominação colonial, com a proclamação da independência
nacional em 25 de Junho de 1975. Existem três importantes momentos dessa evolução.
Os três momentos importantes da evolução do sistema fiscal moçambicano são:

 Primeira reforma de 1978;


 Segunda reforma 1987 e,
 Terceira reforma em 2002.

Ao abordar a questão da reforma fiscal, há que destacar três fases de inflexão,


particularmente relevantes para a economia moçambicana. A primeira, em 1978, foi a
da constituição do Estado novo, optando-se por um modelo centralizado e centralizador
apoiado num forte, e único poder. Esta reforma foi levada ao cabo com o objectivo
primordial de captação de recursos com vista a concretização de objectivos sociais e de
reconstrução do país, ora debilitado. Fruto da reforma, verificou-se uma recuperação das
receitas fiscais e do nível de fiscalidade até ao ano de 1983. A partir deste ano o país
começou a ressentir-se das perturbações que afectaram negativamente a produção
interna, facto que contribuiu para a queda da matéria colectável e o nível de arrecadação
de receitas. Perante as dificuldades que o país experimentou, houve a necessidade de
ajustar o sistema fiscal ao desafios apresentados no momento, de tal maneira que foi
desenvolvido um programas de reformas e, após esta reforma voltou a se verificar
melhorias nos níveis de fiscalidade, contudo similarmente ao que aconteceu após a
primeira reforma, este indicador voltou a abranda.

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2.2 Evolução do Sistema Tributário Moçambicano
Antes de fazermos uma descrição das reformas fiscais, vamos de forma breve relembrar
sobre a evolução do sistema tributário moçambicano, para a melhor analise destas.

2.2.1 Período antes da independência


Segundo IBRAIMO (2002), mesmo antes da chegada dos portugueses já existia o
imposto em Moçambique que era essencialmente pago em forma de roupa, gado,
escravos e outros bens. Mas uma das principais evidências da existência do imposto em
Moçambique foi com o surgimento dos prazos da Zambézia, em que se utilizou o
tributo tradicional pela primeira vez.

O Vale do Zambeze em meados do séc. XVII estava organizado politicamente e


tradicionalmente por vários chefes em cada região. O governador do distrito era
designado por mambo” que era assistido por um chefe local “mpfumu”, e pelo chefe das
povoações. Uma das atribuições do “mpfumu” era de cobrar o imposto Dentro dos
prazos, todos os habitantes estavam sujeitos ao pagamento de um imposto anual
designado por “mussoco”, que era pago como forma de afirmar o poderio do mambo
sobre a terra. O conteúdo, a taxa e o montante do “mussoco” atribuído a cada família
não era fixo nem estabelecido, variava de prazo a prazo e de região para região.

2.2.2 Período à data de Independência


Segundo IBRAIMO (2002), na véspera da independência, o sistema tributário aplicado
em Moçambique era basicamente o então vigente na Metrópole – resultante da reforma
de 1959-1963 e da política de harmonização fiscal, enquadrado no programa de
integração económica dentro do na época chamado espaço português.

Nessa época vigorava um sistema tributário moldado aos objectivos do Estado que
estava dimensionado às necessidades orçamentais deste mesmo Estado. Para tal, estava
organizado um sistema administrativo adequado e dotado de pessoal apropriado,
convenientemente treinado. Era um sistema fiscal com uma legislação complexa e quase
inacessível à grande maioria dos contribuintes, e não respeitava os princípios de justiça
social , onde todos deviam pagar impostos independentemente da sua condição social e
financeira.

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Após a independência ocorreram várias reformas no sistema fiscal:

2.2.3 Reforma Fiscal de 1978


Segundo IBRAIMO (2002), com a independência nacional verifica-se uma imediata
inadequação do sistema tributário por um lado e a debilidade da máquina de
administração fiscal, por outro.

Esta situação foi originada pela queda de produção industrial pois as unidades
económicas de cujos lucros dependiam do êxito da contribuição industrial foram
abandonadas pelos seus proprietários e algumas sofreram sabotagem. O facto associado
à debilidade verificada na administração e o dealbar da guerra de desestabilização
originou a quebra da matéria colectável e consequente ineficácia da contribuição
industrial.

A Assembleia Popular adoptou então a Resolução 5/77, de 1 de Setembro. Com este


instrumento definiram-se os princípios fundamentais a observar no sistema tributário,
que consagrando o modelo de economia de planificação, pretendia a par do PPI acabar
com o subdesenvolvimento em dez anos, e iniciar um novo período da economia
moçambicana em geral, e da tributação, em particular.

A nova política fiscal visava os seguintes objectivos:

 Simplificar o processo de captação do rendimento das empresas, através da


retenção antecipada deste no processo de circulação de mercadorias e prestação
de serviços;
 Transformar os impostos de contribuição industrial e complementar em simples
impostos correctivos; terceiro, fundir os diversos impostos parcelares sobre o
rendimento do trabalho em um apenas, criando-se uma tributação progressiva,
de acordo com as normas constitucionais; quarto, agravar a carga fiscal sobre os
lucros das empresas ; e, finalmente, simplificar a legislação fiscal em vigor.

O sistema não permitia a captação dos excedentes financeiros gerados pelos agentes
económicos, tal situação fazia com que do lado da procura aumentasse cada vez mais o
dinheiro disponível e, do lado da oferta, os preços reais não correspondiam ao valor
ofertado, daí que gradualmente começam a surgir os mercados paralelos.

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2.2.4 Reforma Fiscal de 1987 (PRE)
Em princípios de 1987 foi lançado o Programa de Reabilitação Económica (PRE),
destinado a corrigir os desequilíbrios da economia nacional. Este programa consistia na
reabilitação da economia através de uma série de acções nas áreas de formação de
preços, de taxas de câmbio, de política fiscal e outras estruturais e administrativas
visando melhorar a eficiência dos agentes económicos, aumentar o abastecimento e a
produção, ajudar a restabelecer o equilíbrio financeiro.

Dentre estas acções pretendiam-se algumas alterações à legislação fiscal.

Revogou-se então a Resolução 5/77 pela Lei 3/87, de 19 de Janeiro, que passou a fixar
os novos princípios em que o Sistema Tributário Moçambicano devia assentar, com o
objectivo de aumentar a elasticidade das receitas em relação ao crescimento do Produto
Interno Bruto (PIB) e alargar a base tributária.

O sistema tributário definido na Lei 3/87, de 19 de Janeiro, integrava impostos directos


e indirectos.

A tributação directa dos rendimentos era feita com base no seguinte sistema de
impostos:

 Contribuição Industrial, incidente sobre os lucros da actividade comercial e


industrial;
 Imposto sobre o Rendimento do Trabalho – Secção A, incidente sobre as
remunerações do trabalho;
 Imposto sobre o Rendimento do Trabalho – Secção B, incidente sobre o valor
da produção das cooperativas de produção e das explorações individuais
agrícolas, silvícolas ou pecuárias de pequena dimensão;
 Imposto Complementar, incidente sobre o rendimento global de pessoas
singulares e sobre os rendimentos de capital;
 Contribuição Predial, incidente sobre os rendimentos prediais.

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A tributação indirecta, que integrava os impostos sobre as despesas, com base no
seguinte sistema de impostos:

 Imposto sobre valor acrescentado, que incidia sobre o valor das transmissões de
bens e prestações de serviços realizados no País;
 Imposto sobre Consumos Específicos, que tributava, de forma selectiva, o
consumo de determinados bens;
 Imposto especial sobre combustíveis, que incidia sobre qualquer combustível
comercializado no território nacional.

A Lei 3/87, de 19 de Janeiro, preocupou-se ainda com os objectivos de justiça social e


com objectivos tributários não financeiros, nomeadamente o de redistribuição do
rendimento nacional, de orientação dos consumos, de personalização dos impostos e da
progressividade na tributação dos rendimentos não provenientes do trabalho,
continuando estes a ser tratados de forma privilegiada e diferenciada.

A liberalização da economia introduzida pelo PRE permitiu uma dinamização da


actividade produtiva e a economia voltou a crescer, chegando o PIB a atingir 15% em
1987 . Como consequência do aumento da actividade económica e da melhoria da
eficácia do sistema fiscal, no mesmo ano o volume de receitas fiscais aumentou para
mais do dobro em relação ao ano anterior.

2.2.5 Reforma Fiscal de 2002


Em 26 de Junho a Assembleia da República aprovou a Lei n.º 15/2002 em substituição
da Lei n.º 3/87. Esta reforma fiscal iniciou com a introdução do IVA em 1998 e a
alteração do Imposto de Consumo em Imposto de Consumo Especifico, e fixava como
objectivos:

 O alargamento da base tributária;


 A redução da carga fiscal no conjunto da tributação directa;
 O aumento no nível de receitas fiscais;
 A simplificação de procedimentos;
 A modernização do sistema de impostos; e
 A racionalização do sistema de benefícios fiscais.

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3. Conclusão
O sistema fiscal moçambicano conheceu importantes modificações desde o ano em que
o país tornou – se livre da dominação colonial, com a proclamação da independência
nacional em 25 de junho de 1975. Existem três importantes momentos dessa evolução.
Os três momentos importantes da evolução do sistema fiscal moçambicano são:
Primeira reforma de 1978.Segunda reforma 1987 e Terceira reforma em 2002.

Reforma Fiscal diz respeito aos tributos que financiam o Estado e tem um rumo mais
político-económico. Seu objectivo é modernizar o sistema de tributação revisando e
promovendo modificações na estrutura legislativa de impostos, taxas e outras
contribuições. É a Reforma Fiscal que supervisiona como o Estado é mantido e de que
forma a receita pública é utilizada. Sua realização é muito importante para promover a
recuperação da economia nacional.

As reformas fiscais podem ter um efeito positivo sobre a arrecadação se elas


significarem um aumento da base. Um exemplo disso seria o fim de determinados
benefícios fiscais como os concedidos sobretudo aos mega projectados e as entidades
ligadas a indústria extractiva. O fim dos benefícios fiscais é entendido como um
alargamento da base, pois um número maior de contribuintes passa a ser alcançado pela
norma tributária. Por outro lado, a criação de um benefício fiscal traz efeitos negativos
sobre a arrecadação, já que reduz o número de contribuintes que a norma tributária visa
alcançar.

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4. Referencias Bibliográficas
 IBRAIMO, Ibraimo, O Direito e a Fiscalidade: Um Contributo para o Direito
Fiscal Moçambicano, Arte C, Maputo, 2002.
 OSSEMANE, Rogério, Desafios de Expansão das Receitas Fiscais em
Moçambique, IESE, Maputo, 2009ç
 USAID, Revisão do PARPA II - Sistema Tributário em Moçambique, Volume I,
Nathan Associates Inc., 2009

Legislação

 Constituição da República de Moçambique.


 Lei nº 15/2002, de 26 de Junho (Lei de Bases do Sistema Tributário)
 Lei nº 5/2009, de 12 de Janeiro (Cria o Imposto Simplificado para Pequenos
Contribuintes)
 Lei nº 32/2007, de 31 de Dezembro (Aprova o Imposto sobre o Valor Acrescentado)

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