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KARINA PEREIRA AFONSO FERREIRA PINHEIRO

ADVOGADA – OABRN 11.086 1 de 13


RECURSO INOMINADO
_______________________________________________
AO DOUTO JUÍZO DE DIREITO D0 1º JUIZADO DA FAZENDA PÚBLICA DA COMARCA DE
NATAL/RN.

Referência:

PROCESSO Nº 0848510-79.2021.8.20.5001

MERITÍSSIMO SENHOR JUIZ DE DIREITO

1. Euclides Bezerra Da Silva Filho; Jorge Alberico Batista; Sergio Eduardo Linhares Ferreira,
e Francisco Evaristo Da Costa, devidamente qualificados nos autos do supra referenciado, por
sua Advogada ao final assinada, com fincas no art. 41 da Lei 9.099/1995, reverentemente, vêm
perante esse douto Juízo presidido por Vossa Excelência, interpor o presente

RECURSO INOMINADO

2. Requerendo, respeitosamente, que V. Exa. avalie exercer o juízo de retratação e não o


fazendo, que se digne em receber e determinar o devido processamento, intimação do Estado-
Réu para, querendo, apresentar contrarrazões e posterior remessa dos autos a Egrégia Turma
Recursal para que dele tome conhecimento e lhe dê provimento.

3. Anexam as razões do apelo.

Termos em que,

Pedem e almejam deferimento.

Natal/RN, 21 de junho de 2022.

Karina Pereira Afonso Ferreira Pinheiro


OAB/RN 11.086

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ADVOGADA – OABRN 11.086 2 de 13
RECURSO INOMINADO
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EGRÉGIA TURMA RECURSAL DOS JUIZADOS DA FAZENDA PÚBLICA DESTA COMARCA DE NATAL,
CAPITAL DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE

RAZÕES DE RECURSO

Processo nº ................... 0848510-79.2021.8.20.5001

Eméritos Julgadores
Colenda Turma

DOS PRESSUPOSTOS DE ADMISSIBILIDADE RECURSAL

CABIMENTO E TEMPESTIVIDADE

1. Da sentença proferida em Juizado Especial Cível, que não seja homologatória de


conciliação ou laudo arbitral, caberá a interposição de Recurso Inominado para o próprio Juizado
(art. 41, caput, da Lei nº 9.099/1995). Ademais, em se tratando de sentenças terminativas com
caráter definitivo, admite-se o conhecimento do recurso (art. 5º da Lei nº 10.259/2001).

2. No quesito tempestividade o prazo para apresentação desta peça recursal encerra-se no


próximo dia 28 do mês corrente, estando, pois, amplamente dentro do lapso temporal admitido
por Lei.

DO PREPARO - REITERAÇÃO DO PEDIDO DE GRATUIDADE DE JUSTIÇA

3. Em sua veneranda sentença Sua Excelência assim decidiu: “Deixo para apreciar o pedido
de justiça gratuita quando da interposição de eventual recurso, haja vista que, por ora, falta
interesse de agir, considerando-se o não pagamento de custas iniciais em sede de Juizados
Especiais”. Os recorrentes reafirmam a sua condição de hipossuficiência, haja vista não reunirem
condições suficientes de pagar as custas desta ação, honorários e demais despesas sem prejuízo
de seu sustento e de suas famílias.

4. Por essas razões, com fundamento no art. 5º, LXXIV, da Constituição Federal, no art. 98
e seguintes do Código de Processo Civil e na Lei nº 1.060/1950, requerem o deferimento dos
benefícios da justiça gratuita, de forma a garantir o direito fundamental de acesso à justiça, já
declarada nos autos do processo em epígrafe, deixa de juntar o preparo recursal, suplicando o
benefício de gratuidade da justiça.

SÍNTESE DOS FATOS

5. No dia 5 de outubro de 2021, os recorrentes ajuizaram Ação Ordinária com Pedido de


Tutela de Urgência requerendo:

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(i) o reconhecimento judicial do Curso de Habilitação de Oficiais realizado pelos Autores na
Academia Coronel Walterler, SEM ÔNUS para o Estado do Rio Grande do Norte, de sorte a que
se preencha o ÚNICO requisito faltante
para que os Autores possam ser promovidos ao posto de 2º Tenente do Quadro de Oficiais
Auxiliares da PMRN;

(ii) seja determinado ao Estado do Rio Grande do Norte, na pessoa do senhor Comandante Geral
da PMRN, inaudita altera parte:

a) o incontinente acolhimento do reconhecimento judicial do Curso de Habilitação de Oficiais


realizado pelos Autores na Academia Coronel Walterler, SEM ÔNUS para o Estado do Rio
Grande do Norte;

b) o imediato preparo dos atos de promoção dos Autores ao posto de 2º Tenente do Quadro de
Oficiais de Administração da Polícia Militar deste Estado, (QOA PM), a partir da data de
ajuizamento da presente demanda;

c) que tão logo sejam concluídos os atos de promoção, sejam esses remetidos ao Gabinete Civil
do governo do Estado, para a devida homologação por parte da senhora governadora do
Estado, com observância a classificação obtida no Curso por eles frequentados;

d) que seja homologado por esse douto Juízo o pedido de renúncia dos Autores ao direito a
compensações pecuniárias em face das promoções ora requeridas, de sorte a que possam
usufruir dos direitos e prerrogativas da nova graduação hierárquica a partir da data de
ajuizamento da presente demanda;

e) a citação do Estado do Rio Grande do Norte, na pessoa de seu representante legal para,
querendo, responder a presente ação no prazo legal;

f) que expirado o prazo legal e não sendo protocolada a manifestação estatal, seja decretada a
revelia, para que surtam seus legais e jurídicos efeitos até onde possam ser alcançados;

g) seja arbitrada multa a ser definida por esse douto magistrado, de sorte a se garantir o
cumprimento da decisão exarada, haja vista que é comum autoridades administrativas
procrastinarem de todas as formas para evitar o cumprimento dessas decisões, usando e
abusando dos variados recursos disponíveis;

h) Ao final que seja declarada a procedência total da ação, consolidando-se em definitivo a


promoção dos Autores ao posto de 2º Tenente do Quadro de Oficiais de Administração da
Polícia Militar deste Estado, (QOA PM), reiteramos, a partir da data de ajuizamento da inicial;

i) e em sede derradeira, requerem a concessão dos benefícios da Justiça Gratuita. (PÁGs. 37/38
DO PROCESSO Nº 0848510-79.2021.8.20.5001).

6. No dia 13 de outubro de 2021 o douto Juízo A Quo proferiu r. despacho INDEFERINDO a


Antecipação da Tutela pretendida, nos termos do art. 300 do NCPC. (PÁGs. 117/118 DO PROCESSO Nº
0848510-79.2021.8.20.5001).

7. No dia 12 de novembro de 2021 o Estado-Réu apresentou CONTESTAÇÃO não se


manifestando a respeito de interesse na conciliação e postulando para que

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“Sejam acolhidas as preliminares suscitadas, de modo a afastar a competência deste Juizado
Especial da Fazenda Pública, com a remessa dos autos a uma das varas da Fazenda Pública,
instância adequada para o julgamento de causas complexas, sem as restrições processuais
advindas do trâmite nos Juizados Especiais”. (pág. 132 do PROCESSO Nº 0848510-
79.2021.8.20.5001).

8. No dia 8 de novembro de 2021 a Procuradoria Geral do Estado requisitou ao comando


da PMRN informações. (PÁGs. 152/153 DO PROCESSO Nº 0848510-79.2021.8.20.5001)

9. No dia 11 de novembro de 2021 o comando da PMRN apresentou as informações


requisitadas. (PÁGs. 156/160 DO PROCESSO Nº 0848510-79.2021.8.20.5001).

10. No dia 18 de janeiro de 2022 foi protocolada a Réplica a Contestação. (PÁGs. 165/179 DO
PROCESSO Nº 0848510-79.2021.8.20.5001).

11. Finalmente, às fls. 180/183 o MM Sr Juiz de Direito prolatou a v. SENTENÇA a seguir:

Processo nº: 0848510-79.2021.8.20.5001


Ação: PROCEDIMENTO DO JUIZADO ESPECIAL DA FAZENDA PÚBLICA (14695)
AUTOR: EUCLIDES BEZERRA DA SILVA FILHO, JORGE ALBERICO BATISTA, SERGIOEDUARDO
LINHARES FERREIRA, FRANCISCO EVARISTO DA COSTA REU: ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE
SENTENÇA
Trata-se de ação ordinária proposta por EUCLIDES BEZERRA DA SILVA FILHO, JORGE ALBERICO
BATISTA, SERGIO EDUARDO LINHARES FERREIRA e FRANCISCO EVARISTO DA COSTA em face do
ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE, todos qualificados.
Narra a parte autora, em síntese, que são Subtenentes da Polícia Militar do Rio Grande do Norte;
no ano de 2017 foi publicado o Edital nº 001/2017.1 – CHO/QOA/PMRN oferecendo 43 vagas para o
Concurso de Admissão ao Curso de Habilitação de Oficiais de Administração (CHO/QOA); dois anos
após a publicação do referido edital, sem que fosse realizada qualquer etapa do concurso, o Estado do
Rio Grande do Norte expediu a Portaria-SEI nº 3536, de 1 de dezembro de 2019, determinando o
cancelamento do processo seletivo, prejudicando, dessa forma sua promoção; ante a inércia do Estado,
concluíram o Curso de Habilitação de Oficiais na Academia Coronel Walterler.
Diante disso, pugnam pelo reconhecimento judicial do Curso de Habilitação de Oficiais realizado
na Academia Coronel Walterler, sem ônus para o Estado, de sorte a que se preencha o único requisito
faltante para que os demandantes possam ser promovidos ao posto de 2º Tenente do Quadro de
Oficiais Auxiliares da PMRN.
O réu, devidamente citado, apresentou contestação de ID 75835851, suscitando preliminar de
incompetência deste Juizado e, no mérito, alega que, embora inexista impedimento legal para que
instituições privadas possam ministrar cursos em favor do Estado, deve ser firmado convênio para essa
finalidade, o que não ocorreu em relação à Academia Coronel Walterler.
Pugna pela improcedência dos pedidos.
A parte autora apresentou réplica (ID 77628549).
É o relato. Fundamento. Decido.
Primeiramente, destaco o cabimento do julgamento antecipado do mérito, na forma do artigo
355, inciso I, do Novo Código de Processo Civil, segundo o qual: "O juiz julgará antecipadamente o
pedido, proferindo sentença com resolução de mérito, quando: (…) I - não houver necessidade de
produção de outras provas;".
Rejeito a preliminar arguida, uma vez que a complexidade é aferida de acordo com a prova a ser
produzida e, neste caso, é meramente documental com interpretação da lei que rege a matéria, não
sendo necessárias maiores dilações acerca do tema a tornar a análise mais aprofundada.
Passo ao exame do mérito.
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A presente demanda cinge-se ao reconhecimento do Curso de Habilitação de Oficiais (CHO)
realizado pelos requerentes na Academia Coronel Walterler para o fim de obterem promoção de
graduação dentro dos quadros da PMRN.
Acerca da possibilidade de realização de cursos de formação por instituições alheias à Polícia
Militar, dispõe a Lei nº 5.142/82:
Art. 10 - O ingresso no QOA e no QOE far-se-á mediante aprovação em Curso de Habilitação,
comum aos dois Quadros.
§ 1º - Compete ao Comandante Geral baixar as instruções para o ingresso, funcionamento e
condições de aprovação do Curso, bem como a fixação do número de matriculados, de acordo com o
número de vagas existentes nessesQuadros, acrescidos de 20% (vinte por cento).
§ 2º - Caso a Polícia Militar não tenha condições de fazer funcionar os Cursos de que trata este
artigo, deverá consultar a IGPM no tocante à realização dos mesmos em outras Corporações ou
mediante convênio com entidades estatais, paraestatais ou particulares.
No caso dos autos, em razão da não disponibilização do Curso de Habilitação de Oficiais pelo
Estado do Rio Grande do Norte, os autores realizaram, por conta própria, o referido curso em
instituição privada.
Não obstante, ao contrário dos precedentes trazidos pela parte autora, inexiste, neste Estado,
autorização do Comandante Geral da Polícia Militar para reconhecimento e aceitação, pela
Corporação, dos cursos oferecidos pela Academia Coronel Walterler, inexistindo, ainda, qualquer
convênio firmado para que os referidos cursos pudessem ser ministrados para a finalidade pretendida.
O que os demandantes pretendem é equiparar o valor dado a um curso de aperfeiçoamento
concluído em instituição de ensino cuja natureza jurídica é a de pessoa jurídica de direito privado, com
o curso de formação para a composição do quadro de acesso à graduação de oficial da PM/RN, o qual
deve ser, no mínimo, realizado junto à instituição de ensino (pelo menos) conveniada com a Polícia
Militar e devidamente regulamentada pela autoridade competente, o que não é a hipótese dos
autos.
Com efeito, os autores não apresentaram os atos administrativos regulamentares do Curso de
Habilitação de Oficiais por eles prestado, nem mesmo documentos que atestassem eventual
convênio/parceira entre a PM/RN e a Academia Coronel Walterler.
Destarte, verifica-se que os autores não fazem jus ao reconhecimento do CHO realizado perante
instituição não reconhecida pela Polícia Militar do Estado do Rio Grande do Norte, nos termos da lei
regulamentadora. Tecidas essas considerações, impõe-se a improcedência da pretensão veiculada na
inicial.
ANTE O EXPOSTO, considerando tudo o mais que dos autos consta, julgo IMPROCEDENTES os
pedidos autorais, extinguindo o processo com resolução do mérito, a teor do art. 487, I, do CPC.
Deixo para apreciar o pedido de justiça gratuita quando da interposição de eventual recurso,
haja vista que, por ora, falta interesse de agir, considerando-se o não pagamento de custas iniciais
em sede de Juizados Especiais.
Sem custas processuais e honorários, por força dos artigos 54 e 55 da Lei nº 9.099/95.
Sentença não sujeita ao duplo grau de jurisdição obrigatório, com fulcro na Lei nº 12.153/09,
artigo 11.
P. R. I. Expedientes necessários. Cumpra-se.
Natal/RN, data registrada no sistema.
PABLO DE OLIVEIRA SANTOS
Juiz de Direito - (documento assinado digitalmente na forma da Lei n°11.419/06)

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DA REFORMA DA SENTENÇA

Eminentes Julgadores,

12. Retornando-se aos argumentos elencados na exordial, pode-se observar que foram
apresentados – E COMPROVADOS – inúmeros outros pontos que levaram os Requerentes a
buscarem a tutela judicial, quais sejam:

(a) Existência – desde o ano de 2017 – de 43 (quarenta e três) vagas a serem preenchidas no
Quadro de Oficiais de Administração da Polícia Militar (pág. 008 do Processo nº 0848510-
79.2021.8.20.5001)

(b) O cancelamento baseado em fatos inverídicos apresentados pela PMRN, dois anos após a
abertura do processo seletivo sem que a PMRN tenha sequer iniciado o processo (pág. 009 do
Processo nº 0848510-79.2021.8.20.5001). Argumentos esses falaciosos pelo fato de que a
PMRN jamais deixou de promover todos os demais cursos para garantir ascensão hierárquicas
de outros quadros, bem como, preencher o efetivo, conforme comprovado às (fls. 10 usque
15 dos autos do Processo nº 0848510-79.2021.8.20.5001)

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(c) A OMISSÃO descabida, inexplicável e discriminativa da PMRN no momento em que


promove TODOS - reiteramos – os demais cursos da corporação, desde o Curso de
Formação de Soldados ao Curso superior de Polícia, EXCETO o Curso de Habilitação
de Oficiais, excluindo de forma arbitrária e abusiva os Requerentes do direito de
usufruírem do direito legal que lhes é assegurado pela Lei 5.142/82 e tantos outros
Subtenentes na mesma situação. (fls. 10 usque 15 dos autos do processo nº 0848510-
79.2021.8.20.5001

(d) Que a PMRN ao afirmar que “CONSIDERANDO que diversos dos candidatos que realizaram a
inscrição no Concurso de Admissão ao Curso de Habilitação de Oficiais de Administração
(CHO/QOA) encontram-se hoje na inatividade, ensejando o impedimento legal à nomeação
destes candidatos ao cargo pretendido, a teor do artigo 60, § 1º da Lei nº 4.630/75); (fls. 10
usque 15 dos autos do Processo nº 0848510-79.2021.8.20.5001), ignorando a PMRN o fato
de que tais inscritos, a época, preenchiam os requisitos para se inscreverem e participarem do
curso, somente não ocorrendo devido, reiteramos, a OMISSÃO ilegal e abusiva da corporação;

(e) Que a PMRN informa que “CONSIDERANDO que não foi ocasionado qualquer prejuízo aos candidatos
inscritos no Concurso de Admissão ao Curso de Habilitação de Oficiais de Administração (CHO/QOA), uma
vez que não foi exigido valor financeiro para inscrição no certame, como também, os candidatos não
realizaram qualquer uma das etapas do concurso e não possuem qualquer classificação em relação às vagas
ofertadas, não tendo que se falar em direito subjetivo à nomeação, mas apenas mera expectativa de direito”,
o que comprova a sua absoluta INSENSIBILIDADE e desrespeito àqueles homens e
mulheres que dedicaram toda a vida em prol da corporação ignorando, ainda, que
mesmo na inatividade ditos podem ser beneficiados com a promoção, pois antes
dessa condição já conquistaram om direito;

(f) QUE conforme demonstrado às fls. 17 do Processo nº 0848510-79.2021.8.20.5001, logo


após o CANCELAMENTO por tempo indeterminado a PMRN oficiou a à Secretaria de Estado
da Administração e de Recursos Humanos deste Estado o Ofício nº 2061/PM-GAB CMF/PM-

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CMD GERAL-PMRN datado de 12 de novembro de 2020, solicitando autorização para
deflagrar Edital e abrir concurso público com vistas a preencher 132 (cento e trinta e duas)
vagas no Quadro de Oficiais subalternos do Quadro Combatentes, argumentando que “ ...
importa registrar que as limitações de contratação no serviço público decorrentes da Lei de
Responsabilidade Fiscal, NÃO ATINGEM A REPOSIÇÃO DOS CARGOS LIGADOS À SEGURANÇA
PÚBLICA, já tendo sido decidido, há muito, pelo Tribunal de Contas do Estado, QUE NÃO HÁ
NENHUMA ILEGALIDADE na deflagração de concurso público para as policiais estaduais com
fins de reposição. Comprovando, MAIS UMA VEZ, que MENTIU ao tentar “justificar” o
cancelamento do Curso de Habilitação de Oficiais em favor dos requerentes, de forma
discriminatória, abusiva, arbitrária, atropelando todos os direitos e os princípios da
razoabilidade e da proporcionalidade.

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g) QUE as fls 26 do Processo nº 0848510-79.2021.8.20.5001, a PMRN aduz que “... NÃO É


FAVORÁVEL A REALIZAÇÃO DO CURSO DE HABILITAÇÃO DE OFIDCIAIS (...) EM INSTITUIÇÃO EXTERNA A
POLÍCIA MILITAR ...”, entretanto, logo em seguida promove o curso mais importante da carreira do
oficialato CURSO SUPERIOR DE POLÍCIA na Escola “Escola Superior da Assembleia Legislativa deste
Estado” direcionado a 82 (oitenta e dois) participantes, entre Majores e Tenentes Coronéis PM e BM, um
órgão que, ao contrário da Academia Coronel Walterler, não reúne qualquer experiência acadêmica
frente a metodologia do ensino militar.

13. Como se não bastasse, a Fundação de Apoio à Educação e ao Desenvolvimento Tecnológico


do RN (FUNCERN) entidade detentora de personalidade jurídica de direito privado e integrada por um
grupo de professores do Instituto Federal de Educação do Rio Grande do Norte, é velha parceira da PMRN
na promoção de vários cursos - Curso Superior de Polícia, Curso de Aperfeiçoamento de Oficiais e Curso
de Habilitação de Oficiais - o que fragiliza a alegação de que a PMRN “... NÃO É FAVORÁVEL A REALIZAÇÃO
DO CURSO DE HABILITAÇÃO DE OFICIAIS (...) EM INSTITUIÇÃO EXTERNA A POLÍCIA MILITAR ...”. (... fls 26
do Processo nº 0848510-79.2021.8.20.50010.

DA NÃO APRECIAÇÃO, NA VENERANDA SENTENÇA, DE NENHUM DESSES FATORES

14. Com o devido respeito, vê-se que a v. sentença deixou de apreciar todos esses pontos
de fundamental importância para confirmar o direito inquestionável dos requerentes, baseando-
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se, apenas e tão somente, dois pontos que, data máxima vênia, não merecem prosperar, quais
sejam:

No caso dos autos, em razão da não disponibilização do Curso de Habilitação de Oficiais


pelo Estado do Rio Grande do Norte, os autores realizaram, por conta própria, o referido
curso em instituição privada.

15. Ora, a PMRN de fato não disponibilizou o curso pretendido pelos requerentes, entretanto, fê-
lo em relação a todos os demais cursos previstos na carreira policial militar, além de tantos outros de
extensão (fls. 10 usque 15 e fls,. 176 à 179 dos autos do processo nº 0848510-79.2021.8.20.5001 não
JUSTIFICANDO ou sequer EXPLICANDO as razões da sua OMISSÃO e descaso em relação aos
DIREITOS assegurado por LEI aos requerentes.

16. E assim logrou êxito a PMRN no induzir Sua Excelência nessa mesma esteira ao NÃO
valorizar os argumentos apresentados na exordial e na réplica a contestação que apontam e
comprovam sobejamente os direitos ora perseguidos pelos requerentes.

DA FALÁCIA E MÁ FÉ DO COMANDO DA PMRR PARA COM OS RECORRENTES

17. Conforme bem demonstrado em sede de réplica a contestação, a PMRN procura


justificar o injustificável, ao afirmar que

“ ... sendo o comando da PMRN obrigado a cancelar a realização do Curso de Habilitação de Oficiais
de Administração (CHO/QOA), por prazo indeterminado ...” (pág. 157 do DO PROCESSO Nº 0848510-
79.2021.8.20.5001).

18. Entretanto, não justifica, sequer explica, as razões pelas quais jamais deixou de realizar
todos os demais cursos da corporação, EXCETO, reiteramos, aquele perseguido pelos
requerentes, conforme comprovamos às fls. 10 à 15 e 176 à 178 do processo nº 0848510-
79.2021.8.20.5001.

DA DESNECISSIDADE DE CONVÊNIO

19. O segundo ponto apontado pelo comando da PMRN e que foi acolhido pelo MM Sr
Magistrado, também já bem demonstrado na Réplica a Contestação aponta a exigência de
formalização de convênio entre o Estado e a Academia Coronel Walterler, arguição essa que
esbarra na previsão contida no Decreto federal que deixa bastante claro e evidente de que a
exigência de convênio se dá quando o ESTADO ASSUME O ÔNUS do curso, o que NÃO É O CASO
desta demanda, como se vê:

DECRETO Nº 6.170, DE 25 DE JULHO DE 2007


Dispõe sobre as normas relativas às transferências de recursos da União mediante convênios e contratos de
repasse, e dá outras providências.

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O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso da atribuição que lhe confere o art. 84, inciso IV, da Constituição, e
tendo em vista o disposto no art. 10 do Decreto-Lei nº 200, de 25 de fevereiro de 1967, nº art. 116 da Lei nº
8.666, de 21 de junho de 1993, e no art. 25 da Lei Complementar nº 101, de 4 de maio de 2000,
DECRETA:
CAPÍTULO I
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 1º Este Decreto regulamenta os convênios e os contratos de repasse celebrados pelos órgãos e entidades
da administração pública federal com órgãos ou entidades públicas ou privadas sem fins lucrativos, para a
execução de programas, projetos e atividades que envolvam a transferência de recursos oriundos dos
Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social da União.
§ 1º Para os efeitos deste Decreto, considera-se:
I - convênio - acordo, ajuste ou qualquer outro instrumento que discipline a transferência de recursos
financeiros de dotações consignadas nos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social da União e tenha como
partícipe, de um lado, órgão ou entidade da administração pública federal, direta ou indireta, e, de outro
lado, órgão ou entidade da administração pública estadual, distrital ou municipal, direta ou indireta, ou ainda,
entidades privadas sem fins lucrativos, visando a execução de programa de governo, envolvendo a realização
de projeto, atividade, serviço, aquisição de bens ou evento de interesse recíproco, em regime de mútua
cooperação.

20. Na sequência de suas frágeis informações, o comando da PMRN afirma:

“enfatiza-se que, na corporação, existe a Academia da Polícia Militar "Cel MIlton Freire de Andrade"
(APM), criada pela Lei Estadual 6.721/94 e regulamentada pelo Decreto Estadual nº 14.055/95, cujo
objetivo principal estabelecido no seu Art 1º é: "formar, adaptar, aperfeiçoar, habilitar, especializar e
atualizar oficiais da Polícia Militar". (pág. 158 DO PROCESSO Nº 0848510-79.2021.8.20.5001).

21. Nada obstante, não explica o porquê de mesmo existindo a Academia de Polícia Militar
Cel Milton Freire, quais as razões pelas quais todos os demais cursos são realizados, inclusive
através da FUNCERN e da Escola da Assembleia Legislativa, MENOS, repita-se, o curso pretendido
pelos recorrentes.

22. Conclui-se, sem a necessidade de maiores digressões, de que o comando da PMRN falta
com a verdade, menospreza os recorrentes, discriminando-os e tratando-os de forma
diferenciada – PRÁ BAIXO – em relação aos demais membros da corporação, afrontando, dessa
forma, o principio constitucional da igualdade.

CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988


(...)
Art. 5º - Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos
brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à
igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:

23. Nenhuma dúvida paira de que o comando da PMRN detém competência funcional para
conduzir os destinos da instituição, é fato! nada obstante, deve fazê-lo com literal obediência a
LEI e a CONSTITUIÇÃO FEDERAL e não atendendo as suas preferências pessoais para prejudicar
profissionais do nível ético, moral e funcional dos Recorrentes, entre outros que estão na mesma
situação.

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Rua Clóvis Beviláqua nº 687, Lagoa Seca, Natal/RN
E-mail: karinappinheiro2@hotmail.com - acwnatal@mail.com
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KARINA PEREIRA AFONSO FERREIRA PINHEIRO
ADVOGADA – OABRN 11.086 12 de 13
RECURSO INOMINADO
_______________________________________________
DA BUSCA DE CAMINHOS ALTERNATIVOS PARA A REALIZAÇÃO DO CURSO

24. Reforçando os argumentos apresentados em sede de exordial e de réplica a


contestação, vendo seus sonhos se esvaírem, os Recorrentes ingressaram com pedido junto ao
comando da PMRN para que pudessem frequentar o Curso de Habilitação de Oficiais promovido
pela Academia Coronel Walterler, tendo o pedido sido INDEFERIDO, conforme comprova com o
Anexo nº 24, da exordial. (págs. nº 74 à 78 do processo 0848510-79.2021.8.20.5001).

DA ACADEMIA CORONEL WALTERLER

25. Pedimos vênia para abrir um parágrafo e clarificar o que, de fato e de direito é a
Academia Coronel Walterler.

26. Trata-se de uma associação criada no ano de 2001, pelo Coronel PM José Walterler dos
Santos Silva, Professor, Pedagogo, Advogado, autor de seis obras literárias que versam sobre

temas castrenses, Mestre em Ciências Sociais pela UFRN e que teve a visão de explorar seu
potencial em favor de uma causa que dedicou a sua vida – O ENSINO MILITAR.

27. Para tanto, alinhou-se a profissionais de inquestionável capacitação técnico-


profissional, onde se destacam General do Exército, Oficiais Superiores e Intermediários do
Exército, das Polícias Militares e dos Corpos de Bombeiros Militares, além de um seleto quadro
de Professores universitários, todos, indistintamente, detentores de qualificação científica além
da expectativa, e que oferecem o melhor de si em prol da boa causa de semear saberes,
formando, aperfeiçoamento, especializando e habilitação policiais e bombeiros militares
estaduais de vários entes federativos.

28. Assim demonstrado, esvai-se por terra as indiretas desprovidas de sustentação


probatória ditas pelo Diretor de Ensino da PMRN, quando alfineta:

“ ... não sendo, portanto, adequado ou administrativamente racional (em termos constitucionais), que
tal formação (CHO) seja realizada externamente à PMRN, dado que tal medida não contribuiria para
a profissionalização da formação policial-militar, em especial, a que visa a mudança comportamental
para o exercício de um novo cargo, como a do oficial QOA ou QOE.

DO PRÉ-QUESTIONAMENTO

29. Data Máxima Vênia, desde já prequestiona-se a matéria nos artigos 927 e 944 da Lei nº
10.406/2002 (CPC); no teor da Lei estadual (RN) nº 5.142/1982, bem como, o art. 5º, inciso I, da
CF/1988, para fins de incidentes de uniformização e recursos às turmas e tribunais superiores.

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KARINA PEREIRA AFONSO FERREIRA PINHEIRO
ADVOGADA – OABRN 11.086 13 de 13
RECURSO INOMINADO
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REQUERIMENTOS

30. Diante do exposto e o que mais será certamente suprido pelo notório saber jurídico dos
ilustres julgadores, componentes da Egrégia Turma recursal, requer as Recorrentes seja acolhido
o presente recurso por ser próprio e tempestivo, deferindo o pedido de Justiça Gratuita, nos
termos do art. 98 do CPC

a) O DEFERIMENTO DA JUSTIÇA GRATUITA nos termos do art. 98 do CPC, uma vez que os
recorrentes não possuem condições de arcar com as custas do processo conforme declaração de
hipossuficiência;

b) A reforma da r. sentença e em virtude dos fatos acima elencados, por se fazer cabente a
procedência do pedido, para que se faça Justiça.

Termos em que,
Pede deferimento.

Natal/RN, 21 de junho 2.022.

KARINA PEREIRA AFONSO FERREIRA PINHEIRO


ADVOGADA - OAB/RN 11.086

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