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EXMO. SR. DR.

JUIZ DE DIREITO DA

xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx, Engenheiro Civil, CPF N° xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx, registrado no


CREA/RS sob o nº xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx, Assistente Técnico do Réu, tendo sido
contratado para atuar como Assistente Técnico do processo nº xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx,
promovida por xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx, contra, xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx, tendo procedido
aos estudos e acompanhado a diligência oficial e não podendo concordar na integra com o
Laudo Complementar do Perito Judicial, vem muito respeitosamente apresentar a Vossa
Excelência o seguinte:

PARECER TÉCNICO (ART n°) PARCIALMENTE DISCORDANTE DA ANÁLISE


DO LAUDO PERICIAL COMPLEMENTAR

O Laudo Pericial Complementar apresentado continua desconsiderando itens de


revisão obrigatória por parte dos proprietários e por parte do Condomínio, questões de
manutenções periódicas que qualquer construtora deve exigir para que seja provida a
garantia da edificação. É necessário um aprofundamento técnico em importantes
documentos apresentados, como o Manual do Proprietário e, a exemplo do que se refere a
desconformidades, vícios construtivos, causas funcionais, falhas de manutenção,
manutenções e principalmente, garantias do imóvel, além da falta de informação sobre
algumas causas das ocorrências, que não foram respondidas claramente nas respostas aos
quesitos formulados pelas partes, e no item 5 - CONSIDERAÇÕES FINAIS E
CONCLUSIVAS.
Discordamos do Sr. Perito, quanto a classificação de parte dos vícios construtivos e,
para tanto, e apresentamos algumas réplicas aos quesitos, novamente, conforme segue:

AVALIAÇÃO DOS QUESITOS RESPONDIDOS PELO PERITO JUDICIAL

QUESITOS DA AUTORA –

QUESITO 01 – O imóvel apresenta problemas construtivos?

RESPOSTA DO PERITO JUDICIAL: Sim, apresenta problemas construtivos (algumas


rachaduras e de estanqueidade quanto infiltrações/umidade)

PARECER DESTE SIGNATÁRIO: Tal afirmação só pode ser respondida se


verificado se nao houve nenhuma modificação, uma vez que a estrutura
original do imóvel foi feita em alvenaria estrutural e nao permite nenhum
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rasgo e/ou abertura nas paredes.

Parecer Complementar: Não houveram modificações/alterações, portanto, o


quesito pode ser respondido.

Réplica: Podemos propor uma nova vistoria com equipe de engenharia da


empresa para que esse quesito seja respondido através do registro
fotográfico e de instalações.

QUESITO 02 – O Sr. Perito verificou a existência de trincas e fissuras nas paredes,


degradação dos revestimentos de argamassa das paredes, gretamentos de placas cerâmicas,
inclinação da unidade?

RESPOSTA DO PERITO JUDICIAL: Foram identificados todos os problemas


questionados, com exceção da inclinação da unidade.

PARECER DESTE SIGNATÁRIO: A RÉ discorda em relaçao à degradação


dos revestimentos de argamassa. Não há nenhum indício de esfarelamento
do reboco em nenhuma das fotos apresentadas.

Parecer Complementar: Há diversas paredes com forte umidade e,


consequentemente, devido ao tempo destas patologias já se percebe um
início de degradação em algumas delas, a exemplo da foto ao lado. Percebe-
se um descascamento de pintura e forte umidade, enfim, um início da
degradação. Trata-se de uma questão de médio espaço de tempo (1 ou 2
anos) para este problema se manifestar de forma mais intensa.

Réplica: Concordamos em averiguar os focos principais de infiltração, para


determinar sua causa, uma vez que não há indícios de problemas
estruturais, a correção desses focos estará contribuindo muito para a
solução definitiva da infiltração. Alertamos mais uma vez para a necessidade
da manutenção preventiva, o Condomínio foi entregue em março/2017, já se
passaram 5 anos e nenhum reparo ou manutenção periódica proposto foi
realizado.

QUESITO 04 – O Sr. Perito verificou problemas com impermeabilizações das fundações,


infiltrações e problemas com umidade no imóvel ?

RESPOSTA DO PERITO JUDICIAL: Foi verificada a incidencia de falhas graves de


estanqueidade de águas, eis que há umidade em diversos ambientes e em diversas alturas
das paredes. Ja com relação a falhas na impermeabilização das fundações, em principio me
pareceu não existir, porém a confirmação só se dará após sanados os focos de umidade
vindos das áreas superiores. Ou seja, pelo fato de algumas paredes estarem completamnete
(em todo seu pano) com umidade, pode ser que nas áreas mais baixas das paredes haja
contribuição de umidade por falhas das impermeabilizações das fundações.

PARECER DESTE SIGNATÁRIO: conforme constatação da perícia judicial,


os pontos de umidade são em sua totalidade no alto, conforme demonstra
as fotos 10 à 16, o que comprova que a umidade apresentada não ascende
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das fundações.

Parecer Complementar: Conforme pode ser verificado na resposta dada ao


laudo entregue, não afirmei que há infiltração ascendente por falta de
impermeabilização nas fundações, eis que tal conclusão só poderia ser feita
se corrigidos os problemas que dão origem às infiltrações no restante dos
panos das paredes. Seguem fotos com forte umidade em locais próximos ao
piso.

Réplica: Concordamos em averiguar os focos principais de infiltração, para


determinar sua causa, uma vez que não há indícios de problemas
estruturais, e também não houveram outros casos de umidade ascendente
na edificação.

QUESITO 05 – Em caso de resposta positiva ao item anterior, pode-se afirmar que


problemas construtivos causaram ou contribuiram para o surgimento?

RESPOSTA DO PERITO JUDICIAL: Sim, pode-se fazer tal assertiva.

PARECER DESTE SIGNATÁRIO: discordamos parcialmente do Sr. Perito,


uma vez que nem o Condomínio, nem a reclamante tem comprovações das
manutenções previstas no Manual do Proprietário. Não foi realizado
nenhuma manutenção na unidade acima, podendo a umidade estar
passando “entre pisos”, e nenhuma manutenção preventiva de pintura
externa, que contribuiria muito para a estanqueidade das paredes.

Parecer Complementar: devido à natureza dos problemas, o tempo


decorrido desde a entrega da obra até a data da ação, dos chamados, dos
consertos realizados e da gravidade das patologias, não há dúvidas que o
imóvel não foi entregue a contento.

Réplica: Como relatado no ultimo quesito, não temos indícios de vicios


construtivos na edificação de um modo geral. A afirmação do perito não
reflete na integra a forma que foram tratados os chamados da cliente e a
condução das garantias até antes do processo judicial.

QUESITO 06 – Há recalques de piso na unidade? O que causa?

RESPOSTA DO PERITO JUDICIAL: Sim, no pátio dos fundos. Vide foto 20, 21 e 22.

PARECER DESTE SIGNATÁRIO: Discordamos novamente do Sr. Perito, haja


visto que na unidade privativa não foi apresentado nenhum problema com
recalque de piso. O recalque na calçada externa, mencionada no Laudo, foi
tratada diretamente com o Condomínio, onde já foi investido o valor de R$
2.500,00 (dois mil e quinhentos reais) para os reparos necessários.

Parecer Complementar: O problema de recalque foi na área externa, nos


fundos da unidade, em área condominial, junto à residência da Autora,
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portanto, realmente não se encontra “dentro” da área privativa.

Réplica: O problema de recalque foi conduzido na esfera amigável com o


Condomínio, sempre trazendo a conscientização do melhor uso da
edificação, para sua durabilidade. O que deixa claro que a Ré procura
solucionar e melhorar a convivência condominial, é aberta ao diálogo e
assume sua responsabilidade dos quesitos onde comprovadamente deixou
à desejar.

QUESITO 08 – Considerando as respostas dos quesitos anteriores, os problemas


encontrados são decorrentes de falta de qualidade da mão de obra, baixa qualidade do
material empregado, ou falta de fiscalização dos serviços por parte de profissional
responsavel pela obra?

RESPOSTA DO PERITO JUDICIAL: As causas dos problemas são, muito


possivelmente, decorrente de todos os fatores apontados no quesito.

PARECER DESTE SIGNATÁRIO: A RÉ discorda parcialmente de tal


afirmação, e acredita que os problemas apresentados tambem tem
acontecido pela ausencia dos cuidados previstos no Manual do Proprietário.

Parecer Complementar: ver resposta ao quesito nº 5

Réplica: Discordamos da resposta do Perito. Todos os itens apontados


como falhos ou passíveis de falha, também podem ser causados pela
ausência completa de manutenção. Não há garantia que possa durar
indefinidamente em situações onde a pessoa mais interessada, a
Reclamante, não cobre ativamente do Condomínio a pintura externa, não
efetue nenhuma manutenção preventiva hidráulica e nenhuma manutenção
preventiva de rejuntes nos pisos e azulejos.

QUESITO 10 – A edificação obedeceu aos padrões técnicos estabelecidos pelas entidades


regulamentadoras (ABNT, CREA, INMERTO)?

RESPOSTA DO PERITO JUDICIAL: Há problemas sérios de umidade, então,


lógicamente houve falhas na execução. Contudo, excluindo tal problemas, de um modo
geral obedeceu aos padrões estabelecidos por tais entidades.

PARECER DESTE SIGNATÁRIO: Concordamos parcialmente com o Sr.


Perito. Os problemas de umidade podem ser sanados com a devida
manutenção das paredes, especialmente do lado de fora da unidade e das
revisões na unidade acima.

Parecer Complementar: ver resposta ao quesito nº 5

Réplica: O Perito atribuiu os problemas de infiltração e/ou umidade no


Laudo inicial como os contribuintes ao estado atual da edificação. Existe
uma lógica para realização dos reparos e ela precisa ser debatida com o
Condomínio, uma vez que resolver internamente os problemas não trará a
solução definitiva, haja visto que a Ré já efetuou uma vez
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impermeabilizações e repinturas em toda a unidade.

QUESITO 12 – Em caso positivo, qual custo estimado para recuperação dos defeitos,
incluindo material e mão de obra?

RESPOSTA DO PERITO JUDICIAL: Algumas soluções podem ser adotadas para a


correção dos problemas (não há apenas um “caminho”!). Este perito entende que é possível
solucionar os problemas existentes no imóvel com a quantia estimada de R$15.000,00
(quinze mil).

PARECER DESTE SIGNATÁRIO: Discordamos do Sr. Perito. Grande parte


dos problemas independe apenas de reparos dentro da unidade privativa da
reclamante e precisa ser concebido através do consenso condominial.

Parecer Complementar: Pelo fato do quesito tratar de assunto (localização


dos focos das patologias) diferente do tratado no quesito (custo para
manutenção) não há comentários a fazer.

QUESITOS DA RÉ –

QUESITO 02 – Existe circulação de ar durante o inverno na unidade para que não crie
mofo?

RESPOSTA DO PERITO JUDICIAL: As janelas encontram-se desobstruidas, Ou seja,


não há móveis ou outros itens que possam fechar parte das esquadrias, portanto, conclui-se
que existe a circulação de ar em condições normais.

PARECER DESTE SIGNATÁRIO: Discordamos parcialmente do Sr. Perito. É


comum, durante o inverno, a unidade ficar com as janelas fechadas,
dificultando o arejamento e contribuindo para o mofo.

Parecer Complementar: Não há dúvidas de que no inverno a propagação de


mofo é superior à que ocorre no verão, contudo “há limites para tudo!”. O
inverno dura 4 meses, não o ano todo. Algumas paredes apresentam uma
quantidade de umidade/mofo desproporcional, algo “quase que insalubre”.
Portanto, a justificativa dos Réus não se sustenta.

Réplica: Concordamos com a resposta do Perito.

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