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Universidade Lúrio

Faculdade de Ciências de Saúde


Licenciatura em Administração e Gestão em Saúde
Disciplina de

GESTÃO DE EQUIPAS E DE PAPEIS

Nampula, Julho, 2022

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UNIVERSIDADE LÚRIO

FACULDADE DE CIÊNCIAS DE SAÚDE

GESTÃO DE EQUIPAS E DE PAPEIS

Trabalho de carácter avaliativo, da


cadeira de, curso de Licenciatura em
Administração e Gestão em Saúde, 3º
Ano, 2º Semestre, a ser entregue ao
Docente:

Mestre

Estudante:

Lúcia Cardoso\

Nampula, 2022

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Índice

Introdução...................................................................................................................................3
1. Contexto organizacional e a comunicação..........................................................................4
2. Gestão de equipas................................................................................................................4
2.1. Tipos de Equipa............................................................................................................4
2.2. Motivação nas Equipes.................................................................................................5
2.3. Pontos básicos para a motivação..................................................................................6
2.4. Vantagens do Trabalho em Equipa..............................................................................6
2.5. Fatores que Afetam o Funcionamento da Equipe........................................................6
2.6. Possíveis aspectos negativos do trabalho em equipe...................................................7
3. Gestão de papéis..................................................................................................................7
Conclusão..................................................................................................................................10
Bibliografia...............................................................................................................................11

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Introdução

Podemos sonhar, projetar e construir a empresa mais maravilhosa do mundo, mas é preciso
pessoas para tornar o sonho realidade, ou seja, construir equipes que dão certo é um dos
grandiosos desafios de um gestor eficaz. Para se ter uma equipe de alto desempenho, é
necessário ter objetivos claros e definidos e sintonia entre os membros da equipe para atingir
metas. Uma boa comunicação entre os seus membros. Conhecimento para executar as atividades
necessárias ao êxito das metas. Persistência quando as dificuldades aparecem. Participação de
todos e tolerância com os erros. Humildade para aceitar feedbacks e o bom humor que representa
a satisfação das pessoas no trabalho. Para a construção de equipas virtuosas é imprescindível o
desenvolvimento pessoal, e a construção e aprimoramento de seu capital intelectual. (OLIVEIRA
e ALBUQUERQUE, 2010)

A presente pesquisa científica intitulada: gestão de equipas e de papéis, tem por objectivo
compreender como se realiza uma boa gestão de pessoas e de documentos em uma instituição.
Para isso, foram traçados os seguintes objectivos específicos:

 Explicar o contexto organizacional e a comunicação;


 Descrever a gestão de equipas;
 Discutir sobre a gestão de papéis.

Para a elaboração do trabalho usou-se o método de pesquisa designado revisão bibliográfica


sendo as fontes devidamente citadas e descritas nas referências bibliográficas, obedecendo em
toda a sua estrutura os conhecimentos adquiridos na cadeira de MIC e as normas de produção e
publicação de trabalhos científicos em vigor nesta instituição de ensino.

O trabalho apresenta uma estrutura básica, contando com uma introdução, o desenvolvimento
onde são apresentados a contextualização, alguns conceitos chaves, o marco teórico e o
enquadramento legal. O trabalho possui ainda conclusão e bibliografia.

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1. Contexto organizacional e a comunicação

Ao se estudar gestão de organizações, é necessário fazer delimitações, selecionando e


priorizando características e dimensões que determinam a complexidade do contexto
organizacional. No presente manual didático, Introdução à gestão de organizações, serão
abordadas as dimensões interna e externa das organizações, ou seja, respectivamente, a estrutura
organizacional e o ambiente organizacional.

Figura 1 – Dimensões interna e externa das organizações

Fonte: CHIAVENATO, 2000.

A análise interna de uma organização contempla sua estrutura organizacional, formada por seus
principais componentes: as tecnologias, as pessoas e as tarefas. A inter-relação entre esses
componentes e as posições que eles ocupam internamente na organização definem a hierarquia, o
fluxo de informações, as funções e os níveis de tomada de decisão, entre outros elementos do
desenho organizacional. A estrutura, isto é, a configuração interna de uma organização é
influenciada, por sua vez, pelas características do ambiente organizacional. Assim, as
organizações refletem internamente a realidade externa a que estão expostas. Utiliza-se, portanto,
uma concepção sociológica da teoria das organizações e da administração.

2. Gestão de equipas

2.1. Tipos de Equipa.

i. Equipes Auto Geridas - São grupos de trabalho cujos membros têm poder para
desempenhar muitos deveres atribuídos anteriormente ao supervisor. As
responsabilidades da “autogestão” incluem: planejamento e cronograma de trabalho;

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treinamento dos membros; compartilhar tarefas; cumprimento de metas de
desempenho; garantia de alta qualidade e resolução de problemas no dia-a-dia.
Normalmente é eleito um líder de equipa, desempenhando um papel de ligação entre
a equipe e o nível mais alto da gerência.
ii. Equipes Multifuncionais - Equipe formada por trabalhadores de diferentes
especialidades, mas com aproximadamente o mesmo nível organizacional, que se
reúnem para realizar uma tarefa. O propósito dessas equipes é juntar o talento de
trabalhadores para desempenhar uma tarefa que necessite dessa combinação.
Normalmente estas equipes são formadas para desenvolvimento de novos produtos,
melhoria da qualidade e redução de custos.

Existem ainda três tipos de equipas semelhantes às equipes multifuncionais e importantes na


organização. Equipes de projetos, comitês e força-tarefa – agregam pessoas fora de suas
atribuições diárias, possuem fins específicos e são liderados por alguém designado.

iii. Equipes de Alta Gerência - Formada pelo grupo de executivos das organizações.
São consideradas equipes tendo em vista que as principais decisões são tomadas em
colaboração, incluindo todos os membros da alta gerência.
iv. Grupos de Afinidade - São diferentes tipos de equipas, um grupo de envolvimento
de empregados compostos de trabalhadores que se reúnem regularmente fora de seus
grupos funcionais, com o objetivo de aplicar seus conhecimentos e sua atenção a
importantes questões do local de trabalho (círculos de qualidade, grupos de solução
de problemas etc.,)
v. Equipes virtuais - Pessoas que trabalham juntas e resolvem problemas por
intermédio de computadores e não com a interação cara a cara. Fazem reuniões
eletrônicas guiadas por um software especial e, usando às vezes facilitadores de
grupos. (DUBRIN, 2003).

2.2. Motivação nas Equipes

A motivação é comumente ligada a experiências de satisfação que geram, quando reativadas,


condutas em relação ao objeto considerado bom. Mas também está ligada a experiências
desprazerosas, que geram um impulso de repulsão/ comportamento de fuga do objeto ou situação
que causou a dor ou desconforto. O resultado é a fuga ou não engajamento da pessoa.

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2.3. Pontos básicos para a motivação

 Remover os obstáculos que não servem aos objetivos reais e que aborrecem os
empregados.
 Estabelecer áreas nas quais cada empregado pode fazer o que realmente sabe.
 Estabelecer regras claras de promoção no trabalho. (DUBRIN, 2003)

2.4. Vantagens do Trabalho em Equipa

 Aumento na produtividade
 Melhora na qualidade
 Melhora na qualidade de vida profissional dos funcionários
 Redução no nível de rotatividade de pessoal e absenteísmo
 Redução no nível de conflito
 Aumento na inovação
 Aumento na flexibilidade
 Obtenção de economia de custos da ordem de 30% a 70% (MANZ e SIMS, 1996)

2.5. Fatores que Afetam o Funcionamento da Equipe.

O funcionamento das equipes pode apresentar diferenças significativas em função do tipo de


trabalho que está sendo executado. Este, por sua vez, determina os conhecimentos e habilidades
essenciais para o seu desenvolvimento e a necessidade de uma coordenação e de um plano de
trabalho ora mais, ora menos flexíveis. (PIANCASTELLI et aL).

Abaixo alguns fatores que interferem no funcionamento das equipes:

 Formalismo
 Quantidade de pessoas
 Qualificação das pessoas
 Técnicas de funcionamento de equipa
 Conhecimento por parte do coordenador de técnicas de funcionamento de equipa.
 Tipo de trabalho executado
 Experiências anteriores dos participantes
 Cultura organizacional para o trabalho em equipa

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 Características comportamentais das pessoas.
 Fluxo das atividades

2.6. Possíveis aspectos negativos do trabalho em equipa.

 Criação da cultura do “consenso obrigatório”


 Redução excessiva da supervisão - Supervisores que adquirem demasiada confiança em
suas equipes acabam por se distanciar dos acontecimentos comprometendo suas
percepções e conhecimento do cotidiano organizacional.
 Radicalização em torno das decisões tomadas
 Sentimento de identidade excessivo – Esse sentimento pode dificultar a aceitação de
novos integrantes, percebidos como perigo a estabilidade do grupo.
 Redução da ousadia em tomadas de decisão - Grupos tenderiam a ser mais conservadores
do que indivíduos isolados, perde-se a responsabilidade sobre a decisão. (FIORELLI,
2000)

3. Gestão de papéis

Na estruturação de uma equipe MATA (2013( cita exemplos dos diversos papéis que se
desenvolve entre os membros do grupo para o sucesso do desenvolvimento de equipas, sendo
eles de apoio, confrontação, moderação, mediação, harmonização, sintetização e observação do
processo.

I. Apoio - Quando fala em apoio não se pressupõe concordar com o ponto de vista do outro,
mas levá-lo em consideração.
II. Confrontação - Nas relações do grupo pode ocorrer momentos em que um membro se
desloca em direção aos seus interesses individuais, dificultando a atuação dos demais,
inibindo, ridicularizando, sendo necessário por um outro membro do grupo a
confrontação do comportamento indesejável. A atitude de confrontação deve ser apenas
ao comportamento e não às pessoas, alerta o autor, sob pena de se desfazer o grupo e
provocar ressentimentos nas pessoas.
III. Mediação - é necessário nos momentos do grupo em que algumas pessoas mantém o
monopólio em detrimento do silêncio e intimidação dos outros, neste caso o mediador
favorece com que se rompa o impasse e contribui para que a discussão avance.

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IV. Harmonizar - pode acontecer que as pessoas estejam falando a mesma coisa com termos
diferentes ou mesmo com alguns pontos em concordância. Se faz necessário que um
membro intervenha e resuma os diferentes pontos de vista e convide outros membros
para dar sua contribuição e favorecer aos debatedores a escuta.
V. Sintetizar e Resumir – Há momentos em que o grupo se perde na discussão e é necessário
então alguém que os localize, sintetizando/resumindo o tema em debate, o que favorecerá
o esclarecimento, proporcionando a recuperação da confiança do grupo, pois perceberão
o quanto avançaram na discussão e nos pontos concretos.
VI. Observador do processo – Este papel é importante pois contribuirá para que o grupo
perceba a sua atuação e viabilize o feedback, favorecendo o crescimento, o que exige a
disposição em concentrar-se e comprometer-se para ouvir, portanto, deve-se manter
aberto para este processo de aprendizagem, evitando atitudes individualistas de defesa ou
mesmo da obstrução de sua condição de ouvir.

Apresentamos os papéis dos membros de um grupo que influenciam positivamente na


estruturação do processo de equipe, mas é importante também descrevermos, segundo
SCHULTZ (2016) os papéis que influenciam negativamente, que são:

 Bloqueadora – Tem atitudes de ignorar a pessoa que esta falando; (...) desviar a conversa
(...) e usar o humor em tom de zombaria; Analisadora ou rotuladora –Rotula o
comportamento de uma pessoa (...), tenta descrever suas atitudes e motivos (...), acusa:
 Dominadora – ... Gosta de assumir o controle da situação (...), esta mais interessada em
suas agendas pessoais do que nas metas do grupo;
 Aquiescente condicional – ... sempre diz ‘sim’, porém utiliza o ‘mas (...)’, é hipócrita
neste momento (...), revela desconsideração pela outra pessoa
 Negativista – ...advoga como se fosse o próprio diabo(...), certifica-se de tudo que é ruim
seja manifestado (...), desestimula o caminhar da equipe.

Na verdade gostaríamos de não ter que encontrar estes tipos de comportamentos, mas quando
nos vimos diante deles, o autor sugere que intervamos de imediato.

Consideramos importante descrever também os papéis dos membros de um grupo baseado no


autor Maximiano. Este autor propõe que se analise o comportamento individual e sugere que a

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observação dos comportamentos seja em quatro categorias, segundo a classificação feita por
SCHULTZ (2016):

1. Comportamentos dirigidos à execução da tarefa: iniciar, solicitar e fornecer


informações, esclarecer, associar e resumir;
2. Comportamentos dirigidos à manutenção do grupo: encorajar, estimular a
participação, padronizar, harmonizar e seguir;
3. Comportamentos disfuncionais: bloquear, agredir, procurar reconhecimento,
monopolizar, ficar indiferente, brincar;
4. Comportamentos de liderança:
i. Líder-tarefa: orientado para a execução do trabalho;
ii. Líder-pessoa: orientado para a eficiência e saúde das relações interpessoais;
iii. Líder egocêntrico: orientado para si próprio e seu benefício. Benne & Schates In
Maximiano Maximiano, compreende o conceito de papéis como mais do que um
comportamento ou conjunto de comportamentos específicos; é uma atitude mental
que o participante assume, tendo em vista um ou mais aspectos.

Os papéis podem ser vivenciados ou assumidos por mais de um membro do grupo. SCHULTZ
(2016), observou os seguintes papéis:

I. Dicionarista – tem a função de “uniformizar a compreensão das palavras usadas,


eliminando as barreiras”
II. Piloto – procura manter o grupo dentro do objetivo proposto
III. Historiador – introduz a perspectiva do tempo (presente, passado e futuro).
IV. Geógrafo – introduz a perspectiva de espaço
V. Topógrafo – determina os enfoques, levando o grupo a se conscientizar do tipo de
abordagem que está adotando
VI. Técnico – propõe regras que aumente a produtividade da reunião...
VII. Lógico – procura levar o grupo a pensar em relações de causa e efeito
VIII. Fotógrafo – narra fatos e fornece informações concretas
IX. Cientista – Pesquisa a regularidade dos fenômenos, levando o grupo a se
preocupar com a representatividade dos fatos e com a transformação dos fatos em
leis gerais

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X. Matemático: conta, mede, avalia, classifica, apresentando estatística, levando o
grupo a se preocupar com números
XI. Avaliador – procura resumir e sintetizar os pontos levantados pelos divergentes
participantes

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Conclusão

Ao se estudar gestão de organizações, é necessário fazer delimitações, selecionando e


priorizando características e dimensões que determinam a complexidade do contexto
organizacional. No presente manual didático, Introdução à gestão de organizações, serão
abordadas as dimensões interna e externa das organizações, ou seja, respectivamente, a estrutura
organizacional e o ambiente organizacional.

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Bibliografia

ALBUQUERQUE, J.; OLIVEIRA, J.R. Líder com mente de mestre: a liderança gerencial
aplicada. Ribeirão Preto, SP: Editora Napoleon Hill, 2010.

DUBRIN, A.J. Fundamentos do Comportamento Organizacional. São Paulo: Pioneira Thomson


Learning, 2003.

FIORELLI, J.O. Psicología para Administradores. São Paulo: Atlas, 2000.

MANZ, C. C.; SIMS Jr.; H. P.; Empresas sem chefes. São Paulo: Makron Books, 1996.

PIANCASTELLI, C. H.; FARIA, H. P.; SILVEIRA, Marília R. Trabalho em Equipe – Texto de


Apoio.

COMISSÃO EUROPEIA (2017). Comunicação da Comissão, Orientações sobre a comunicação


de informações não financeiros. Bruxelas, 26.6.2017

LISBOA, J., COELHO, A., COELHO, F., & ALMEIDA, F. Introdução à Gestão de
Organizações (3rd ed., pp. 449-462). Porto: Vida Económica - Editorial, SA. 2011

MATA, J.. Economia da empresa (8th ed.). Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian. 2013

SCHULTZ, Glauco Introdução à gestão de organizações / Glauco Schultz ; coordenado pela


SEAD/UFRGS. – Porto Alegre: Editora da UFRGS, 2016.

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