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II SEMESTRE

DAS LEIS

São várias as acepções ou sentido que podemos entender do termo da lei.

Significado mais amplo: conjunto de princípios que regem todos os seres. Porem, afastado este
entendimento que compreende as leis físicas e normativas e limitando-nos ao campo de direito,
importa mesmo aqui, distinguir várias acepções:

Lei como sinonimo de direito-é tomado como um dos modos de formação das normas jurídicas.
Enquanto fonte de direito, a lei é frequentemente definida como “toda a norma escrita
proveniente dos órgãos estaduais competentes.

Porém, não devemos confundir as normas jurídicas com os textos legais que são simples
instrumentos de manifestação: uma coisa é a norma e outra, os textos que a manifestam.

Diz Alvaro D’Ors que nem toda a lei contém o direito, pois o fim da lei é ordenar a vida da
comunidade e não especificamente a criação do direito.

Para ultrapassar esta dificuldade, distinguem dois sentidos.

Lei no sentido Formal –é um diploma emanado do órgão legislativo, que reveste uma forma
predeterminada. Pode conter normas jurídicas ou comandos individuais e concretos.

Lei no sentido Material- diploma ditado pelo órgão competente, contendo uma ou mais normas
jurídicas.

A lei propriamente dita é, simultaneamente formal e material e por isso, pode ser definido como
sendo uma declaração solene com o valor normativo, ditada pela autoridade que detém a
potestas normandi do Estado com a observância da forma estabelecida.

Nesta definição, encontra-se três elementos ou pressupostos, quais sejam:


1. A autoridade a que a Constituição da Republica atribui a competência legislativa, vide
art. 182 da CRM.
2. A observância da forma pré-determinada para essa actividade e
3. A existência de uma ou mais normas jurídicas.

Classificação das Leis quanto a sua Solenidade

São consideradas solenes1:

a) Leis constitucionais
b) Leis ordinárias2: Leis e Decreto (s) -Lei
c) Decretos Legislativos regionais (caso em que se aplique caso de Federações)3.

São Leis não solenes4:

a) Leis emanadas dos órgãos centrais do Estado;


b) Decreto do Presidente da Republica5;
c) Decreto Regulamentar do Governo6;
d) Resolução de Conselhos de Ministros;
e) Portaria do Governo e
f) Despacho Normativo do Governo.

1
Aqui fica a ideia de que, para a sua elaboração obedece-se um protocolo próprio que sem a sua verificação não é
possível a sua existência juridicamente.
2
Quando se fala de ordinárias, refere-se a todas aquelas leis que estão em baixo a Constituição.
3
Moçambique é um Estado unitário o que significa que as leis entram em vigor em todo o território nacional. Daí
que esta situação não se aplica. Ela pode aplicar-se a Estados Federados como o caso de EUA, Brasil, etc.
4
Conforme explicamos no contexto de leis solenes, estas são menos ou não obedecem o mesmo ritual para a sua
existência. Como o caso de Decreto Presidencial, pela força da própria Constituição, o Presidente da Republica
unilateralmente pode decretar uma matéria que se reputar relevante para a sociedade.
5
O nosso Presidente da Republica, para decretar o Estado de Emergência, socorreu-se, ou melhor, usou o Decreto
Presidencial. Este é, portanto, um exemplo prático deste instituto jurídico.
6
No nosso caso o Conselho de Ministros regulamentou sobre quais os direitos e deveres a serem observados nesta
época de estado de emergência.
Hierarquia das Leis7

1. Constituição da República8
2. Decretos e Decretos-Leis (fruto da autorização legislativa, vide art. 182 da CRM)
3. Regulamentos (estas possibilitam a aplicação ou execução das leis, decretos, e decretos-
leis, quer pormenorizando as suas normas, quer formulando normas complementares e
instrumentais);
4. Decretos;
5. Resoluções;
6. Portarias;
7. Despachos Normativos e
8. Assentos.

Da inconstitucionalidade e ilegalidade na pirâmide da hierarquia.

Quando é que se diz que está-se em sede duma e doutra realidade?

Quando as leis ordinárias violarem a Constituição, aí dir-se-á que há inconstitucionalidade e, as


que estão debaixo das leis ordinárias, quando violarem as leis ordinárias (leis e Decretos-leis)
estar-se-á em sede de ilegalidade.

Um exemplo prático da Inconstitucionalidade: imaginemos que uma Lei vem aprovar que aquele
que violar uma menor de 5 anos merece pena de morte. Ora, esta medida seria contrária a
Constituição, pois esta proíbe a todos o direito de tiram a vida a outrem. Neste caso, estar-se-ia
em sede de inconstitucionalidade.

Exemplo de ilegalidade: olhemos para a situação actual em que depois de o Presidente da


República decretar o Estado de Emergência, o Conselho de Ministros através do Regulamento,
7
Aqui, pretende-se saber: de todas as leis existentes qual é que ocupa a posição cimeira em relação as outras. E eis
que segue a sequência nos termos dos apontamentos supra.
8
Esta é considerada lei mãe, ou seja, é a lei das leis. Todas as leis devem obediência a ela e se não obedecer cair-
se-á na inconstitucionalidade conforme deixamos esclarecidos acima.
determina aspectos diferentes daqueles que o Decreto Presidencial preceitua. (por exemplo,
aceita-se que a seleção nacional de futebol pelo interesse do Estado pode fazer-se ao campo e
jogar, visto que estarão em movimentos atléticos não correm risco.) Óbvio que esta permissão
conduz-nos a ilegalidades, pois, é sabido que é proibido qualquer aglomeração.

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