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DIREITO TRIBUTÁRIO
PROF. ADRIANA ALBUQUERQUE
RESUMO TRIBUTÁRIO
Parte I – CF - Tributo
- Prestação pecuniária, compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir (indexador
econômico), que não constitua sanção de ato ilícito (exclui a multa), instituído (e majorado) em lei e
cobrado por meio de atividade plenamente vinculado (quanto ao fim e não à forma).
- Prescrição do CT é em 5 anos e sofre causa de suspensão e interrupção porque é o CT. Quando o crédito
é não tributário, não sofre suspensão ou interrupção e pode ter prazo diverso. O FGTS não é tributo, por
isso pode ter prescrição prevista em lei especifica de 30 anos. Quando não há previsão de prazo
especifico, deve usar o prazo geral do CC de 10 anos ou o prazo de 5 anos do Decreto 20.910/32?
Ver súmula 353 do STJ. Por nao ser tributo o FGTS não aplica correção com base na SELIC.
- No Direito Civil a solidariedade não se presume, só pode decorrer da lei ou da vontade das partes. No
Direito Tributário, a solidariedade pode decorrer da lei ou ser presumida quando tenham interesse comum
na situação que constitua o FG da obrigação principal (nesse caso a cobrança tem discricionariedade
quanto a sua forma, a autoridade pode cobrar de um, do outro ou ainda dos dois).
e) Contribuições especiais
Melhoria estatal)
Empréstimos FG não vinculado (independe at. Destino vinculado (à despesa
Compulsórios est.) fundamento)
Contribuições especiais FG não vinculado (independe at. Destino vinculado
est.)
ESPÉCIES TRIBUTÁRIAS
Impostos
-O texto da CF não cria tributos, nem ao menos impostos. Ela apenas estabelece quais tributos poderão
ser criados por cada ente federativo. A CF atribui competência tributária a esses entes.
Taxas
-Art. 78 do CTN
-Há dois tipos de taxa: decorrente da prestação de serviço publico específico e divisível, efetiva ou
potencial e taxa decorrente do exercício regular e efetivo do poder de polícia.
-As contribuições de iluminação pública são o que agora? Alguns doutrinadores a admitem como
contribuição social especial (porque não é de competência da União). A FCC a entende como contribuição
sui generis.
-O CTN prevê que determinados serviços, dada a sua importância e essencialidade para a vida em
sociedade, não são de opção facultativa. O CTN gera uma presunção: a mera disponibilização do serviço
(não precisa efetiva utilização – pode ser potencial) gera uma presunção de que ele vai ser
compulsoriamente utilizado. Ex: coleta domiciliar de lixo.
-O poder de policia que fundamenta a cobrança de uma taxa é o efetivo! Não há cobrança de taxa pelo
exercício de poder de polícia potencial. Não significa que cada um dos contribuintes isoladamente deva ser
fiscalizado. O STF entende que não precisa de uma fiscalização porta-a-porta. Efetivo = estrutura
administrativa + capacidade material de exercer o poder de polícia. Mas não significa que cada individuo
deva ser individualmente fiscalizado.
-Ex: fiscalização de restaurantes em um Município. Cria órgão na lei, mas não na prática – não há
exercício do poder de polícia – não há cobrança de taxa.
-Ex: no mesmo exemplo: cria-se o órgão, tem funcionários... Esse órgão fiscalizou 70% dos
restaurantes do município. Os outros 30% devem pagar? Sim, porque está havendo regular exercício
do poder de polícia – não há fiscalização direta, mas há benefícios indiretos para o sistema.
-Proibição de taxas com BC semelhante à de impostos – art. 145, §2.
-Taxa de coleta domiciliar de lixo com base no tamanho do imóvel seria inconstitucional pq teria a
mesma BC de IPTU? STF disse que não. A BC do IPTU é o valor venal do imóvel, ao passo que a BC do
caso da coleta domiciliar de lixo é a área do imóvel. As BC são diferentes. E ainda disse que era
razoável tal distinção.
-Súmula 595 STF – é inconstitucional a taxa municipal de conservação de estrada de rodagens cuja BC
seja a mesma da BC do ITR.
-Destinação – vinculada ou não? 2 correntes:
1) Majoritária – tributos só são vinculados no destino da arrecadação quando a CF assim estabeleça. A
CF enumera apenas 2: Empréstimo compulsórios e contribuições, não se incluindo as taxas.
OBS: Exceção - custas judiciais – art. 98 da CF – elas devem ser utilizadas a financiar o serviço de
prestação jurisdicional.
2) Minoritária – PUC/SP – tem destinação vinculada, embora não haja previsão constitucional uma vez
que a sistemática das taxas leva a essa interpretação.
Contribuições de melhoria
-O FG não é a mera realização da obra pública, mas a valorização imobiliária que decorre dessa obra. É
um tributo vinculado no FG.
-É de competência comum: todos os entes políticos podem instituir, desde que seja o responsável pela
obra feita que tenha valorização.
-Atenção – tem que haver valorização imobiliária e não mero benefício/utilidade. Nem todo benefício
decorrente de obra pública é FG para a contribuição de melhoria.
-Pode haver presunção de que a obra pública gera necessariamente valorização imobiliária? Não, porque a
valorização imobiliária é o próprio FG da contribuição de melhoria. O ente deve demonstrar tal
valorização.
-Pressupõe a realização da obra. Só é possível cobrar quando a obra estiver pronta ou quando já se
puderem estabelecer os critérios de cobrança. O que se quer dizer é que não se pode utilizar desse tributo
como forma de angariar fundos para a construção da obra. Se a obra publica já está num estágio
avançado e já se consegue definir as vantagens auferidas e o custo da obra, pode-se cobrar, desde já, a
contribuição de melhoria. O que não pode ocorrer é cobrança antes da obra pública, porque não haverá
nem FG.
-OBS: Obras públicas feitas em convênio – cada ente vai cobrar o referente ao valor investido na obra
pública.
-Para o cálculo, adotamos o sistema misto – art. 82 do CTN: valor global (valor da obra) e individual
(valorização de cada imóvel).
Empréstimo Compulsório
- FG não vinculado e destino vinculado.
- Só pode ser instituído pela União (competência privativa) através de LC.
- Deve ser devolvida da mesma forma da sua cobrança, entende o STF!!.
- Situações autorizativas:
a) despesas extraordinárias decorrentes de calamidade pública, guerra externa ou sua eminência.
b) investimento público de caráter urgente e de relevante interesse nacional
-Se ele foi cobrado em $, deve ser devolvido em $. Embora seja essa a jurisprudência do STF,
excepcionalmente o empréstimo compulsório sobre os combustíveis feito em meados de 1980 foi
devolvido em títulos da dívida pública.
Contribuições especiais
-Em regra são de competência privativa da União. Lembre-se das contribuições da iluminação pública.
- Dividem-se em: a) sociais; b) intervenção no domínio econômico; c) corporativas.
-As contribuições sociais dividem-se: a) seguridade social (art. 195 CF); b) gerais; c) novas
contribuições de seguridade social (art. 195 §4 da CF).
-De acordo com o art. 149, § 1 – Os Estados, DF, Municípios podem instituir contribuição especial social
de seguridade social destinada à previdência social. Nas provas FCC: “a União compete privativamente
instituir contribuições especiais” – falso porque há a exceção das contribuições especiais sociais de
seguridade para a previdência.
Aula 10/02/09
COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA
-Poder que a CF confere aos entes políticos para que estes editem lei e criem um tributo. Logo, só pode
ter competência tributária quem tem competência legislativa.
-Competência do art. 24 da CF (competência concorrente pra legislar sobre direito tributário) não é
competência tributaria, mas sim competência para legislar sobre direito tributário. Competência tributária
é para criar tributos!
-Características da competência tributária:
a) Indelegabilidade/intransferibilidade – nenhum ente pode delegar a outro ente a competência
constitucionalmente lhe atribuída. At. 6 do CTN.
b) Irrenunciabilidade – nenhum ente tem a possibilidade de renunciar esse poder constitucional que
lhe foi outorgado porque o poder de competência está diretamente afeto à idéia de autonomia e,
por conseqüência, ao pacto federativo.
c) Imprescritibilidade – o mero fato de o ente não exercer esse poder não gera para ele a
impossibilidade de fazê-lo quando quiser. Ex: IGF.
d) Facultatividade no exercício – nenhum ente é compelido a instituir aqueles tributos que lhe foram
atribuídos como de sua competência.
2) Comum;
-Podem ser exercidas por qualquer ente. 2 tipos de tributos que podem ser instituídos por qualquer
ente:
a) Taxas;
b) Contribuições de melhorias.
3) Cumulativa;
-Art. 147 da CF – em determinadas circunstâncias a União, em territórios federais cobrará impostos
estaduais e municiais.
-Se o território não for dividido em municípios – União cobra estaduais e municipais.
-Se o território federal for dividido em municípios – União cobra somente os Estaduais.
-Do mesmo modo, o DF exerce competência cumulativa, ao passo que institui tanto impostos
estaduais e municipais.
OBS: normalmente o CESPE diz que só a União exerce competência cumulativa – falso o DF também –
cuidado!.
4) Residual;
-É da União para instituir impostos residuais e contribuições especiais residuais, sempre através de lei
complementar.
-Arts. 154, I e 195, §4º da CF.
-São 3 requisitos para exercício da competência residual da União:
a) Lei complementar;
b) Não-cumulatividade – cada etapa da cadeia produtiva pode ser abater do que já foi pago nas
etapas anteriores;
!!! OBS - STF: se houver uma isenção (a alíquota existe, mas o governo dá isenção) no meio da cadeia
produtiva, o contribuinte da etapa seguinte pode se creditar do que o contribuinte da etapa isenta teria
pago se não houvesse a isenção. Se for o caso de alíquota zero (nesse caso não há alíquota legal) – como
faz pra calcular o crédito que o contribuinte da etapa seguinte tem que pagar se não houve alíquota na
etapa em que teve alíquota zero? Embora na prática, pra quem tá dentro do ciclo a isenção e a alíquota
zero produzam o mesmo efeito econômico, há direito ao creditamento na isenção porque há alíquota
positiva na TIPI, mas no caso de alíquota zero há um problema de calculo da etapa – porque a alíquota na
TIPI é 0%. Porque zero sobre a base dá zero. E se o STF fixasse alguma alíquota, estaria atuando como
legislador positivo e isso violaria a separação de poderes
HOJE NÃO HÁ DIREITO DO CREDITAMENTO DO IPI EM NENHUMA HIPOTESE ( Alíquota zero, NT ou
isenção). Entend. Do STF
c) Não tenham FG e BC de um dos impostos já previstos no texto da CF.
1
Nem todas são submetidas à competência privativa. Lembrar que os municípios, DF e estados-membros podem instituir
contribuições especiais sociais de seguridade para a previdência social – art. 149, §1 da CF. Nos demais casos, só a União pode
instituir.
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STF diz que a não existência de outro tributo com FG e BC idênticos se refere à mesma
espécie tributária. Assim imposto residual não pode ter FG e BC de imposto da existente, ao
passo que uma contribuição social para a seguridade social residual não pode ter mesmo FG e
BC de outra contribuição social para a seguridade social já existente. !!! Duas contribuições
sociais podem ter mesmo FG e mesma BC, desde que previsto na CF (PCO é ilimitado) !!! . O
que a CF veda é que ao se criar uma nova contribuição social para a seguridade social não se
estabeleça mesmo FG e BC de outra contribuição social para a seguridade.
5) Extraordinária.
-Art. 154, II CF – É da União para a criação de impostos extraordinários no caso de iminência ou
guerra externa, compreendidos (bis in idem) ou não (bitributação) em sua competência tributária, os
quais serão suprimidos, gradativamente, cessadas as causas de sua criação.
-E um caso de bitributação lícita – não é uma hipótese de invasão da competência tributária dos
estados/municípios – o CESPE costuma afirmar isso: falso.
-Possibilidade de ocupar o pólo ativo da relação jurídica. Normalmente o próprio ente que detém
competência é que figura no pólo ativo da relação jurídico-tributária. Entretanto, ele pode delegar a uma
PJ de direito publico.
-Capacidade tributária ativa quer dizer que o ente exerce três tipos de funções: fiscalizar, arrecadar e
executar.
-O ente pode delegar capacidade tributaria a PJ de direito público. PJ de direito privado nunca pode
ocupar o pólo ativo da relação.
-O conceito pressupõe a necessidade ou possibilidade que essa PJ de direito publico possa, ao mesmo
tempo, fiscalizar, arrecadar e executar.
-PJ de direito privado só funciona na OT de três formas: a) sujeito passivo; b) agente arrecadador4; c)
destinatária do produto da arrecadação5.
-Art. 119 CTN
2
IEG. “Uma segunda hipótese ocorre nos casos de bitributação internacional, quando o sujeito passivo é tributado pelo mesmo fato
gerador por países diversos. É comum, nos casos da tributação de renda e pode ser evitada com a celebração de um tratado
internacional entre os países tributantes” (GEAGU).
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Ex: União institui PIS e COFINS sobre a mesma grandeza; IRPJ e CSLL;
4
Ex: vc paga ao Bradesco o IPTU. Mas o Bradesco arrecada, mas não fiscaliza nem executa. Logo, o agente arrecadador não detém
capacidade tributária por 2 razoes: o conceito de capacidade tributária ativa requer que quem ocupe tal pólo seja PJ de direito público;
além disso, a capacidade tributaria ativa é um plexo de direitos (deve exercer ao mesmo tempo 3 tipos de direitos (arrecadar, fiscalizar
e executar).
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Ex: sistema “S”.
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1. Interpretação conjunta dos art. 150, I, da CF/88 c/c art. 97 do CTN (FG, SP, BC, AL, OT, multa,
CT)
-Em direito tributário o princípio da legalidade não se restringe à criação e instituição de tributos,
mas à definição de tudo aquilo que for fundamental à relação jurídico-tributária.
- A instituição ou modificação de tributo deve ser feita por meio de lei.
-Qual o conteúdo que se submete a essa regra?
Elementos FG - conduta
Princípio BC – valor tributável
Da Taxatividade AL – geralmente o percentual
Sujeitos (ativo e passivo)
2. Pelo princípio da simetria, a revogação do tributo também deve ser feita por meio de lei em
sentido estrito (lei ou MP).
- Qual tipo de lei serve?
-Regra geral: Lei Ordinária
-Então devemos olhar para a CF e ver quais instrumentos possuem força de lei e, assim:
a) Lei Delegada
b) Medida Provisória6 – só não pode se o tributo for matéria de Lei Complementar.
- E quais os tributos estão sujeitas à lei complementar e, por isso não podem ser instituídos por
MP?
a) Empréstimos compulsórios
b) IGF
c) Impostos residuais da União;
d) Contribuições sociais para a seguridade social residual.
6
Art. 62 da CF. Se estiver instituindo tributos por medida provisória, deve , para que produza seus efeitos é preciso que ela seja
convertida em lei até o último dia do exercício financeiro. Exceção: nos casos de e não for o caso de II, IE, IPI, IOF e IEG.
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Ainda mais: o único elemento que é exceção ao princípio da legalidade pós CF-88 é a AL. Depois que as alíquotas desses tributos
estiverem estabelecidas em lei, excepcionalmente, um ato normativo que não a lei, poderá alterá-lo. Assim, a alíquota não pode ser
prevista originariamente em ato normativo ≠ de lei. Lei estabelece AL, mas ato normativo ≠ de lei pode alterá-los e, nisso, consiste a
exceção ao princípio da legalidade.
Preparatório de Questões Juiz/PE 6/67
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c) IPI
d) IOF
e) CIDE – combustíveis – art. 177, §4º da CF8;- DIMINUIR E RESTABELECER POR ATO DO
XECUTIVO.( Não pode majorar, SE QUISER MAJORAR SO POR LEI)
f) ICMS – combustíveis – art. 155, p§4º9. Quem estabelece e o CONFAZ
OBS: Há duas exceções na jurisprudência dos tribunais que também mitigam o princípio da
legalidade, vejamos:
1) É possível que ato do executivo altere o prazo de recolhimento de um determinado tributo,
porque não é algo fundamental à relação jurídica já que não tem o condão de aumentar a
carga tributária.
2) Art. 97, §2º CTN – a mera correção monetária da BC do tributo não constitui majoração do
tributo e, por isso, não depende de lei.
- IPTU (Súmula 160 STJ) – correção de tributo utilizando-se de fator oficial de correção
monetária é possível sem lei. Mas, se o fizer sem base em fator oficial, é necessária a edição
de lei.
→ IRRETROATIVIDADE
Obs: Para o STF complexivo ocorre no caso do IR em 31/12. SE se tratar de cSLL também
ocorrera em 31/12 e terá que esperar apenas o prazo de 90 dias para eventual majoração.
VER SUMULA 584- O STF NÃO TEM APLICADO. CUIDADO A PROVA PODE ACATAR A SUMULA.
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Pode diminuir essa alíquota, como também pode restabelecer. Pro II, IE, IPI e IOF – a lei pode majorar e diminuir. Na CIDE-
combustível, o ato do poder executivo pode diminuir e restabelecer – não pode majorar. Atenção!! Se quiser majorar CIDE-
combustível só por lei – ou seja: é uma limitação maior.
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Quem vai estabelecer a AL é o convênio do CONFAZ – reunião dos secretários de fazenda dos 27 estados da federação. Nesse
caso, diferentemente dos demais, não é a lei que estabelece a alíquota, é o CONFAZ. Por isso que se diz que é uma exceção mais forte
– uma vez estabelecida a alíquota, se o CONFAZ baixar e depois quiser restabelecer – ok; mas se o CONFAZ baixa e depois sobe
além do limite que ele mesmo estabeleceu, ele estará majorando tributo e terá que observar o princípio da anterioridade.
Preparatório de Questões Juiz/PE 7/67
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-A questão dos fatos geradores instantâneos e complexivos (art. 150, III, a) - a lei tributária não poderá
retroagir para alcançar fatos geradores passados.
-Não há exceção constitucional ao princípio da irretroatividade da lei tributária. Com efeito, a Constituição
não excepciona nenhum tributo, por sua própria natureza, do princípio em comento. Por outro lado, isso
não significa dizer que o princípio da irretroatividade é absoluto, de modo que leis tributárias não podem
atingir fatos geradores ocorridos antes de sua vigência. Deve-se atentar para a dicção do artigo 106 do
CTN, o qual prevê hipóteses de aplicação retroativa da lei, mas em função de seu caráter ou conteúdo, e
não em função do tributo a que ela se refere.
-Possui exceções:
A) Retroatividade benéfica
- Art. 106 do CTN – normas expressamente interpretativas (I) e que reduzam de penalidade (II)
poderá ser aplicada uma lei retroativamente.
I – Normas meramente interpretativas10.
II – Normas tributárias penais desde que benéficas podem retroagir, desde que não haja, no caso,
ato definitivamente julgado11.
- Condição para que haja essa retroatividade é a inexistência de pagamento – o ato deve
estar em aberto.
Ex: Lei 2002 – IR – AL 20% - Multa 45% - Em 2003 a pessoa realiza o FG e não faz o pagamento. Em
2004 vem outra lei que diz: IR – AL 15% - Multa 35%. Em 2005 a pessoa sofre fiscalização e sofre
lançamento tributário. Qual AL? 20% - tributo nunca retroage. Qual a multa? 35%. A lei de 2004
retroage porque é + benéfica.
Fato gerador em 1999 do IR – Sonega uma parte. Em 2001 vem a LC 105 que permite cruzar os dados
do CPMF com o IR para fiscalizar. Em 2002 inicia-se uma fiscalização para este contribuinte para o fato
gerador de 1999.
Art. 185, caput – alienação de bens já é presumidamente fraudulenta se o contribuinte estiver crédito
inscrito na dívida ativa.
-Súmula 584 do STF: ao IR calculado sobre os rendimentos do ano base aplica-se a lei vigente no
exercício financeiro e que deve ser apresentada a declaração.
10
LC 118. O STJ recentemente analisou essa questão de norma expressamente interpretativa: é aquela norma que não inova no
sistema jurídico. Ela caminha em 2 possibilidades: de um determinado texto vc só consegue tirar um significado a norma
interpretativa pode vir para ratifica o ponto de vista jurisprudencial que já vem sendo adotado – se vier para adotar interpretação
diversa da jurisprudência há inovação no sistema jurídico – cabe ao Judiciário fazer tal controle – não basta que a norma diga que ela
é expressamente interpretativa; só pode atingir fatos geradores ocorridos após a vigência da norma. Assim: qualquer pagamento antes
de 09/06/2005 – prazo de repetição de no máximo 10 anos (se for tácita) – não se aplica a LC 118 pq ela não é interpretativa pq inova
no sistema – não pode retroagir; pagamento afeito após 09/06/2005 – aplica-se a LC 118 e o prazo para repetição é de 5 anos contados
do FG.
11
STJ: ato não definitivamente julgado é aquele que não cabe mais questionamento nem na esfera adm nem na judicial.
Preparatório de Questões Juiz/PE 8/67
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1. Uma vez publicada uma determinada lei que tenha instituído/majorado um tributo só tem eficácia
no exercício financeiro seguinte.
2. Proteger o contribuinte contra a surpresa de nova tributação que aumente a carga tributária – não
se sujeitam à anterioridade a mera alteração do prazo de recolhimento e a mera correção
monetária. Também não se sujeita à anterioridade as mudanças que diminuam a carga tributária.
90 dias
5. Regra geral
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Empréstimo compulsório por razões de interesse nacional relevante não excepcionam a anterioridade.
13
Porque apresentam regramento constitucional próprio, nos termos do art. 195 da CF, submetendo-se APENAS ao princípio da
noventena. OBS: Em geral, a FCC costuma colocar a “contribuição social in genere como exceção quando, na verdade, a exceção é a
contribuição social de seguridade social.
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Ai surgiu uma norma regra com a EC 42 - Regra: exercício seguinte + 90 dias entre publicação e efeitos.
Há exceções:
Exigência imediata Apenas 90 dias Apenas exercício
Lei 20/06 -> efeitos 21/06 Lei 20/06 -> efeitos 20/09 seguinte
Lei – 20/12 -> 01/01
IEG IPI IR
Empréstimo Compulsório – ICMS – combustíveis IPTU Alteração do BC
calamidade ou guerra CIDE – combustíveis IPVA Pq são anuais
IEG Contribuições Sociais para a Empréstimo compulsório
II seguridade social (pq é do decorrente de investimento
IOF regime próprio delas) público relevante
OBS: O princípio da anterioridade se aplica nos casos de instituição e modificação de tributos. Caso da
prorrogação da CPMF – o STF disse que a prorrogação não se submete a esse princípio.
OBS: Não existe + o princípio da anualidade – “o tributo só pode ser exigido no ano seguinte se houvesse
previsão orçamentária”.
a) A alteração da alíquota (NÃO DA BASE DE CÁLCULO) dos impostos federais de função nitidamente
extrafiscal (II, IE, IOF), À EXCEÇÃO DO IPI;
b) Os empréstimos compulsórios instituídos com base na calamidade pública ou guerra externa;
c) IEG;
14
Uma lei dá isenção por 5 anos. Se, passados 2 anos, revogar-se a lei, não tem problema. As empresas que já usufruíam continuam,
mas as que ainda não gozavam do benefício não poderão mais gozar deles. Na isenção onerosa, mesmo que a isenção seja revogada,
preservam-se os direitos adquiridos.
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Art. 178 do CTN e Súmula 544 do STF.
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d) O IR
e) BC do IPTU e do IPVA16. Perceba que o IR, bem como as bases de cálculo do IPTU e IPVA se submetem
à legalidade e anterioridade, excetuando, apenas, a anterioridade nonagesimal. Por outro lado, o IPI
excepciona a legalidade e a anterioridade, MAS SE ENCONTRA SUMETIDO À ANTERIORIDADE
NONAGESIMAL.
1) Pode existir multa confiscatória? Não. O STF que é vedada instituir tributo com efeito de confisco.
STF diz: o que a CF quer dizer é que é vedado constituir OT principal com efeito confiscatório. ADI
55118.
2) -Não-confisco e as taxas: a questão da razoabilidade entre o serviço prestado e o valor cobrado. ADI
255119.
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Se não for a BC – submetem-se à anterioridade e anterioridade nonagesimal.
17
O STF diz que à tributação também se aplica o princípio da razoabilidade.
18
EMENTA: AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. §§ 2.º E 3.º DO ART. 57 DO ATO DAS DOSPOSIÇÕES
CONSTITUCIONAIS TRANSITÓRIAS DA CONSTITUIÇÃO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO. FIXAÇÃO DE VALORES
MÍNIMOS PARA MULTAS PELO NÃO-RECOLHIMENTO E SONEGAÇÃO DE TRIBUTOS ESTADUAIS. VIOLAÇÃO AO
INCISO IV DO ART. 150 DA CARTA DA REPÚBLICA. A desproporção entre o desrespeito à norma tributária e sua conseqüência
jurídica, a multa, evidencia o caráter confiscatório desta, atentando contra o patrimônio do contribuinte, em contrariedade ao
mencionado dispositivo do texto constitucional federal. Ação julgada procedente.
19
Se o valor da taxa, no entanto, ultrapassar o custo do serviço prestado ou posto à disposição do contribuinte, dando causa, assim, a
uma situação de onerosidade excessiva, que descaracterize essa relação de equivalência entre os fatores referidos (o custo real do
serviço, de um lado, e o valor exigido do contribuinte, de outro), configurar-se-á, quanto às taxas, ofensa ao princípio do não-
confisco. As taxas não são criadas com o objetivo de carrear dinheiro para os cofres públicos, mas sim é cobrada de forma vinculada à
prestação de um dado serviço público. Deve haver razoabilidade na sua fixação.
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-O princípio da vedação ao confisco não se aplica aos tributos extrafiscais que, conforme a emergência
da situação posta, poderão conter alíquotas exageradamente gravosas em abono do privilégio da
regulação da economia. A jurisprudência, portanto, admite alíquotas excessivas nesses tipos de
impostos.
-A AL do IPI para bebidas alcoólicas é de 365%, p. ex.
-“É vedado à União, Estados, DF e Municípios estabelecer limitações ao tráfego de pessoas ou bens, por
meio de tributos interestaduais ou intermunicipais, ressalvada a cobrança de pedágio pela utilização de
vias conservadas pelo poder público”
-A intermunicipalidade e a interestadualidade não podem figurar como FG de tributos, ou seja, o FG de
qualquer tributo deve ser ≠ da (I) transposição de municípios (intermunicipalidade) e da (II) transposição
de Estados (interestadualidade).
-Exceções:
2) Doutrinária: ICMS. Não se trata realmente de uma exceção, vez que o FG é a circulação de
mercadoria e não a transposição territorial - o que provoca a tributação não é a mera circulação,
mas a transferência da propriedade.
→ IMUNIDADES
(será visto adiante)
“É vedado à União instituir tributo que não seja uniforme em todo o território nacional ou que implique
distinção ou preferência em relação a Estado, ao DF, a município, em detrimento de outro, admitida a
concessão de incentivos fiscais destinados a promover o equilíbrio do desenvolvimento socioeconômico
entre as diferentes regiões do país.
OBS: o incentivo fiscal concedido, para ser legitimo, precisa ter por objetivo promover o equilíbrio do
desenvolvimento socioeconômico do país. O incentivo pressupõe uma política de fomento.
“É vedado à União tributar a renda das obrigações da dívida pública dos Estados, do DF e dos Municípios,
bem como a remuneração e os proventos dos respectivos agentes públicos, em níveis superiores aos que
fixar para suas obrigações e para seus agentes”
-Pode tributar igualmente ou em níveis inferiores, porque o que a CF proíbe é tributar de
maneira superior.
-“É vedado à União instituir isenções de tributos das competências dos Estados, DF ou dos
Municípios”.
-Exceções constitucionais:
1) Art. 155, §2º, XII, “e” da CF/88: A União, por LC, pode conceder isenção do ICMS incidente nas
operações com serviços e outros produtos destinados ao exterior, alem dos já mencionados no
texto da CF.
OBS: A EC 42/2003 criou imunidade no ICMS - exportação, de modo que essa exceção não tem
mais aplicabilidade prática (embora continue presente no texto).
2) Art. 156, §3º, II: a União, por LC, pode conceder isenção de ISS - exportação.
- Exceção doutrinária: possibilidade de que a RFB celebre tratados internacionais em matéria tributária
que conceda isenção de tributos de competência dos Estados e Municípios.
-É vedado aos Estados, DF e Municípios estabelecer ≠ tributária entre bens e serviços, de qualquer
natureza, em razão de sua procedência ou destino. Evita-se que os Estados e Municípios criem, dentro do
território nacional, áreas de circulação favorecida de bens e serviços, que afrontaria o princípio federativo.
-OBS: lembre-se que só a União está autorizada a estipular tratamento diferenciado entre os Estados
tendo por meta diminuir as desigualdades socioeconômicas. Estados e municípios NÃO PODEM!
-Vedação de tratamento diferenciado em razão da procedência: a questão do tratamento desigual entre
veículos nacionais e importados no IPVA – não podem ser tributados de forma diferenciada para fins de
IPVA.
Econômica – capacidade que a pessoa tem de ganhar algum dinheiro, de acumular alguma riqueza. A
existência de capacidade econômica não implica a existência de capacidade contributiva. Ex: estagiário
tem capacidade econômica, mas não contributiva.
Contributiva – é uma capacidade econômica específica, pois que vinculada à possibilidade material de
pagar tributo.
-Progressividade extrafiscal – o decurso do tempo provoca um aumento da alíquota (ex: ITR).
-Progressividade fiscal – o aumento de uma grandeza (AL, p. ex) gera o aumento de outra grandeza (BC,
p. ex.).
- Quanto maior a BC (valor tributável), maior será a AL.
- A própria CF estabelece algumas técnicas de aplicar essa capacidade contributiva – a mais conhecida é a
da progressividade de alíquotas.
- Impostos progressivos previstos na CF:
IR – necessariamente progressivo
IPVA – Ec. 42/2003 – diferenciação de AL
Art. 155, p6 da CF – em razão do tipo e da utilização do veículo
(ITR) – progressividade extrafiscal – não se relaciona com a capacidade contributiva
Visa a estimular as propriedades produtivas – função social. Progressividade às avessas ou
regressividade de alíquotas. Quando maior a produtividade do imóvel, menor será a alíquota.
IPTU – 2 tipos de progressividade: fiscal (capacidade contributiva) e extrafiscal.
Progressividade original do IPTU Progressividade a partir da Ec.
28/2000
- Progressividade extrafiscal – art. - Além da progressividade extrafiscal,
182 – pq olha para a função social da cria-se a fiscal – art. 156, p1.
prop. - Tem por objetivo realizar em maior
- Progressividade no tempo em que o medida a capacidade contributiva
imóvel permanecer sub-utilizado. - Progressividade em razão do valor,
Deve haver prévia notificação localização e uso do imóvel (industrial,
comercial ou residencial).
O STF ainda não decidiu sobre a inconstitucionalidade dessa EC. Fundamento de que é
inconstitucional: IPTU é imposto real e não pode ser progressivo.
O STF já disse: IPTU progressivo fiscal só pode ser exigido após a EC. 29.
Súmula 668 do STF: é inconstitucional lei municipal que tenha estabelecido antes da Ec. 29/200,
salvo se seja a progressividade extrafiscal.
-STF: em impostos pessoais efetivar progressividade é um mecanismo de se dar efetivo cumprimento ao
princípio da capacidade contributiva. Em impostos reais, adotar a progressividade nem sempre é um
mecanismo de efetivar a capacidade progressiva. Assim, diz o STF: “Impostos reais só podem ser
progressivos quando o texto da CF autorizar”. ITR e IPTU são os únicos impostos que admitem
progressividade fiscal, porque são os únicos que têm previsão constitucional.
OBS: Súmula 656 – ITBI não pode ser progressivo – é inconstitucional a lei que o determine. É
real e não há autorização na CF para ser progressivo.
OBS: ITCMD e progressividade – não possibilidade porque é real e não há previsão20.
→ EXIGÊNCIA DE QUE ISENÇÕES SEJAM CONCEDIDAS POR LEI (ARTIGO 150, §6º DA CF/88).
Obs: no caso de ICMS é por meio de LC.
IMUNIDADE TRIBUTÁRIA
20
Há julgamento pendente em que Marco Aurélio disse que o art. 145, §1° poderia ser progressivo mesmo sem autorização
constitucional. Acompanhar.
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-Conceito de imunidade
-É uma classe finita e imediatamente determinável de normas jurídicas, contidas no Texto da
Constituição Federal, e que estabelecem, de modo expresso, a incompetência das pessoas políticas
de direito constitucional interno para expedir regras instituidoras de tributos que alcancem situações
específicas e suficientemente caracterizadas. (Paulo de Barros Carvalho. Curso de Direito Tributário)
-A imunidade é, portanto, regra de exceção, somente inteligível se conjugada à outra, que concede o
poder tributário, limitando-lhe a extensão de forma lógica e não sucessiva no tempo24. (Misabel
Derzi, atualizando Aliomar Baleeiro. Limitações Constitucionais ao Poder de Tributar).
-A norma de imunidade é uma norma constitucional de delimitação negativa de competência. É, na
verdade uma norma que gera uma situação de incompetência tributária.
-Só a CF estabelece imunidades. Sempre que a CF impeça, por norma expressa a instituição de tributo
estará prevendo uma imunidade ainda que preveja uma outra denominação no dispositivo
constitucional. (Art. 195, §7°, Art. 184, §5°).
-A imunidade como garantia: todas as imunidades constituem cláusula pétrea?
-Normas de imunidade podem ser revogadas? Leandro Paulzen – A imunidade, em si considerada,
não é direito fundamental, mas, na maioria das vezes a imunidade tributária funciona como
salvaguarda de um direito fundamental. Ex: a imunidade de tributação recíproca entre os entes
estatais não é direito fundamental, mas ele protege o pacto federativo e, por isso, essa imunidade é
clausula pétrea. Imunidades tributárias, assim, podem ou não ser revogadas, conforme sejam ou não
cláusulas pétreas, respectivamente.
-Para o STF, são limitações constitucionais ao poder de tributar, não passiveis de alteração por
emenda, uma vez vinculadora de direitos e garantias individuais art. 60, §4º, IV, CF.
21
Não-incidência refere-se às situações em que um fato não é alcançado pela regra de tributação. Pode se dar de 3 formas: a) o entre
tributante, podendo fazê-lo, deixa de definir determinada situação como hipótese de incidência tributária; b) o ente tributante não
dispõe de competência para definir determinada situação como hipótese de incidência do tributo; c) a própria CF delimita a
competência do ente tributante, impedindo de definir determinadas situações como hipótese de incidência do tributo. Nos dois
primeiros casos, há não incidência pura e simples e, na ultima, há não-incidência constitucionalmente qualificada, isto é, imunidade.
22
Não-incidência pura e simples X Imunidades: na imunidade a não-incidência é originária, ela não decorre do próprio fato e sim da
norma. A pura e simples deriva do própria aspecto material do fato.
23
Imunidade ≠ isenção. Na isenção, o FG continua acontecendo, há incidência, mas há também uma dispensa legal da sua cobrança.
OBS: isenção só pode ser concedida em lei específica.
24
Em regra a norma de imunidade surge ao mesmo tempo do poder de competência.
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ESAF (2006): “A Constituição, ao definir competência, excepciona determinadas situações que, não fosse
a imunidade, estariam dentro do campo de competência, mas por força da norma de imunidade,
permanecem fora do alcance do poder de tributar”.
ESAF (2006): “A diferença básica entre imunidade e isenção está em que a primeira atua no plano da
delimitação da competência, e a segunda no plano do exercício da competência.
Imunidade subjetiva – não é o bem que é imune, mas sim a pessoa a quem ele pertence. Ex: imunidade
de partidos políticos, templo.
Imunidade mista – é possível? Há doutrinadores que a defendem – mas é minoria. Ex: art. 184, §5° DA
CF/88 – são imunes
“A proposição afirmativa de que a imunidade é instituto que só se refere aos impostos carece de
consistência relativa (...) Não sobeja repetir que, mesmo em termos literais, a Constituição brasileira
abriga regras de competência da natureza daquelas que se conhecem pelo nome de imunidades
tributárias, e que trazem alusão explícita às taxas e à contribuição de melhoria, o que basta para exigir a
falsidade da proposição descritiva” (Paulo de Barros Carvalho. Curso de Direito Tributário).
-Mais uma ≠ entre imunidade e isenção. Art. 111 CTN – normas de isenção são interpretadas
literalmente26.
-Equívoco imperdoável, portanto, é pretender-se interpretar a norma de imunidade da mesma forma que
se interpreta a norma de isenção tributária. Na norma de imunidade, deve-se buscar a razão política, para
que se possa estabelecer o sentido que melhor a ela corresponda. Interpretar restritivamente norma de
imunidade é inadmissível, pois pode significar, e no mais das vezes significa, a frustração dos objetivos
25
Cespe costuma dizer, de forma geral, que se imunidade limita a impostos. Só que só se limita a impostos a do art. 150, VI.
26
Literal ≠ restritiva. O Cespe costuma explorar tal diferença. Na literal não há qualquer margem de manobra para o intérprete – se
diz que é “A”, então é “A”. Na restritiva, há margem de manobra, que pode levar a abarcar menos situações que num primeiro
momento ela queria, mas não mais – se diz que é “A”, pode ser menos que “A”.
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com a norma visados pelo constituinte”. (Hugo de Brito Machado. Imunidade Tributária e
educação).
-As normas de imunidades devem ser interpretadas ampliativamente. É assim que entende a doutrina e
também é assim que vem aplicando o STF. Se o objetivo é proteger alguns direitos fundamentais,
restringi-las poderia diminuir a proteção aos direitos fundamentais que estão pro trás de uma norma de
imunidade.
OBS: Teori Zavascki é dissidente e amplamente minoritária, mas é uma posição interessante para usar
em procuradorias – ele diz que a norma de imunidade é norma de negativa de competência, mas está
diretamente relacionado à autonomia dos entes políticos – cada vez que se amplia a interpretação, vc
exclui receitas do ente – exatamente com base nisso ele entende que não pode ser interpretado
ampliativamente, sob pena de mitigar a autonomia dos entes políticos estatais, ferindo o pacto
federativo.
27
No caso de imunidade se direcionar às autarquias/fundações surge um requisito não previsto para os entes políticos: é preciso tais
entes mantenham seu patrimônio/renda/serviços vinculados a suas funções essenciais.
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-STF entendeu que SEM também poderiam se beneficiar da imunidade tributária recíproca caso
prestadora de serviço público. Precedente no STF: CAERB – companhia de águas e esgotos de Rondônia.
-O único requisito para que os templos de qualquer culto gozem da imunidade é o previsto no §4° do
artigo 150, ou seja, que o patrimônio, a renda ou o serviço esteja vinculada às finalidades essenciais da
Instituição.
-“Ainda quando alugado a terceiros, permanece imune ao IPTU o imóvel pertencente a qualquer das
entidades referidas pelo art. 150, VI, c, da Constituição, desde que o valor dos aluguéis seja aplicado
nas atividades essenciais de tais entidades.” (SÚM. 724)
"Imunidade tributária do patrimônio das instituições assistenciais (CF, art. 150, VI, c): sua
aplicabilidade de modo a afastar a incidência do IPTU sobre imóvel de propriedade da entidade imune,
ainda quando alugado a terceiro, sempre que a renda dos aluguéis seja aplicada em suas finalidades
institucionais: precedentes" (RE 390.451-AgR, Rel. Min. Sepúlveda Pertence, julgamento em 23-11-04,
DJ de 10-12-04)
-O Tribunal a quo seguiu corretamente a orientação desta Suprema Corte, ao assentar que o fato de
uma entidade beneficente manter uma livraria em imóvel de sua propriedade não afasta a imunidade
tributária prevista no art. 150, VI, c da Constituição, desde que as rendas auferidas sejam destinadas a
suas atividades institucionais, o que impede a cobrança do IPTU pelo Município." (RE 345.830, Rel. Min.
Ellen Gracie, julgamento em 8-10-02, DJ de 8-11-02)
-"Imunidade tributária do patrimônio das instituições de educação sem fins lucrativos (CF, art. 150, VI,
c): sua aplicabilidade de modo a preexcluir a incidência do IPTU sobre imóvel de propriedade da
entidade imune, destinado a estacionamento gratuito de estudantes: precedentes." (RE 308.449, Rel.
Min. Sepúlveda Pertence, julgamento em 27-8-02, DJ de 20-9-02)
-"Eventual renda obtida pela instituição de assistência social mediante cobrança de estacionamento de
veículos em área interna da entidade, destinada ao custeio das atividades desta, está abrangida pela
imunidade prevista no dispositivo sob destaque." (RE 144.900, Rel. Min. Ilmar Galvão, julgamento em
22-4-97, DJ de 26-9-97)
28
Sindicato de empregadores nao goza de tal imunidade.
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-As entidades de previdência privada que se mantenham com a contribuição dos associados não são
entidades de assistência social, razão por que não estão abrangidas pela imunidade prevista no art.
150, VI, c da Constituição Federal. Precedentes: RE 202.700/DF, Rel. Min. Maurício Corrêa." (RE
227.799, Rel. Min. Marco Aurélio, DJ 01/08/03)
I- partidos políticos o elemento axiológico é a liberdade política (democracia). Ver art. 1º, V, CF
pluralismo político.
-Essa imunidade é cláusula pétrea porque é um princípio fundamental (pluralismo político).
-Incluem-se as fundações ligadas ao partido político. Ex.: fundação Pedroso Horta – PMDB.
-A imunidade é apenas para o partido com registro no TSE (art. 17, §2º, CF). Assim, partido
neonazista não é merecedor da imunidade.
III- instituição de educação elemento axiológico proteção à cultura, ao ensino (arts. 205, 208 e 214,
CF).
-Incluem-se as instituições de ensino formal ou curricular (faculdade, universidade, escola) e as de
ensino informal ou extracurricular (museu, bibliotecas, etc).
-Qt à faculdade privada, é tb imune?
IV- entidade beneficente de assistência social art. 203, CF elemento axiológico proteção à
assistência social, à filantropia.
- A entidade beneficente é, concomitantemente, imune a impostos (art. 150, VI, “c”, parte
final) e a contribuições previdenciárias (art. 195, §7º, CF)
-Cuidado! Sesc/ Senai consultam sobre incidência de ITBI na aquisição de bem imóvel tais
entidades, para o STF, enquadram-se no art. 203, III, CF, como realizadoras de assistência social
(promoção da integração no mercado de trabalho).
-Nos 4 casos, é preciso que não haja lucro, e deve se obedecer à lei (deve ser LC art. 146, II, CF
não auto-aplicativa). Não é proibido haver lucro o que não pode é a apropriação do lucro. Não pode
tb mandar o dinheiro para fora do país e deve manter a escrituração contábil em dia art. 14, CTN.
-Análise geral da alínea “c” tal alínea é a única imunidade não auto-aplicável, uma vez que carece de
incremento normativo. A lei, a que se refere a parte final da alínea, é a LC (conforme art. 146, II, CF).
Tal LC é o próprio CTN29, em cujo art. 14 enumera os requisitos que conferirão operatividade à alínea
“c”. São eles:
a) não pode haver apropriação do lucro, vedando-se o “animus distribuendi”, e não o “animus
lucrandi”
b) não remeter os valores para o exterior
c) manter a escrituração contábil em dia.
-Ver art. 150, §4º CF, que menciona a idéia de “finalidade essencial”, pq deve ser compreendido à luz
daquelas condições anunciadas para a Igreja (locação).
-Súmula 730 STF – a imunidade só alcança entidades fechadas de previdência se não houver
participação do beneficiário.
29
Há quem entenda que pode ser por Lei ordinária. O STF ainda não decidiu a respeito. A FCC entende que tem que ser por lei
complementar, mesmo a CF não sendo expressa no sentido de que deva ser por LC. Só que como é pra tratar de imunidade, tendo em
vista o art. 146 da CF.
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-Livro/jornal/periódico - Trata-se de uma imunidade objetiva que se dirige ao bem e não à pessoa. Assim,
o livro é imune, não incidindo sobre ele ICMS, II ou IPI. No entanto, a livraria sujeita-se ao recolhimento
de IR, referente ao ganho que obtém com a venda do livro.
"‘Álbum de figurinhas’. Admissibilidade. A imunidade tributária sobre livros, jornais, periódicos e o
papel destinado à sua impressão tem por escopo evitar embaraços ao exercício da liberdade de
expressão intelectual, artística, científica e de comunicação, bem como facilitar o acesso da população
à cultura, à informação e à educação. O Constituinte, ao instituir esta benesse, não fez ressalvas
quanto ao valor artístico ou didático, à relevância das informações divulgadas ou à qualidade cultural
de uma publicação. Não cabe ao aplicador da norma constitucional em tela afastar este benefício fiscal
instituído para proteger direito tão importante ao exercício da democracia, por força de um juízo
subjetivo acerca da qualidade cultural ou do valor pedagógico de uma publicação destinada ao público
infanto-juvenil." (RE 221.239, Rel. Min. Ellen Gracie, julgamento em 25-5-04, DJ de 6-8-04)
"O preceito da alínea d do inciso VI do artigo 150 da Carta da República alcança as chamadas apostilas,
veículo de transmissão de cultura simplificado." (RE 183.403, Rel. Min. Marco Aurélio, julgamento em
7-11-00, DJ de 4-5-01)
“Imunidade tributária (livros, jornais e periódicos): listas telefônicas. Firmou-se a jurisprudência do STF
no sentido de que a imunidade constitucional assegurada à publicação de periódicos impede a cobrança
de ISS sobre a edição de listas telefônicas." (RE 114.790, Rel. Min. Sepúlveda Pertence, julgamento em
12-8-97, DJ de 3-10-97)
-Como o objetivo da imunidade é proteger o direito à cultura, não estão protegidos pela imunidade os
encartes com finalidade exclusivamente comercial. No entanto, a presença de propaganda no corpo de
uma publicação não lhe retira a imunidade.
"Encartes de propaganda distribuídos com jornais e periódicos. ISS. Art. 150, VI, d, da Constituição.
Veículo publicitário que, em face de sua natureza propagandística, de exclusiva índole comercial, não
pode ser considerado como destinado à cultura e à educação, razão pela qual não está abrangido pela
imunidade de impostos prevista no dispositivo constitucional sob referência, a qual, ademais, não se
estenderia, de qualquer forma, às empresas por eles responsáveis (que é objetiva), no que concerne à
renda bruta auferida pelo serviço prestado e ao lucro líquido obtido." (RE 213.094, Rel. Min. Ilmar
Galvão, julgamento em 3-8-99)
"O fato de as edições das listas telefônicas veicularem anúncios e publicidade não afasta o benefício
constitucional da imunidade. A inserção visa a permitir a divulgação das informações necessárias ao
serviço público a custo zero para os assinantes, consubstanciando acessório que segue a sorte do
principal. Precedentes : Recurso Extraordinário n. 101.441/RS, Pleno, Relator Ministro Sydney
Sanches, RTJ nº 126, página 216 à 257, Recurso Extraordinário n. 118.228/SP, Primeira Turma,
Relator Ministro Moreira Alves, RTJ n. 131, página 1.328 à 1.335, e Recurso Extraordinário n. 134.071-
1/SP, Primeira Turma, Relator Ministro Ilmar Galvão, Diário da Justiça de 30 de outubro de 1992." (RE
199.183, Rel. Min. Marco Aurélio, julgamento em 17-4-98, DJ de 12-6-98)
OBS: CESPE já entendeu que livros digitalizados estão sujeitos à imunidade cultural. A doutrina concorda.
O mesmo CESPE, recentemente, entendeu de forma diversa.
→ No que se refere à imunidade dos livros, jornais e periódicos o Supremo já decidiu que a imunidade
abrange os papéis fotográficos, mas assentou, também, que não incide sobre a tinta destinada à
impressão.
“Papel, papel fotográfico e papel para artes gráficas consumidos no processo produtivo do jornal estão
cobertos pela imunidade tributária do art. 150, VI, d, da Constituição Federal. II. Precedentes do
Supremo Tribunal Federal: RE 190.761-SP e RE 174.476-SP." (RE 276.842-ED, Rel. Min. Carlos
Velloso, DJ 15-3-02)
“Jornal. Imunidade tributária. CF, art. 150, VI, d. O Supremo Tribunal Federal decidiu que apenas os
materiais relacionados com papel (papel fotográfico, papel telefoto, filmes fotográficos, sensibilizados,
não impressionados, para imagens monocromáticas, papel fotográfico p/ fotocomposição por laser) é
que estão abrangidos pela imunidade tributária do art. 150, VI, d, da CF.” (RE 178.863, Rel. Min.
Carlos Velloso, julgamento em 25-3-97, DJ de 30-5-97)
"Extensão da imunidade tributária aos insumos utilizados na confecção de jornais. Além do próprio
papel de impressão, a imunidade tributária conferida aos livros, jornais e periódicos somente alcança o
chamado papel fotográfico — filmes não impressionados." (RE 203.859, Rel. Min. Carlos Velloso,
julgamento em 11-12-06, DJ de 24-8-01). No mesmo sentido: RE 273.308, Rel. Min. Moreira Alves,
julgamento em 22-8-00, DJ de 15-9-00.
“Imunidade conferida pelo art. 150, VI, d da Constituição. Impossibilidade de ser estendida a outros
insumos não compreendidos no significado da expressão ‘papel destinado à sua impressão’.
Precedentes do Tribunal." (RE 324.600-AgR, Rel. Min. Ellen Gracie, julgamento em 3-9-02, DJ de 25-
10-02). No mesmo sentido: RE 244.698-AgR, Rel. Min. Ellen Gracie, julgamento em 7-8-01, DJ de 31-
8-01.
FATO GERADOR
-Esses três elementos formam o antecedente. A norma de hipótese também prevê conseqüências. Essas
conseqüências é o que se chama de “elemento pessoal” e “elemento quantitativo”– quem vai ser cobrado?
Quem cobra? E quanto será cobrado1?
-Quando todos os elementos se conjugam, acontece o que a doutrina tributária denomina de subsunção –
o acontecimento no mundo concreto de determinada situação que estava prevista abstratamente pela
norma de hipótese. Esse acontecimento deixa de ser um mero fato e se torna relevante para o direito,
denominando-se Fato Gerador.
-Assim, fato gerador é a situação que acontece no mundo concreto que se adéqua perfeitamente a uma
previsão abstrata de uma norma de hipótese de incidência. Ou seja: é a hipótese de incidência
materializada.
-Art. 118 – o FG é sempre uma situação lícita. A situação escolhida pelo sistema é sempre lícita. O que
pode acontecer é uma “ilicitude no subjacente”, ou seja, nada impede que um fato lícito decorra
indiretamente da prática de um ato ilícito. A ilicitude no subjacente não prejudica a tributação no
subseqüente, Ex: fato 1: traficar ilicitamente – fato 2: auferir renda – o F2 é lícito, mas deriva de um fato
ilícito (F1). O que não se pode tributar é o tráfico de drogas.
OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA
- Nasce em virtude a ocorrência do FG. Ela é um dever que nasce por uma conduta do sujeito passivo que
é o FG (previsto em lei).
- É uma obrigação “ex lege” – decorre da lei.
- Nasce independentemente da vontade do sujeito passivo.
- “O nascimento da obrigação tributária é automática e infalível” – exatamente por ela ser decorrente da
lei e nascer independentemente da vontade do sujeito passivo.
LEI FG Obrigação
tributária
1
Refere-se à BC e AL.
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Cuidado! Multa e toda e qq penalidade será obrigação tributária principal, pq são débitos patrimoniais,
mesmo que decorra do descumprimento de obrigação tributária acessória.
-A obrigação principal sempre e invariavelmente estará revista em lei em sentido estrito. Já a obrigação
acessória estará prevista na legislação tributária (art. 96, CTN) o termo legislação tributária é mais
amplo que o termo lei engloba decretos, tratados, convenções, as próprias leis, etc. Assim, a obrigação
acessória pode ser definida em lei, mas não necessariamente (não é requisito para a sua validade).
→ Sujeito Ativo
-Possibilidade de ocupar o pólo ativo da relação jurídico tributária. Capacidade de fiscalizar, executar e
arrecadar esse tributo.
-CTN diz que essa pessoa é sempre PJ de direito público.
-Enquanto a competência tributária é indelegável, a capacidade tributária ativa é possível, desde que feita
de uma pessoa de direito publico a outra.
→ Sujeito Passivo
-É a pessoa física ou PJ que tem o dever de cumprir com a obrigação tributária. Há 2 espécies de sujeito
passivo:
a) Contribuinte
b) Responsável Transferência
Substituição Para trás
Para frente
2
Paulo de Barros Carvalho critica: existirá, então, OT decorrendo de ato ilícito, sendo vedado pelo ordenamento que haja tributação
sobre ato ilícito. Contra-argumento: o CTN não diz que multa é tributo, ele diz que a multa é OT. Ele dá uma interpretação ampla à
OT principal, entendendo-a como tudo aquilo que for dever de pagamento (incluindo a multa, que não é tributo). Dessa forma, o
conceito de OT principal não deflui do conceito de tributo, mas sim de todo dever de pagamento.
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-Em 01.01.04, Maria era dona do imóvel X. ela recebe o carnê do IPTU, mas não paga. No dia 20/10/04,
José compra o imóvel de Maria, sem saber do débito. Mesmo assim, ele deverá pagar o IPTU/04, pq a lei
atribui essa obrigação ao proprietário. Ele é ao mesmo tempo contribuinte do IPTU/05 e responsável pelo
IPTU/04.
- Art. 123 – diz que a sujeição passiva decorre de lei e o particular não pode alterar essa determinação.
(Salvo disposições de lei em contrário).
Ex: IPTU – mesmo que o contrato entre as partes preveja que o locatário pagará, este não estará
obrigado a isso, uma vez que as convenções particulares não alteram o dever de pagar tributos.
- Capacidade tributária passiva: refere-se à possibilidade jurídica de uma PF/PJ pagar tributos. Art. 126 –
todas as PF/PJ possuem capacidade tributária passiva.
Toda pessoa física independentemente da capacidade civil e toda pessoa jurídica independentemente
de regular constituição.
- Esse sujeito passivo pode ter esse dever por duas razões diferentes (art. 121 CTN):
a) Contribuinte – é aquele que tem relação direta e pessoal com o FG – significa realizar o aspecto
material do FG.
b) Responsável – características: terceiro; eleito pela lei; vínculo.
- Ele não realiza o FG, mas tem que pagar o tributo.
- As hipóteses de responsabilidade estão previstas a partir do art. 128 do CTN. Pode haver outras
responsabilidades além daquelas previstas no CTN (não são exaustivas). A lei ordinária pode criar
outras responsabilidades. No entanto, se houver disciplina específica no CTN, a alteração ou ampliação
desse tipo de responsabilidade necessariamente deverá ser feita por Lei Complementar (pq o CTbN
tem status de LC).
OBS: Solidariedade no Direito Tributário – significa a existência de dois ou mais sujeitos passivos
(contribuinte ou responsável). Então a solidariedade pode acontecer tanto entre contribuintes como entre
responsáveis e entre contribuinte e responsáveis.
- Os sujeitos passivos são devedores em igual medida. Ou seja, cada um deles deve a integralidade do
tributo (não há benefício de ordem).
- Efeitos específicos da solidariedade (art. 125 CTN):
1) O pagamento feito por um dos devedores beneficia os demais;
2) Prescrição – se for interrompida a favor ou contra um dos devedores aproveita ou prejudica os
demais;
3) Isenção ou remissão do crédito tributário – favorece todos os devedores. Exceção: se for dada em
caráter pessoal a um deles.
Ex: solidariedade entre contribuintes: + de 1 proprietários de um imóvel em relação ao IPTU devido. Vem
uma lei dando isenção a contribuintes com + de 70 anos (leva em consideração aspecto pessoal). O que
for isento não paga e os demais continuam devedores pelo saldo em solidariedade.
- Art. 124 – I) Solidariedade de fato; II) Solidariedade de direito.
→ Responsabilidade tributária
-Art. 128: “Sem prejuízo do disposto neste Capítulo, a lei (NÃO PODE SER DECRETO, PORTANTO) pode
atribuir de modo expresso a responsabilidade pelo crédito tributário a terceira pessoa, vinculada ao
fato gerador da respectiva obrigação, excluindo a responsabilidade do contribuinte ou atribuindo-a a
este em caráter supletivo do cumprimento total ou parcial da referida obrigação”.
-O responsável (que é espécie de sujeito passivo junto com o contribuinte) é um terceiro, mas o
legislador não tem liberdade para designar qualquer terceiro como responsável tributário. É necessário
que haja uma vinculação indireta3 do responsável eleito pela lei com o fato gerador. Deve haver algum
vínculo entre o contribuinte e o terceiro. Por isso ele é sujeito passivo indireto4.
3
É necessário que a natureza do vínculo permita a esse terceiro, elegível como responsável, fazer com que o tributo seja recolhido
sem onerar seu próprio bolso. O tabelião pode ser compelido a recolher o imposto de transmissão, como responsável, mas ele tem a
condição de não lavrar o ato sem que o interessado recolha o tributo. O herdeiro responde pelo tributo que deixou de ser recolhido
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- A atribuição de responsabilidade só pode ser feita por lei em sentido estrito (NUNCA POR DECRETO),
porque o responsável é espécie de sujeito passivo e o aspecto pessoal da hipótese de incidência tem que
estar previsto em lei.
- O terceiro deve ter uma relação com o fato gerador, mesmo que indireto. Se ele não tiver relação
alguma com o FG ele não poderá ser responsável.
-Ex: a fonte pagadora é responsável, por substituição, pelo recolhimento do imposto de renda de seus
funcionários. Com efeito, o contribuinte é o empregado, mas o responsável é o empregador
(responsável por substituição). Perceba que a relação se estabelece, desde logo, para com o substituto.
pelo autor da herança, mas a lei limita essa responsabilidade ao quinhão recebido por esse herdeiro. Já não poderá a lei, por exemplo,
escolher como responsável o filho do contribuinte, quando nenhuma herança tiver ele recebido, nem pode responsabilizar a fonte
pagadora por tributo incidente sobre rendimento que já tiver pago, se (no momento do pagamento) não estava autorizada a efetuar a
retenção.
4
Não confundir com tributação indireta – fenômeno pelo qual se tem a possibilidade de verificar a repercussão econômica do tribibuto.
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-Formas de substituição5:
-Pressuposto para ocorrer esses dois tipos: existência de cadeia produtiva.
a) Para trás – mecanismo de fiscalização pelo qual a legislação estabelece que aquele que está na
etapa seguinte se torne responsável pela arrecadação do tributo de uma relação que já se
realizou e está atrás. A pulverização se dá no início6 e, exatamente por se dar no inicio, é que é
melhor que se tribute no final.
b) Para frente – Art. 150, §7° da CF - mecanismo de fiscalização pelo qual a legislação determina
que aquele que está na etapa inicial se torne responsável pela arrecadação do tributo que
incidirá em etapa posterior. A pulverização se dá no final7 e, por isso, é melhor que se tribute no
início. O substituto retém o valor do tributo em virtude de um fato gerador presumido. Alguns
problemas:
1) Se o fato gerador presumido não acontecer? O substituto que antecipou tem o direito de
reaver o valor da antecipação.
2) Se o FG presumido acontecer, mas ocorrer de forma diversa? STF disse que não há
direito do substituto reaver (se aconteceu a venda a menor), nem do Estado cobrar o
excedente (se aconteceu a maior). Fundamentos: próprio art. 150, §7˚ só admite
devolução no caso de não ocorrência do FG - se ocorrer, não há que se falar em
restituição; o objetivo é facilitar a cobrança/fiscalização, devendo o Estado arcar o com
esse ônus.
-OBS: PE e AL, em suas leis locais, consignaram que se ocorrer a menor, o Estado irá devolver. Os
Governadores entraram com ADI. Acompanhar.
-OBS: Nem todo tipo de responsabilidade por substituição ocorre nesses dois tipos (pra trás e pra frente).
Não é sempre que ocorre nessa modalidade, mas pode ocorrer.
- Diferença entre substituição tributária para frente e substituição tributária para trás:
-A substituição tributária pode ocorrer sob a forma de substituição para frente ou para trás,
dependendo de onde se localize a pulverização da cadeia. Assim, quando a cadeia encontra-se
pulverizada no início, deparamo-nos com o fenômeno da substituição para trás, hipótese na qual o
Fisco, para fins de melhor controle, impõe ao adquirente final do bem o dever instrumental de recolher
o valor referente à tributação. Da mesma forma, quando a pulverização encontra-se no fim da cadeia,
deparamo-nos com a substituição para frente, hipótese na qual competirá ao responsável, localizado
no início da cadeia, reter o valor correspondente ao tributo (o recolhimento ocorre antes da ocorrência
do fato gerador). – ver art. 150, §7° da CF/88.
5
O objetivo da substituição para traz e para frente é controlar a pulverização da cadeia produtiva. Porque a cadeia pode ser muito
grande e isso dificultar a tributação.
6
Ex: produção de leite – a pulverização é no início porque há inúmeros produtores que vendem pra uma.
7
Ex: circulação de combustíveis Há poucas empresas produzindo combustíveis e há milhares de postos de gasolina.
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-Artigo. 130 do CTN, “os créditos tributários relativos a impostos cujo fato gerador seja a propriedade, o
domínio útil ou a posse de bens imóveis, e bem assim os relativos a taxas pela prestação de serviços
referentes a tais bens, ou a contribuições de melhoria, subrogam-se na pessoa dos respectivos
adquirentes, salvo quando conste do título a prova de sua quitação”. Parágrafo único. No caso
de arrematação em hasta pública, a sub-rogação ocorre sobre o respectivo preço8.
IMPORTANTE: o comando se refere aos tributos incidentes sobre bem imóvel que passam a ser
exigíveis do adquirente. Não faz menção a multas, juros ou à correção monetária. É dispositivo adstrito
a tributos (Eduardo Sabbag).
-Regra: adquirente – responsabilidade pessoal pela dívida. A sub-rogação é pessoal e, por isso,
ilimitada.
- Exceção: aquisição de imóvel em hasta pública – o preço pago pelo imóvel já deve ser suficiente para
quitar as dívidas eventualmente existentes. A sub-rogação é real – responsabilidade limitada ao preço
do imóvel.
-Artigo 131, “são pessoalmente responsáveis o adquirente ou o remitente, pelos tributos relativos aos
bens adquiridos ou remidos (resgatados) (inciso I); o sucessor a qualquer título e o cônjuge meeiro pelos
tributos devidos pelo de cujus até a data da abertura da partilha ou da adjudicação, limitada essa
responsabilidade ao montante do quinhão, do legado ou da meação (inciso II); o espólio, pelos tributos
devidos pelo de cujus até a data da abertura da sucessão”
-OBS – Inciso I - o comando menciona aquisição de bens, sem especificar a quais bens se refere. A
doutrina entende que o dispositivo em tela, deve ser interpretado com cautela, referindo-se aos bens
móveis, pois coube ao artigo precedente o tratamento afeto aos bens imóveis.
-Art. 131, I – em relação ao termo “adquirente” – refere-se à bem móvel (pq móvel já ta no 130). E o
remitente em relação a bens móveis e imóveis.
-OBS: o artigo 131 não prevê hipóteses de exceção à responsabilização como fez o artigo 130 (certidão
ou aquisição em hasta pública). Portanto, sempre haverá responsabilização do adquirente.
-Artigo 131, incisos II e III. Com efeito, uma vez ocorrido o evento morte, abre-se a sucessão, em cujo
procedimento será feita a partilha dos bens. No momento do falecimento surge a figura do espólio –
conjunto de bens, direitos, dívidas e responsabilidades da pessoa falecida. O espólio será
responsável, até a partilha, em relação às dividas consolidadas antes do evento morte e não
pagas e contribuinte em relação aos fatos geradores de débitos que ocorrerem após a
abertura da sucessão, mas antes da partilha.
8
No caso de hasta pública o arrematante só se torna responsável pelo preço que oferece, mesmo que existam débitos tributária
referentes ao imóvel arrematado. “A arrematação tem o efeito de extinguir os ônus que incidem sobre o bem imóvel arrematado,
passando este ao arrematante livre e desembaraçado dos encargos tributários “STJ, 4ª Turma, RESP 166975/SP). “Se o preço
alcançado na arrematação em hasta pública não for suficiente para cobrir o débito tributário, nem por isso o arrematante fica
responsável pelo eventual saldo”. (Bernardo Ribeiro de Moraes, Compêndio de Direito Tributário).
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-Cuidado! O espólio, inventariante, sucessor e cônjuge respondem pelos tributos. Mas respondem tb pela
multa? Ver Resp 295.222 na expressão “créditos tributários” estão incluídas as multas moratórias!!
-Artigo 132, “a pessoa jurídica de direito privado que resultar de fusão, transformação ou incorporação
de outra ou em outra é responsável pelos tributos devidos até a data do ato pelas pessoas jurídicas de
direito privado fusionadas, transformadas ou incorporadas”.
OBS: o art. 132 não fala em cisão! A maioria entende que embora o CTN não preveja o art. 233 da
Lei 6404 (LSA) estabelece que as empresas que resultam da cisão são solidariamente responsáveis
pelos débitos devidos pela empresa cindida. Ou seja, o fundamento legal para a responsabilidade na
cisão vem da LSA. Atenção: a LSA diz que é possível que no procedimento de cisão se estabeleça que
essas empresas que resultam da cisão não sejam responsáveis solidarias pelas dívidas da cindida. A
doutrina diz que ainda que haja previsão de exoneração da responsabilidade, não há como afastar tal
responsabilidade porque um pacto particular não pode afastar a responsabilidade tributária nos termos
do art. 123 do CTN. Mais uma conseqüência: só se aplica a cisão após 76, quando entrou em vigor a
Lei 6404/76.
-Art. 132, §Ú – se ocorrer a extinção da PJ, mas a atividade continuar na figura de um de seus sócios –
essa nova PJ será também responsável pelos tributos devidos pela PJ extinta.
“Os arts. 132 e 133 do CTN impõem ao sucessor a responsabilidade integral, tanto pelos eventuais
tributos devidos quanto pela multa decorrente, seja ela de caráter moratório ou punitivo. A multa
aplicada antes da sucessão se incorpora ao patrimônio do contribuinte, podendo ser exigida do
sucessor, sendo que, em qualquer hipótese, o sucedido permanece como responsável. É devida,
pois, a multa, sem se fazer distinção se é de caráter moratório ou punitivo; é ela imposição
decorrente do não-pagamento do tributo na época do vencimento. Na expressão “créditos
tributários” estão incluídas as multas moratórias. A empresa, quando chamada na qualidade de
sucessora tributária, é responsável pelo tributo declarado pela sucedida e não pago no vencimento,
incluindo-se o valor da multa moratória”. REsp 1017186 / SC 2007/0303974-3
-Artigo 133 “a pessoa natural ou jurídica de direito privado que adquirir de outra, por qualquer título,
fundo de comércio ou estabelecimento comercial, industrial ou profissional, e continuar a respectiva
exploração, sob a mesma ou outra razão social ou sob firma ou nome individual, responde pelos tributos,
relativos ao fundo ou estabelecimento adquirido, devidos até a data do ato: i – integralmente, se o
alienante cessar a exploração do comércio, indústria ou atividade; ii – subsidiariamente com o alienante,
se este prosseguir na exploração ou iniciar dentro de seis meses a contar da data da alienação, nova
atividade no mesmo ou em outro ramo de comércio, indústria ou profissão”.
- Art. 133 – Trata da hipótese de aquisição de estabelecimento comercial ou fundo de comércio.
- Só para aquisição e não para locação.
- Só a aquisição não é suficiente. Deve haver a aquisição + continuidade da exploração =
responsabilidade do adquirente pelos tributos devidos pelo estabelecimento comercial ou fundo de
comércio.
-Para o adquirente ser responsável, basta que ele permaneça na atividade. Mas essa responsabilidade
acontece em que limites? Deve-se olhar para o alienante. Se o alienante cessar toda a atividade, o
adquirente tem responsabilidade integral; se o alienante iniciar nos últimos 6 meses ou continuar a
exploração da atividade econômica9.
- A responsabilidade do adquirente pode ser:
a) Integral – no caso do alienante cessar toda e qualquer atividade econômica.
b) Subsidiária – alienante + adquirente se aquele iniciar em 6 meses nova atividade econômica ou
continuar alguma exploração. Há benefício de ordem: primeiro responde o alienante e depois o
adquirente.
OBS: LC 118 - Flexibilização do art. 133 – alienação judicial em processo de falência ou recuperação
judicial.
- Art. 133, p1 – exclusão da responsabilidade do adquirente em processos de falência ou recuperação
judicial.
- Art. 133, p2 – não se exclui (exceção da exceção) caso o adquirente seja: sócio da sociedade falida,
parente ou outrem identificado como agente do falido.
ATENÇÃO!!! O dinheiro não vai ser utilizado para o pagamento de créditos tributários, mas sim para
pagamento de créditos extraconcursais e dos demais que o preferem ao tributário.
§ 3o Em processo da falência, o produto da alienação judicial de empresa, filial ou unidade produtiva
isolada permanecerá em conta de depósito à disposição do juízo de falência pelo prazo de 1 (um) ano,
contado da data de alienação, somente podendo ser utilizado para o pagamento de créditos
extraconcursais ou de créditos que preferem ao tributário.
b) RESPONSABILIDADE DE TERCEIROS
-Fundamenta-se no dever de zelo que certas pessoas devem ter para com o patrimônio de outrem. Os
responsáveis, nessa modalidade, o são exatamente porque se mostram como gestores da vida
patrimonial de certos contribuintes. Por isso o CTN impõe, mediante certas circunstâncias, a esses
gestores, a responsabilidade pelo pagamento dos tributos devidos em relação aos atos praticados sob sua
gerência ou supervisão.
9
Atenção: em relação ao alienante não importa a atividade econômica que restabeleça. Basta ele continuar a exercer atividade
econômica o ter parado e retomado o exercício em até 6 meses que ele será responsável, independentemente da atividade econômica,
seja do mesmo ramo ou não!!! Mesmo que explore em sociedade sem regularidade na constituição.
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V - o síndico e o comissário, pelos tributos devidos pela massa falida ou pelo concordatário;
VI - os tabeliães, escrivães e demais serventuários de ofício, pelos tributos devidos sobre os atos
praticados por eles, ou perante eles, em razão do seu ofício;
VII - os sócios, no caso de liquidação de sociedade de pessoas.
Parágrafo único. O disposto neste artigo só se aplica, em matéria de penalidades, às de caráter
moratório.
-Solidariedade – art. 124 do CTN - ou decorre da lei (solidariedade de direito) ou quando duas ou mais
pessoas tenham interesse comum na realização do FG (solidariedade de fato)10. Só que o CTN estabelece
no art. 134 um benefício de ordem. A doutrina e jurisprudência, então, entendem que não é caso de
solidariedade, mas de subsidiariedade.
-Têm-se, assim, as seguintes condições:
I) Impossibilidade de exigir-se a dívida sobre o contribuinte;
II) Que o respectivo responsável tenha colaborado para o não pagamento, mediante ato seu, ou
tenha se omitido de providência que lhe seria exigível.
-Art. 135: Trata-se de exemplo de responsabilidade pessoal. É exemplo de substituição tributária, eis
que, havendo ato com excesso de poder, o dever de adimplir o tributo recai, desde logo, de forma
pessoal, sobre o responsável, no caso de sócio gerente.
-Art. 135. São pessoalmente responsáveis pelos créditos correspondentes a obrigações tributárias
resultantes de atos praticados com excesso de poderes ou infração de lei, contrato social ou estatutos:
I - as pessoas referidas no artigo anterior;
II - os mandatários, prepostos e empregados;
III - os diretores, gerentes ou representantes de pessoas jurídicas de direito privado.
-A pessoalidade dessa responsabilidade decorre da infração da norma. No direito tributário, em regra, a
responsabilidade por infração é objetiva, independendo da vontade dos agentes.
▪ O não requerimento de autofalência também não é, em tese, causa apta a provocar o redirecionamento.
10
Não é possível falar em solidariedade de fato entre responsável e contribuinte porque aquele não tem interesse no FG. Só pode
haver solidariedade de fato entre contribuintes (pq tem interesse comum).
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▪ A dissolução irregular – quando comprovada pela existência de certidão do oficial de justiça atestando
que a empresa não funciona mais no local indicado – é fato apto a ensejar o redirecionamento da
execução.
-Se ficar claro nos autos do processo que há indícios de dissolução irregular, esses indícios permitem, em
um primeiro momento, o redirecionamento da execução fiscal. Esse indício, diz o STJ, é a certidão do
oficial de justiça11 atestando que não mais funciona naquele local. Chama-se o sócio gerente e se este
puder demonstrar que não houve dissolução irregular ou que não comunicou o novo endereço por uma
razão forte, o seu patrimônio não será atingido. Inverte-se o ônus – cabe ao sócio demonstrar que não
houve dissolução irregular.
-A dissolução irregular, portanto, constitui infração à lei e, por isso, permite o redirecionamento da
execução fiscal.
PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO – EXECUÇÃO FISCAL – REDIRECIONAMENTO–
RESPONSABILIZAÇÃO PESSOAL DO SÓCIO-GERENTE DA EMPRESA – INDEVIDA APLICAÇÃO DA
SÚMULA 7/STJ – DISSOLUÇÃO IRREGULAR – PRESUNÇÃO. 1. Acórdão recorrido que deixou consignado
que o Oficial de Justiça, ao dirigir-se ao estabelecimento, verificou que a empresa não mais funcionava
normalmente. Contudo, entendeu que o fato não era suficiente a demonstrar que houve dissolução
irregular da executada. 2. Hipótese em que cabe a valoração da prova, o que afasta a incidência da
Súmula 7/STJ, considerando inexistir controvérsia de natureza fática, mas situa-se a discussão nas
conseqüências jurídicas advindas desses fatos incontroversos. 3. O STJ tem se posicionado no sentido
de que a empresa que deixa de funcionar no endereço indicado no contrato social arquivado na junta
comercial, desaparecendo sem deixar nova direção, é presumivelmente considerada como desativada
ou irregularmente extinta. Em matéria de responsabilidade dos sócios de sociedade limitada, é
necessário fazer a distinção entre empresa que se dissolve irregularmente daquela que continua a
funcionar. 6. Em se tratando de sociedade que se extingue irregularmente, impõe-se a
responsabilidade tributária do sócio-gerente, autorizando-se o redirecionamento, cabendo ao sócio-
gerente provar não ter agido com dolo, culpa, fraude ou excesso de poder. 7. Imposição da
responsabilidade solidária. 8. Agravo regimental provido. Agravo de instrumento provido para conhecer
do especial e dar-lhe provimento. (AgRg no Ag 905343 – Eliana Calmon - 20/11/2007)
▪ Ônus da prova
-Cabe ao exeqüente demonstrar que ocorreu uma das hipóteses autorizativas do art. 135 do CTN.
-Se a execução foi manejada só contra a PJ e depois tenta-se colocar o sócio-gerente, isso caracteriza
redirecionamento – nesse caso o ônus de demonstrar infração ao art. 135 é do exeqüente.
-Se o nome do sócio constar desde o inicio na CDA e a execução ser manejada contra ambos, inverte-se o
ônus da prova, cabendo ao sócio-gerente afastar a sua responsabilidade. Isto porque a CDA tem
presunção relativa de liquidez e certeza, cabendo ao executado afastar tal presunção.
TRIBUTÁRIO – EXECUÇÃO FISCAL – REDIRECIONAMENTO – RESPONSABILIDADE DO SÓCIO-
GERENTE – DISSOLUÇÃO IRREGULAR DA SOCIEDADE NÃO CONFIGURADA - ART. 135 DO CTN – CDA
– ÔNUS DA PROVA. 1. O sócio deve responder pelos débitos fiscais do período em que exerceu a
administração da sociedade apenas se ficar provado que agiu com dolo ou fraude, e exista prova de
que a sociedade, em razão de dificuldade econômica decorrente desse ato, não pôde cumprir o débito
fiscal, ou ainda, que tenha havido dissolução irregular da sociedade. 3. Ademais, consagra-se a
presunção juris tantum de liquidez e certeza da certidão da dívida ativa. A Primeira Seção assentou
entendimento segundo o qual: se a execução fiscal foi promovida apenas contra a pessoa
jurídica e, posteriormente, foi redirecionada contra sócio-gerente cujo nome não consta da
Certidão de Dívida Ativa, cabe ao Fisco comprovar que o sócio agiu com excesso de poderes
ou infração de lei, contrato social ou estatuto, nos termos do art. 135 do CTN, o que não
11
Dela decorrem duas conseqüências: funciona como indício da dissolução irregular e inverte o ônus da prova.
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houve no presente caso. Agravo regimental improvido. AgRg no REsp 961846 - 02/10/2007 –
Humberto Martins.
OBS: A Lei 8620/93 – trata da responsabilidade dos sócios pelos débitos relativos à contribuições
previdenciárias devidas pelas PJ.
Art. 13 – os sócios respondem solidariamente com seus bens pessoais pelos débitos junto à seguridade
social.
- Os acionistas controladores, gerentes e diretores – se houver dolo – é solidária e subsidiária.
- Esse tema chegou no STJ, que decidiu: este dispositivo não deve ser aplicado pq se trata de uma lei
ordinária ampliando hipótese do CTN e, como vimos, só pode LC.
- Resp 717717 – inteiramente desprovidas de validade tal disposição ou de qualquer outra lei ordinária q
eu indevidamente pretendam alargar tais responsabilidades – o art. 146, II diz que só por LC.
- O STF – dez de 2007 – RE 567.932 – foi reconhecida a repercussão geral desse dispositivo mas não há
ainda posicionamento.
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Art. 136. Salvo disposição de lei em contrário, a responsabilidade por infrações da legislação
tributária independe da intenção do agente ou do responsável e da efetividade, natureza e extensão dos
efeitos do ato.
REGRA GERAL: A RESPONSABILIZAÇÃO PELO DESCUMPRIMENTO DE OBRIGAÇÕES É OBJETIVA (BASTA A
VERIFICAÇÃO DA PRÁTICA DA INFRAÇÃO E DA RESPECTIVA AUTORIA)
Requisitos:
1. Precisa ser pagamento do valor integral acrescido de correção monetária e juros de mora.
2. Pagamento deve ocorrer antes do início do procedimento de fiscalização relacionado com aquele
tributo. Ex.: Sofrendo fiscalização do IR não pode mais denunciar o IR porque faltaria a espontaneidade,
precisa da inexistência de procedimento de fiscalização, mas nada impede que denuncie débito sobre
COFINS.
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Questões jurisprudenciais:
-Não existe uma forma especifica de denunciação, o único requisito é que o pagamento se dê de forma
integral.
-Precisa pagar juros de mora, mera compensação da não utilização do valor, não é penalidade, e
correção monetária. Se o SP parcela o débito, no parcelamento o SP paga correção monetária, juros e
multa, não está denunciando porque o pagamento nesse caso não é integral.
- Se paga valor integral com juros e correção, deve ser afastada a imposição de penalidades. Existem as
multas punitivas e as multas moratórias. Para o STJ se as duas são sanções, com a denúncia espontânea
devem ser afastadas todas as situações de sanção. Não incidirá qualquer dessas multas.
- Tributos sujeitos a lançamento por homologação não cabe denúncia espontânea porque o SP já declarou
o débito, a autoridade já sabe da existência daquele crédito, faltando o requisito espontaneidade. Ver
Súmula 360 STJ, em relação aos valores declarados e pagos a destempo.
Art. 138. A responsabilidade é excluída pela denúncia espontânea da infração, acompanhada, se for o
caso, do pagamento do tributo devido e dos juros de mora, ou do depósito da importância arbitrada pela
autoridade administrativa, quando o montante do tributo dependa de apuração.
Parágrafo único. Não se considera espontânea a denúncia apresentada após o início de qualquer
procedimento administrativo ou medida de fiscalização, relacionados com a infração.
CRÉDITO TRIBUTÁRIO
Art. 139. O crédito tributário decorre da obrigação principal e tem a mesma natureza desta.
Art. 140. As circunstâncias que modificam o crédito tributário, sua extensão ou seus efeitos, ou as
garantias ou os privilégios a ele atribuídos, ou que excluem sua exigibilidade não afetam a obrigação
tributária que lhe deu origem.
Art. 141. O crédito tributário regularmente constituído somente se modifica ou extingue, ou tem sua
exigibilidade suspensa ou excluída, nos casos previstos nesta Lei, fora dos quais não podem ser
dispensadas, sob pena de responsabilidade funcional na forma da lei, a sua efetivação ou as respectivas
garantias.
LANÇAMENTO
-Procedimento através do qual a autoridade competente verifica que houve o FG, que esse FG deu origem
a uma OT e quantifica essa OT, definindo a matéria coletável (dizendo qual a BC e a AL) e constituindo o
crédito tributário.
-Lançamento tem a função de individualizar a relação tributária, quantificando a OT.
Art. 142. Compete privativamente à autoridade administrativa constituir o crédito tributário pelo
lançamento, assim entendido o procedimento administrativo tendente a verificar a ocorrência do fato
gerador da obrigação correspondente, determinar a matéria tributável, calcular o montante do tributo
devido, identificar o sujeito passivo e, sendo caso, propor a aplicação da penalidade cabível.
Parágrafo único. A atividade administrativa de lançamento é vinculada e obrigatória, sob pena de
responsabilidade funcional.
-Esse ato é vinculado – se a autoridade competente verificar que houve FG, ela tem o dever de constituir
o CT.
-Esse procedimento só pode ser feito via lançamento pela autoridade competente. Só a autoridade
competente lança. Ninguém, além dela pode realizar lançamento. O sujeito passivo nunca realiza
lançamento – pq o CTN diz que o lançamento é ato privativo da autoridade administrativa. É possível que
o SP constitua o CT por outros meios que não o lançamento. Esse procedimento, embora constitua o CT,
não se trata de lançamento. Assim, não é só através do lançamento que se constitui o CT – o que o art.
142 diz é que quando competir à autoridade constituir o CT, ela só poderá fazê-lo por lançamento.
-Natureza jurídica do lançamento: alguns dizem que o art. 142 optou pela natureza jurídica constitutiva A
maioria dos autores diz que, na verdade, o lançamento tem natureza mista: declara a OT e constitui o CT.
-No que concerne às normas materiais (relacionadas à substância do lançamento - FG), o lançamento se
reporta à data da ocorrência do FG.
-As normas procedimentais (norma relacionada à estrutura de lançar – prerrogativas, poderes) – amplia o
poder de fiscalização do Fisco. Pode ser aplicada mesmo que ela não existisse no momento da ocorrência
do FG.
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-Atenção com o fim do §1° do art. 144 – não se aplica se essa norma nova gerar uma responsabilidade
tributária a terceiros que não tinham responsabilidade. Só que responsabilidade não é norma
procedimental, mas material e, lógico, não poderia ser aplicada a FG ocorrido antes.
-Tipos de lançamento
-Adota-se, como critério, para classificá-los, o grau de participação do sujeito passivo.
a) De ofício;
-O SP não participa do procedimento de lançamento. Todo o procedimento é feito pela autoridade
administrativa.
-Ex: IPTU, IPVA
STJ: A Seção reafirmou o entendimento de que é ato suficiente para a notificação do
lançamento tributário a remessa do carnê do IPTU ao endereço do contribuinte.
b) Por declaração;
-O grau de participação do SP começa a aumentar.
-Para a autoridade lançar, ela deve ter acesso a uma matéria de fato que só o SP pode fornecer e,
por isso, que o SP deve participar. Sua participação consiste apenas nisso: fornecer a matéria de
fato.
-Ex: IE sobre bagagens, ITR no primeiro lançamento;
c) Por homologação.
-A participação do SP é muito grande – ele faz quase tudo que faria a autoridade competente.
-No lançamento por homologação o SP efetua o pagamento por antecipação. Por isso, alguns
autores chamam esse lançamento de autolançamento4.
-Ao final do processo de lançamento a autoridade competente deve homologar o pagamento. Em
regra o prazo para homologação é de 5 anos.
-Feito o pgto antecipado, abre-se um prazo para que autoridade competente homologue ou não o
pagamento. O pgto antecipado é feito sob condição resolutória da posterior homologação, salvo
disposição de lei em contrário.
Cespe – Juiz Federal – 5° Região - “Uma lei de PE determinou que feito o pgto antecipado no âmbito do
ICMS, o Estado de PE tem o prazo de 10 anos para homologar o pgto – essa lei viola dispositivo do CTN”.
Assertiva falsa, porque o prazo de 5 anos é supletivo, só vigorando quando a legislacao do ente
competente não estabelecer prazo diferenciado.
1
É o nome dado à defesa na primeira instância administrativa – A impugnação é analisada pela Delegacia Regional de Julgamento da
Receita Federal. Se entender que a impugnação procede, altera-se o lançamento Se entender improcedente, há a possibilidade de o
contribuinte entrar com um recurso voluntário para o Conselho Federal de Recursos Fiscais (CFRF).
2
É como se fosse a remessa necessária. Quando a DRJ julga a impugnação, se a DRJ der provimento à impugnação, o julgador deve
submeter sua decisão à 2° instância administrativa via recurso de ofício.
3
Ex: houve um lançamento - notificação do lançamento – prazo de 30 dias para apresentar impugnação. Se apresentar no 31° dia –
intempestiva – a DRJ não analisará o mérito. Pode acontecer de o julgador, ao pegar essa impugnação, verificar que, mesmo estando
intempestiva, o lançamento padece de nulidade. Ele pode, então, por sua iniciativa, revisar o lançamento.
4
Só que isso é um equívoco – pq o lançamento é ato privativo da autoridade competente.
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24/04/09
DECADÊNCIA
ESQUEMA GERAL (não aplicável aos tributos sujeitos a lançamento por homologação):
-O prazo que a autoridade tem para efetuar lançamento é de 5 anos sempre. Mas esse prazo é contado a
partir de 4 momentos diferentes (art. 173, I, II, §Ú e art. 150, §4°:
a) Art. 173, I – do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido
efetuado;
-É a regra geral e só se aplica se não for o caso das três hipóteses vistas abaixo.
- Fundamento: prazo razoável para que o Fisco tomasse conhecimento do fato gerador.
- Em regra, aplica-se ao lançamento de oficio e ao por declaração. Pode ser aplicado também no
caso de tributos sujeitos a lançamento por homologação (TSLH) que não tenha havido pagamento
antecipado.
“Lançamento poderia ter sido efetuado” – dá a idéia do dever do fisco de lançar. O “poderia”
seria um poder-dever.
b) Art. 173, II – da decisão que anula por vício formal o lançamento anteriormente efetuado;
-Ex: FG em jan/09 – decadência começaria a correr em 01/01/10 – lançamento feito dentro do
prazo (em fev/12) – autoridade competente notifica o SP do lançamento – recebendo essa
notificação, o SP resolve impugnar – A DRJ nega provimento e ele apresenta recurso – em 2016 o
CFRF julgou o recurso e disse que o tributo foi lançado por autoridade incompetente e o recurso
deve ser provido, anulando o lançamento – dessa decisão que anula o lançamento pela constatação
que houve vício formal surge o prazo de decadência de 5 anos – ou seja, pode-se efetuar outro
lançamento.
-OBS: normalmente os prazos de decadência não se suspendem nem interrompem. Luciano Amaro
defende que o CTN, de forma inadequada, estabeleceu uma hipótese de suspensão e interrupção do
prazo decadencial. Essa posição dele tem sido cobrada no CESPE!!!
-Como pode o sistema estabelecer que a decadência já ocorrida extingue o crédito e, depois, com a
anulação por vicio formal, pode-se lançar o que já estava extinto? Então ele diz que só há uma
forma de conceber que ele aconteça. Deve-se conceber que nesse período que o recurso foi
apresentado pelo SP até o seu julgamento o prazo de decadência não está correndo, ou seja, o
recurso suspende o prazo de decadência enquanto pendente de análise. Suspensão
-Luciano Amaro:
“o dispositivo consiste num dislate. De um lado, a um só tempo, introduz, para o arrepio da doutrina,
causa de interrupção e suspensão do prazo decadencial (suspensão porque o prazo não flui na
pendência do processo em que se discute a nulidade do lançamento, e interrupção porque o prazo
recomeça a correr do início e não da marca já atingida no momento em que ocorreu o lançamento
nulo. De outro, o dispositivo é de uma irracionalidade gritante. Quando muito, o sujeito ativo poderia
ter a devolução do prazo que faltava quando foi praticado o ato nulo. Ou seja, se faltava um ano para
a consumação da decadência, e é realizado um lançamento nulo, admita-se até que, enquanto se
discute esse lançamento, o prazo fique suspenso, mas, resolvida a pendenga formal, não faz nenhum
sentido dar ao sujeito ativo um novo prazo de cinco anos, inteirinho, como prêmio por ter praticado
um ato nulo”.
c) Art. 173, §Ú – se entre o FG e o primeiro dia do exercício subseqüente acontece alguma notificação
do SP de uma medida preparatória para o lançamento, essa notificação tem o efeito de antecipar o
início da contagem do prazo de decadência.
-Atenção: essa regra só serve para antecipar o inicio da contagem. Caso tenha chegado o primeiro
dia do exercício subseqüente, não há aplicação desse dispositivo, pq o prazo já começou a correr
pela regra geral.
-Ex: FG em 01/01/09 – decadência começaria a correr a partir de 01/01/10 - SP é notificado para
apresentar livros fiscais em abril/09 – começa a correr em abril/09. Se a notificação se der em
jul/09 (depois de 01/01/09), não se antecipa o prazo pq ele já está correndo pela regra geral.
PRESCRIÇÃO
-Prazo que o CTN estabelece para que a autoridade competente ajuíze a ação executiva e cobre o crédito
já constituído.
-O prazo é de 5 anos, contados, nos termos do art. 174 do CTN, da constituição definitiva do crédito
(significa o fim do processo administrativo)
-Causas que interrompem o fluxo da prescrição:
a) Despacho do juiz que ordena a citação;
b) Protesto judicial;
c) Qualquer medida, ainda que extrajudicial, que coloque o devedor em mora;
d) Confissão extrajudicial do devedor5.
-Súmula 106 do STJ – se a autoridade competente ajuizou a execução dentro do prazo, mas a citação do
executado demorou não pela culpa da autoridade, o exeqüente não pode ser responsabilizado pela
demora na citação do devedor.
OBS: CONSTITUIÇÃO DO CT PELO SP. O STJ criou uma tese no sentido de que quando o contribuinte
entrega declarações e ele reconhece que ele é devedor de determinado CT, essa entrega tem o mesmo condão
de constituir o crédito tributário que teria o lançamento. Quando o SP entrega, ele não estará lançando, mas
estará constituindo o CT, o que dispensa o Fisco da obrigação de lançar.
-Se houver entrega com pagamento antecipado total ou parcial, verifica-se uma situação interessante: O
Fisco terá cinco anos para homologar o valor do pagamento, nos termos do artigo 150, §4 e, se encontrar
divergências ao longo deste período, deverá lançar o valor não recolhido através de lançamento de ofício.
No entanto, em relação ao valor declarado (o importante é o valor declarado e não o efetivamente
recolhido) na DCTF ou GFIP (pago ou não), não haverá mais que se falar em prazo de decadência,
contando-se, desde lodo, o prazo prescricional previsto no artigo 174 do CTN. Verifica-se, portanto, que,
nestes casos, haverá transcurso conjunto de prazo de decadência e de prescrição. Prazo de decadência
em relação a valores não declarados na DCTF; que deverão ser objeto de lançamento de ofício. Prazo de
prescrição em relação aos valores declarados na DCTF.
-O entendimento é, pois, no sentido de que normalmente o lançamento por homologação não está sujeito
a decadência (em relação aos valores declarados), posto que, com o passar do prazo sem providência
administrativa, o lançamento se tem por perfeito e acabado. Entretanto, na linha adotada pela doutrina
majoritária – e pela jurisprudência do STJ – o transcurso do prazo para a homologação efetivamente
5
Ex: parcelamento
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extingue TÃO SOMENTE o direito de que se lancem eventuais diferenças entendidas devidas. O que decai,
na verdade, é o direito de a Administração Tributária lançar de oficio as diferenças apuradas, caso viesse
a deixar de homologar o lançamento.
-CONCLUSÃO: A entrega da DCTF constitui o crédito, correndo, a partir da entrega, prazo prescricional de
5 anos para que o Fisco execute os valores nela declarados, se não adimplidos. A entrega da DCTF não é
lançamento, vez que o lançamento tributário é, nos termos do artigo 142 do CTN, ato privativo da
autoridade fiscal. No entanto, o crédito tributário não é constituído apenas pelo lançamento, podendo o
ser por outros meios não privativos do Fisco, como é o caso da entrega.
-Esse entendimento do STJ gera um efeito muito relevante na contagem do prazo de decadencial.
-Ex: se o contribuinte declara e não paga – constitui o CT – não corre mais o prazo para decadência pq já
houve constituição, mesmo sem lançamento. Começa a correr o prazo para prescrição porque a
declaração constitui o CT de forma definitiva (pq não há que se falar em impugnação nesse caso - até pq
o próprio SP foi quem constituiu).
-Mas atenção: essa autoridade competente pode pegar essa declaração e chegar à conclusão que esse
contribuinte se equivocou. Se o Fisco encontra uma diferença não declarada – ele vai ter que lançar – a
pergunta é: a partir de que prazo? O Fisco vai ter que lançar essa ≠ no prazo para a regra do art. 173, I.
Ou seja: correm concomitantemente uma regra de decadência (em relação ao valor excedente não
declarada) e uma de prescrição (em relação ao valor já declarado).
-Em relação ao valor que já está declarado, mas não foi pago, a mera entrega Ada declaração, embora
não seja lançamento, já é mecanismo de constituição do CT. Em relação a eles corre desde logo a
prescrição. Mas a autoridade competente pode verificar que a autoridade competente houve declaração de
valores a menor e, por isso, precisam ser constituídos. Se o SP não constituiu, a autoridade competente
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constituirá através de lançamento. Em que prazo podem ser lançado esses valores. Eles pode ser
contados tanto do primeiro dia subseqüente ao que o lançamento poderia ser efetuado ou do FG. Deve-se
verificar, na pratica, se houve ou não houve prévio pgto.
1. Se não houve prévio pgto – não há como se dizer que vai abrir prazo para homologar – não se
pode aplicar a regra que é do FG, mas sim a regra geral (primeiro dia sub).
2. Havendo prévio pgto – abrirá prazo para homologar – opta-se pela regra do art. 150, §4° e, como
não se pode usar 2 regras de decadência, deve-se lançar essa ≠ no mesmo prazo.
Situação 1: Entrega declaração de 1000 e constitui – não recolhe nada – nesse caso fala-se em prescrição
quanto ao crédito constituído. Só que o fisco percebe que falta 500 (≠ não declarada). Esses 500 ainda
não foram constituídos e precisam ser lançados (e, por isso, corre decadência). Nesse caso, correrão
juntas uma regra de prescrição e uma de decadência. STJ diz que duas regras de decadência nunca
correm concomitantemente (as normas de decadência são excludentes).
Situação 2: Declara 1000 e paga os 1000. Não existe situação para correr prescrição, mas sim
decadência pq segue a regra geral do lançamento por homologação quando há pgto antecipado - art. 150,
§4°. Se o fisco perceber que falta 500 (≠ não declarada que precisa ser constituída). Esses 500 devem
ser lançados em 5 anos a contar do FG.
Situação 3: SP declara 1000 e paga 400 – Em relação a essa diferença não há que se falar em
lançamento pq já houve constituição, devendo, pois, correr a prescrição. Se o fisco concluir que há
valores não declarados (não constituídos), sendo o caso de a autoridade constituir via lançamento em 5
anos a contar do FG. Nesse caso, como não podem correr 2 prazos de decadência (o da diferença e o do
pgto efetuado).
Resumo: se houver qualquer tipo de pgto antecipado o lançamento de eventuais diferenças não
declaradas tem que se dar no prazo de 5 anos contados do FG. Mas se a declaração for entregue sem
nenhum pgto o lançamento de eventuais diferenças deverá ser feito no primeiro dia do exercício
subseqüente.
!!! STJ: esses 5 anos para cobrar o valor declarado mas não pago começa a contar na data da entrega da
declaração ou no vencimento do tributo? Da data do vencimento do tributo, pq antes do vencimento não
há efetiva exigibilidade. Esse entendimento funciona se o SP oferece a declaração no prazo certo e o
vencimento for posterior. Se o SP entrega com atraso (a destempo, depois que já houve o vencimento),
não há como contar do vencimento, pq este já passou – deve-se, então, começar a contar a prescrição do
dia em que houve a declaração.
-OBS: quando restar comprovado que no tributo sujeito a lançamento por homologação houve
dolo/fraude/simulação não se utiliza da regra do art. 150, §4° (a contar do FG). Nesse caso, aplica-se o
prazo do primeiro dia do exercício subseqüente, ampliando-se o prazo para a FP.
-PGM Recife - Nos tributos sujeitos à lançamento por homologação, é necessário notificar o SP antes da
inscrição do débito na dívida ativa?
-Depende. É necessário se houver lançamento.
-Em relação ao valor declarado, mas não pago, não é necessário notificar, porque não haverá
lançamento pq em relação a ele que já esta constituído.
-Mas se quiser cobrar valores que ele não constituiu, esses valores precisam ser lançados e,
conseqüentemente, notificados (pq quem está constituindo é a autoridade competente).
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-OBS: Súmula Vinculante n° 8 – Inconstitucionalidade dos art. 45 e 46 da Lei n° 8.212/91 – dizia que os
prazos decadencial e prescricional das contribuições sociais da seguridade social era de 10 anos (e não de
5).
-OBS: Art. 2°, §3° da LEF6 – diz que a inscrição em Dívida Ativa suspende a execução fiscal por 180 dias.
Esse dispositivo foi declarado inconstitucional pelo STJ por tratar, em lei ordinária, de
prescrição/decadência tributários, que só podem ser feito por LC. Atenção: aplica-se esse dispositivo em
relação a crédito de natureza não tributária.
3. Prescrição do Direito do Fisco ajuizar a ação executiva: artigo 174 do CTN: constituição
definitiva do crédito tributário.
- Tributos sujeitos a lançamento por homologação. JURISPRUDÊNCIA DO STJ: no caso dos tributos
sujeitos a lançamento por homologação, a entrega da DCTF constitui o crédito, contando-se de imediato o
prazo prescricional. Questão: qual o termo a quo da contagem do prazo prescricional? A data da entrega
da DCTF ou a data de vencimento da exação?
Processo
REsp 782770 / PR ; RECURSO ESPECIAL
2005/0155447-3
Relator(a)
Ministro CASTRO MEIRA (1125)
Órgão Julgador
T2 - SEGUNDA TURMA
Data do Julgamento
20/10/2005
6
Já caiu em prova da PFN para defender sua constitucionalidade. O único argumento seria que a LEF foi editada em 1980 e, naquela
época, não precisava se tratar de prescrição e decadência tributários em LC, exigência que só surgiu com a CF 1988. Logo, esse
dispositivo deveria ser recepcionado pela nova ordem constitucional com status de LC. Lembre-se que o STJ já o disse
inconstitucional para cobrança de dívida tributária.
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Data da Publicação/Fonte
DJ 07.11.2005 p. 253
Ementa
TRIBUTÁRIO. OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA INFORMADA EM DECLARAÇÃO. DCTF.
DÉBITO DECLARADO E NÃO PAGO. PRESCRIÇÃO QUINQUENAL. TERMO INICIAL.
VENCIMENTO DA OBRIGAÇÃO.
1. Em se tratando de tributos lançados por homologação, ocorrendo a
declaração do contribuinte, por DCTF, e na falta de pagamento da
exação no vencimento, mostra-se incabível aguardar o decurso do
prazo decadencial para o lançamento. Tal declaração elide a
necessidade da constituição formal do débito pelo Fisco, podendo
este ser imediatamente inscrito em dívida ativa, tornando-se
exigível, independentemente de qualquer procedimento administrativo
ou de notificação ao contribuinte.
2. O termo inicial do lustro prescricional, em caso de tributo
declarado e não pago, não se inicia da declaração, mas da data
estabelecida como vencimento para o pagamento da obrigação
tributária constante da declaração. No interregno que medeia a
declaração e o vencimento, o valor declarado a título de tributo não
pode ser exigido pela Fazenda Pública, razão pela qual não corre o
prazo prescricional da pretensão de cobrança nesse período.
3. Recurso especial provido.
Processo
REsp 285192 / PR ; RECURSO ESPECIAL
2000/0111299-6
Relator(a)
Ministro JOÃO OTÁVIO DE NORONHA (1123)
Órgão Julgador
T2 - SEGUNDA TURMA
Data do Julgamento
04/10/2005
Data da Publicação/Fonte
DJ 07.11.2005 p. 174
Ementa
PROCESSO CIVIL. TRIBUTÁRIO. VIOLAÇÃO DO ART. 535, II, DO CPC.
NÃO-OCORRÊNCIA. DISSÍDIO PRETORIANO. HIPÓTESES FÁTICAS DIVERSAS.
FINSOCIAL. EXECUÇÃO FISCAL. DCTF. PRESCRIÇÃO.
1. Escorreito o decisório que rejeita os embargos de declaração
quando não há nenhum vício no acórdão embargado.
2. Não se conhece da divergência jurisprudencial nas hipóteses em
que os julgados dissidentes cuidam de situações fáticas diversas.
3. Nos tributos sujeitos a lançamento por homologação, considera-se
constituído o crédito tributário a partir do momento da declaração
realizada, que se dá por meio da entrega da Declaração de
Contribuições de Tributos Federais (DCTF). Precedentes.
4. A declaração do contribuinte elide a necessidade da constituição
formal do crédito tributário, sendo este exigível independentemente
de qualquer procedimento administrativo, de forma que, não sendo o
caso de homologação tácita, não se opera a incidência do instituto
da decadência (CTN, art. 150, § 4º), incidindo apenas prescrição nos
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Processo
AgRg nos EDcl no REsp 707918 / SC ; AGRAVO REGIMENTAL NOS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NO
RECURSO ESPECIAL
2004/0171969-0
Relator(a)
Ministro JOSÉ DELGADO (1105)
Órgão Julgador
T1 - PRIMEIRA TURMA
Data do Julgamento
23/08/2005
Data da Publicação/Fonte
DJ 12.09.2005 p. 238
Ementa
PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO. AGRAVO REGIMENTAL. EXECUÇÃO FISCAL.
LANÇAMENTO. DCTF. DÉBITO DECLARADO E NÃO PAGO. AUTO-LANÇAMENTO.
PRESCRIÇÃO. OCORRÊNCIA. PRECEDENTES.
1. Agravo regimental contra decisão que deu provimento ao recurso
especial da ora agravada.
2. “Considerando-se constituído o crédito tributário a partir do
momento da declaração realizada, mediante a entrega da Declaração de
Contribuições de Tributos Federais (DCTF), não há cogitar-se da
incidência do instituto da decadência, que retrata o prazo destinado
à 'constituição do crédito tributário', in casu, constituído pela
DCTF aceita pelo Fisco. Destarte, não sendo o caso de homologação
tácita, não se opera a incidência do instituto da decadência (artigo
150, § 4º, do CTN), incidindo a prescrição nos termos em que
delineados no artigo 174, do CTN, vale dizer: no qüinqüênio
subseqüente à constituição do crédito tributário, que, in casu, tem
seu termo inicial contado a partir do momento da declaração
realizada mediante a entrega da DCTF.” (REsp nº 389089/RS, 1ª Turma,
Rel. Min. Luiz Fux, DJ de 16/12/2002)
3. “A constituição definitiva do crédito tributário ocorre com o
lançamento regularmente notificado ao sujeito passivo. Em se
tratando de débito declarado pelo próprio contribuinte e não pago,
não tem lugar a homologação formal, sendo o mesmo exigível
independentemente de notificação prévia ou instauração de
procedimento administrativo.”(REsp nº 297885/SC, 1ª Turma, Rel. Min.
Garcia Vieira, DJ de 11/06/2001).
4. Nos tributos sujeitos a lançamento por homologação, a declaração
do contribuinte por meio da Declaração de Contribuições e Tributos
Federais - DCTF - elide a necessidade da constituição formal do
débito pelo Fisco.
5. Documentos constantes dos autos que são claros quanto à
consumação da prescrição. Não houve qualquer erro material por parte
da decisão embargada.
6. Há de se extinguir a execução fiscal se os débitos declarados e
não pagos , através da DCTF, estão atingidos pela prescrição.
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- inciso IV (por qualquer ato inequívoco, ainda que extrajudicial, que importe em reconhecimento do
débito pelo devedor. A questão do parcelamento. Importância na execução fiscal.
5. Questões correlatas:
5.1) No âmbito dos tributos sujeitos a lançamento por homologação, existindo depósito judicial/caução
em dinheiro para suspender a exigibilidade do crédito tributário, é necessário efetuar o lançamento para
fins de prevenção de decadência?
A 1ª Seção iniciou o julgamento do ERESP 615.303/PR, rel. Min. Castro Meira, onde se
discute se é necessário que o fisco efetue o lançamento de ofício, para fim de evitar a decadência, de
tributo sujeito a lançamento por homologação depositado em juízo com o escopo de suspender a
exigibilidade do crédito tributário. A Fazenda Nacional destacou em sua sustentação oral (Dr.
Cláudio Seefelder) que na hipótese de tributo sujeito a lançamento por homologação o
depósito judicial equivale ao próprio lançamento, não havendo que se falar em decadência
após o decurso do prazo qüinqüenal, mas sim em homologação tácita. Com efeito, apenas na
hipótese de eventual lançamento complementar é que se operaria a decadência, contada a partir do fato
gerador. Nesse sentido, citou lições doutrinárias de Leandro Paulsen e Sacha Calmon em defesa do
acórdão embargado da 1ª Turma, relatado pelo Ministro José Delgado. O Ministro Castro Meira (Relator),
no entanto, sustentou que o depósito judicial, mesmo na hipótese de tributo sujeito a lançamento por
homologação, apenas suspende a exigibilidade do crédito tributário, não impedindo o fisco de efetuar o
lançamento de ofício, sob pena de operar-se a decadência após o transcurso do prazo qüinqüenal.
Registrou, ainda, a existência de precedente da Seção de sua lavra bem como de diversos precedentes da
2ª Turma. Após, pediu vista a Ministra Denise Arruda.
5.2) Denúncia espontânea da infração. Espontaneidade da denúncia. Tributos sujeitos a lançamento por
homologação.
Com efeito, é entendimento assente no Superior Tribunal de Justiça que o contribuinte que
declara valores referentes a tributos sujeitos a lançamento por homologação via DCTF, mas não os
recolhe no prazo devido, não pode utilizar-se do benefício previsto pelo artigo 138 do CTN.
Código também faz referência (art. 134, par. Único). A denúncia espontânea é
instituto que tem como pressuposto básico e essencial o total desconhecimento do
Fisco quanto à existência do tributo denunciado. A simples iniciativa do Fisco de dar
início à investigação sobre a existência do tributo já elimina a espontaneidade (CTN,
art. 138, par. Único). Consequentemente, não há possibilidade lógica de haver
denúncia espontânea de créditos cuja existência já está formalizada (= créditos
tributários já constituídos) e, portanto, líquidos, certos e exigíveis. Em tais casos, o
recolhimento fora de prazo não é denúncia espontânea e, portanto, não afasta a
incidência de multa moratória”
No mesmo sentido, a Ministra Eliana Calmon aduziu, no AgRg nos Eresp n° 710558/MG que
“a Primeira Seção desta Corte realinhou a jurisprudência no sentido de que, em se tratando de tributo
sujeito a lançamento por homologação, declarado pelo contribuinte e recolhido em atraso, descabe o
benefício da denúncia espontânea, sendo legítima a cobrança de multa moratória”.
Os Ministros Luiz Fux, João Otávio de Noronha e Teori Albino Zavascki, no entanto,
divergiram da Ministra, aduzindo que o entendimento da Seção era no sentido de que o instituto da
denúncia espontânea não se aplicava somente na hipótese de o contribuinte declarar tributo sujeito a
lançamento por homologação e não efetuar o respectivo pagamento no devido prazo.
Todavia, na hipótese em que os valores não são declarados, não constam na DCTF, a
posterior declaração do contribuinte acompanhada do respectivo pagamento integral do tributo acrescido
de correção e juros, antes de qualquer ação do fisco, configuraria a denúncia espontânea, nos termos do
art. 138 do CTN. O julgamento deste leading case ainda não foi concluído pela 1ª Seção. O processo
encontra-se com pedido de vista do Ministro José Delgado.
Embora ainda não haja pronunciamento da 1ª Seção acerca da matéria, deve-se ressaltar
que, em diversos casos, a 1ª Turma do Tribunal vem acatando a possibilidade da denúncia espontânea
quando o valor recolhido pelo contribuinte, com juros e correção, não constava na DCTF. Nos autos do
AgRg no Resp n° 851381/RS, de Relatoria do Ministro Luiz Fux, julgado em 14/11/2006, a 1ª Turma do
STJ decidiu que “Não obstante, configura denúncia espontânea exoneradora da imposição de multa
moratória, o ato do contribuinte de efetuar o pagamento integral ao Fisco do débito principal, corrigido
monetariamente e acompanhado de juros moratórios, antes de iniciado qualquer procedimento fiscal com
o intuito de apurar, lançar ou cobrar o referido montante, tanto mais quando este débito resulta de tributo
sujeito a lançamento por homologação, que não fez parte de sua correspondente Declaração de
Contribuições e Tributos Federais”
- Se o contribuinte declara tributo sujeito a lançamento por homologação via DCTF, mas
não recolhe o valor devido no prazo estipulado, não pode fazer uso do benefício da denúncia espontânea,
vez que lhe falta um dos pressupostos de admissibilidade do benefício, qual seja a espontaneidade. A
entrega da DCTF ou de guia de recolhimento constitui o crédito, tornando o valor conhecido pelo Fisco;
1. O prazo previsto no artigo 168 do CTN é prazo para restituição de indébito tributário: Não se
aplica, portanto, às hipóteses de aproveitamento de créditos escriturais, tais como os créditos de
IPI no caso de insumos isentos ou, ainda, o crédito-prêmio de IPI previsto no artigo 1° do Decreto
n° 491/69. Nestes casos, aplica-se o prazo qüinqüenal do Decreto n° 20310/32.
2. Segundo a doutrina majoritária, o prazo do artigo 168 é prazo de decadência para o pleito
administrativo e prazo de prescrição para o pleito judicial.
3. Posição inicial do STJ: tese dos cinco mais cinco. Nos tributos sujeitos a lançamento por
homologação, o prazo para ajuizamento da ação de restituição é de cinco anos, contados da
homologação tácita prevista no artigo 150, §4°, do CTN. Interpretação equivocada do dispositivo.
Superveniência da LC 118/05. Lei interpretativa?
Para chegar a esta conclusão, o Superior Tribunal de Justiça partiu dos seguintes
pressupostos: (a) o conteúdo da norma jurídica não é o que lhe é conferido pela doutrina ou pelo próprio
legislador, mas sim o que lhe é conferido pelo poder judiciário; (b) cabe ao STJ, por expressa previsão
constitucional, interpretar a legislação infraconstitucional, preservando a unidade do sistema.
Com base nessas premissas, a Colenda Corte assentou que “ainda que defensável a
interpretação dada, não há como negar que a lei inovou no plano normativo, pois retirou das disposições
normativas interpretadas um dos seus sentidos possíveis, justamente aquele tido como correto pelo STJ,
intérprete e guardião da legislação federal. Ser, como se disse, a norma é aquilo que o Judiciário, como
seu intérprete, diz que é, não pode ser considerada simplesmente interpretativa a lei que dá a ela outro
significado”. (Resp n° 672962/CE, Relator Ministro Teori Zavascki)
Abaixo, trazemos trecho do voto-vista do Ministro Castro Meira, que bem sintetiza a posição
da Corte:
“A discussão dos autos envolve as novas regras tributárias previstas na LC n.º 118/05,
especificamente, o artigo 3º, que reduziu de dez para cinco anos o prazo de que
dispõem os contribuintes para pleitear a repetição de tributos pagos a maior, e o
artigo 4º, que atribuiu à norma anterior caráter interpretativo. Questiona-se, neste
momento: a) se a regra do art. 3º da LC n.º 118/05 tem ou não natureza
interpretativa e b) se é possível dar ao art. 4º da mesma Lei interpretação conforme a
Constituição ou, ao revés, se é necessário declará-lo inconstitucional, já que o efeito
retroativo ali consignado é contrário aos princípios da segurança jurídica, da não-
surpresa do contribuinte e da separação dos Poderes.
(...)
Há mais de uma década, instaurou-se controvérsia neste Superior Tribunal de Justiça
sobre o termo inicial do prazo para a repetição do indébito no caso de "homologação
tácita" do pagamento do tributo. Ao longo desses dez anos, firmaram-se algumas
correntes doutrinárias na jurisprudência da Corte. A primeira, capitaneada pelos
professores Alberto Xavier e Marco Aurélio Greco, afirma que o prazo para se pleitear
a restituição do que foi pago a maior seria de 5 anos contados do pagamento
antecipado pelo contribuinte. É a teoria da actio nata, à qual também me filiei quando
ainda Juiz Federal no TRF da 5ª Região e que na Corte encontra a adesão dos
Ministros Teori Zavascki e Franciulli Netto. A segunda corrente, sustentada pelos
professores Sacha Calmon, Paulo de Barros Carvalho e Hugo de Brito Machado, afirma
que o termo inicial para contagem do prazo, no caso de tributos sujeitos a lançamento
por homologação, coincide com a data da extinção do crédito tributário, que ocorre
não com o pagamento antecipado, mas com a homologação, expressa ou tácita, desse
pagamento. Essa corrente ficou conhecida como a tese dos "cinco mais cinco" ou da
prescrição decenal, já que a Fazenda Pública dificilmente homologa o pagamento
efetuado pelo contribuinte. Considera extinto o crédito tributário cinco anos após a
ocorrência do fato gerador (homologação tácita), a partir de quando começa a contar
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o prazo de cinco anos para a repetição do indébito. Assim, o prazo de cinco anos para
exercer o direito de pedir a restituição tem como dies a quo justamente o dies ad
quem da Fazenda Pública para homologar o crédito a ser restituído. O Superior
Tribunal de Justiça adotou, inicialmente, a teoria da actio nata, evoluindo, tempos
depois, para a tese dos "cinco mais cinco". Posteriormente, uma terceira corrente
surgiu no STJ, fixando novo termo inicial para a ação de repetição do indébito
tributário em casos de controle de constitucionalidade. Assim, na repetição de tributo
lançado por homologação não declarado inconstitucional pelo Supremo, aplicava-se a
tese dos "cinco mais cinco"; já para os tributos declarados inconstitucionais, o termo
inicial da prescrição era: a) a data da publicação da Resolução do Senado Federal na
hipótese de controle difuso de constitucionalidade e b) a data do trânsito em julgado
da ação direta que conclui pela inconstitucionalidade do tributo.
A Primeira Seção, em 24.03.04, no julgamento dos Embargos de Divergência
435.835/SC, consagrou o entendimento de que a "sistemática dos cinco mais cinco"
também se aplica em caso de tributo declarado inconstitucional pelo STF, mesmo que
tenha havido Resolução do Senado nos termos do art. 52, X, da Constituição Federal.
Assim, adotou-se critério único para a
contagem do prazo prescricional dos tributos sujeitos a lançamento por homologação,
afastando a insegurança jurídica que reinava entre os contribuintes. Quando a questão
parecia definitivamente equacionada, veio à baila a LC n.º 118/05, instaurando nova
controvérsia. O art. 3º altera toda construção jurisprudencial relativa ao prazo para a
recuperação de tributos sujeitos a homologação, retornando à teoria da actio nata,
que conta o prazo de cinco anos a partir do pagamento antecipado pelo contribuinte.
A discussão sobre a chamada interpretação autêntica já mereceu inúmeras
manifestações doutrinárias. A Controvérsia não se resume à existência em nosso
ordenamento jurídico de leis exclusivamente interpretativas, como também ao seu
efeito retroativo. Para Carlos Maximiliano, a interpretação autêntica "arranha o
princípio de Montesquieu", já que "transforma o legislador em juiz; aquele toma
conhecimento de casos concretos e procura resolvê-los por meio de uma disposição
geral". Segundo o autor, "se a lei tem defeitos de forma, é obscura, imprecisa, faça-se
outra com o caráter franco de disposição nova" (Hermenêutica a Aplicação do Direito,
18ª ed., Forense, 1999, pp. 93-94). Para o Ministro Carlos Veloso, "(...) se a lei se diz
interpretativa e nada acrescenta, nada inova, ela não vale nada. Se inova, ela vale
como lei nova, sujeita ao princípio da irretroatividade. Se diz ela que retroage, incorre
em inconstitucionalidade e, por isso, nada vale" (O Princípio da Irretroatividade da Lei
Tributária in Revista Trimestral de Direito Público n.º 15/1996, Malheiros, p. 20). No
mesmo sentido, Luciano Amaro considera a lei interpretativa inútil, pois, se der ao
preceito interpretado o mesmo sentido acatado pelo Judiciário, será inócua e, se der
interpretação em sentido distinto, será inoperante por ser retroativa e usurpar a
função jurisdicional (Direito Tributário Brasileiro, 9ª ed., Saraiva, 2003, p. 197).
(....)
O Supremo Tribunal Federal, em sua composição plenária, já teve oportunidade de
declarar que a lei interpretativa é compatível com o ordenamento constitucional e não
usurpa as atribuições institucionais do Judiciário nem afeta o princípio da separação
funcional dos Poderes. Reconheceu, também, que a Constituição não impede que o
Estado prescreva leis retroativas, vedando apenas que o efeito retroativo dos atos
emanados do Poder Público vulnere a coisa julgada, o ato jurídico perfeito e o direito
adquirido. Do voto de Sua Excelência o Ministro Celso de Mello, no julgamento da ADI
MC n.º 605/DF, destaca-se o seguinte fragmento: "(...) As leis interpretativas - desde
que reconhecida a sua existência em nosso sistema de direito positivo - não traduzem
usurpação das atribuições institucionais do Judiciário e, em conseqüência, não
ofendem o postulado fundamental da divisão funcional do poder.
Mesmo as leis interpretativas expõem-se ao exame e a interpretação dos juízes e
tribunais. Não se revelam, assim, espécies normativas imunes ao controle
jurisdicional.
(...)
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Assim, há de se concluir que não são todos os indébitos que estão sujeitos aos
ditames da LC 118/05. A determinação da incidência ou não incidência da lei depende, tão somente, da
data do ajuizamento da ação, em nada importando o momento do pagamento indevido. Desta forma,
ações propostas antes de 9 de junho de 2005 serão regidas pela tese decenal, ao passo que as ajuizadas
após o início da vigência da lei respeitarão o prazo qüinqüenal. Recentemente, em 2007, o STJ corrigiu
seu entendimento para assentar que a lei se aplica aos fatos geradores ocorridos após 9 de junho de
2005, e não às ações.
Por fim, cumpre ressaltar que a Procuradoria da Fazenda Nacional vinha opondo,
reiteradamente, embargos de declaração, no âmbito do STJ, para fins de prequestionamento, no âmbito
do Superior Tribunal de Justiça, com o escopo de conduzir a questão referente à aplicabilidade retroativa
da LC 118 ao Supremo Tribunal Federal, via recurso extraordinário. Argumentava a Fazenda que ao
deixar de aplicar o art. 4o, segunda parte, da Lei Complementar 118/2005, por considerá-lo ofensivo às
garantias do direito adquirido, do ato jurídico perfeito e da coisa julgada (CF, art. 5o., XXXVI), a Colenda
Corte, na verdade, declarou sua inconstitucionalidade, sem observar o requisito da reserva de plenário,
em flagrante ofensa ao artigo 97 da Carta Política.
A tese da Fazenda Nacional foi acatada pelo Ministro Teori Albino Zavascki que,
quando do julgamento do ERESP n° 327043/DF, fez uma ressalva pessoal em seu voto, para explicitar
que “cumpre ao órgão fracionário do STJ suscitar o incidente de inconstitucionalidade perante a Corte
Especial nos termos do art. 97 da CF”. Recentemente, o Pleno do STJ confirmou o caráter não
interpretativo da LC 118/05, respeitando, agora, a reserva de plenário.
-OBS: O CTN diz que a decadência extingue o crédito. Mas, na verdade, o que o CTN quer dizer não é que
o CT está sendo exitinto. O que se extingue é o direito de exigir aquele crédito. Por conta disso, há
parcela da doutrina que entende que a decadência é caso de exclusão e não de extinção.
-O CTN só regulamenta o pagamento, a compensação e a remissão. As demais (dação em pagamento,
conversão do depósito em renda, consignação em pgto, transação, decisão judicial ou administrativa
irreformável) são previstas pelo CTN, mas não regulamentadas por este.
-As hipóteses de extinção estão taxativamente previstas no CTN – art. 141: “nesta lei”.
-OBS: o CTN não trata da confusão/novação, mas o próprio STJ já admitiu a confusão/novação como
hipóteses de extinção do CT. Em prova objetiva: só os que estão no CTN; em prova subjetiva pode-se
abordar a questão da confusão/novação (que não estão previstas e foram admitidas)1.
OBS: dação em pagamento de bem imóvel, nos termos da lei. Por isso, ela deve vir regulamentada por lei
do ente político competente. Não existe, no âmbito federal, tal lei.
1. PAGAMENTO
-O contribuinte deve guardar todos os documentos que comprove o pagamento de tributo. O STJ já
decidiu que nem mesmo a declaração de inexistência de débito dada pelo DETRAN comprova o
pagamento do IPTU.
- TEMPO DO PAGAMENTO – salvo disposição de lei em contrário o pagamento deve ser feito em 30 dias
depois que o SP foi notificado do lançamento.
-Multa moratória – penalidade pelo não pagamento no prazo aventado
-Juros de mora – recompensa ao credor pelo fato de o devedor permanecer com bem/valor que pertence
ao credor.
-Quando não se paga no período o devedor incide em multa e juros de mora. O CTN (art. 161) diz que os
juros de mora são de 1% ao mês.
1
Só há uma decisão admitindo a novação.
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contribuinte receberá se este tiver todos os seus débitos parcelados (incluído no PAS, por exemplo), pq
consistiria em constrangimento pq o débito parcelado não é exigível.
-Imputação de pagamento
-Na situação em que um devedor tem diversos débitos em relação ao mesmo credor. Se o devedor não
indicar qual débito está quitando, o credor poderá imputar o pagamento.
-As regras do art. 163 são sucessivas:
I – Primeiros os débitos próprios (contribuinte) para, só depois, os de que é responsável;
II – Pagam-se os tributos retributivos2 e, só depois, os não retributivos.
III – Primeiro os que há menor prazo de prescrição, para, só depois, os de maior prazo prescricional;
(ordem crescente dos prazos de prescrição)
IV – O de maior valor para, só depois, o de menor valor. (ordem decrescente dos valores)
-Pagamento indevido
-Art. 165 a 168 do CTN.
-Pagamento indevido – aquele pgto que não encontra respaldo nas normas do sistema, seja porque (i) há
pgto sem que seja SP, seja porque (ii) pagou em quantificação superior ao de fato devido (pgto a maior)
ou (iii) houve reforma, anulação, revogação ou rescisão da decisão condenatória. Há uma terceira
situação não prevista no CTN: (iv) efetua-se o pgto de um tributo com base em uma lei presumidamente
constitucional, mas, posteriormente, esta lei é declarada inconstitucional.
-Prazo para reaver o valor pago indevidamente: 5 anos, contado nos termos do art. 168.
-Conta-se: na hipótese (i) e (ii) da data da extinção do crédito, ou seja, da data que se efetuou o
pagamento indevido; (iii) a partir da revogação, anulação, reforma da decisão condenatória; (iv)
-A declaração de inconstitucionalidade pelo STF tem o condão de reabrir o prazo de 5 anos para
repetição do indébito tributário? Princípio da actio nata (nascimento do direito de ação) – para esses
sujeitos passivos só haveria o nascimento do direito de ação quando houvesse a declaração de
inconstitucionalidade sobre todo o valor pago. O SP tinha, a partir de então, o prazo de 5 anos para
repetir o indébito. Essa posição não é mais adotada nem pelo STF, nem pelo STJ pq isso geraria, na
prática, ações de repetição de indébito imprescritíveis e insegurança jurídica. Hoje se entende que a
declaração de inconstitucionalidade, por si só, não tem o condão de abrir o prazo para repetição de
indébito. Só serve para o contribuinte uma declaração de inconstitucionalidade se esta se der no curso
do prazo prescricional. Se o crédito já estiver prescrito, não caberá, então, repetição de indébito a
partir dessa inconstitucionalidade.
-Tese dos 10 anos do direito de repetição de indébito. STJ disse que embora a LC 118/05 se
autodenomine de meramente interpretativa, o conceito de norma meramente interpretativa é: aquela
que não inova no ordenamento jurídico. O primeiro entenimento do STJ foi no sentido de que a LC
118/05 não é meramente interpretativa e, então, só se aplica às ações ajuizadas depois de 09 de
junho de 2005 (qdo entrou em vigor a LC 118/05). O STJ reviu seu posicionamento, no sentido de que
se aplica a LC 118/05 não se aplica aos fatos geradores (pagamento antecipado) ocorridos até a data
2
Aqueles contraprestacionais: primeiro as contribuições de melhorias (em que há benefício direto) para depois as taxas, para só
depois os impostos. E as contribuições especiais e os empréstimos compulsórios que não estavam previstas no CTN? Deveriam vir
depois dos impostos. Adriana entende que as contribuições sociais deveriam ser pagas com prioridade em relação aos impostos em
decorrência do principio da solidariedade que rege a seguridade social.
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de sua vigência (09/06/05). A partir dessa data, aplica-se a LC 118/05. -Esse prazo de 10 é anos
limitado a 5 anos após a vigência da LC 118/05, ou seja, junho de 2010. Síntese: pagamento
antecipado antes de 09/junho/2005 – vc tem no Maximo 10 anos, limitado esse período aos 5 anos
posteriores à vigência da LC 118/2005.
- Ação de repetição de indébito. Pode ser cumulada com ação declaratória de inexistência de relação
jurídico-tributária.
-Lei 9718 - foi declarada inconstitucional – Cobrança de COFINS. LC70/91 – COFINS incide sobre
faturamento. STF na ADC-1 entendeu que faturamento era a soma de todas as venda de mercadoria e
serviços = receita bruta operacional (aquilo que está relacionado com o objeto social da empresa). Lei
9718/98 disse que o CONFINS incidiria sobre o faturamento e receita. Só que a empresa tbm aufere
renda de outras formas (não operacionais – ex: royalties, dividendo). Só que a CF – art. 195, I, “b” diz
que a base é o faturamento. Só que entre a publicação da lei e a sua vigência houve a EC/20 que
modificou o art. 195, I, “b” para acrescentar o termo “receita” como base de cálculo da COFINS. O que
prevaleceu foi no sentido de que a analise da compatibilidade da norma deve ser feita no momento em
que ela é publicada, conforme a constituição vigente àquela época. Concluiu o STF que essa lei era
inconstitucional.
-Art. 166 – requisito para que essa repetição de indébito seja aceita:
-Se o tributo é direto o contribuinte de direito é quem suporta a incidência do tributo. Se o tributo é
indireto3, o contribuinte de direito não suporta a incidência do tributo, uma vez que repassa o ônus
para o contribuinte de fato.
-O contribuinte de direito, no caso de tributo indireto, deve demonstrar que: ele não repassou o ônus
econômico para o contribuinte de fato; ou que repassou, mas o contribuinte de fato o autorizou a
receber o valor dos fisco.
-O contribuinte de fato não detém legitimidade para ajuizar repetição de indébito – pq ele não compõe
a relação jurídico-tributária.
-IPI e ICMS são indiretos. Lembrar que ICMS se calcula por dentro e que incide na BC do PIS/COFINS.
Então imaginem que o sujeito é contribuinte do IPTU, paga o IPTU, mas paga indevidamente. Só
que, antes de pedir a repetição de indébito, ele vende o imóvel. Então, com a venda do imóvel, vem o
novo proprietário dizendo-se sub-rogado no direito de crédito relacionada à repetição de indébito e ajuíza
a ação de repetição de indébito, dizendo: se eu assumo responsabilidade pelos débitos pretéritos, eu
também assumo o direito de pedir a restituição relacionada ao pagamento indevido feito pelo antigo
proprietário.
O STJ repeliu essa tentativa de buscar na sub-rogação decorrente na sucessão na propriedade do
bem, o direito de repetir o indébito invocado pelo novo proprietário. Quem quiser o número do julgado, é
o REsp 892997, Ministra Eliana Calmon a Relatora.
O STJ entendeu que tem direito de repetir o indébito o sujeito passivo que tenha efetuado o
pagamento. Isso é importante porque você pode ter três sujeitos passivos, três contribuintes solidários, aí
só um efetuou o pagamento? Então é só esse que tem legitimidade.
Você tem um contribuinte e um responsável, responsável por sucessão, mas quem pagou foi o
contribuinte, embora o responsável por sucessão seja sujeito passivo, não era à época do pagamento e
3
STJ: para ser considerado indireto, a legislação de regência desse tributo deve estabelecer a possibilidade de repasse da repercussão
econômica.
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nem fez efetivamente o pagamento. Então a legitimidade é apenas do sujeito passivo que tenha feito o
efetivo pagamento.
-Art. 169 – SP antes de optar pelo ajuizamento da repetição de indébito – ele faz requerimento ADM de
restituição. Se assim fizer, da decisão ADM que denegar o pedido de restituição, o SP tem o prazo de 2
anos para pleitear judicialmente, via ação anulatória, a anulação desse ato.
-Parágrafo único – esse prazo de 2 anos, recomeça a correr pelo período de 1 ano, a partir da
intimação do procurador atuante. Se dentro desse 1 anos, essa ação não foi julgada, ocorrerá uma
espécie de prescrição intercorrente. -Jurisprudência e doutrina – só se aplica esse parágrafo único se o
autor que deu causa a essa paralisação do feito por período superior a um ano. Na prática esse
dispositivo é dificilmente aplicado.
2. COMPENSAÇÃO
- Sucessividade das leis de compensação – qual a lei aplicável: a vigente à data do ajuizamento
da ação ou aquela em vigor no momento do encontro de contas?
-Aplica-se a lei vigente em vigor na data em que a demanda foi ajuizada e não a partir de requisitos que
surgem após o ajuizamento da demanda.
PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO. RECURSO DA FAZENDA NACIONAL. ART. 538 DO CPC. MULTA. NÃO-
AFASTAMENTO. ART. 170-A DO CTN. NÃO-INCIDÊNCIA. PROCESSO INICIADO ANTES DA VIGÊNCIA DA
LEI COMPLEMENTAR 104/2000. RECURSO ESPECIAL DA IMPETRANTE. COMPENSAÇÃO. APLICAÇÃO DA
LEGISLAÇÃO SUPERVENIENTE. IMPOSSIBILIDADE. CORREÇÃO MONETÁRIA. ÍNDICES. ... 2. Quando a
propositura da ação ocorrer antes da vigência da Lei Complementar nº 104/01, que introduziu no Código
Tributário o artigo 170-A, ou seja, antes de 10.01.01, a compensação tributária
prescinde da espera do trânsito em julgado da decisão que a autorizou, porquanto este diploma legal não
possui natureza processual, o que faz com que se aplique ao tempo dos fatos. 3. A compensação
tributária não pode ser apreciada à luz do direito superveniente, porque os novos preceitos normativos,
ao mesmo tempo em que ampliaram o rol das espécies tributárias compensáveis, condicionaram a
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realização da compensação a outros requisitos, cuja existência não constou da causa de pedir nem foi
objeto de exame nas instâncias ordinárias (EREsp 488.992/MG, Rel. Min. Teori Zavascki, DJ 07.06.04). 4.
Resguarda-se o direito do contribuinte de proceder à compensação conforme o regramento
superveniente, na esfera administrativa, caso preenchidos os específicos requisitos legais. .... REsp
1022888 / SP – 21/05/2008.
-OBS: Súmulas 212 (não se pode deferir o direito à compensação pode liminar) e 213 (o MS é
instrumento adequado a declarar o direito de compensar) do STJ.
3. REMISSÃO
-Art. 172 do CTN – perdão legal concedido a créditos tributários já constituídos.
-Pode ser total ou parcial.
-Art. 108 – a equidade não pode resultar no não pagamento do tributo previsto em lei. Art. 172 diz que
um dos critérios é o da equidade (a equidade pode servir como base para remissão). Interpretação
sistemática: qdo o art. 172 autoriza a remissão por equidade, é a própria lei que a admite, e não a
equidade. No caso do art. 108, da equidade é que não pode resultar dispensa no pgto do tributo devido.
-Remissão ≠ da anistia. Remissão é hipótese de extinção do crédito, ao passo que a anistia é hipótese de
exclusão do crédito tributário. Anistia é o perdão concedido por lei a infrações tributárias ocorridas antes
da constituição do crédito.
OBS: Não é correta a afirmação de que a anistia é o perdão do valor da infração e remissão é o perdão do
principal.
SUSPENSÃO DA EXIGIBILIDADE
-Estão previstas no art. 151 do CTN. São 6 as hipóteses. -Só a moratória e o parcelamento que tem
disciplina no CTN, os demais são apenas previstos.
-O que é suspender a exigibilidade do crédito? Dizer que o crédito é inexigível, implica para o SA algumas
vedações:
1. Não pode inscrever em dívida4;
2. Não pode propor execução fiscal;
3. Suspensão da execução proposta – nesse período não corre prazo prescricional5;
4. Impossibilidade de inclusão do nome do contribuinte no CADIN.
-A existência de causas suspensivas não impedem o ato de lançamento. A não ser quando a própria causa
de suspensão faz menção ao lançamento.
Ex: liminar em MS que suspende a exigibilidade do crédito e impede a constituição do CT.
-As causas de suspensa da exigibilidade do crédito previstas no CTN são taxativas e devem ser
interpretadas literalmente – art. 111 do CTN.
- É possível que uma causa suspensiva seja concedida antes mesmo da constituição do crédito. A
suspensão da exigibilidade não impede a constituição via lançamento, mas tão somente os atos de
cobrança.
4
É possível pensar em causa de suspensão de exigibilidade antes da constituição do crédito? É, se vc pensar nas hipóteses de depósito
do montante integral, liminar em MS e antecipações de tutela em outras ações.
5
Em decorrência dessa suspensão, não se poderá efetuar atos de constrição patrimonial, mas a constrição já efetuada não deve ser
desfeita. Ex: a FP consegue penhora online de um valor e o SP entra com parcelamento – essa suspensão não faz que se libere o valor
constrito, uma vez que já houve constrição. Há divergência, mas há decisões nesse sentido e em provas da FP, deve-se defender essa
tese.
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enumeradas no artigo 151, do Código Tributário Nacional, advindas antes do decurso do prazo para
pagamento do tributo (sujeito a lançamento por homologação ou a lançamento de ofício direto), têm o
condão de impedir a aplicação de multa ou juros moratórios, por não restar configurada a demora no
recolhimento da exação pelo contribuinte, pressuposto dos aludidos encargos (a multa moratória pune o
descumprimento da obrigação principal no vencimento; e os juros de mora constituem compensação pela
falta de disponibilidade dos recursos pelo sujeito ativo pelo período correspondente ao atraso). 2. O
depósito do montante integral (inciso II, do artigo 151, do CTN) é causa suspensiva da exigibilidade
que ostenta um plus: obsta o fluxo da correção monetária, constituindo garantia da satisfação da
pretensão executiva do sujeito ativo, em favor de quem os valores depositados serão convertidos em
renda com a obtenção de decisão favorável definitiva legitimadora do crédito tributário discutido (artigo
156, VI, do CTN). Em caso de vitória do contribuinte, os valores depositados serão por ele levantados
após o trânsito em julgado da demanda. 3. In casu, a violação do artigo 151, do CTN, inocorre, porquanto
assentado nas instâncias ordinárias a insuficiência do depósito, à luz do contexto fático-probatório
(Súmula 7/STJ) e da carga satisfativa da Sentença lavrada nos autos em que a garantia foi prestada. 4. É
cediço na jurisprudência da Corte que somente o depósito integral e em dinheiro suspende a exigibilidade
do crédito tributário e, a fortiori, extingue-o com o levantamento pela Fazenda Pública. 5. Recurso
especial parcialmente conhecido e, nessa parte, Desprovido. REsp 774739 / RJ – 15/04/2008
- O depósito como hipótese de constituição do crédito pelo contribuinte nos tributos sujeitos à lançamento
por homologação.
PROCESSO CIVIL E TRIBUTÁRIO. DEPÓSITO DO MONTANTE INTEGRAL. ART. 151, II, DO CTN.
SUSPENSÃO DA EXIGIBILIDADE DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO. CONVERSÃO EM RENDA. DECADÊNCIA. 1.
Com o depósito do montante integral ou equivalente fiança bancária tem-se verdadeiro lançamento
por homologação. O contribuinte calcula o valor do tributo e substitui o pagamento antecipado pelo
depósito, por entender indevida a cobrança. Se a Fazenda aceita como integral o depósito, para fins de
suspensão da exigibilidade do crédito, aquiesceu expressa ou tacitamente com o valor indicado pelo
contribuinte, o que equivale à homologação fiscal prevista no art. 150, § 4º, do CTN. 2. Uma vez
ocorrido o lançamento tácito, encontra-se constituído o crédito tributário, razão pela qual não há mais
falar no transcurso do prazo decadencial nem na necessidade de lançamento de ofício das importâncias
depositadas. 3. "No lançamento por homologação, o contribuinte, ocorrido o fato gerador, deve calcular
e recolher o montante devido, independente de provocação. Se, em vez de efetuar o recolhimento
simplesmente, resolve questionar judicialmente a obrigação tributária, efetuando o depósito, este faz
as vezes do recolhimento, sujeito, porém, à decisão final transitada em julgado. Não há que se dizer
que o decurso do prazo decadencial, durante a demanda, extinga o crédito tributário, implicando a
perda superveniente do objeto da demanda e o direito ao levantamento do depósito. Tal conclusão
seria equivocada, pois o depósito, que é predestinado legalmente à conversão em caso de
improcedência da demanda, em se tratando de tributo sujeito a lançamento por homologação,
equipara-se ao pagamento no que diz respeito ao cumprimento das obrigações do contribuinte, sendo
que o decurso do tempo sem lançamento de ofício pela autoridade implica lançamento tácito no
montante exato do depósito" (Leandro Paulsen, "Direito Tributário", Livraria do Advogado, 7ª ed, p.
1227). 4. O fato de que o depósito foi determinado pelo Juízo como forma de suspensão do crédito
tributário em nada altera a aplicação do entendimento da Primeira Seção desta Corte. 5. Agravo
regimental não providoAgRg no REsp 969579 / SP – 31/10/2007.
- A necessidade de que o depósito seja realizado em dinheiro: súmula 112 do STJ – “o depósito somente
suspende a exigibilidade do CR se for integral e em dinheiro”.
- Impossibilidade de, sendo vencedor o contribuinte, utilizar-se o depósito sem que esta seja a sua
vontade.
-O depósito se vincula àquele processo em que ele foi julgado. Se o contribuinte ganhar e levantar o
depósito, o Fisco não pode querer que o depósito vá para outra demanda em que o contribuinte seja
executado. O STJ assim já decidiu.
OBS: Não confundir com a penhora no rosto dos autos de precatório. Ex: o contribuinte venceu ação
judicial e foi expedido precatório – na expedição do precatório intima-se a FP para verificar
regularidade formal e para requerer eventuais penhora nos autos (pq entende o STJ q o precatório é
um direito de crédito e, portanto, passível de penhora). Isso pode ocorrer, o que não pode é
transferir o depósito em montante integral de um processo para outro – atenta o princípio da boa-
fé, diz o STJ.
OBS: Também não confundir com o art. 19 da Lei 11.033/2004. O SP só pode receber precatório
judicial se demonstrar que não tem débitos diante da FP em questão. Esse dispositivo foi declarado
inconstitucional pelo STF pq o SP não pode ser coagido por meios indiretos a pagar os débitos.
-Não há mais conversão do depósito em renda. Antes de 1998, isso era possível pq o depósito ficava à
disposição do juízo e, só depois, convertia-se em renda. Depois de 1998 o dinheiro já é depositado na
conta da FP e, se a FP ganhar, não converte-se em renda, mas “transforma o depósito em pagamento”.
O depósito é uma faculdade, mas uma vez realizado, retira do contribuinte a disponibilidade sobre
o capital, passa a ficar à disposição da Justiça. Somente após o trânsito em julgado poderá ser levantado.
Se não o cara fica com o dinheiro retido lá um tempão e a Fazenda privada de cobrar, aí quando
parar lá nos tribunais superiores e ele sabendo que vai perder, que a jurisprudência é contrária, ele vai e
levanta e some com o dinheiro e a Fazenda vai ter que começar do zero. Como é que ela vai poder propor
a execução, se o cara já dilapidou o patrimônio? Não tem cabimento.
Essa suspensão da exigibilidade perdura até o trânsito, em princípio.
Agora vejam só essa situação: o cara pede uma liminar em MS e obtém essa liminar,
independentemente de caução. Então a liminar suspende a exigibilidade do crédito tributário. Aí ele obtém
uma sentença favorável, concedendo a segurança, “confirmando a liminar”, eu continuo com o crédito
com a exigibilidade suspensa. Aí ele vem e faz um depósito. Que objetivo ele tem quando faz esse
depósito, se a exigibilidade do crédito está suspensa?
Ele quer transferir à instituição financeira a obrigação de atualizar e remunerar o capital, porque
somente o depósito livra o contribuinte dessa obrigação. Se ele não fizer o depósito e ao final é reformada
a sentença, ele tem que pagar o tributo com correção e com juros. Agora, se ele faz o depósito, até a
data do depósito o valor estava atualizado, a partir do dia em que ele faz o depósito é o banco que se
encarrega de atualizar o montante.
Agora, neste mesmo exemplo, ele fez o depósito, aí ele precisa de dinheiro para capital de giro, ele
pode nessa hipótese levantar o depósito feito?
Pode, porque a exigibilidade do crédito está suspensa por força da liminar e da sentença. Ele não
impediu a Fazenda de propor a execução fiscal pelo depósito. Quem impediu foi o juiz. O depósito aí
nesse caso não tinha a função de suspender a exigibilidade, a função é só de transferir ao banco a
obrigação de remunerar o capital. A partir do momento em que ele levanta o depósito, volta ele a ficar
obrigado durante todo aquele período, e aí se por um acaso a sentença for reformada, aí sim ele será
executado e terá que pagar o valor integral, o valor cheio.
Agora, o que que acontece se o processo for extinto sem exame de mérito?
O cara fez um depósito suspensivo da exigibilidade, houve liminar, fez o depósito e aí o processo
foi extinto sem resolução de mérito. Que efeito tem esse depósito?
Se o juiz extinguiu o processo sem se pronunciar sobre a lide, ou seja, sem dizer quem tinha
razão, o dinheiro volta para o seu legítimo proprietário, que é o contribuinte. Quero dizer: ao realizar o
depósito, o contribuinte não perde a propriedade do capital, ele perde a disponibilidade, mas ele continua
proprietário, tem que lançar lá na declaração de imposto de renda dele e tudo.
Ora, se o juiz extinguiu o processo sem dizer quem tinha razão, perde jurisdição sobre o depósito,
voltando para o contribuinte.
Só que o STJ entende que não é assim. Extinto o processo sem exame de mérito, o caso é de
conversão em renda. Ou seja, só tem uma forma de o contribuinte que faz o depósito para suspender a
exigibilidade do crédito reaver o capital: ganhando no mérito, trânsito em julgado.
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OBS: caso que não caberá a conversão... se houver decisão do STF pela inconstitucionalidade da
exação.
Então, é uma situação excepcionalíssima em que você não vai converter em renda, porque senão
você vai obrigar o cara a depois receber por precatório numa repetição de indébito. Isso porque não vai
ter decisão de mérito, vai ter a decisão do Supremo e ele vai ter que entrar com uma ação de repetição
de indébito. Aí é irrelevante se foi ou não com exame de mérito, porque se o Supremo decidiu aí o cara já
pode levantar porque já está resolvido, o tributo é indevido.
OBS: outro caso em que não caberá a conversão:
É o caso em que a extinção sem exame de mérito decorreu do reconhecimento da ilegitimidade
passiva do réu. Ora, se o juiz entende que você está litigando contra uma entidade pública que não tem
capacidade tributária ativa em relação ao tributo discutido, portanto não faz jus àquela prestação, então
como é que vai converter em renda? Aí é caso que não tem como, e o STJ ressalvou essa hipótese.
Na ilegitimidade passiva você não vai converter em renda, porque você sabe que aquela entidade
ré, em favor de quem seria vertida aquela renda, não arrecada aquela verba, não administra o tributo,
não tem porque se entregar aquele dinheiro para ela.
Fora deste caso, a extinção sem exame de mérito gera a conversão em renda.
- Em se tratando de processo administrativo fiscal, toda reclamação e recurso tem, em regra, efeitos
suspensivo, vez que este efeito é previsto especificamente no CTN.
- A questão da necessidade ou não de apresentação de depósito/arrolamento (30%) para fins de
interposição de recurso administrativo. O Julgamento da ADI 1976 em 28/03/2007.
3. MORATÓRIA
II – Em caráter individual, por despacho da autoridade administrativa, desde que autorizada por lei nas
condições do inciso anterior (nos termos acima).
-Quando é concedida em caráter geral, ela decorre diretamente da lei. Mas quando é concedida em
caráter individual ela decorre diretamente do despacho da autoridade competente e, apenas,
indiretamente, da lei.
-A lei concessiva de moratória pode, expressamente, determinar sua aplicabilidade a uma região do
território ou a uma determinada categoria de sujeitos passivos.
-Parcelamento X Moratória
-Tanto o parcelamento, como a moratória, podem se dar antes ou depois do vencimento. Parcelamento
e moratória se diferenciam, basicamente, porque, em regra, na moratória, o SP não se encontra
submetido à incidência de juros de mora e multa moratória.
-A concessão de moratória desonera o SP do pgto do juros de mora e multa moratória, seja essa
moratória concedida antes do vencimento ou depois do vencimento do tributo.
-O parcelamento, em regra é concedido depois do vencimento do tributo. E, em regra, o parcelamento
exige que o SP pague ou sofra a incidência de juros de mora e multa moratória. A não ser que a lei
específica do parcelamento estabeleça em sentido contrário, o SP paga juros e multa – art. 155-A §1°
do CTN. Se a lei excluir a incidência de juros e multa do parcelamento, ele terá a natureza de
moratória parcelada.
-Art. 154 – Salvo disposição de lei em contrario, a moratória somente abrange os créditos definitivamente
constituídos à data da lei ou do despacho que a conceder, ou cujo lançamento já tenha sido iniciado
àquela data por ato regularmente notificado ao SP.
-Art. 155 – Concessão da moratória individual não gera direito adquirido e será revogado de ofício,
sempre que se apure que o beneficiado não satisfazia ou deixou de satisfazer as condições ou não
cumprira ou deixou de cumprir os requisitos para a concessão do favor, cobrando-se o crédito acrescido
de juros de mora:
I) Com a imposição da penalidade cabível, nos casos de dolo ou simulação do beneficiado, ou de
terceiro em benefício daquele.
II) Sem imposição de penalidade, nos demais casos.
-O fato de ter sido concedida moratória em caráter individual, não quer dizer que a FP não possa rever
seu ato de concessão.
6
Há quem fale que o parcelamento é uma espécie de moratória. E, sendo o parcelamento uma espécie de moratória, há quem diga que
o parcelamento sempre esteve previsto no CTN. Na verdade, o parcelamento só veio ao CTN, formalmente, com a LC 104/01. Por
isso dizia-se que antes da LC 104/01 o parcelamento estava implicitamente previsto no sistema. Não adotar essa posição em
concursos.
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-O SP sempre sofre a incidência de juros7, mas nem sempre sofrerá incidência de penalidade.
-Parágrafo único – no caso I, o tempo decorrido entre a concessão da moratória e sua revogação não se
computa para efeito da prescrição do direito à cobrança do crédito; no caso II a revogação só pode
ocorrer antes da prescrição do referido direito. Doutrina: esse dispositivo é anacrônico, pq parte do
pressuposto de que durante a moratória corre o prazo para prescrição, sendo que qdo há moratória há a
suspensão de exigibilidade do CT. Esse dispositivo só serve para provas objetivas.
4. PARCELAMENTO
-Art. 155-A – o parcelamento é sempre concedido por lei específica. Salvo disposição de lei em contrário,
o parcelamento do CT não exclui a incidência de juros e multa. Aplicam-se, subsidiariamente, ao
parcelamento as disposições dessa lei, relativas à moratória.
1. ISENÇÃO.
-STF e doutrina clássica: isenção é a dispensa legal do pagamento do tributo devido. Na isenção acontece
o FG, surge a OT, mas a lei impede que a OT seja transformada no CT. Doutrina moderna: na isenção,
não se tem sequer FG, pq a norma de isenção mutila a hipótese de incidência, impedindo que o próprio
FG se realize, ou seja, a lei retira um dos aspectos da norma de incidência, fazendo com que não não
ocorra o FG.
-Art. 175, pú – a existência de uma isenção não desonera o SP do cumprimento de obrigações acessórias.
-Art. 111 CTN – isenções devem ser interpretadas de forma literal. OBS: Vários autores dizem que devem
ser interpretadas de forma restritiva, isso é incorreto. Restritiva ≠ literal. Literal – o intérprete não tem
margem de manobra nenhuma; restritiva – há margem de manobra, podendo-se interpretar, inclusive,
em sentido menor do que a norma.
- A necessidade de concessão por lei específica: art. 150 §6º, da CF/88. Da mesma forma o art. 176
afirma que a isenção sempre é decorrente de lei.
- A isenção não é, em regra, extensiva às taxas e contribuições de melhoria ou aos tributos instituídos
após sua concessão.
-Isenção autônoma – concedida pelo ente que detém a competência para instituir o tributo – é a regra.
-Isenção heterônoma – concedida pelo ente diverso daquele que tem competência para instituir o tributo
– só há dois casos possíveis: a) ICMS sobre mercadorias destinadas ao exterior8; b) ISS sobre serviços
destinados ao exterior; c) União conceder isenção qdo assina tratado internacional.
- A questão da revogação de isenções: isenções onerosas X isenções gratuitas – art. 178 do CTN e
Súmula 544 do STF. A isenção gratuita pode ser revogada a qualquer tempo, salvo a onerosa (se por
condição e por prazo certo). A onerosa só pode ser revogada se descumprir condição ou se escoar o
prazo. Súmula 544 do STF tem igual teor.
-A isenção onerosa é aquela concedida sob condição e por prazo certo, ao passo que as gratuitas não
exigem qualquer contraprestação do sujeito passivo. Revogação de isenção não constitui majoração de
tributos, entende o STF.
- Não confundir a revogação da isenção onerosa com a revogação da lei que concede isenção onerosa.
- A isenção pode ser conferida em caráter geral ou individual (ex: IR cardiopatia grave, IOF e IPI para
deficientes físicos). Quando o tributo objeto de isenção é lançado por período certo de tempo, o despacho
concessório deve ser renovado antes de expirado o período correspondente.
7
Em qualquer caso devem ser impostos juros de mora. Mesmo que não tenha havido dolo, deve-se impor juros de mora, pq estes
juros não são penalidade, mas recompensa ao Estado por não dispor daquele dinheiro num período em que aquele valor já era da
titularidade do Estado.
8
CESPE costuma afirmar que a União pode isentar o ICMS – falso. Só o ICMS sobre mercad. destin.ao exterior.
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- A concessão de isenção em caráter individual não gera direito adquirido, nos mesmos termos da
moratória.
2. Anistia.
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Há 3 tipos de infrações que não podem ser perdoadas: 1) quando a infração recebe a conotação de crime ou contravenção; 2) se a
infração, mesmo não sendo crime ou contravenção, resultou da prática de dolo, fraude ou simulação; 3) salvo disposição de lei em
contrário, também não pode ser objeto de anistia as infrações praticadas em conluio. A legislacao específica pode anistiar com base
em “3”.
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BENS IMPENHORÁVEIS
-BACEN JUD não é o maior responsável pela maioria das soluções de crédito. O STJ entende que tinha
esgotar os demais meios de execução antes de pedir o BACEN JUD. Só podia ocorrer de forma
excepcional, porque o STJ se pautava, inclusive na execução, pelo artigo 620 do CPC, pelo princípio da
menor onerosidade possível pro devedor. Com a reforma do Código de Processo, buscava uma maior
celeridade para a satisfação do crédito do credor. Os embargos não têm mais em regra efeito suspensivo.
-A partir de 2007, a jurisprudência do STJ vem alterando esse entendimento. BACEN JUD não é mais
medida excepcional. LEF em seu artigo 11 estabelece uma ordem para satisfação do crédito, e o primeiro
bem da lista é o dinheiro. Se for realizada penhora em dinheiro, e posteriormente o devedor se apresentar
para substituir, é direito do credor recusar esta substituição, se este bem, móvel ou imóvel, não tem a
mesma “satisfatividade” do seu crédito. Agora essas penhoras vêm sendo positivos.
V = livros, computador utilizado pelo advogado
X = até 40 SM a quantia depositada na caderneta de poupança. O que passar pode ser penhorado. Para a
doutrina, esse limite se refere à soma de todas as poupanças de um mesmo CPF. O objetivo da norma é
proteger a quantia, e não as contas em si. Não há manifestação jurisprudencial sobre isso.
-Decisões na jurisprudência:
-Bem objeto de alienação fiduciária não pode ser objeto de penhora porque este bem não pertence a esta
pessoa, o efetivo proprietário é o banco alienante. Se penhorasse, seria penhora de patrimônio de
terceiro, o que seria vedado. Cabem, no caso, embargos de terceiro.
-Não se admite penhora sobre bens em alienação fiduciária, bens com ônus não são passíveis, embora
esteja temporariamente vinculado ao devedor, não compõe, em definitivo, o seu patrimônio.
-Atestado momentâneo da situação do devedor naquele momento. Só tem se estiver regular, de acordo
com o artigo 206 do CTN. Pode ser:
1. Positiva
2. Positiva com efeitos de negativa - existem débitos que temporariamente não podem ser cobrados.
-Devem ocorrer três coisas:
a) Débito sem vencimento
b) Débito com exigibilidade suspensa por qualquer motivo. Não pode gerar qualquer ônus na
pendência de causa de suspensão de exigibilidade
c) Caso em que já existe penhora na EF em curso. O débito já é objeto de garantia. O pagamento
mesmo que potencial, se encontra garantido.
3. Negativa
-Caso prático: quando acaba o processo administrativo, recurso improcedente, débito vencido, começa o
prazo de prescrição de 5 anos para inscrição de dívida e ajuizamento da execução fiscal. Depositar o
montante integral precisaria ser em dinheiro, mas não dispõe dessa verba, nem consegue fazer
parcelamento. Tem imóvel que pode ser penhorado, mas se a execução fiscal não foi ajuizada. No STJ
surgiu a tese de que há direito do devedor ao ajuizamento pelo SP da Ação Cautelar de caução
preliminarmente à execução fiscal, é a caução de uma eventual penhora, o bem fica vinculado como
futura penhora nessa futura execução fiscal, ai sim, cabe expedição de certidão positiva com efeitos
negativos. É direito do SP ajuizar essa ação, deve ser escutado o exeqüente na ação cautelar, para que
este possa fazer valer sua ordem de preferência prevista em lei (artigo 11 LEF) começando pelo dinheiro.
Zavascky era contrário porque entendia que a jurisprudência estaria criando uma nova hipótese de
suspensão de exigibilidade, mas na verdade, essa hipótese, a certidão é emitida com base em penhora
sem gerar suspensão de exigibilidade até porque pode haver a execução fiscal. Ação preparatória à
execução fiscal, o autor é devedor e o réu é o fisco, na ação principal ocorre o inverso, precisava, para
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ele, ter compatibilidade entre os pólos. Para a maioria, esse pensamento seria privilegiar o devedor que já
está sendo executado em detrimento do que ainda não tivera sido. O legitimo exercício do direito de
prescrição não pode gerar prejuízo ao devedor. O direito a essa ação existe independente de haver
possibilidade de conseguir outra forma de suspensão da exigibilidade. São dois direitos igualmente
assegurados ao SP, ajuizar essa ação cautelar e efetivar ou não alguma causa de suspensão de
exigibilidade. Assim como é direito do SA fazer respeitar a ordem do artigo 11 da LEF - mesmo admitida,
o exeqüente tem o direito de ser ouvido para ser respeitada a ordem do artigo 11 da LEF.
FRAUDE À EXECUÇÃO
-Art. 185 CTN - redação anterior à LC 118 - se referia à débito em dívida ativa em fase de execução; Para
o STJ, a execução fiscal já precisava ter sido ajuizada e já ter havido citação. Devedor alienava seu
patrimônio sem resguardar os valores para garantir a dívida.
-Não havia fraude à execução se a alienação ocorresse antes do ajuizamento da execução fiscal e da
citação válida. Era muito difícil comprovar a fraude à execução. O devedor já havia notificado do
lançamento e da inscrição em dívida ativa, então esperar pela sua citação era dar a terceira chance para
ele que se desfizesse de seus bens, operando-se com freqüência fraudes à execução.
- A LC 118 alterou a redação do artigo 185, retirando a expressão “em fase de execução”. Basta que o
débito esteja regularmente inscrito em dívida ativa. O momento inicial da fraude não é mais o momento
da citação e sim o momento da inscrição do débito em dívida ativa. Mas, na verdade, a doutrina faz uma
crítica, esse exeqüente precisa ter conhecimento da inscrição em dívida ativa. O mais correto é que o
momento inicial seja o conhecimento da inscrição em dívida ativa (argumento para discorrer em prova
discursiva). Numa prova objetiva deve ser o momento da inscrição em dívida ativa.
-Essa fraude gera uma presunção absoluta. Não pode ser descaracterizada essa hipótese se foi intimado e
vendeu mais do que podia dispor para garantir os seus créditos. A única forma é dizer que a dívida não
está inscrita e que não vendeu mais do que podia dispor.
-Na jurisprudência do STJ há acórdãos recentes ainda falando que a fraude só se configura após a citação,
são casos que tratam de execuções fiscais ajuizadas antes da LC 118 (09 de junho).
- Artigo 185-A trata-se do bloqueio via BACEN JUD. “Se não forem encontrados bens passíveis de
penhora” dava idéia de último mecanismo de satisfação, mas o STJ relativiza esse artigo porque precisa
ser interpretado de acordo com o artigo 11 da LEF. A indisponibilidade se limita ao valor total exigido,
devendo ser levantado o que excede ou o que não pode ser penhorado.
PRIVILÉGIOS DO CT
-Regra geral do CT em relação a outros CT. O CT é pago de forma prioritária sobre qualquer outro crédito,
exceto créditos decorrentes da legislação do trabalho e os decorrentes de acidente do trabalho.
Geral (artigo 186 caput)
1 – Crédito decorrente da legislação do trabalho e os decorrentes de acidente do trabalho (estes
concorrem entre si).
2 - CT
Regra especifica apenas no caso de falência (artigo 186 § único)
-Na quebra, o administrador deve fazer a arrecadação dos bens do falido. Pode verificar que há bens de
propriedade do falido que estão na posse de terceiras pessoas. Assim como pode verificar que o falido
está na posse de determinados bens de propriedade de terceiro. Nesse caso, esses bens não podem ser
usados para pagamento de débitos. Deve, então, promover a restituição. Antes de pagar qualquer débito,
deve devolver o que não lhe pertence.
-Credores surgem mesmo após a quebra, a massa falida também gera débitos. Nesse caso não credores
da empresa em falência. São credores da massa falida.
1 – Importâncias passíveis de restituição = bens de propriedade de terceiro que no momento da quebra
se encontram na propriedade do falido que devem ser devolvidos ao terceiro. Artigo 85 da lei de falência.
O proprietário de bem pode pedir suas restituição.
2 – Créditos extraconcursais = todo crédito gerado após o procedimento da quebra. Todo crédito da
massa falida. Surgem e se desenvolvem após o procedimento da quebra, ocorrem em virtude da
administração da massa falida. Extraconcursal porque estão fora do concurso de credores da falência.
Artigo 188 do CTN diz que os FG ocorridos após a quebra são denominados extraconcursais. Ler artigo 84
da Lei de falência.
Agora começa a ordem dos credores da falência, segundo uma ordem de prioridade.
3 - Créditos decorrentes da legislação do trabalho (mas nesse caso, a preferência é relativa) e os
decorrentes de acidente do trabalho (nesse caso não há limite). Artigo 186 II, a lei pode estabelecer
limites para a prevalência dos CT decorrentes da relação de trabalho. Só prevalece até o limite de 150 SM
para cada trabalhador. O que passar desse limite significa que deve ser pago sem esta ordem prioritária,
se transformam em créditos quirografários depois que todos os CT vierem a ser pagos. Os decorrentes de
acidente do trabalho não sofrem limites.
4 – Créditos com garantia real no limite do valor do bem gravado.
5 – CT. O artigo 83, III excetua as multas tributárias. A multa tributária é OT principal e é CT, no entanto
a multa tributária prefere apenas aos créditos subordinados. Quando o CT está em quinto, este CT é
apenas o decorrente de tributo. O não pagamento de multa não é considerado para fins de colocação na
ordem da falência como crédito tributário. Multa é crédito sub-quirografário.
Dentre os CT, a U recebe com prioridade sobre os outros. Só paga EM se a U tiver recebido todos os
créditos relativos à U. Se houver mais de um EM, estes devem dividir os créditos em pro-rata. Se houver
mais de um M, estes dividem em pro-rata da mesma forma. Se PE tem CT relativo a 48% dos CT relativos
ao EM´s, deve receber 48% do restante que sobrou do dinheiro após o pagamento da U. Cada um recebe
na proporcionalidade do que merecia do valor total dos CT´s relativos aos CT´s daquele tipo de ente,
quer seja EM ou M. O STF já disse que a prevalência da U, do EM em cima do M é constitucional.
6 - Créditos com garantia especial. Artigo 964 CC.
7 – Créditos com garantia especial. Artigo 965 CC
8 – Créditos quirografários
9 – Créditos sub-quirografários ou subordinados, ex.: CT decorrentes de multa tributária (ver com
cautela)