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ESTRUTURA ORGANIZACIONAL: Considerações à Modelagem

Organizacional

Aristides Alvares DOURADO JUNIOR¹

Jonilto Costa SOUSA²

¹Mestrando em Gestão Pública pelo Programa de Pós Graduação em Gestão Pública – PPGP/UnB
aristides.jana@gmail.com
²Doutor em Administração pela Universidade de Brasília. Professor do Programa de Pós Graduação em Gestão Pública
– PPGP/UnB
jonilto@unb.br

Recebido em: 28/11/2015 - Aprovado em: 18/07/2016 - Disponibilizado em: 18/12/2016

RESUMO
O presente estudo assinala os elementos que corroboram a configuração de estruturas organizacionais públicas ou
privadas frente a ambientes de incertezas. Ressalta, a partir de pesquisa bibliográfica sistematizada sobre o tema, a
evolução de modelos estruturais (VASCONCELLOS, 1989; DAFT, 2005; OLIVEIRA, 2006; CURY, 2007),
destacando formalização, componentes, condicionantes, níveis de influência e abrangência e natureza institucional.
Fornece subsídios para análise e contínua reavaliação das estruturas, com o intuito de melhor atender a dinâmica
organizacional. O estudo, portanto, revela que as organizações devem se revestir de formalidade estrutural,
congregando os sistemas componentes, condicionados e influenciados pelas pessoas, ambiente e natureza da
organização em análise.
Palavras-chave: Estrutura Organizacional. Mudança Organizacional. Formalidade. Informalidade. Organizações
Públicas.

ABSTRACT
This study points out the elements that support the configuration of public and private organizational structures facing
uncertainties environments. Points out, from a systematic literature review on the topic, the evolution of structural
models (VASCONCELLOS, 1989; DAFT, 2005; OLIVEIRA, 2006; CURY, 2007), highlighting formalization,
components, conditioning, influence levels and scope and institutional. It provides information for analysis and
continuous reassessment of structures in order to better meet the organizational dynamics. The study therefore reveals
that organizations should have put structural formality, bringing the component systems, conditioned and influenced by
people, environment and nature of the organization under review.
Keywords: Organizational structure. Organizational change. Formality. Informality. Public organizations.

1 Introdução entender que os usuários/cidadãos carecem de


bens e serviços para sobrevivência e de que
O estudo trata dos elementos são elas as responsáveis por essas produções.
constituintes e condicionantes da Então, as instituições públicas e privadas,
configuração das estruturas organizacionais, como quaisquer outras, surgiram para atender
conforme os fundamentos das ciências da às necessidades e desejos da sociedade.
administração. De acordo com Coelho (2004), Em estudos organizacionais, Cruz
as organizações existem porque é preciso (2007) observa que as instituições, em seu

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processo evolutivo, amoldadas às demandas de globalização, desenvolvimento tecnológico
da sociedade, careceram de estruturação e acirrada concorrência - isto, no esforço
interna na qual ficassem claras as constante de agradar os usuários/cidadãos
articulações, a divisão de trabalho e atividades (TOFFLER, 1970; BRESSER-PEREIRA,
e os recursos necessários, em especial os 1996; ABRUCIO, 1997). Essas ingerências
humanos, que pudessem garantir a razão de também atingiram as organizações públicas,
existência e de sucesso da instituição. Lembra impulsionadas pela demanda por serviços
que nem sempre as organizações foram públicos de qualidade e gestão eficiente da
divididas internamente: ao iniciarem suas coisa pública, fazendo com que também
atividades, a produção era pequena e experimentassem esses três modelos de
geralmente voltada para seus idealizadores; gestão: o patrimonialista, apropriação da coisa
não havia a exigência de distribuir tarefas, pública como um bem particular (BRESSER-
nem de reunir pessoas em unidades PEFEIRA, 1996); o burocrático, conforme
organizacionais de trabalho, conforme Weber (2012), caracterizado pelo forte apego
ajustamento mútuo de Mintzberg (2006). às normas; e o gerencialista, mais flexível,
Contudo, os tempos mudaram, as herdado da administração privada (MOTTA,
organizações ganharam complexidade, não 2013).
podendo mais serem geridas como eram no Nesse contexto, a fim de atender às
momento de criação; devem, então, evoluir exigências demandadas da sociedade e
para novos modelos de gestão flexíveis e cumprir o objetivo de sua criação, torna-se
dinâmicos que se acomodem ao ambiente de imperativo que as organizações, quer sejam
incertezas. públicas ou privadas, se ajustem quando
Assim, as organizações, segundo Cury necessário, dentro desse ambiente
(2007), em busca de maior desempenho e organizacional complexo, considerando todas
eficácia de seus serviços - consequentemente, as variáveis que impactem seu
de sua própria manutenção de vida - funcionamento. Dessa forma, os gerentes
evoluíram de uma modelagem patrimonialista organizacionais devem possuir conhecimentos
(BRESSER-PEREIRA, 1996; FAORO, 2001, de elementos constituintes e condicionantes
Cury, 2007), com forte apego ao patrimônio, de gerência para uma análise administrativa
para um modelo burocrático, concebido por efetiva; considerarão a organização enquanto
Weber (2012); posteriormente avançaram um sistema de interação vivo, aberto ao
para um modelo considerado moderno, ambiente e às pessoas, relacionado-as aos
flexível, que se adaptava à influência mundial produtos e serviços oferecidos, os quais serão

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devolvidos ao sistema que retroalimentam o das tarefas organizacionais diversas e
processo, como ensina Bertalanffy (1975). alinhamento como arte de definir e aplicar
A partir de uma revisão bibliográfica recursos, harmoniosamente, com o fim de
sistematizada, o presente estudo tem como atingir os objetivos previamente
objetivo apontar os elementos a serem estabelecidos.
considerados na configuração organizacional Para que a missão seja atingida, os
que viabilize o processo de intervenção planos sejam executados e as pessoas possam
organizacional. Para tal intento, buscou-se trabalhar eficientemente, as atividades
evidenciar, dentro da literatura existente sobre precisam ser corretamente agrupadas e a
o tema, os componentes, condicionantes e autoridade apropriadamente distribuída, capaz
considerações relevantes que interfiram na de conduzir equipes aos objetivos definidos
formalização de estruturas organizacionais, a pela estratégia do negócio. Por esse motivo,
fim de que possam dar respostas efetivas num ressalta-se que a missão da instituição é sua
cenário de evolução, demandas e mudanças razão de existir, e os valores devem ser os
intempestivas, levando em consideração a mais reais e concretos possíveis, de maneira
abordagem adotada pelo analista que possam viabilizar a concretização da
organizacional, quando organização pública estratégia.
ou privada (ADIZES, 1996). Cury (2007) lembra que, para
atingirem as finalidades, tais instituições
2 Organização: origens e evolução devem fazer uso dos principais meios que
dispuserem, em especial, dos recursos
A organização, segundo Oliveira humanos. Dessa forma, as organizações, pelo
(2006), é a função administrativa que se agrupamento harmônico dos meios, terão
incumbe da ordenação e do agrupamento das funcionários produzindo mais e melhor e
atividades e dos recursos necessários, em poderão dar respostas cada vez mais
especial das pessoas, para a consecução da adequadas à sociedade. O autor recorda,
missão institucional. Ademais, Daft (2005, ainda, que o estágio atual da organização é
p.222) a define como “a disposição de resultado do processo de desenvolvimento da
recursos organizacionais para alcançar as sociedade, o qual, saindo do modelo
metas estratégicas”. Os recursos são refletidos patrimonialista – quando todos os serviços da
na divisão da mão de obra em departamentos organização eram simples, com poucas
específicos e empregos, nas linhas formais de atividades e divisão do trabalho, voltados,
autoridade e nos mecanismos de coordenação geralmente, para seus idealizadores, os

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próprios patrões, e não para a sociedade – Bertalanffy (1975) entendia as
passa para o modelo de gestão burocrática, organizações como conjuntos de sistemas
baseado na hierarquia, profissionalização, abertos, os quais, por não poderem existir de
competência definida, amparo nas normas de forma isolada, interagiam com o ambiente, à
conduta e formalidade, conforme Weber semelhança dos seres vivos. Esses sistemas,
(2012), até o atual e mais complexo, definido de acordo com Daft (2005), configuram-se
por Toffler (1970), como adhocrático. Ou como um agrupamento de partes que guardam
seja, tornam-se organizações caracterizadas relações entre si, funcionando com o fim de
por maior divisão de trabalho, poder, atingir um propósito comum, e realiza-se
responsabilidade com a informação – divisões mediante entradas, que, depois de
planejadas – de modo a continuamente, transformadas, são devolvidas novamente ao
conforme Mintzberg, Ahlstrand e Lampel ambiente. Tal interação que se dá por meio de
(2010), revisar a atuação da organização e a cinco componentes: entradas; processos de
remodelar sua estrutura, quando necessário, a transformação; saída; feedback; e o ambiente,
fim de alcançar sua eficiência. conforme a Figura 1.

Figura1 – Visão de Sistemas das Organizações.

Fonte: Daft (2005, p.40).


empresa. Feedback é o conhecimento dos
Entradas são os recursos materiais, resultados que vão orientar as seleções dos
humanos, financeiros e informações, novos processos. Por fim, tem-se o ambiente
empregados para produzir bens ou serviços. de inserção da organização, que inclui forças
Processo de transformação é a ação sociais, econômicas, políticas e tecnológicas.
tecnológica de produção que converte Sistema aberto, orgânico,
entradas em saídas. Essas, por sua vez, desburocratizado ou adhocrático, conforme
incluem os produtos e/ou serviços da Mintzberg, Ahlstrand e Lampel (2010) e Cury
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(2007), é um sistema fundamental para de serviços no interesse da sociedade”
organizações mais instáveis, que passam por (BRASIL, 1997, p.15). Segundo Lima (1994),
permanentes transformações. As tarefas essas organizações têm, como obrigação
perdem em formalização, porque devem ser estatal, oferecer serviços sociais de qualidade
continuamente redefinidas por causa da à população e garantir os direitos inerentes à
interação, tanto verticais como lateralmente, cidadania. Kanaane, Fiel Filho e Ferreira
com outros funcionários. Esse novo ambiente, (2010) entendem que seu funcionamento se
como observam Mendes e Guimarães (2002), pauta na conformidade da obediência dos
exige organizações mais flexíveis, dotadas de princípios constitucionais e legais, com a
maior habilidade de reação em ambientes devida observância equilibrada do bom senso.
complexos, com capacidade de antever as Dessa forma, a fim de aperfeiçoar os
mudanças e ter condições de respondê-las serviços prestados pelo Estado à população,
com maior rapidez. Costa, Souza e Fell também evoluíram com o tempo,
(2012), em seu estudo com o objetivo de experimentando três modelos: o
propor um novo modelo de estrutura patrimonialista; o burocrático e o gerencial
organizacional, evidenciaram, por meio de (conhecido como nova gestão pública). Ao
pesquisa bibliográfica, a evolução de modelos longo da história brasileira, esses modelos se
de gestão mais flexíveis e dinâmicos, sucederam, segundo Brulon, Ohayon e
resultantes das respostas cada vez mais Rosembeg (2012), sem que, contudo, nenhum
rápidas às mudanças e demandas da deles tivesse sido abandonado, com o ensejo
sociedade. Todo esse processo evolutivo de introduzir conceitos mais modernos,
organizacional afetou também as superar deficiências e eliminar a apropriação
organizações em sentido público, as quais particular da coisa pública.
passaram a revisar as estruturas em busca de Segundo Bresser-Pereira (1996) e
maior desenvolvimento e efetividade dos Faoro (2001), a administração patrimonialista
serviços. foi um modelo de gestão herdado da cultura
As organizações públicas surgiram portuguesa, e é típico de monarquias
com vistas à satisfação da sociedade, em absolutistas nas quais o patrimônio público e
especial, as demandas coletivas. Nesse o privado se confundem. De início, ao se
sentido, “o aparelho de Estado é o Estado instalarem no Brasil, criaram organizações e
como organização, que conta com servidores cargos com o objetivo de agraciar quem se
públicos, recursos financeiros, máquinas, havia sacrificado pelas autoridades.
equipamentos e instalações, para a prestação

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O avanço administrativo e judicial, em apenas no século XX. Consoante Costa
relação ao período colonial, provocou um (2008), o Estado precisava se transformar, a
grande impacto social, cultural, político e fim de que fosse possível atender à
econômico no país, consolidando o estado necessidade de um impulsionador da máquina
nacional. Com o progresso administrativo pública. A administração pública adotou,
local, segundo Gomes e Oliveira (2010), a assim, uma forma racional-legal de
administração do Estado concentrou-se na dominação e poder, descrita por Weber
pessoa do rei. Esse modelo de gestão foi (2012), como a que se legitima a partir do
caracterizado por nepotismo, favoritismo, comando que emana das normas e do tipo
privilégios, paternalismo e pela corrupção. formal das instituições estabelecidas, e não
Críticas não faltaram ao autoritarismo e à mais pela imposição real e das tradições.
centralização, acabando por ser substituído Dessas evidências, brotam, como
pelo modelo burocrático, na década de 1930. observa de Secchi (2009), as três
O modelo administrativo burocrático, características fundamentais do modelo
de acordo com Secchi (2009), desfrutou burocrático público, quais sejam a
notável disseminação nas administrações formalidade, a impessoalidade e o
públicas durante o século XX em todo profissionalismo, descritas no Quadro 1.
mundo. Embora o surgimento remonte ao
século XVI, o autor recorda que a inserção
nas organizações públicas e privadas se deu

Quadro 1 – Características do Modelo Burocrático.


Características Descrição

Formalidade Deveres e responsabilidades funcionais e organizacionais; configuração e legitimação da hierarquia


administrativa; normas e procedimentos administrativos; formalização da decisão e da
comunicação; divisão da tarefa bem definida e padronização das rotinas.

Impessoalidade As posições hierárquicas pertencem às organizações, não às pessoas e suas atuações estão
estabelecidas em normas e leis, atentando estritamente à finalidade pública.

Profissionalismo Ligado ao valor positivo do mérito, ocupam o cargo os melhores em capacidade técnica e em
conhecimento (prática contrária ao nepotismo); separação entre o público e o privado; remuneração
pelo trabalho; divisão racional das tarefas e do trabalho e separação dos ambientes trabalho e
residência.
Fonte: Elaborado pelo autor, adaptado de Secchi (2009).

Na administração pública brasileira, a burocracia passou por algumas etapas de


segundo Brulon, Ohayon e Rosenberg (2012), reformas. A primeira delas compreendeu o

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período de 1930 a 1963, durante o qual foi Entretanto, o modelo burocrático,
criado o Departamento de Administração do mesmo buscando melhor forma de
Serviço Público (DASP) com a função de administrar a coisa pública de forma eficiente
racionalizar os métodos administrativos, criar e eficaz, conforme observa Silva (2011),
o mérito, revisar a estrutura organizacional e também foi alvo de duras críticas, na medida
fazer o uso planejado do orçamento público. em que rigidez, excesso de normas e
Na segunda, de 1964 a 1985, a reforma procedimentos, autoritarismo e centralização
cobrou maior agilidade e flexibilidade do da decisão, resistência às mudanças, ausência
Estado desenvolvimentista. Reduziu-se a de empreendedorismo e inflexibilidade
atuação do DASP, descentralizando a tornam-na uma administração pública
máquina administrativa em administração ineficiente para o contexto social. A falta de
direta e indireta, e transferindo algumas legitimidade da administração burocrática
atividades para a iniciativa privada, além de perante a sociedade, conhecida como Estado
mudar o regime trabalhista dos servidores burocrático, a crescente demanda da pauta de
públicos de estatutário para celetista. A problemas sociais e a diferenciação de
terceira, de 1986 a 1988, caracterizou-se pela estruturas complexas, aliadas às fragilidades
exigência feita pela sociedade para a redução do Estado para resolver os problemas,
dos gastos públicos e o estabelecimento de segundo Bresser-Pereira (1996) e Abrucio
mecanismos de eficiência na gestão pública. (1997), fizeram com que surgisse um novo
Extinguiu-se, assim, o DASP e criou-se a modelo público de administração da coisa
Secretaria de Administração Pública da pública, denominado de gerencial, inspirado
Presidência da República (SEDAP), dando nos princípios da administração privada.
início, então, à racionalização e à contenção Essa nova forma de administração
de gastos públicos, à formulação de políticas pública apareceu como resposta à crise
de pessoal e a um processo mais eficaz de internacional do aparelho do Estado na
estrutura da administração federal. A última, segunda metade do século XX, quando a
delineada pela promulgação da Constituição Europa e os Estados Unidos perceberam a
do Brasil de 1988, viu-se apegada ainda às expansão econômica de alguns países no
normas, mas assegurando maiores garantias mercado internacional. Buscando constante
de direitos ao cidadão e limitando a amplitude redução de custos, qualidade de serviços e
dos poderes do Estado, tornando-se a mais tendo o cidadão como beneficiário, o Estado
administrativa das constituições. passou, então, a ser orientado pelos princípios
de eficiência e qualidade da gestão da coisa

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pública (BRASIL, 1995; SECCHI, 2009). ex-presidente, por meio de reforma
Paes de Paula (2005), constata que, embora administrativa, buscou solucionar os
esse modelo tenha se desenvolvido no problemas da baixa qualidade da gestão
ambiente europeu e americano, ganhou força burocrática, combater a crise fiscal, promover
e se espalhou pelo mundo, passando a o ajuste fiscal, ganhar eficiência, reduzir
representar as necessidades de empresas e custos e diminuir a máquina pública.
governos. O gerencialismo no Brasil iniciou- Nesse período, foi criado o Ministério
se, conforme Costa (2008) e Motta (2013), da Administração e Reforma do Estado. Para
com o então presidente Collor, quando a pasta foi nomeado Luiz Carlos Bresser-
começou a introduzir os princípios da new Pereira, que optou trazer ao Brasil o modelo
public management (NPM). Esse modelo britânico, adaptando-o à realidade nacional.
objetivava instituir na gestão pública a Com o órgão, foram colocados em prática os
operacionalização das instituições privadas, e níveis em que se dividem os setores do
ganhou força a partir dos anos 1990, no Estado, visualizados no Quadro 2.
governo de Fernando Henrique Cardoso. O

Quadro 2 – Níveis de Divisão dos Setores do Estado.


Setor Tipo de Organização Características

Legislativo, Judiciário, Órgãos nos quais as decisões estratégicas são tomadas, criam-se as
Núcleo Estratégico Presidência da República, leis e se cobra o cumprimento delas.
Ministérios.

Policial, regulamentação, Serviços prestados apenas pelo Estado. Poder extroverso.


Atividades
fiscalização, seguridade,
Exclusivas
fomento.

Universidades, Hospitais, Serviços que o Estado oferece simultaneamente com outras


Serviços não Centro de Pesquisas, organizações públicas não estatais e mercado privado. As
Exclusivos Museus. instituições desse setor não possuem poder de Estado, estão
presentes para garantir direitos fundamentais, sem visão de lucro.

Produção de Bens Empresas Estatais Atividades com fins lucrativos. Estão nessa condição ou porque
e Serviços para o faltou capital privado ou por necessidade de prestação de serviço ao
Mercado cidadão.
Fonte: Adaptado pelo autor do documento do Plano Diretor da Reforma do Aparelho do Estado (BRASIL, 1995, p. 41-42).

A nova organização administrativa, custos, aumentando a qualidade da prestação


para Bresser-Pereira (1996), teve como dos serviços e gerando benefícios para os
objetivo ser estratégica, voltada para os meios cidadãos. As características do modelo
da administração pública, reduzindo os gerencial são agilidade, descentralização e

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desconcentração, controle de resultados, que se tem é que o Estado, mesmo com
flexibilidade, profissionalismo e inovações, está sempre no recomeço, num
horizontalização das estruturas (LOSEKANN; caminho aparentemente pouco percorrido.
SALDANHA, 2007). Assim, conforme Mintzbeg (2006) e
Os modelos patrimonialista, Picchiai (2010), as organizações, a fim de que
burocrático e gerencialista da gestão pública possam atingir os objetivos e garantir
brasileira influenciaram significativamente na atendimento eficiente e de qualidade,
construção de estruturas organizacionais de recorrem aos elementos e mecanismos de
prestações de serviços. Contudo, mesmo coordenação institucionais, para melhor
sendo um avanço, o modelo atual ainda ajustamento da configuração organizacional.
guarda a presença da apropriação privada do Para tanto, como observa Motta (2013), é
bem público e da rigidez da norma, o que o indiscutível a necessidade de planejamento e
faz prestar o serviço idealizado ainda de ação com olhar globalizante e consciente em
forma não completamente cidadã, conforme relação aos fatores e perspectivas que
ressalta Motta (2013). envolvem a administração pública. A esse
Infelizmente, como lembram Santos e trabalho, executado pelo analista
Souza (2008), é consenso que as organizações organizacional, dá-se o nome de estrutura
públicas sejam vistas como ineficientes e organizacional.
improdutivas. Consoante reflexão de Brulon,
Ohayon e Rosembeg (2012), ao buscarem 3 Estrutura Organizacional
informações sobre a implementação da
reforma brasileira, com finalidade de detectar Pode-se afirmar que estrutura é fator
prováveis fragilidades na reforma gerencial, crucial para garantir condições apropriadas da
obtiveram como resposta dificuldades de organização. É nela que se definem
ajustamento ao novo e resistência à imposição atividades, recursos para execução, pessoas
da reforma gerencial. Motta (2013) esclarece, para as atividades, competência e limite de
ao verificar o estado da arte da gestão pública, alçadas. A configuração estrutural funciona,
que esses problemas estão intimamente portanto, como instrumento básico e essencial
ligados principalmente à falta de para o desenvolvimento e a implementação do
dinamicidade na alteração das normas do plano organizacional nas instituições,
estado e ao apego político e indisposição às desenhada de acordo com a missão e visão
atividades administrativas por parte dos estabelecidas, com a finalidade de alcançar o
gestores. Também observou que a sensação que se almeja:

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o instrumento administrativo resultante distribuição de cargos, das relações
da identificação, análise, ordenação e
agrupamento das atividades e dos interpessoais, do planejamento dos objetivos e
recursos das empresas, incluindo o
estabelecimento dos níveis de alçada e metas, a fim de facilitar o ajuste
dos processos decisórios, visando ao
alcance dos objetivos estabelecidos pelos organizacional e levar as pessoas a se
planejamentos das empresas responsabilizarem por um funcionamento o
(OLIVEIRA, 2006, p.69).
mais adequado e eficiente possível da
Estrutura organizacional, segundo
organização.
Costa, Souza e Fell (2012), é algo
Cury (2007) entende que, para o
imprescindível, independentemente do
ajustamento da estrutura, se faz necessária a
tamanho, de modo que toda corporação
análise de três variáveis, conforme o que se
precisa de uma composição que funcione
constata no Quadro 3:
como ferramenta de controle por meio da

Quadro 3 – Modelo de Análise de Ajustamento da Estrutura.


Análise das Descrição
Possibilita a adequada análise e posterior construção da estrutura intimamente ligada aos objetivos
Atividades
organizacionais.
Mostra qual estrutura de alta administração é necessária à organização e que autoridade e
Decisões
responsabilidade devem ter os diferentes níveis de gerência operacional.
Aponta relações de cima para baixo e prioriza a relação de baixo para cima e valoriza as relações
Relações
laterais, importante contribuição que o gerente dá aos gerentes de outras atividades.
Fonte: Elaborado pelo autor, adaptado de Cury (2007).

Uma estrutura adequada, de acordo No entanto, alertam Patini, Figueira e


com Oliveira (2006), faz com que a Fernandes (2010), que não basta „ajustar por
instituição se revista de uma série de ajustar‟. É pertinente considerar a coerência
benefícios, tais como: identificação das entre o ajuste realizado e as necessidades da
tarefas necessárias; organização das funções e organização. Em um estudo de caso, com
responsabilidades; informações, recursos e objetivo de mostrar uma mudança de estrutura
feedback aos empregados; medidas de realizada em uma multinacional instalada no
desempenho compatíveis com os objetivos e Brasil, em 2007, os autores constataram que a
condições motivadoras de trabalho. Assim, decisão de readequação, adotada pela equipe
torna-se foco de constante readequação da gestora, não considerou os propósitos
estrutura, revelando segundo Mintzberg, organizacionais, nem o devido cuidado com
Ahlstrand e Lampel (2010), o ciclo de vida da as pessoas envolvidas. A Instituição fora
instituição. reestruturada para operar sem o antigo diretor
presidente, de forma a todos os gerentes e
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diretores participarem do poder decisório e (2006) e Cury (2007), para a obtenção de uma
executivo e estarem diretamente subordinados consistência interna e situacional da
à sede nos Estados Unidos. O resultado gerou organização.
uma série de conflitos, provocando
descontentamento geral e vários pedidos de 3.1 Formalidade Organizacional
demissão. Houve um desalinhamento de
propósito, verificando-se divisão e Uma estrutura organizacional, quanto
antagonismo entre empresa e empregados, ao grau de formalização, pode ser classificada
culminando com dúvida sobre o futuro da em formal ou informal. Conforme
organização. Vasconcellos (1989) e Oliveira (2006), vários
Veloso e Trevisan (2010) chamam a são os condicionantes que concorrem para
atenção para o fato de que, mesmo sendo a inviabilizar a premissa de que organizações
estrutura decorrente de uma estratégia, nem operam apenas por meio da estrutura formal, a
sempre poderá ser assim. Ao realizarem um saber: é praticamente impossível elaborar um
estudo de caso, em uma agência bancária de conjunto de normas que cubra todas as
um banco nacional privatizado, com o possíveis situações; há urgência de soluções
objetivo de descrever as mudanças estruturais rápidas que respondam a situações críticas
ocorridas no ano de 2004, verificaram que em relacionadas à liderança e objetivos pessoais,
alguns casos, haverá organizações que serão e influam de maneira intensa na operação da
influenciadoras de estratégias. Essa é a estrutura, mesmo não aparecendo no
situação, por exemplo, das organizações organograma. Assim, muitas vezes a
públicas que, por suas características organização opera de forma diferente da
particulares de estabilidade, oferecem estabelecida, dando origem à estrutura
impossibilidades e resistências. Os autores informal.
inferiram, então, que o ideal é que a estrutura Estruturas formais foram criadas para
seja delineada em função do trabalho e das que as organizações possam dividir e executar
pessoas, do fluxo de comunicação e dos as funções administrativas: planejar;
processos. organizar; dirigir e controlar. São essas que
Nesse sentido, para o desenvolvimento permeiam todos os níveis organizacionais,
da estrutura, considerar-se-á formalidade, começando pelo estratégico e descendo até o
desdobrada em componentes, condicionantes, operacional. Para Castro e Teixeira (2009), a
níveis de influência e abrangência, conforme organização deve se revestir de formalidade,
entendimento de Oliveira (2006), Mintzberg tendo em vista a manutenção da vida. Porém,

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essa rigidez, conforme Cury (2007), quase conheceram os problemas pelos quais passava
sempre condicionada pelo comportamento e a organização, e optaram por fazer um
pelas relações apresentadas pelos membros da diagnóstico situacional. Logo,
corporação, faz com que surja a denominação constataram que a empresa operava
organização informal, não permitindo que as basicamente na informalidade. Propuseram,
estruturas reflitam uma imagem fiel da então, um novo modelo, mais formal,
organização, provocando prejuízos configurando-a como uma „estrutura em
corporativos. Foi o que revelou o estudo de rede‟, apresentada por Quinn, Anderson e
caso de abordagem qualitativa realizado por Finkelstein (2001). Na estrutura proposta, os
Grzeszczeszyn e Vieira (2012), ao confrontar pesquisadores evidenciaram a separação entre
a imagem dos gestores e a dos consumidores, área administrativa e coordenação médica, o
constatando que as organizações precisam se que resultou em maior produtividade. Assim,
preocupar com seu retrato, uma vez que mesmo que a informalidade esteja presente,
favorece as relações com fornecedores e pelas características individuais das pessoas,
influencia a procura dos serviços e por parte são os elementos formais, como considera
dos clientes. Para Chernatony (2005), a Barbalho (2012), que definem a estrutura.
imagem positiva gera credibilidade e, em No entendimento de Oliveira (2006),
alguns casos, um valor extra agregado ao quatro são os sistemas componentes da
produto ou serviço, por meio da marca. organização: responsabilidade; autoridade;
Diante disso, a distinção que comunicação e decisão. Isto é, análises das
geralmente se faz entre organização formal e atividades, decisões e relacionamentos
informal é que, enquanto a primeira é intraorganizacional.
planejada, a segunda se constitui a partir do A responsabilidade pode ser entendida
impacto das personalidades dos atores sobre como o dever de um funcionário desempenhar
as funções que lhes foram destinadas. Assim, uma tarefa que lhe foi atribuída pelo superior.
não existe organização puramente formal sem Correlaciona-se, segundo Oliveira (2006), à
sua contrapartida. O ideal, segundo Oliveira situação do subordinado em assumir a
(2006), é que haja perfeita interação entre os obrigação e prestar contas ao superior. Para
dois tipos de formalidade na organização. Daft (2005), os funcionários geralmente
Castro e Teixeira (2009), ao recebem autoridade na medida de suas
realizarem um estudo de caso numa clínica responsabilidades. Se for pequena, pode ser
oftalmológica, a qual concentrava várias difícil a condução. Sendo excessiva, o gestor
especialidades relacionadas à oftalmologia, pode se tornar um tirano, levando a resultados

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supérfluos. Os aspectos básicos desse sistema verifica que a linear tem larga aplicação nas
são departamentalização, linha e assessoria e organizações burocráticas e de alto grau de
especialização do trabalho. formalização. A de assessoria aplica-se, com
A departamentalização é, talvez, o maior frequência, nas organizações
componente mais conhecido pelos industriais, como as de operários de linha de
funcionários de uma organização. Segundo produção.
Oliveira (2006, p.101), “é o agrupamento, de Desse sistema de responsabilidade,
acordo com um critério específico de surge a especialização do trabalho. Sabe-se,
homogeneidade, atividades e correspondente segundo Daft (2005), que as organizações
recursos (humanos, financeiros, materiais e realizam uma grande variedade de tarefas,
equipamentos) em unidades organizacionais”, entendidas como divisão de mão de obra. A
e caracteriza-se pela divisão do trabalho por especialização culminará na distribuição de
especialização dentro da estrutura atividades pelas unidades organizacionais,
organizacional. conforme Oliveira (2006), seguindo os
Em relação à atividade de linha e critérios da natureza, similaridade e
assessoria, a atividade em linha está ligada à complementaridade. O sistema, dessa forma,
operacionalização da organização, na qual as precisa se caracterizar pela qualidade de
pessoas, em posições administrativas, têm trabalho e busca constante de resultados,
autoridade formal para dirigirem e procurando formalização da divisão do
controlarem subordinados imediatos, de trabalho e das atividades; responsabilidade e
acordo com as funções da organização. Por coordenação.
sua vez, a atividade em assessoria se refere às No entanto, mesmo com esse aparente
atividades de análise, estudos de novos benefício da especialização, Daft (2005)
negócios e aconselhamentos, e inclui o direito constata que os funcionários ficam muito
de advertir, recomendar e aconselhar na área isolados e fazem um único serviço, perdendo
da respectiva especialidade do assessor no a visão de conjunto. Por conta disso, muitas
quadro de funcionários. Essa atividade de organizações vêm se afastando do princípio
assessoria ainda se caracteriza, conforme de especialização, aumentando os desafios
Cury (2007), pela valoração da especialização para seus funcionários, e até constituindo
ou pela multiplicidade de contatos entre os equipes para as tarefas, fazendo-as circular
supervisores e operadores, ou ainda pela pelas diversas etapas do trabalho, por
divisão do trabalho, execução e supervisão. entender, conforme Castro e Teixeira (2009),
Quanto à aplicação na estrutura, Daft (2005) que se trata de um momento atual de

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imprevisibilidade, requerendo maior estabelecida, a fim de evitar duplicidade e
flexibilidade da estrutura. confusão de comando, sugerindo à autoridade
O sistema de autoridade, ou de funcional apenas o estabelecimento de
comando, ou de cadeia de comando, segundo políticas administrativas. Os aspectos básicos
Daft (2005), é um sistema que funciona em do sistema em questão, no entendimento de
linha ininterrupta de autoridade. Nele existem Oliveira (2006), seriam delegação,
dois princípios básicos de autoridade: unidade centralização e descentralização, níveis
escalar e princípio escalar. O primeiro é a hierárquicos e amplitude administrativa.
linha de autoridade formal em uma A delegação pode ser entendida, como
organização, cada funcionário se reporta a “processo de transferência de determinado
apenas a um supervisor. O segundo, conforme nível de autoridade de um chefe para seu
Daft (2005, p. 224), se refere “a uma linha subordinado, criando o correspondente
claramente definida de autoridade na compromisso pela execução da tarefa
organização que inclui todos os funcionários”. delegada” (OLIVEIRA, 2006, p.189). Os
Verifica-se, assim, toda a cadeia de relações elementos básicos da delegação podem ser
de autoridade de um superior para com o assim apresentados: a tarefa que foi
subordinado, da base ao topo da organização. transferida do chefe para o subordinado, e a
Na cadeia de comando, autoridade é contrapartida responsável do subordinado
entendida como o direito formal e legítimo do com o chefe de cumprir a tarefa transferida.
superior para tomar decisões, ditar regras e Para a adequada implantação, Daft (2005),
ordens, além de reservar os recursos Oliveira (2006), Patini, Figueira e Fernandes
necessários, que proporcionem de valores (2010), sugerem, dentre outras, algumas
únicos, conforme Mintzberg, Ahlstrand e premissas: a autoridade deve ser delegada até
Lampel (2010), para atingir os objetivos da o limite da medida necessária de sua efetiva
organização. Por isso, não se pode deixar de realização e proporcional ao cargo ou função;
considerar os tipos de autoridade: o a designação deve ser precisa, entendida e
hierárquico, o que segue as linhas de aceita de forma clara; a comunicação
comando da organização; e o funcional, necessita ser estabelecida e aberta com o
estabelecido pelas funções básicas exercidas subordinado. Oliveira (2006) lembra que o
pela unidade organizacional. Contudo, fator que deve determinar a delegação é o
Oliveira (2006a), Veloso e Trevisan (2010), desempenho total da organização e que se
Patini, Figueira e Fernandes (2010) recordam deve ficar atento aos obstáculos, tais como os
que essa autoridade deve ser bem

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medos de perder o poder e o de assumir grande; ou ociosidade do chefe, falta de
responsabilidades. delegação e altos custos administrativos,
Quanto à concentração da decisão da quando o número for pequeno.
autoridade, essa pode ser centralizada ou O resultado dessa divisão, conforme
descentralizada. Para Daft (2005, p. 226), “a Daft (2005) e Mintzberg (2006), desemboca
centralização e a descentralização pertencem em altas estruturas, caracterizadas pelo
ao nível hierárquico no qual as decisões são estreitamento e número significativo de níveis
tomadas”. Significa que, na centralização, a hierárquicos, ou em baixas estruturas, mais
decisão da autoridade está mais perto do topo largas, com poucos níveis hierárquicos. Os
da hierarquia, enquanto que, na gerentes médios estarão mais próximos da
descentralização, acontece o inverso. base, a delegação de competência será mais
Mintzberg (2006) entende que a decisão, em igualitária, e maior será, assim, o nível de
alguns casos, deve ser descentralizada. descentralização. Portanto, como o sistema de
Explica que nem sempre a decisão pode ser autoridade é o direito de dar ordens, exigir
levada ao centro sem que a informação se obediência ou mesmo a competência de
perca. Além de a quantidade de informação executar o serviço, fatalmente seria
poder chegar a um volume considerável. Um prejudicado sem a efetiva presença da
dos grandes benefícios seria responder mais comunicação.
rápido às condições locais. O sistema de comunicação, importante
Por fim, tem-se a amplitude componente da estrutura organizacional, de
administrativa, também conhecida como acordo com Kunsch (2014), deve operar de
amplitude de controle ou de supervisão, de forma a permitir que o fluxo de informações
acordo com Daft (2005), o número de atinja todos os envolvidos dentro da
funcionários que um superior consegue instituição de maneira efetiva, pois são as
monitorar. Contudo, por não haver consenso pessoas que, ao comunicarem entre si,
em referência ao número de subordinados sob viabilizam o sistema (interação entre as
a responsabilidade de um mesmo chefe, o partes), de forma que se garanta a
envolvimento com os liderados se torna fator sobrevivência e a consecução dos objetivos
determinante para definir este número. Isto organizacionais no novo ambiente vivo de
deve ser equacionado com muito cuidado, interação.
para se evitar, por exemplo: perda de controle; Oliveira (2006, p.79) define
ineficiência na comunicação; desmotivação, comunicação como “o processo interativo em
quando o número de pessoas for muito que dados, informações, consultas e

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orientações são transacionados entre pessoas, primeiro face a face, de modo que podem ser
unidades organizacionais e agentes externos à capturadas as expressões, linguagens não
empresa”. Bueno (2005) e Kunsch (2014) verbais, contribuindo para o entendimento,
entendem que, para tanto, implantação e resposta e correções; depois, por meio
exercício da comunicação organizacional telefônico ou meios eletrônicos, que embora
devem ser adotados e praticados enquanto percam as expressões visuais, mantêm o
administração estratégica, a qual, segundo ganho do retorno rápido e a direção ao
Crossan, Lane e White (1999), Bueno (2009) destinatário; por último, documentos escritos,
e Beltrame e Alperstedt (2015), se dá ao dirigidos pessoalmente, os quais apresentam
atingir toda organização e não apenas a uma menos riqueza e retorno mais lento. Torquato
pessoa ou grupo (por ser uma (2002) e Kunsch (2003) ainda citam outros
responsabilidade de todos), não canais de interação interna, como, por
desconsiderando fatores como: o novo exemplo, intranet e boletins.
ambiente; públicos de interesses; Com relação à formalidade dos
estabelecimento de uma cultura canais, Kunsch (2003) recorda que pode se
comunicacional, com canais de dar de duas maneiras: formal, quando os
relacionamento; saberes, competências e meios são estabelecidos e planejados,
experiências das pessoas. derivadas da alta administração, seguindo o
Assim, para se estabelecer a estratégia estabelecido na estrutura organizacional; e
de comunicação na organização, aos gestores informais, como resultado das interpretações
faz-se necessário, consoante Torquato (2002), subjetivas dos atores, suplantando a
identificar e examinar os ruídos, ou seja, as formalidade. Embora não se considere menos
barreiras que impedem a informação de importante, necessita-se, conforme Oliveira
circular e chegar, como desejada, ao (2006), de controle rígido para não se dissipar
destinatário. Nesse sentido, Chaves et al. informação importante. Esses canais, segundo
(2010) orienta a sequência de alguns passos: Kunsch (2003), são os de abrangência intra-
saber o público alvo; definir a finalidade da organizacionais ou internos. O autor lembra,
comunicação; organizar a mensagem e ainda, que as instituições mantêm relações
escolher a melhor ferramenta de externas por meio de canais extra-
comunicação. organizacionais, salientando o fato de serem
Segundo Daft (1997), essa transmissão as organizações como organismos vivos.
pode se dar por meio de alguns canais Uma pesquisa realizada em 2005 pela
principais, classificados em escala de riqueza: consultoria Symnetics, constatou, como relata

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Barros (2005), que apenas 50% dos gerentes elaborado e colocado em prática uma gestão
se envolviam com administração estratégica de comunicação plenamente efetiva.
no Brasil. Portanto, como observa Bueno A seguir, no Quadro 4, são
(2005), mesmo que a comunicação venha apresentados, conforme Oliveira (2006),
ganhando detalhamento e espaço importantes quatro aspectos básicos para o sucesso da
nos últimos anos, o pensamento em relação a comunicabilidade nas organizações.
ela ainda a aponta como um gasto
desnecessário e descartável, tornando difícil
encontrar uma organização que tenha

Quadro 4 – Aspectos Básicos da Comunicação.


Aspectos Características
Podem ser de dois tipos: formal, quando planejada, controlada e facilitada conscientemente ou
informal, quando surge espontaneamente na organização. Essa pode ser boa ou ruim. Caberá à
Esquema de
organização criar mecanismos de amortização para diminuir os efeitos negativos, tendo em vista
comunicação
não ser possível, como visto quando tratamos da formalidade da estrutura organizacional, operar
com apenas a formalidade na organização.
A comunicação pode ser horizontal, quando entre unidades diferentes, porém no mesmo nível
Fluxo de
hierárquico; diagonal, entre níveis e unidades diferentes e vertical, em níveis hierárquicos
comunicação
distintos, contudo na mesma área de atuação.
Entendendo que as comunicações são caras e demoradas, em alguns casos, o importante a se
Custo da
considerar são as comunicações que levem a ações; logo, torna-se fundamental a administração
comunicação
da comunicação.
Dentro do sistema de comunicação, deve-se considerar como a organização vai definir quais
Subsistema de
métodos serão utilizados e quais serão suas inter-relações, ou seja, as dependências, as sequências
procedimento
e as tramitações.
Fonte: Elaborado pelo autor, adaptado de Oliveira (2006).

Portanto, a comunicação está presente disponíveis. Segundo Oliveira (2006, p.26)


na estrutura como componente indispensável, “decisão é a escolha entre vários caminhos
como afirma Kunsch (2014), a fim de que alternativos que levam a determinado
todos interajam e, assim, contem com resultado”. Leitão (1996) diz que as decisões
informações claras e conscientes, para que não podem mais ser enfocadas apenas de
seja possível a consecução dos objetivos modo particular, arbitrário e sem a devida
organizacionais, em especial nas tomadas de análise das inúmeras relações. Precisam ser
decisões. entendidas como um processo dinâmico e
Acredita-se que não seja possível para complexo do ambiente organizacional, no
uma organização deixar de tomar decisões. qual os atores interagem, influenciando e
Contudo o administrador deve atentar para o sendo influenciados, pois são parte dessa
fato de que tomar decisões não é estrutura. Nesse sentido, a consultoria
simplesmente fazer escolhas dentre as Symnetics, conforme Barros (2005), ao
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estudar a concentração da decisão nas comunicação para transmissão de informação;
empresas brasileiras, mostrou que os e sistema de decisões que conduza o gestor a
envolvidos diretamente com os trabalhos da fazer a escolha certa. Contudo, a estrutura não
organização, na sua grande maioria, não são se ajusta apenas pelos seus componentes, pois
considerados, de modo que, quando se tomam também sofre influência de alguns
decisões na corporação, essas ficam a cargo condicionantes, tais como: pessoas; ambiente
de um grupo exclusivo de alta gerência. externo; objetivos, estratégias e políticas e
Escolher adequadamente, na natureza organizacional.
perspectiva do gerente, implica em: Acredita-se que a eficiência da
conhecimento prévio da instituição, das estrutura organizacional depende do valor que
operações, mercados, fornecedores e políticas se dá a estratégias para a execução das tarefas,
de governo; atenção aos elementos do enfatizando a importância da integração entre
processo, ou seja, à incerteza do ambiente que as pessoas e a satisfação ao realizarem essas
envolve a decisão e a valoração das tarefas. Segundo Patini, Figueira e Fernandes
consequências; e, ainda, a consciência dos (2010), são as pessoas que asseguram os
recursos que são escassos e prejudicam a objetivos estabelecidos sejam alcançados
correspondente ação. Esse processo, segundo conforme suas proposições. Por esse motivo,
Moreno (2007), pode ser facilitado pelo adverte Daft (2005), quando os funcionários
conjunto de informações disponíveis nos não se sentem valorizados, também não se
arquivos organizacionais e por um Sistema de motivam a excelência e logo procuram outro
Informações Gerenciais (SIG), desenvolvido ambiente que os possam sustentar. O autor
justamente para apoiar os administradores. reforça que muitos executivos, preocupados
Observa-se que uma organização produz e com essa fonte primária de vantagem
recebe uma quantidade enorme de competitiva, vêm enfatizando a necessidade
informações, que levam os gestores a recorrer de uma habilidosa administração de recursos
para o perfeito desempenho de suas funções. humanos.
Informações, devidamente elaboradas, darão O processo de relacionamento da
suporte às decisões organizacionais. organização com o ambiente externo não pode
Assim, a composição da estrutura é deixar de ser apreciado. Entende-se por esse
formada pela colaboração destas quatro ambiente, conforme Mintzberg (2006), tudo o
partes: sistema de responsabilidade, ao qual se que está fora da organização: natureza;
atribui atividades; sistema de autoridade na concorrência; posição geográfica. A avaliação
distribuição do poder; sistema de da influência externa deve ser continuamente

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analisada e a estrutura deve ser aperfeiçoada, sua inserção. Assim como os elementos
para o acompanhamento das variações mencionados, os níveis de influência e
ambientais, que fatalmente influenciarão a abrangência também não podem estar
reorganização da estrutura. No entendimento ausentes, pois são determinantes do modelo
de Costa, Souza e Fell (2012) e de Barbalho organizacional.
(2012), a organização atenta às condições Costumeiramente, segundo Oliveira
externas percebe mais rapidamente as (2006), os níveis de influência são divididos
ameaças, como também, as oportunidades de em três: estratégico; tático e operacional. Não
crescimento organizacional, pois está aberta a se deve confundir, portanto, com a
mudanças, buscando melhor adequação aos transferência de autoridade do sistema de
processos organizacionais. comando, de modo que se trata da delegação
Os objetivos, estratégias e políticas de competência do maior para o de menor
são fatores que significam, segundo Kich e nível hierárquico, de maneira que o analista
Pereira (2011), respectivamente, o alvo ao organizacional deve considerar se está
qual se pretende atingir e o critério ou estruturando o estratégico, tático ou
orientação para a tomada da decisão. Assim, operacional. Portanto, os modelos não serão
os autores entendem que, quando esses exatamente iguais, pois cada um se
elementos estão delineados de forma clara, correlaciona com o respectivo planejamento,
torna-se mais fácil estruturar a organização, o qual, segundo Daft (2005), incorpora os
porque se sabe o que esperar dos que a detalhes de meta e plano. O primeiro é o
compõem. estado que se deseja atingir futuramente, o
Por fim, conforme Adizes (1996) e segundo é o esboço detalhado dos recursos e
Patini, Figueira e Fernandes (2010), das ações necessárias para o alcance dos
considera-se fator condicionante a natureza da propósitos. Por conseguinte, planejamento
própria organização, como: valores; história; significa determinar as metas organizacionais
pessoas que a compõem. e definir as condições para atingi-las.
Desse modo, a complexidade e Entende-se que começa com a missão formal,
dinamicidade dos fatores condicionantes das base para o nível estratégico, e que se
organizações não podem ser ignoradas nem desdobrará nos níveis tático e operacional.
consideradas apenas na época da criação da No nível estratégico (alta gerência),
organização. Precisam ser administradas, consoante Oliveira (2006), o planejamento
conforme ensina Mintzberg (2006), para o pode ser conceituado como um processo
devido equilíbrio da estrutura no contexto de gerencial que possibilita ao executivo

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estabelecer o rumo a ser seguido pela em especial, o alinhamento rigoroso dos
organização, objetivando obter um nível de elementos componentes da estrutura,
otimização de eficiência e eficácia. Nesse influenciados pelos condicionantes e pela
processo, se considera toda influência da consideração da natureza organizacional
estrutura organizacional e sua melhor (ADIZES, 1996; OLIVEIRA, 2006;
interação com o meio. No tático (gerência MINTZBERG, 2006; CRUZ, 2007;
média), há a parte que se desdobra e cumpre VELOSO; TREVISAN, 2010).
parcela do estrategicamente planejado, com o
fim de aperfeiçoar as principais divisões, 4 Considerações Finais
considerando as atividades homogêneas da
organização. Por último, no operacional O estudo permitiu apontar elementos
(gerência baixa), identificam-se as ações mais para formulação da modelagem e revisão de
específicas e de curto prazo da instituição e estruturas organizacionais, quando necessário.
criam-se as condições mais adequadas para a Em um primeiro momento, procurou-se
realização formal dos trabalhos diários. mostrar o contexto das organizações em geral
Em relação ao nível de abrangência, a e em âmbito público, e sua movimentação na
ação de modelagem pode ser desenvolvida a história. Em seguida, definiu-se o fio
partir de três pontos de vista: da empresa, da condutor da pesquisa na perspectiva de
unidade estratégica de negócio (UEN) e da Oliveira (2006), com sustentação em
corporação. O primeiro, o da empresa, Vasconcellos (1989), Daft (2005), Cury
considera toda a organização, tendo um ou (2007).
mais negócios em seu contexto de atuação. O Dessa forma, descobriu-se que a
segundo, da unidade estratégica de negócio, organização, deve-se revestir de formalidade
realiza-se em termos de unidade estratégica de estrutural, congregando os sistemas
negócio, ou seja, “uma unidade ou divisão da componentes, condicionados e influenciados
empresa responsável para desenvolver uma ou pelas pessoas, ambiente e natureza da
mais Áreas Estratégicas de Negócios – AEN” organizacional de forma que possa dirigir e
(OLIVEIRA, 2006, p. 124). O terceiro, da executar as atividades institucionais. Porém o
corporação, considera a administração analista organizacional deve estar atento ao
corporativa, a que reúne mais de uma AEN. fato que as organizações não funcionam
Assim, para garantia de sucesso nas apenas com base na formalidade. A
organizações públicas e ou privadas, torna-se informalidade também é percebida pela
imprescindível não somente a presença, mas, impossibilidade de as organizações

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normatizarem todas as situações, refletindo Cabe salientar que as considerações
uma imagem diferente do desenho proposto. discutidas neste trabalho não podem ser vistas
Assim, embora a literatura aponte a como modelo acabado: é apenas um
informalidade como desestabilizadora de levantamento dos elementos julgados
estruturas, constatou-se que é impossível relevantes para a formulação e o ajustamento
eliminá-la totalmente, pois se faz presente de estruturas organizacionais, segundo
pelos comportamentos e relacionamentos estudos recentes. Há diferentes pesquisas que
pessoais dos funcionários. O que se deve se apoiam em teóricos com outro ponto de
fazer, portanto, é tentar diminuir os efeitos vista condutor, os quais apresentam elementos
negativos que proporciona a organização. diversos, porém igualmente relevantes para a
Ressalta-se, também, que o gestor matéria. Para pesquisas futuras, sugere-se
deve entender ser o processo administrativo análise nas condicionantes das estruturas
algo que não se encerra com intervenções organizacionais públicas, tendo em vista a
pontuais, uma vez que as organizações sofrem busca por flexibilidade.
constantemente pressão, devido às relações
que mantém com o ambiente que as cerca e 5 Referências
com os fatores que a acondicionam – o que
requer, outrossim, permanente ajuste da ABRUCIO, F. L. O impacto do Modelo
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