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Maçonaria do Futuro – Gestão Maçônica

ARLS Fraternidade Cleuton Candido Landre 298

Buscamos com o presente texto discorrer sobre a gestão administrativa


de maneira holística, com o intuito de demonstrar como fazer o planejamento
da loja para se obter um boa gestão ou administração. Assim o conteúdo do
trabalho busca correlação da “administração acadêmica” com a “gestão
empírica praticada”. Por administração acadêmica entende-se a administração
ensinada nas universidades e faculdades, ou seja, a ciência social aplicada,
enquanto a gestão empírica trata das rotinas e procedimentos adotados pelas
lojas e passados de geração para geração pelos obreiros de uma loja.
Detalhadamente abordaremos os seguintes tópicos: Elaboração do
planejamento semestral ou anual da oficina ressaltando quais as atividades
que a loja pretende desenvolver ao longo do período; quais as metas a serem
alcançadas; como gerenciar o patrimônio da oficina; quais eventos, maçônicos
ou não, culturais ou não, se pretende realizar.
Ainda que não seja finalidade de uma loja maçônica ser uma empresa,
por vezes é necessário que ela o seja. Como exemplo, podemos citar situações
no mundo profano como o momento em que uma nova diretoria é eleita, e há
necessidade da existência de um responsável legal para solicitar um alvará
para evento ou para representar a loja junto a Receita Federal, ou ainda
substituição dos dirigentes responsáveis (Venerável e Tesoureiro) junto a
instituições financeiras. Enfim: - Quem assina o cheque? Quem são os
responsáveis no mundo profano (civil)?
Quanto a Elaboração do Planejamento Semestral ou Anual da Oficina
ressaltando quais as atividades que a Loja pretende desenvolver ao longo do
período, podemos dizer que toda empresa, que é constituída com o mínimo de
formalidade administrativa, possui uma missão, uma visão e valores que
norteiam cada uma das ações de seus membros. A missão é a razão de ser de
uma empresa. Com um olhar macro na ordem maçônica encontraremos
missão, visão e valores, entretanto ao observamos individualmente, cada uma
das lojas encontraremos missões diferentes, e em alguns casos sequer haverá
uma missão clara ou formalmente definida. O mais comum é encontrarmos em
cada loja uma cultura organizacional, que vai sendo transmitida de obreiro para
obreiro de maneira informal. Missão é um princípio norteador de cada uma das
ações de uma organização, enquanto uma meta é a quantificação de um
objetivo específico. Podemos dizer ainda que a missão é formal e explicita, e a
cultura organizacional é informal e implícita.
Na maior parte das lojas do Sul de Minas Gerais o que temos são
vocações de lojas mais destacadas que outras, quais sejam, a filantropia, a
fraternidade ou a filosofia e, em outros casos, atividades esporádicas em
determinado período, ou seja, temos metas eventuais, que geralmente são
definidas por semestre ou por gestão, como por exemplo: construir um templo,
reformar o templo, ajudar enfermos, assistir instituições filantrópicas, promover
interações das cunhadas no meio maçônico, sanear a tesouraria, aumentar o
número de obreiros, evitar pedidos de desligamento, realizar procedimento
administrativo para exclusão de membros irregulares. Há Veneráveis que
desejam unir as lojas do município em suas relativas gestões. Os itens citados
nesse paragrafo além de vocações, também poderiam ser chamados de metas,
mas não necessariamente de missão. A missão faz com que os envolvidos se
motivem por ter um propósito pelo qual lutam, a meta (pura e simples) pode
gerar desmotivação depois de alcançada.
Quando não há uma missão definida, qualquer organização acaba por
seguir determinada rota por um tempo, depois a abandona e direciona seus
esforços em outra direção, deixando assim sempre obras inacabadas,
vulgarmente chamada de voo de galinha, parafraseando Delfim Neto
“precisamos plantar carvalhos e não pés de alface”.
O fato de uma loja maçônica não ter uma missão não a exclui de ter
rotinas administrativas, é preciso administrar os processos internos
operacionais.
Academicamente, de maneira resumida, podemos dizer que administrar
é planejar, organizar, dirigir e controlar (PODC) e para gerir
administrativamente uma loja maçônica não é diferente, ou seja, em todos os
processos de uma oficina deve haver planejamento, organização, direção e
controle. Curiosamente pode-se perceber a mesma falha em algumas diretorias
de loja e em pequenos empresários: muito se planeja e pouco se executa, em
outros casos há planejamento e organização, mas não há direção ou controle
(tarefas são delegadas e o resultado não é cobrado/controlado/mensurado).
Como sugestão para gerenciar os processos internos operacionais da
oficina, podemos citar a ARLS Fraternidade Cleuton Candido Landre 298, onde
percebeu-se que havia pouquíssima, ou nenhuma padronização nos
procedimentos e rotinas administrativas: a cada gestão criavam-se novas
rotinas, documentos eram extraviados, o obreiro que exercia determinado
cargo era frequentemente acionado por seu sucessor para sanar dúvidas e/ou
fornecer documentos. Houve casos de livros, comendas, atas e outros bens da
lojas ficavam na residência do obreiro sem qualquer tipo de inventário, e como
tratativa, a loja aderiu a um software que centraliza e padroniza diversos
procedimentos como secretaria, tesouraria, chancelaria, arquivos, biblioteca,
inventário e que também possui a versão de app para smartfone.

CONCLUSÃO

É recomendável que toda loja tenha sua missão formalmente definida, e


que a troca de diretorias não obstrua a loja no cumprimento de sua missão. A
definição de uma missão para a loja, em nada impede um venerável de deixar
sua marca na respectiva gestão, vez que este pode ajustar suas ações,
decisões e proposição conforme aquilo que lhe parecer mais correto, ele pode
estabelecer metas, desde que não colida com os interesses da loja, nem com
sua missão ou estatuto. A missão decide “o que” fazer, enquanto o venerável e
a loja podem definir o “como” fazer.
Faz-se necessário que as lojas maçônicas busquem as melhores
práticas (benchmarketing) em lojas co-irmãs ou mesmo em empresas privadas,
e as aplique em suas rotinas administrativas para que a loja possua um
histórico e uma história de fácil acesso, bem como qualquer que seja o obreiro
que esteja ocupando o cargo possa saber como realizar aquele procedimento.
Deste modo, quando há troca de obreiro no cargo, existe uma continuidade nos
projetos e nos procedimentos, trazendo assim uniformidade no modo de
realizar as ações. Essa uniformidade faz com que a evolução da loja, na
direção a seus objetivos, seja perene e crescente.
Se a loja não cumpre seus procedimentos a contento, se não possui
planejamento, a saber: não possui pedra de traçar, não prepara instruções,
permite improvisos na ordem do dia ou em eventos, não tem os recursos
necessários com antecedência para as sessões magnas, enfim se não é bem
gerida, bem administrada, isso causa desinteresse dos membros mais atentos.

Autores:
Walter Pinto Barbosa Junior
Daniel Fernandes Rocha
Augusto Heyden Boczar
Willian César Silva

Referências Bibliográficas:
KOETZ, Luciane Soutello. Teorias de administração I: Fundamentos
da Administração – São Paulo: Person Education do Brasil, 2009.
CHIAVENATO, Idalberto. Introdução a teoria geral da administração.
7ed. Rio de janeiro, 2003.
FAYOL, Heri. Administração industrial e geral. São Paulo: Atlas 1981.

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