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Universidade Católica de Moçambique

Instituto de Educação à Distância

Tema:

A IMPORTÂNCIA DO PLANEAMENTO FAMILIAR NA SAÚDE SEXUAL E


REPRODUTIVA

Nome: Belinha Arlindo Mirione, Código: 708212944

Curso: Licenciatura em Ensino de Geografia

Disciplina: Habilidades de Vida e HIV / Saúde Sexual e


Reprodutiva, Género e HIV/Sida

Ano de Frequência: 2º

Cuamba, Novembro de 2022


Universidade Católica de Moçambique

Instituto de Educação à Distância

Tema:

A IMPORTÂNCIA DO PLANEAMENTO FAMILIAR NA SAÚDE SEXUAL E


REPRODUTIVA

Nome: Belinha Arlindo Mirione, Código: 708212944

Curso: Licenciatura em Ensino de Geografia

Disciplina: Habilidades de Vida e HIV / Saúde Sexual e


Reprodutiva, Género e HIV/Sida

Ano de Frequência: 2º

Cuamba, Novembro de 2022


Folha de feedback
Classificação
Pontuação Nota do Subtotal
Categoria Indicadores Padrões
máxima Tutor
 Capa 0.5
 Índice 0.5
Estrutura Aspectos  Introdução 0.5
organizacionais  Discussão 0.5
 Conclusão 0.5
 Bibliografia 0.5
Introdução 1. Contextualização
(Indicação clara do 1.0
problema)
2. Descrição dos objectivos 1.0
3. Metodologia adequada ao
objecto do trabalho 2.0
Conteúdo 4. Articulação e domínio do
discurso académico 2.0
(expressão, escrita cuidada.
Análise e Coerência/coesão textual)
discussão 5. Revisão bibliográfica
nacional e internacionais 2.0
relevantes na área de
estudo
6. Exploração dos dados 2.0

Conclusão 7. Contributos teóricos


práticos 2.0
8. Paginação, tipo e tamanho
Aspectos Formatação de letra, parágrafo, 1.0
gerais espaçamento entre linhas
Normas APA 6ª 9. Rigor e coerência das
Referências edição em citações citações/referências 4.0
bibliográficas e bibliografia bibliográficas
Observação:

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Índice
1. Introdução ..............................................................................................................................................6

2. A IMPORTÂNCIA DO PLANEAMENTO FAMILIAR NA SAÚDE SEXUAL E


REPRODUTIVA ..........................................................................................................................................8

2.1. Saúde sexual e reprodutiva e planeamento familiar .......................................................................8

2.2. Diferença entre Sexo e género (masculinidade e feminidade) .......................................................8

2.3. Igualdade de género na vida sexual e reprodutiva .........................................................................9

2.4. Processo de desenvolvimento de sexualidade: mudanças físicas e psicológicas. ........................10

2.5. Orientações e identidades sexuais ................................................................................................11

2.6. A reprodução humana ..................................................................................................................13

2.7. Os sistemas reprodutores masculinos e femininos .......................................................................13


2.7.1. Sistema reprodutor masculino ..............................................................................................13
2.7.2. Sistema reprodutor feminino ................................................................................................15
2.7.3. Função do sistema reprodutor ..............................................................................................16

2.8. Diferentes Métodos do planeamento familiar: vantagens e desvantagens, perspectiva ética.......16

2.9. Os Perigos do aborto ....................................................................................................................18

2.10. Saúde sexual e reprodutiva ..............................................................................................................19

2.11. Diferentes tipos de ITS, sintomas, prevenção e tratamento ................................................................19

2.11.1. Diferentes tipos de ITS .............................................................................................................19


2.11.2. Sintomas ...................................................................................................................................20
2.11.3. Prevenção e tratamento ............................................................................................................21

2.12. Indicadores de relações saudáveis ...................................................................................................22

2.13. Direitos sexuais e reprodutivos .....................................................................................................23

3. Conclusão .................................................................................................................................................24

4. Referências Bibliográficas .......................................................................................................................25


1. Introdução

O presente trabalho da cadeira de Habilidades de Vida e HIV-SIDA versa sobre a importância


do planeamento familiar na saúde sexual e reprodutiva.

Segundo o módulo de Habilidades de Vida e HIV / Saúde Sexual e Reprodutiva, Género e


HIV/Sida adoptado pela UCM-IED, Saúde Reprodutiva refere-se, entre outros aspectos, à
promoção dos direitos sexuais e reprodutivos de ambos os sexos, através da divulgação de
informação credível e cientificamente sustentada, à facilitação do acesso à contracepção fiável e
a meios de prevenção das infecções sexualmente transmissíveis. Por outro lado, contempla-se
ainda a disponibilização de recursos que permitam que as gravidezes e os partos decorram de
forma segura e se garanta apoio aos indivíduos e aos casais no domínio da sexualidade.

Planeamento Familiar é geralmente definido como a necessidade da pessoa e do casal conseguir,


através do recurso a serviços de saúde sexual e reprodutiva, acesso à informação,
medicamentos, contraceptivos e outros, planear o número de filhos desejados, o espaçamento e a
programação dos seus nascimentos. Este tópico liga-se maioritariamente ao facto de muitas
vezes dentro do casal existem relações de poder que impossibilitam o planeamento familiar
voluntário.

Para a materialização deste trabalho, usou-se o método bibliográfico, utilizando livro, artigos
científicos, subtraíndo os conceitos para adequação do tema em causa.

O presente trabalho tem como objectivos:

 Conceituar a saúde sexual e reprodutiva e o planeamento familiar;


 Saber diferencial o Sexo do género (masculinidade e feminidade);
 Ter noções sobre Igualdade de género na vida sexual e reprodutiva;
 Conhecer o processo de desenvolvimento de sexualidade: mudanças físicas e
psicológicas;
 Conhecer as orientações e identidades sexuais;
 Conhecer a reprodução humana;
 Conhecer os sistemas reprodutores masculinos e femininos;

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 Conhecer diferentes Método do planeamento familiar: vantagens e desvantagens,
perspectiva ética;
 Conhecer os Perigos do aborto;
 Conhecer a Saúde sexual e reprodutiva Reprodutiva;
 Conhecer diferentes tipos de ITS, sintomas, prevenção e tratamento;
 Conhecer os Indicadores de relações saudáveis;
 Conhecer os Direitos sexuais e reprodutivos.

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2. A IMPORTÂNCIA DO PLANEAMENTO FAMILIAR NA SAÚDE SEXUAL E
REPRODUTIVA
2.1. Saúde sexual e reprodutiva e planeamento familiar

Segundo o módulo de Habilidades de Vida e HIV / Saúde Sexual e Reprodutiva, Género e


HIV/Sida adoptado pela UCM-IED, Saúde Reprodutiva refere-se, entre outros aspectos, à
promoção dos direitos sexuais e reprodutivos de ambos os sexos, através da divulgação de
informação credível e cientificamente sustentada, à facilitação do acesso à contracepção fiável e
a meios de prevenção das infecções sexualmente transmissíveis. Por outro lado, contempla-se
ainda a disponibilização de recursos que permitam que as gravidezes e os partos decorram de
forma segura e se garanta apoio aos indivíduos e aos casais no domínio da sexualidade.

Planeamento Familiar é geralmente definido como a necessidade da pessoa e do casal conseguir,


através do recurso a serviços de saúde sexual e reprodutiva, acesso à informação,
medicamentos, contraceptivos e outros, planear o número de filhos desejados, o espaçamento e a
programação dos seus nascimentos. Este tópico liga-se maioritariamente ao facto de muitas
vezes dentro do casal existem relações de poder que impossibilitam o planeamento familiar
voluntário.

Esta questão veio ao de cima com mais proeminência a partir da Conferência Internacional
sobre População e Desenvolvimento de 1994, quando a interligação entre população,
desenvolvimento e saúde e direitos sexuais e reprodutivos foi estabelecida de forma abrangente e
global numa perspectiva de direitos humanos.

2.2. Diferença entre Sexo e género (masculinidade e feminidade)

Segundo o módulo de Habilidades de Vida e HIV / Saúde Sexual e Reprodutiva, Género e


HIV/Sida adoptado pela UCM-IED, o conceito de género começou a ser usado na década de 80
por estudiosas feministas, para contribuir com um melhor entendimento do que representa ser
homem e ser mulher em uma determinada sociedade e em um determinado momento histórico.

Se falamos em sexo, pensaremos imediatamente em um atributo biológico, ou seja, já ao nascer o


bebe tem um sexo definido. Quando nasce uma menina, sabemos que quando ela cresce será
capaz de ter filhos/as e amamenta-los/as. Entretanto, segundo a socióloga Teresa Citellli, o facto

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de desde cedo ela ser estimulada a brincar com bonecas e ajudar nos serviços domésticos, por
exemplo, não tem nada a ver com o sexo são costumes, ideias, atitudes, crenças e regras criadas
pela sociedade em que ela vive. Partir da diferença biológica, cada grupo social constrói, em seu
tempo, um modo de pensar sobre os papéis, comportamentos, direitos e responsabilidades de
mulheres e homens.

Ainda segundo Citelli, “ a grande vantagem de se usar a noção de género, e a de desnaturalizar


relações consideradas ate então do domínio da natureza, e dessa forma evidenciar o carácter
social e cultural da hierarquia entre géneros, que quase sempre favorece os homens. O que é
considerado natural não pode ser mudado, mas só o que é social e cultural pode ser alterado para
corrigir desigualdades. Essa compreensão do conceito de género permite identificar em nosso
cotidiano: quais sãos símbolos atribuídos a mulheres e homens, quais as normas de
comportamento que decorrem desses símbolos e quais as instituições que funcionam a partir
dessas normas e o mais importante quais as consequências disso tudo na vida de mulheres e
homens.

O conceito de género permitiu também que se corrigissem dois equívocos:

a) A ênfase numa igualdade absoluta, negando as diferenças;


b) A centralização em apenas um dos géneros, não levando em conta que a história da
humanidade é uma historia de homens e mulheres em relação.

Enfim conceito de género é, antes de tudo, uma construção histórica e social cujas referências
partem das representações sociais e culturais construídas a partir das diferenças biológicas do
sexo. Se partirmos dessa premissa, podemos concluir que: se levarmos em conta que o feminino
e o masculino são determinados pela cultura e pela sociedade, as diferenças que se
transformaram em desigualdades são portanto, passíveis de mudança.

2.3. Igualdade de género na vida sexual e reprodutiva

Gênero se refere ao conjunto de relações, atributos, papéis, crenças e atitudes que definem o que
significa ser mulher ou homem na vida social. Na maioria das sociedades as relações de gênero
são desiguais e desequilibradas no que se refere ao poder atribuído a mulheres e homens. As
relações de gênero, quando desiguais, tendem a aprofundar outras desigualdades sociais e a

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discriminação de classe, raça, casta, idade, orientação sexual, etnia, deficiência, língua ou
religião, dentre outras. Os desequilíbrios de gênero se refletem nas leis, políticas e práticas
sociais, assim como nas identidades, atitudes e comportamentos das pessoas. Os atributos e
papéis relacionados ao gênero não são determinados pelo sexo biológico. Eles são construídos
histórica e socialmente e podem ser transformados (HERA, 1998).

Este conceito representou um avanço, pois, até aquela época, nos textos oficiais, especialmente
documentos produzidos no contexto das análises sobre população e desenvolvimento sustentável,
as desigualdades entre homens e mulheres, quando apontadas, eram referidas a partir das
categorias de status ou de papéis sociais. Porém, existem problemas recorrentes nas análises que
são o binarismo de gênero, a forma de se lidar com as chamadas “sexualidades dissidentes” e a
falta de clareza para abordar os múltiplos arranjos históricos, culturais e sociais da
homoafetividade. Por tudo isso, o conceito de gênero tem sido objeto de controvérsias e ataques
por parte de diversas vozes conservadoras.

2.4. Processo de desenvolvimento de sexualidade: mudanças físicas e psicológicas.

A puberdade “é a grande fase da vida humana, em que é alcançada a maturidade em todos os


níveis: biológico, social, psicológico, moral, espiritual e econômico. É a época da plenitude
sexual e biológica, é a fase da adolescência.” (SOUZA, 1991, p. 101).

A adolescência é marcada por grandes transformações biológicas. Nas meninas geralmente


primeiro aparecem os “botões”, os mamilos vão se tornando mais salientes e escuros,
provocando certa dor quando a região é tocada, que vão aos poucos crescendo mais e se
desenvolvendo, o que gera uma grande angústia. Algumas meninas têm vergonha, tentam
esconder, enquanto outras ficam felizes porque já sentem que estão se transformando em
mulheres. Elas ficam mais tímidas e não se despem mais na frente de outras pessoas,
principalmente dos pais.

Logo em seguida ou às vezes quase que simultaneamente aparecem os pelos pubianos. A bacia
da menina se alarga e sua cintura torna-se mais fina, as coxas e as nádegas ficam mais roliças e
torneadas, a vulva desloca-se para trás e o útero ganha posição e dimensão adulta. Com essas
mudanças vem a vaidade e uma nova preocupação com o corpo. O processo atinge o ápice coma
chegada da menstruação. (COSTA, 1986, p. 50).

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Nos meninos não existe um marco na sua transformação como nas meninas. Primeiro aparecem
os pelos pubianos e na área das axilas e também ocorre a primeira ejaculação.

O crescimento dos meninos na puberdade se dá de forma desordenada, ocorre o alargamento dos


ombros, dos braços e das pernas, seguido de um aumento das mãos, dos pés e dos músculos, que
acaba os deixando um pouco desajeitados. A voz também começa a engrossar. Em alguns
momentos a voz sai com um tom mais fino, o que deixa os meninos envergonhados. Há também
a ejaculação involuntária que ocorre durante o sono. São as chamadas “poluções noturnas”. É
importante ressaltar que a ereção muitas vezes é um ato involuntário, o que os deixa
envergonhados.

Os primeiros sinais de mudanças nos caracteres sexuais primários são um aumento dos testículos
e o enrugamento do escroto. Há um alongamento do pênis, acompanhado pelo desenvolvimento
da próstata e das vesículas seminais. Isso ocorre em função da presença de testosterona,
hormônio masculino responsável por todas essas mudanças. Quando o adolescente já apresenta
estas características, a ereção torna-se mais frequente e ocorre a ejaculação (...). Essas vivências
são experimentadas com certa dose de expectativa e euforia, aumentando nessa fase o interesse
por leituras eróticas e as primeiras fantasias de envolvimento sexual. (COSTA, 1986, p. 63).

Esse período é marcado pela masturbação que “é a manipulação de seus próprios órgãos genitais
para a obtenção do orgasmo” (SOUZA, p. 294, 1991), algo que faz parte do desenvolvimento
tanto dos meninos quanto das meninas.

2.5. Orientações e identidades sexuais

É facto, que vários comportamentos e atributos têm-se confudido com a orientação sexual, e para
se evitar isso é possível usar uma distinção que divide e enxerga a identidade sexual a partir de
quatro prismas: biológico (material genético presente nos cromossomos), psicológico (sentir-se
homem ou mulher), sociológico (papel desempenhado dentro da sociedade) e erótico/afetivo
(disposição pelo sexo oposto ou pelo mesmo sexo), apenas este último tem relação com a
orientação sexual do indivíduo (FARO, 2016).

Podemos pensar nos discursos produzidos socialmente acerca das mulheres e também dos
homens em um processo histórico e social, referindo-se a seus sexos corporificados e biológicos,

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como a unidade que deve representá-los enquanto gênero; enquanto sabemos ser esta uma
construção social, histórica e psíquica que não coincide necessariamente com o sexo que se tem
(BUENO, 2006).

Sexualidade e gênero são dimensões diferentes que integram a identidade pessoal de cada
indivíduo. Ambos surgem, são afetados e se transformam conforme os valores sociais vigentes
em uma dada época. São partes, assim, da cultura, construídas em determinado período histórico,
ajudando a organizar a vida individual e coletiva das pessoas. Em síntese, é a cultura que
constrói o gênero, simbolizando as atividades como masculinas e femininas (BRASIL, 2009).

A diferença homo/hétero não é só constatada, mas serve, sobretudo, para ordenar um regime das
sexualidades em que os comportamentos heterossexuais são os únicos que merecem a
qualificação de modelo social e de referência para qualquer outra sexualidade. Assim, nessa
ordem sexual, o sexo biológico (macho/fêmea) determina um desejo sexual, assim como um
comportamento social específico (masculino/feminino). A divisão dos gêneros e o desejo sexual
funcionam como um dispositivo de reprodução da ordem social, e não como um dispositivo de
reprodução biológica da espécie (BORRILO, 2010).

Social e biologicamente a orientação erótico-afetiva homossexual é vista como um mecanismo


emocional que predispõe certos indivíduos a escolher, ou permitir que se escolha por eles, um
papel não reprodutivo. Depois do surgimento da sexologia, no século XIX, a homossexualidade
passou a ser entendida não como uma perversão sexual, mas como identidade sexual, tanto que o
termo foi cunhado não para classificar ou estigmatizar, mas sim para definir sua orientação
sexual, como parte da personalidade e do caráter de alguém (FARO, 2015).

Vista como um direito, a homossexualidade pode ser, com muito mais propriedade, apontada
como uma liberdade de reconhecimento tardio. Não há dúvidas de que seja um direito
fundamental, ou, pelo menos, a expressão do direito fundamental à autodeterminação quanto à
própria orientação sexual, isto é, quanto à própria sexualidade do indivíduo (FARO, 2015).

Esses estudos citados reafirmam a ideia dos relatos de práticas análogas desde sociedades
antigas, a liberdade de orientação sexual e a busca por reconhecimento público da possibilidade
de orientação sexual diversa da hétero, como proposto por Faro (2015).

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2.6. A reprodução humana

Segundo Silverthorn (2010), A reprodução humana consiste em eventos biológicos essenciais


para a preservação da espécie, envolvendo mecanismos fisiológicos complexos em estruturas
formadoras dos sistemas reprodutores masculino e feminino. A compreensão desses mecanismos
é extremamente importante e envolve o conhecimento anatômico e funcional desses sistemas,
associado às suas alterações durante o desenvolvimento, maturação e envelhecimento.

Ainda segundo Silverthorn (2010), Existem semelhanças morfofuncionais entre algumas


estruturas do sistema reprodutor feminino e masculino, sobretudo pelo fato de ambos derivarem
do mesmo tecido embriológico. Um exemplo disso são as gônadas, responsáveis pela
gametogênese em ambos os sexos. Entretanto, as gônadas femininas, denominadas ovários, são
responsáveis pela produção de oócitos, ao passo que as masculinas - os testículos - produzem os
espermatozoides. Os espermatozoides e os oócitos são os gametas masculinos e femininos,
respectivamente. Eles diferem entre si em diversos aspectos, como na duração de sua produção.
Ambos possuem os componentes genéticos responsáveis pela formação de um novo indivíduo.

2.7. Os sistemas reprodutores masculinos e femininos

Segundo o site https://brasilescola.uol.com.br/biologia/sistema-reprodutor.htm "O sistema


reprodutor, também chamado de sistema genital, é responsável por proporcionar as condições
adequadas para a nossa reprodução. O sistema reprodutor masculino é responsável por garantir a
produção do gameta masculino (espermatozoide) e depositá-lo no interior do corpo da mulher. O
sistema reprodutor feminino, por sua vez, atua produzindo o gameta feminino (ovócito
secundário) e também servindo de local para a fecundação e desenvolvimento do bebê."

2.7.1. Sistema reprodutor masculino

O sistema reprodutor masculino garante a produção dos espermatozoides e a transferência desses


gametas para o corpo da fêmea. Ele é formado por órgãos externos e internos. O pênis e o saco
escrotal são os chamados órgãos reprodutivos externos do homem, enquanto os testículos, os
epidídimos, os ductos deferentes, os ductos ejaculatórios, a uretra, as vesículas seminais, a
próstata e as glândulas bulbouretrais são órgãos reprodutivos internos.

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Testículos: são as gônadas masculinas e estão localizados dentro do saco escrotal, também
conhecido como escroto. Eles são formados por vários tubos enrolados chamados de túbulos
seminíferos, nos quais os espermatozoides serão produzidos. Além de produzir os gametas, é nos
testículos que ocorre a produção da testosterona, hormônio relacionado, entre outras funções,
com a diferenciação sexual e a espermatogênese.

Epidídimo: após saírem dos túbulos seminíferos, os espermatozoides seguem para o epidídimo,
formado por tubos espiralados. Nesse local os espermatozoides adquirem maturidade e tornam-se
móveis"

Ducto deferente: no momento da ejaculação, os espermatozoides seguem do epidídimo para o


ducto deferente. Esse ducto encontra o ducto da vesícula seminal e passa a ser chamado de ducto
ejaculatório, o qual se abre na uretra.

Uretra: é o ducto que se abre para o meio externo. Ela percorre todo o pênis e serve de local de
passagem para o sêmen e para a urina, sendo, portanto, um canal comum ao sistema urinário e
reprodutor.

Vesículas seminais: no corpo masculino observa-se a presença de duas vesículas seminais, as


quais formam secreções que compõem cerca de 60% do volume do sêmen. Essa secreção
apresenta várias substâncias, incluindo frutose, que serve de fonte de energia para o
espermatozoide.

Próstata: secreta um fluido que também compõe o sêmen. Essa secreção contém enzimas
anticoaguladoras e nutrientes para o espermatozoide.

Glândulas bulbouretrais: no corpo masculino observa-se a presença de duas glândulas


bulbouretrais. Elas são responsáveis por secretar um muco claro que neutraliza a uretra, retirando
resíduos de urina que possam ali estar presentes.

Pênis: é o órgão responsável pela cópula. Ele é formado por tecido erétil que se enche de sangue
no momento da excitação sexual. Além do tecido erétil, no pênis é possível observar a passagem
da uretra, pela qual o sêmen passará durante a ejaculação.

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2.7.2. Sistema reprodutor feminino

O sistema reprodutor feminino servirá de local para a fecundação e também para o


desenvolvimento do bebê, além de ser responsável pela produção dos gametas femininos e
hormônios. Assim como no masculino, o sistema reprodutor feminino apresenta órgãos externos
e internos. Os órgãos externos recebem a denominação geral de vulva e incluem os lábios
maiores, lábios menores, clitóris e as aberturas da uretra e vagina. Já os órgãos internos incluem
os ovários, as tubas uterinas, o útero e a vagina.

Ovários: no corpo feminino observa-se a presença de dois ovários, os quais são responsáveis por
produzir os gametas femininos. Nesses órgãos são produzidos também os hormônios estrogênio
e progesterona, relacionados com a manutenção do ciclo menstrual, sendo o estrogênio
relacionado também com o desenvolvimento dos caracteres sexuais secundários.

Tubas uterinas: no corpo da mulher, observa-se a presença de duas tubas uterinas, as quais
apresentam uma extremidade que atravessa a parede do útero e outra que se abre próximo do
ovário e tem prolongamentos denominados de fímbrias. A fecundação ocorre, geralmente, na
região das tubas uterinas.

Útero: é um órgão muscular, em forma de pera, no qual se desenvolve o bebê durante a


gravidez. A parede do órgão é espessa e possui três camadas. A camada mais espessa é chamada
de miométrio e é formada por grande quantidade de fibras musculares lisas. A mais interna,
chamada de endométrio, destaca-se por ser perdida durante a menstruação. O colo do útero,
também chamado de cervice, abre-se na vagina.

Vagina: é um canal elástico no qual o pênis é inserido durante a relação sexual e o


espermatozoide é depositado. Esse canal é também por onde o bebê passa durante o parto
normal.

Vulva: é a genitália externa feminina. Fazem parte da vulva os lábios maiores, os lábios
menores, a abertura vaginal, a abertura da uretra e o clitóris. Esse último é formado por um
tecido erétil e apresenta muitas terminações nervosas, sendo um local de grande sensibilidade.

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2.7.3. Função do sistema reprodutor

Os sistemas reprodutores masculino e feminino atuam juntos para garantir a multiplicação da


nossa espécie. Tanto o sistema genital masculino quanto o feminino são responsáveis pela
produção dos gametas, ou seja, pela produção das células que se unirão na fecundação e darão
origem ao zigoto. Os gametas são produzidos nas chamadas gônadas, sendo os testículos as
gônadas masculinas e os ovários as gônadas femininas. Os testículos produzem os
espermatozoides, enquanto os ovários produzem os ovócitos secundários, chamados
popularmente de óvulos.

O espermatozoide é depositado dentro do corpo da fêmea no momento da cópula, e a fecundação


ocorre no interior do sistema reprodutor feminino, mais frequentemente na tuba uterina. Após a
fecundação, forma-se o zigoto, o qual inicia uma série de divisões celulares enquanto é levado
em direção ao útero. O embrião implanta-se no endométrio do útero, e ali é inciado o seu
desenvolvimento. A gestação humana dura cerca de 40 semanas.

2.8. Diferentes Métodos do planeamento familiar: vantagens e desvantagens,


perspectiva ética.

Para que a opção por um método seja livre e informada, além da variedade, também é necessário
ter um número suficiente a ser oferecido, levando-se em conta as características intrínsecas de
cada pessoa e a demanda local (DÍAZ & DÍAZ, 2000).

Na pesquisa do Pesquisa Nacional de Demografia e Saúde (PNDS), os métodos mais referidos


espontaneamente pelas mulheres foram a pílula anticoncepcional (87,4%), o preservativo
(53,1%), métodos de abstinência periódica (34,8%) e o dispositivo intra-uterino - DIU (34%).
Mediante estimulação, referiram-se principalmente à pílula (99,3%), ao preservativo (98,6%), à
esterilização feminina (97,6%) e à abstinência periódica (88,5%) (VIANNA, et al., 2005).

Além disso, para que as pessoas, de facto, possam escolher livremente, é relevante também a
informação científica que lhes é dada acerca dos métodos anticoncepcionais disponíveis.

Neste ponto, incluem-se as contra-indicações gerais e as situações próprias de cada indivíduo que
poderiam levar a considerar determinados métodos anticoncepcionais como mais ou menos

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adequados para essa pessoa, e, finalmente, o tipo de suporte que os serviços podem oferecer às
pessoas que escolhem um método específico (BRUCE, 2008).

Antes de iniciar o uso de métodos anticoncepcionais, a mulher deve ser adequadamente orientada
pelo profissional de saúde. Essa orientação deve abranger informações acuradas sobre todos os
métodos anticoncepcionais disponíveis. Uma orientação adequada permite a tomada de decisão
baseada em informações, traduzindo a escolha livre e informada.

Dos métodos contraceptivos a abstinência contínua, que significa nunca ter intercurso sexual, é
o único método com 100% de eficiência para evitar a gravidez.

São considerados métodos contraceptivos reversíveis, aqueles que ao deixarem de ser utilizados
permitem o retorno à fertilidade.

E irreversíveis aqueles que se destinam essencialmente a quem não deseja ter mais filhos, pois
exige uma intervenção cirúrgica. Processo que permite vida sexual ativa e saudável com menores
riscos para concepção (BRUCE, 2008).

Os métodos contraceptivos dividem-se em:

 Métodos reversíveis naturais:


 Métodos comportamentais:
 Tabelinha (Método Rítmico ou Ogino-Knaus);
 Muco Cervical ou Billings;
 Temperatura Basal;
 Coito Interrompido.
 Métodos reversíveis não naturais:
 Métodos de barreira:
 Preservativo Masculino;
 Preservativo Feminino;
 Diafragma;
 Capuz Cervical.
 Métodos hormonais ou químicos:
 Anticoncepcionais Orais (pílulas);

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 Pílula Vaginal;
 Anticoncepcionais Injetáveis;
 Espermicida Vaginal;
 Esponja Vaginal;
 Implante Hormonal;
 Anel vaginal Nuvaring (Organon);
 Adesivos;
 Contracepção de Emergência ou Pílula do Dia Seguinte.
 Dispositivos intra-uterinos:
 Dispositivo Intra-Uterino – DIU;
 Dispositivo Intra-Uterino combinado com hormônios (MIRENA).
 Métodos irreversíveis:
 Método sintotérmico:
 Cirúrgicos;
 Laqueadura;
 Vasectomia.
2.9. Os Perigos do aborto

Segundo o dicionário Aurélio se trata da interrupção da gravidez, sendo ele espontâneo ou não,
resultando a morte do nascituro (FERREIRA, 1975).

Há grande probabilidade de que criminalizar o aborto não seja uma maneira de diminuir sua
prática, mas sim uma forma de colocar em risco a saúde e a vida da mulher, já que ela se
submete a situações perigosas, sem estrutura e sem o acompanhamento de um profissional
adequado. (ROCHA, et al., 2015).

O aborto pode acarretar muitos problemas para com a saúde destas mulheres, como adquirir
alguns tipos de DST’s; torná-las inférteis e também acarretar em problemas psíquicos já que
muitas podem ter dificuldades no processo de “luto” uma vez que a maioria passa por este
momento sozinha, e sem o apoio familiar. (SOUZA, et al., 2001).

Deste modo, é necessário que os indivíduos sejam informados cada vez mais sobre o aborto e os
danos que pode causar. É um assunto que deve ser pautado em escolas, faculdades, palestras, nas

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mídias e nos meios sociais como um todo para que toda a sociedade tenha acesso a uma visão
mais vasta sobre os riscos que a mulher se expõe ao procurar métodos dos quais não são
compatíveis ao bem-estar físico e psicológico do sexo feminino.

2.10. Saúde sexual e reprodutiva

A Conferencia Internacional sobre População e Desenvolvimento (Cairo, 1994), defende saúde


reprodutiva como um direito humano e um elemento fundamental da igualdade de género. Os
delegados das nações unidas concordaram, que a Saúde Reprodutiva implica um estado completo
de bem-estar físico, mental e social, assim como, uma vida sexual satisfatória e segura. Implica a
capacidade de se reproduzir e decidir, quando e com que frequência o fazem.

A OMS descreve saúde sexual como a ausência de doenças, especialmente as doenças


sexualmente transmissíveis; a ausência de coação sexual, tais como a violência, tal como a
violação sexual e as demais formas de coerção sexual. Presentes no sexo comercial, ou
instituídas pela relação de poder entre homens e mulheres e pela estigmatização, por exemplo de
homossexuais e lésbicas, e pela presença de satisfação no acto. Este conceito no seu carácter
instrumental, tem possibilitado várias intervenções de carácter médico e social, assim como
político e ético (Villela, 2006).

A importância atribuída à saúde sexual e reprodutiva é relativamente recente (Nodin, 2001;


Ogdnen, 2004). A OMS (2002) declarou que os problemas de saúde específicos da adolescência
são: a gravidez não desejada, as ITS’s, (onde destaca a sida) o consumo de álcool, tabaco e
drogas, os acidentes de viação e os hábitos alimentares. Estes problemas, com causas
multivariadas, são em grande parte determinados pelos comportamentos e estilos de vida. Na
adolescência estes problemas de saúde tendem a aumentar, os autores destacam que é possível
prevenir muitos desses problemas, através da prevenção, devido à grande plasticidade
comportamental que caracteriza a adolescência (Dias, 2009; Simões, 2007).

2.11. Diferentes tipos de ITS, sintomas, prevenção e tratamento

2.11.1. Diferentes tipos de ITS

As Infecções de Transmissão Sexual (ITS) são causadas por vírus, bactérias ou outros
microrganismos. Elas são transmitidas, principalmente, por meio do contato sexual (oral,

19
vaginal, anal) sem o uso de camisinha masculina ou feminina, com uma pessoa que esteja
infectada. A transmissão de uma ITS pode acontecer, ainda, da mãe para a criança durante a
gestação, o parto ou a amamentação. De maneira menos comum, as ITS também podem ser
transmitidas por meio não sexual, pelo contato de mucosas ou pele não íntegra com secreções
corporais contaminadas (https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/i/ist)

Existem diversos tipos de infecções de transmissão sexual, mas os exemplos mais conhecidos
são:

 Herpes genital;

 Cancro mole (cancroide);

 HPV;

 Doença Inflamatória Pélvica (DIP);

 Donovanose;

 Gonorreia e infecção por Clamídia;

 Linfogranuloma venéreo (LGV);

 Sífilis;

 Infecção pelo HTLV;

 Tricomoníase.

2.11.2. Sintomas

As ITS podem se manifestar por meio de feridas, corrimentos e verrugas anogenitais, entre
outros possíveis sintomas, como dor pélvica, ardência ao urinar, lesões de pele e aumento de
ínguas. São alguns exemplos de IST: herpes genital, sífilis, gonorreia, tricomoníase, infecção
pelo HIV, infecção pelo Papilomavírus Humano (HPV), hepatites virais B e C.

As ITS aparecem, principalmente, no órgão genital, mas podem surgir também em outras partes
do corpo (ex.: palma das mãos, olhos, língua).

20
O corpo deve ser observado durante a higiene pessoal, o que pode ajudar a identificar uma ITS
no estágio inicial. Sempre que se perceber algum sinal ou algum sintoma, deve-se procurar o
serviço de saúde, independentemente de quando foi a última relação sexual. E, quando indicado,
avisar a parceria sexual.

Algumas ITS podem não apresentar sinais e sintomas, e se não forem diagnosticadas e tratadas,
podem levar a graves complicações, como infertilidade, câncer ou até morte.

Por isso, é importante fazer exames laboratoriais para verificar se houve contato com alguma
pessoa que tenha ITS, após ter relação sexual desprotegida, sem camisinha masculina ou
feminina.

2.11.3. Prevenção e tratamento

A prevenção, estratégia básica para o controle da transmissão das DTS e do HIV, dar-se-á por
meio da constante informação para a população geral e das atividades educativas que priorizem:
a percepção de risco, as mudanças no comportamento sexual e a promoção e adoção de medidas
preventivas com ênfase na utilização adequada do preservativo.

As atividades de aconselhamento das pessoas com DTS e seus parceiros durante o atendimento
são fundamentais, no sentido de buscar que os indivíduos percebam a necessidade de maior
cuidado, protegendo a si e a seus parceiros, prevenindo assim a ocorrência de novos episódios.
Deve-se sempre enfatizar a associação existente entre as DTS e a infecção pelo HIV. Deve-se,
ainda, estimular a adesão ao tratamento, explicitando a existência de casos assintomáticos ou
pouco sintomáticos, também suscetíveis a graves complicações. A promoção e disponibilização
de preservativos deve ser função de todos os serviços, desta forma, a assistência pode se
constituir em um momento privilegiado de prevenção.

O tratamento deve ser instituído no momento da consulta, preferencialmente com medicação por
via oral e em dose única, ou com o menor número possível de doses. A utilização de alguns
fluxogramas desenvolvidos, testados e já validados, provê a possibilidade de tratamento imediato
e a ruptura imediata da cadeia de transmissão. Nesta abordagem, são pesquisados os sinais e
sintomas que, agrupados, forneçam o diagnóstico de uma síndrome. O tratamento visará, então,
aos agentes etiológicos mais comuns na síndrome em estudo. Para que esse tipo de assistência

21
seja adequadamente implementada, pode incluir ainda a coleta de material que permita a
realização do diagnóstico etiológico em laboratório local ou de referência, aconselhamento para
redução de risco, tratamento de parceiros, orientações para adesão aos tratamentos fracionados,
promoção e disponibilização de preservativos.

2.12. Indicadores de relações saudáveis

Relacionamentos são fundamentais em nossas vidas mas isso não significa que são fáceis de
manter. Por isso, é importante entender as diferenças entre relação saudável e tóxica, afinal
ambas podem influenciar, e muito, outras áreas de sua vida
(https://psicologosvilaolimpia.com.br/psicologia/relacionamento-saudavel/).

A princípio, é relevante explicar que não há uma fórmula que defina ao certo um relacionamento
positivo. Isso porque cada pessoa carrega consigo valores diferentes que são determinantes na
dinâmica de um casal, o que é primordial para classificar um envolvimento amoroso.

Os principais indicadores de relações saudáveis são:

a) Comunicação: a comunicação é uma das importantes bases para um relacionamento e, por isso,
precisa acontecer com frequência e de maneira respeitosa para manter a conexão entre o casal;
b) Respeito: para existir um relacionamento, são necessárias pelo menos duas pessoas que, em
grande maioria, são diferentes. E respeitar essas diferenças é primordial para que a relação seja
saudável;
c) Resolução de problemas: é comum que, a longo prazo, os relacionamentos comecem a passar por
problemas, mas resolvê-los de maneira respeitosa e sincera são características de boas relações;
d) Ter limites: todo relacionamento saudável precisa respeitar os limites que distinguem uma pessoa
de outra, garantir sua privacidade e respeitar as diferentes opiniões, perspectivas e sentimentos;
e) Fazer despertar o melhor do outro: de maneira natural, a dinâmica dentro da relação faz com que
o “lado bom” de cada pessoa seja aflorado. Juntos, tiram o melhor “eu” de cada um e, assim,
crescem juntos.
É importante ter em mente que toda relação pode passar por problemas, porém, não é necessário
esperar que isso aconteça para procurar ajuda e começar a trabalhar para fortalecer a união no
relacionamento.

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A terapia de casal é uma ótima alternativa para manter a relação sadia, desenvolvendo as
habilidades de boa comunicação, escuta efetiva e administração de conflitos.

2.13. Direitos sexuais e reprodutivos

Os direitos sexuais e reprodutivos incluem a escolha voluntária no que se refere ao casamento,


relações sexuais e procriação.

As principais componentes dos direitos sexuais e reprodutivos são:

 Igualdade e equidade entre homens e mulheres a fim de permitir que os indivíduos


façam escolhas livres e esclarecido em todas as esferas da vida, sem estarem sujeitos a
qualquer discriminação forçada no sexo;
 Saúde reprodutiva e sexual como uma componente da saúde em geral, ao longo do
ciclo de vida; - Tomada de decisão quanto à reprodução, incluindo a escolha voluntária
quanto no casamento. Formação da família e determinação do número de filhos,
momento de ocorrência e espaçamento entre os nascimentos, o direito de ter acesso à
informação e aos meios necessários para exercer uma escolha voluntária;
 Segurança sexual e reprodutiva incluindo a não sugestão à violência sexual e à
coacção e o direito a privada.

Estes direitos estão relacionados com os outros direitos sociais, económicos e culturais através da
complexa rede de conceitos internacionais, nacionais e locais dos deveres mútuos dos indivíduos,
famílias, comunidades e estado.

Esse sofrimento e mortes poderiam ser evitados por melhorias dos cuidados da saúde
reprodutiva, tais como uma melhor vigilância e cuidados durante a gravidez, bem como pelo
encaminhamento e sistema de transporte, em caso de emergência, e pela assistência pós-parto.

23
3. Conclusão

É pertinente perceber que a importância atribuída à saúde sexual e reprodutiva é relativamente


recente (Nodin, 2001; Ogdnen, 2004). A OMS (2002) declarou que os problemas de saúde
específicos da adolescência são: a gravidez não desejada, as IST‟s, (onde destaca a sida) o
consumo de álcool, tabaco e drogas, os acidentes de viação e os hábitos alimentares. Estes
problemas, com causas multivariadas, são em grande parte determinados pelos comportamentos
e estilos de vida. Na adolescência estes problemas de saúde tendem a aumentar, os autores
destacam que é possível prevenir muitos desses problemas, através da prevenção, devido à
grande plasticidade comportamental que caracteriza a adolescência (Dias, 2009; Simões, 2007).

A Conferencia Internacional sobre População e Desenvolvimento (Cairo, 1994), defende saúde


reprodutiva como um direito humano e um elemento fundamental da igualdade de género. Os
delegados das nações unidas concordaram, que a Saúde Reprodutiva implica um estado completo
de bem-estar físico, mental e social, assim como, uma vida sexual satisfatória e segura. Implica a
capacidade de se reproduzir e decidir, quando e com que frequência o fazem.

A OMS descreve saúde sexual como a ausência de doenças, especialmente as doenças


sexualmente transmissíveis; a ausência de coação sexual, tais como a violência, tal como a
violação sexual e as demais formas de coerção sexual. Presentes no sexo comercial, ou
instituídas pela relação de poder entre homens e mulheres e pela estigmatização, por exemplo de
homossexuais e lésbicas, e pela presença de satisfação no acto. Este conceito no seu carácter
instrumental, tem possibilitado várias intervenções de carácter médico e social, assim como
político e ético (Villela, 2006).

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4. Referências Bibliográficas

BRASIL, Ministério da Educação. Gênero e diversidade na escola: formação de professoras/es


em gênero, orientação sexual e relações étnico-raciais. Livro de conteúdo. Rio de Janeiro,
versão 2009.a P. de. Convivendo com seu sexo: pais e professores. São Paulo: Paulinas, 1991.

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