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1. relatório:
Trata-se de parecer jurídico destinado ao esclarecimento do ao da tese de
legitima defesa da honra em crimes de feminicídio.
O autor alegou que a tese da legítima defesa da honra viola o art. 1º, III, o art. 3º, IV, e
o art. 5º, LIV, da Constituição Federal.
Vale ressaltar que, quando se fala em legítima defesa da honra, para os fins desse julgado,
está se referindo “ao perdão do autor de feminicídio ou agressão praticada contra a esposa ou
companheira adúltera”.
Desse modo, o STF entendeu que a chamada “legítima defesa da honra” não encontra
qualquer amparo no ordenamento jurídico pátrio, diante dos fundamentos abaixo relatados:
(...)
II - em legítima defesa;
Legítima defesa
Art. 25. Entende-se em legítima defesa quem, usando moderadamente dos
meios necessários, repele injusta agressão, atual ou iminente, a direito seu
ou de outrem.
c) uso moderado dos meios necessários para repelir essa agressão (proibição do
excesso);
alias, foi com essa lógica que o legislador para evitar a imputabilidade diante desse
tipo de tese que codificou no CP o Art 28:
I - a emoção ou a paixão;
(...)
O uso da tese é totalmente contraria a dignidade da pessoa humana, uma vez que a
legitima defesa da honra no caso de agressão ou até mesmo feminicídio põe em conflitos
direitos fundamentais previstos na constituição, a dignidade da pessoa humana, o direito a
vida e o tratamento de igualdade, fundamentos que devem ser observado e mantido, assim
para que haja a construção de uma sociedade digna.
O art. 226, § 8º, da CF/88, segundo o qual o “Estado assegurará a assistência à família
na pessoa de cada um dos que a integram, criando mecanismos para coibir a violência no
âmbito de suas relações.”.
Por todo o exposto, o STF concluiu que o argumento da tese da “legítima defesa da
honra” é prática que não se sustenta à luz da Constituição de 1988, por ofensiva à dignidade
da pessoa humana, à vedação de discriminação e aos direitos à igualdade e à vida, não
devendo ser veiculada no curso do processo penal nas fases pré-processual e processual, sob
pena de nulidade do respectivo ato postulatório e do julgamento, inclusive quando praticado
no tribunal do júri.
2.CONCLUSÃO:
Advogado
OAB: nr
______________________
assinatura final.